segunda-feira, 27 de abril de 2020

O tédio visita a vida?


As perturbações estão presentes de forma agressiva. Jair afirma que não é coveiro, faz da contradição sua moradia e do ruído seu lazer. Possui plateia, recebe filmagens, voa. Figura dura ou flexível? Existem muita hipocrisia e religiões querendo competir com as manobras capitalistas.Estamos no isolamento. Imaginamos um tempo que parece não tem fim. Há quem esteja solitário, atordoado com as notícias que nadam na morte. Estranho e macabro.
Não há alegria, porém fanáticos de bandeiras e camisas amarelas. Quem pode confiar em quem pede ditadura? Será que a epidemia é mesmo um sinal de esquizofrenias totalmente desgovernadas? As opiniões trazem suspenses. Os sistemas de saúde sacodem com estatísticas. Há perplexidade e a cabeça roda. O tédio não deixa de acender medos e empurrar para o medonho.
A história não possui uma programação e tampouco a certeza de um juízo final. É uma esfinge. Mistura-se com reflexões, mexe com as dúvidas, não consegue se definir. Aparecem figuras pesadas. Conhece Augusto Heleno? Acredita que as assombrações habitam espaços? O vírus trouxe reformulações e dores constantes. Quem se salvará? As intimidades culturais estão perdidas? Tudo é interminável.
Cada dia, um amanhecer com notícias que abalam. Todos e todas especulam? Nem sempre, o pânico se apresenta, no entanto as intrigas econômicas prosseguem. Quem é mesmo poderoso? Os sustos são comuns mesmo que o tédio esteja povoando o cotidiano.Provocações não faltam. estimulam violências. As práticas políticas acenam com covardias. O mundo acalenta doenças perigos. A porta entreaberta desenha algo nunca visto. O tédio se apaga ou se expande? Sempre as perguntas…
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Coronavírus: por que países liderados por mulheres se destacam no combate à pandemia?


Colagem de fotos de lideranças femininas ao redor do mundo
Image captionAo redor do mundo, lideranças femininas estão a frente de algumas das melhores estratégias já vistas até aqui no combate ao novo coronavírus
Da Nova Zelândia à Alemanha, Taiwan ou Noruega, alguns países liderados por mulheres estão vendo relativamente menos mortes pela covid-19.
E estas lideranças estão sendo elogiadas na mídia e nas redes sociais por suas atitudes, bem como pelas medidas que introduziram em face da atual crise global de saúde.
Um artigo recente da colunista Avivah Wittenberg-Cox na revista Forbes as considerou "exemplos de verdadeira liderança".
"As mulheres estão se colocando à frente para mostrar ao mundo como gerenciar um caminho confuso para a nossa família humana", escreveu.
As mulheres representam 70% dos profissionais de saúde em todo o mundo. Já no mundo político, em 2018, elas eram apenas dez dos 153 chefes de Estado eleitos, de acordo com a União Interparlamentar.
Apenas um quarto dos membros dos Parlamentos do mundo são mulheres.
Embora também haja outros fatores sociais e econômicos que favoreçam estes países no enfrentamento à pandemia, analistas acreditam que as trajetórias sociais das mulheres — e não qualquer condicionamento biológico — tornem sua conduta como líderes também diferentes. Entenda o porquê.

Resposta precoce

Rua vazia na IslândiaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA Islândia adotou medidas rigorosas mesmo antes do registro de primeiro caso da covid-19
A primeiro-ministra da Islândia, Katrín Jakobsdóttir, apostou logo cedo em testar massivamente sua população.
Apesar da pequena população, de 360 mil habitantes, a Islândia evitou a complacência: medidas contra a covid-19, como a proibição de reuniões de 20 pessoas ou mais, foram tomadas no final de janeiro, antes mesmo do registro do primeiro caso da doença.
Até 20 de abril, nove pessoas haviam morrido da infecção pelo novo coronavírus na Islândia.
Já em Taiwan, que oficialmente faz parte da China, mas, na prática, funciona (ainda) como um país soberano, a presidente Tsai Ing-wen criou imediatamente um centro de controle de epidemias e tomou medidas para rastrear infecções.
Taiwan também aumentou a produção de equipamentos de proteção individual (EPI), como máscaras. Até agora, registrou apenas seis mortes entre seus 24 milhões de habitantes.
Enquanto isso, na Nova Zelândia, a primeira-ministra, Jacinda Ardern, adotou uma posição difícil diante da covid-19. Em vez de "achatar a curva" dos casos, como muitos países estavam buscando fazer, a abordagem de Ardern foi mais contundente, para eliminar a curva.
país impôs uma série de duras medidas quando as mortes no país por covid-19 eram apenas seis — em 20 de abril, elas totalizavam 12.
Tsai Ing-wen (no centro) aparece entre soldados e funcionários do governo posando para foto, todos de máscaraDireito de imagemSAM YEH/AFP
Image captionÀ frente de Taiwan, Tsai Ing-wen (no centro) aparece na foto entre soldados e funcionários do governo
Mas, além de ter mulheres como líderes, esses países que estão respondendo melhor à crise têm outras coisas em comum. Todos são economias desenvolvidas, com um sistema de assistência social estabelecido e alta pontuação na maioria dos indicadores de desenvolvimento humano.
São países que também tendem a ter sistemas de saúde fortes, mais preparados para lidar com emergências.
Mas qual é a parcela do papel das lideranças mulheres no relativo sucesso destes países no combate ao coronavírus?
Mulher de máscara passa ao lado de cartaz em parede com sinalização para local de testesDireito de imagemODD ANDERSEN/AFP
Image captionLocal de realização de testes em Berlim, Alemanha; a testagem massiva foi parte fundamental da estratégia conduzida por Angela Merkel no país

'Tem tudo a ver com diversidade'

A maneira como essas líderes eleitas praticam política desempenha um papel, dizem analistas.
"Não acho que as mulheres tenham um estilo de liderança diferente do dos homens. Mas quando elas estão representadas em posições de liderança, isso traz diversidade à tomada de decisões", diz Geeta Rao Gupta, diretora executiva do Programa 3D para Meninas e Mulheres e membro sênior da Fundação das Nações Unidas.
"Isso traz melhores decisões, porque você tem a visão tanto de homens quanto de mulheres", disse ela à BBC.
É um contraste com a postura explosiva e a negação a fatos científicos adotadas por alguns de seus colegas do gênero masculino, como os presidentes dos EUA e Brasil, Donald Trump e Jair Bolsonaro.
Rosie Campbell, diretora do Instituto Global para Liderança Feminina no King's College London, concorda que "os estilos de liderança não são inerentes a homens e mulheres".
"Mas, devido à forma como somos socializados, é mais aceitável que as mulheres sejam líderes mais empáticas e colaborativas. E infelizmente há mais homens que se enquadram na categoria narcisista e hipercompetitiva", diz Campbell.
Ela acredita que essa característica na liderança masculina "foi exacerbada pela tendência populista na política".

A política 'ultramacho'

Populistas apostam em "mensagens simplistas" para ter apoio, explica Campbell à BBC — e isso muitas vezes determinou a abordagem escolhida para gerenciar a pandemia.
Líderes políticos nos EUA, Brasil, Israel e Hungria, para citar alguns países, tentaram, em algumas ocasiões, colocar a culpa de seus problemas em causas externas — como apontar para estrangeiros "importando" a doença, como indicou Trump.
"Trump e Bolsonaro estão optando por assumir uma personalidade ultramacho. Não é codificado em sua biologia que eles tenham que se comportar assim, mas estão optando por fazê-lo", diz Campbell.
"As mulheres são consideravelmente menos propensas a estar na direita radical populista. Existem algumas exceções notáveis, como Marine Le Pen [na França]."
"Mas, no geral, é algo associado a uma política muito individualista e machista."
Angela MerkelDireito de imagemCLEMENS BILAN - POOL/GETTY IMAGES
Image captionMerkel está sendo apontada na Europa como 'campeã' entre líderes do continente no combate ao coronavírus
As respostas à crise da covid-19 foram obviamente diversas, em parte devido às realidades socioeconômicas de cada país e à disponibilidade de recursos — aspectos nos quais o gênero pode não ter influência.
Portanto, líderes homens que não se encaixam no estereótipo descrito por Campbell também estão vendo relativamente menos mortes em seus países.
Na Coreia do Sul, o tratamento da crise pelo presidente Moon Jae-in sustentou a vitória esmagadora de seu partido nas últimas eleições parlamentares, realizadas em 15 de abril.
O primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, também tem recebido elogios por gerenciar com sucesso a crise e manter as taxas de mortalidade relativamente baixas — 114 óbitos até 20 de abril, para uma população de cerca de 11 milhões. Em comparação, a Itália, com uma população de 60 milhões, sofreu 22 mil mortes.
A Grécia está passando pela crise priorizando o aconselhamento científico e tendo adotado medidas precoces de distanciamento social — antes que suas primeiras mortes fossem registradas.
E, por outro lado, há países liderados por mulheres em situação delicada diante do avanço rápido do vírus.
Por exemplo, a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, conseguiu liderar a contenção do surto em um dos países mais populosos do mundo. Mas há preocupações com a capacidade limitada de testagem, além de que os profissionais de saúde de Bangladesh denunciam cada vez mais estar em risco devido à falta de equipamentos de proteção individual.
Mulher com véu vendendo floresDireito de imagemEPA
Image captionAs mulheres são mais propensas a serem afetadas pelos impactos sociais e econômicos da covid-19

Decisões difíceis

Para deter a covid-19, os líderes precisam tomar decisões difíceis, como bloquear atividades econômicas.
Mas essas escolhas têm um alto custo político no curto prazo, que é "o oposto do que os líderes populistas querem", diz a professora Campbell.
Por outro lado, algumas líderes conquistaram a opinião pública ao falar de maneira aberta e transparente sobre os desafios que seus países enfrentam.
Angela Merkel, da Alemanha, anunciou rapidamente que a covid-19 era uma ameaça "muito séria". Em números absolutos, seu país criou o maior esquema de testagem, rastreamento e isolamento da Europa. Mais de 4,6 mil pessoas morreram de covid-19 na Alemanha, que tem uma população de 83 milhões.
Na Noruega e na Dinamarca, as abordagens de suas primeiras-ministras as diferenciaram de alguns de seus colegas homens propensos a bravatas.
Colagem de fotos das primeiras-ministras da Noruega, Erna Soldberg, e Dinamarca, Mette Frederiksen
Image captionAs primeiras-ministras da Noruega, Erna Soldberg, e Dinamarca, Mette Frederiksen, conduziram falas especificamente para crianças
Tanto a primeira-ministra norueguesa, Erna Solberg, quanto sua colega dinamarquesa, Mette Frederiksen, realizaram pronunciamentos específicos para crianças.
Jacinda Ardern, da Nova Zelândia, também tentou amenizar as preocupações dos pequenos sobre se a Páscoa, celebrada pelos cristãos este mês, seria interrompida por medidas de bloqueio. Ardern disse que o tradicional coelhinho da Páscoa era considerado um "trabalhador essencial" e teria permissão para entregar ovos de chocolate diretamente às casas.
Campbell analisa: "Falar sobre o coelhinho da Páscoa teria sido considerado ridículo para um líder de um país no passado. Mas ter mais mulheres na política está nos fazendo pensar mais sobre como a política afeta as crianças".
Ao abordar diretamente as preocupações dos cidadãos mais novos, os líderes políticos estão reconhecendo que a pandemia global está afetando a saúde mental de todas as faixas etárias, diz Campbell.
Menina coloca desenho de ovo de páscoa na janelaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs neozelandeses foram incentivados a desenhar e exibir ovos de Páscoa em suas janelas durante a pandemia

'Decisões melhores'

Geeta Rao Gupta, que também é presidente do conselho consultivo do WomenLift Health, um programa da Fundação Bill e Melinda Gates que visa aumentar a liderança feminina no setor de saúde, pede que mais mulheres sejam colocadas em posições de liderança.
Ela defende que isso melhoraria a tomada de decisões.
Uma profissional de saúde com máscara ajuda outra a colocar equipamento de proteçãoDireito de imagemREUTERS
Image captionAs mulheres representam 70% dos profissionais de saúde em todo o mundo, mas ainda ficam para trás em posições de liderança
"Decisões relevantes seriam tomadas considerando mais segmentos da sociedade, não apenas alguns."
"Porque, como mulheres, elas [líderes] experimentaram a vida em papéis e responsabilidades que são afetadas socialmente pelo gênero. Assim, suas perspectivas e decisões provavelmente serão afetadas por essas experiências".
Gupta adverte sobre os possíveis diferentes impactos sociais e econômicos da covid-19 sobre homens e mulheres. A violência doméstica contra elas já tem aumentando em várias partes do mundo. Elas estão mais vulneráveis ao aumento da pobreza e pode haver uma reversão às tentativas recentes — e tímidas, em muitos casos — para diminuir a diferença salarial entre os gêneros.


"Estamos recuando", diz ela. "A menos que a resposta à pandemia considere isso como fator (questões de gênero), haverá uma exacerbação dos problemas existentes."

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 25 de abril de 2020

PF aponta Carlos Bolsonaro como articulador de esquema de fake news


Dentro da Polícia Federal, diz a reportagem da Folha, não há dúvidas de que Bolsonaro já sabia que a investigação havia chegado ao filho 02

Uma investigação sigilosa conduzida pela Polícia Federal a pedido do Superior Tribunal Federal (STF) apontou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é um dos articuladores de um esquema ilegal de propagação de notícias falsas. A informação foi publicada neste sábado 25 pela Folha de S.Paulo.
Segundo a reportagem, Bolsonaro vinha cobrando informações a respeito desta investigação, por telefone ou em reuniões, do então diretor Maurício Valeixo, que teria resistido aos assédios presidenciais. Valeixo foi exonerado do cargo na sexta-feira 24, o que acabou provocando a saída do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Morre o empresário Ricardo Brennand, aos 92 anos, vítima da Covid-19

Ricardo Brennand
Ricardo BrennandFoto: Jose Britto/Folha de Pernambuco

Ricardo Coimbra de Almeida Brennand, cujo sobrenome, por si só, traduz grandiosidades, com a sua morte, confirmada pelo Real Hospital Português, onde estava internado, anunciada na manhã deste sábado (25), em decorrência da Covid-19, aos 92 anos, passa a integrar o rol das memórias afetivas e das relevâncias sem precedentes da cultura de Pernambuco.

O engenheiro e empresário, primo do ceramista Francisco Brennand (1927-2019), se tornou mais uma vítima no Estado da pandemia que assola o mundo, mundo este, aliás, que o conhecia com admiração, diante da vastidão de um projeto arquitetônico pensado com opulência: o Instituto Ricardo Brennand (IRB), espaço criado por ele nos início do anos 2000 pensado para abrigar imensidões da arte em toda sua perenidade

Foi de suas idas e vindas entre Oriente e Ocidente que Ricardo Brennand passou a compartilhar seu viés de colecionador, despertado ainda na infância quando ganhou do pai, Antônio Luiz de Almeida Brennand, um canivete.

"Ao longo de minha vida, por mais de meio século reuni, de forma apaixonada, os mais diferentes exemplares de armas brancas, produzidos por exímios artesãos", diria ele na apresentação da página oficial na internet do IRB, mesmo espaço em que esboça a citação de que "Quando Deus quer, o homem sonha, a obra nasce" - uma espécie de clichê que, no entanto, vindo dele, ganha efetividade, haja vista o sem número de obras geradas dos seus devaneios.

Com um acervo que abriga arte e história desde a Idade Média até o século atual, Ricardo Brennand fez do seu Instituto um espaço "onde encontram-se guardados antigos sonhos do menino de ontem que conseguiu reunir notável acervo de peças artísticas", em um complexo arquitetônico que mantém, por exemplo, em exposição permanente, uma coleção de pinturas de Frans Post (1612-1680) e o seu Brasil holandês, entre outros acervos (museológicos e bibliográficos), oficinas, cursos e atividades voltadas à preservação de patrimônios culturais.
Ricardo Brennand estava internado no Real Hospital Português desde o último domingo (19), quando sentiu sintomas da Covid-19, como falta de ar e cansaço. Sua esposa, Graça Maria Brennand, 90, também contraiu o vírus, mas se recupera em casa.
Brennand nasceu em 1927 no município de Cabo, no litoral sul de Pernambuco e é egresso do curso de Engenharia da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Ele deixa a esposa, sete filhos, 23 netos, 48 bisnetos e um tataraneto. FolhaPE

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 24 de abril de 2020

'Presidente queria alguém na PF com quem pudesse colher informações': dez frases cruciais de Moro em seu anúncio de demissão



Moro nesta sextaDireito de imagemAG BRASIL
Image caption"Estaria claro que haveria uma interferência política na Polícia Federal, que gera um abalo à credibilidade minha, mas também do governo. Ia gerar uma desorganização na Polícia Federal"
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou seu pedido de demissão do governo Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (24), admitindo publicamente as divergências com o presidente em torno da troca de comando na cúpula da Polícia Federal.
A demissão ocorre após Bolsonaro exonerar Maurício Valeixo, diretor-geral da PF que havia sido indicado por Moro.
A seguir, selecionamos as 10 frases mais importantes do pronunciamento público feito por Moro:
1. "Passou a haver uma insistência (do presidente Jair Bolsonaro) pela troca do comando da PF. (...) Não é aceitável que se façam indicações políticas. E quando se começa a preencher cargos por questões político-partidárias, o resultado não é bom para a corporação."
2. "Disse ao presidente que não tenho problema em trocar o diretor-geral da Polícia Federal, mas preciso de uma causa - seja insuficiente desempenho ou (o cometimento de) um erro grave. E o trabalho (de Valeixo) estava sendo bem feito. Não é uma questão de nome, porque temos outros bons nomes, de delegados competentes. O problema é a violação da promessa que eu tive, de ter carta branca."
3. "Estaria claro que haveria uma interferência política na Polícia Federal, que gera um abalo à credibilidade minha, mas também do governo. Ia gerar uma desorganização na Polícia Federal."
4. "Isso (interferência política sobre a PF) não aconteceu durante a Lava Jato, apesar de todos os problemas de corrupção dos governos anteriores."
5. "Busquei postergar essa decisão (de deixar o governo), sinalizando que poderia concordar (com a troca na PF). Mas cada vez mais me veio a sinalização de que isso seria um grande equívoco. Ontem, falei para o presidente que isso seria uma interferência política. 'Seria mesmo', ele falou."
6. "Mais de uma vez o presidente me disse que ele queria (no comando da PF) alguém do contato pessoal dele, com quem ele pudesse colher informações e relatórios de inteligência, e não é o papel da PF prestar esse tipo de informação. As investigações têm que ser preservadas. A autonomia da PF é um valor fundamental que temos que preservar. (...) Então quem (entra nessas condições), eu fico na dúvida se vai conseguir dizer não (a pedidos de interferência do presidente)."
7. "A exoneração (de Valeixo) eu fiquei sabendo pelo Diário Oficial. Não assinei esse decreto. Em nenhum momento isso me foi trazido, em nenhum momento ele (Valeixo) apresentou um pedido formal de exoneração. Sinceramente fui surpreendido."
8. "Eu não tinha como aceitar essa substituição, pela minha biografia como juiz em respeito à lei, ao Estado de Direito e à impessoalidade no trato das coisas com o governo. Não me senti confortável."
9. "Tenho que preservar minha biografia, mas acima de tudo tenho que preservar o compromisso que assumi inicialmente pelo próprio presidente, de que seríamos firmes no combate à corrupção, ao crime organizado e à criminalidade violenta. E o pressuposto necessário para isso é garantir a autonomia da PF contra interferências políticas."
10. "Vou providenciar minha carta de demissão. Não tenho como persistir no compromisso que assumi sem ter condições de trabalho, sendo forçado a concordar com uma interferência na PF cujos resultados são imprevisíveis. (...) O meu futuro pessoal: abandonei 22 anos de magistratura, o que infelizmente é um caminho sem volta. Mas eu sabia os riscos. Vou descansar um pouco. (...) Vou procurar mais adiante um emprego, no serviço público. Onde quer que esteja, sempre vou estar à disposição do país."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 21 de abril de 2020

O fascismo marca a política




O autoritarismo não se foi da história.As relações sociais são fundamentais para mover as transformações, porém marcam períodos com violências e juntam grupos ressentidos com derrotas no passado. O fascismo busca memórias para justificar governos baseados em intimidações crescentes. Não confunda com o socialismo. O fascismo tem suas ligações com o capitalismo, sobretudo em situações de derrotas. Analise o século passado, as travessias políticas da Itália e da Alemanha.
O corporativismo era intenso, fortalecia as polícias secretas, enchia a sociedade de ideais militaristas.Assim, Hitler traçou o imperialismo e quis ser senhor do mundo.Deixou herdeiros, montou genocídios, disciplinou para matar. Recuperou a economia, mas perseguiu grupos, sentiu-se capaz de tomar conta da Europa. Usou conhecimentos científicos, reuniu obras de arte, comemorou batalhas com comícios monumentais. Ousou, enganou, encenou com êxito impressionante, mas não fugiu de tropeços e ilusões.
O tempo passou. Fascismos persistem com consolidações de ditaduras e massificação de preconceitos raciais. Mesmo como as tecnologias ditas modernas, o jogo do capital não desiste de juntar riquezas com armamentos, extrapolando as manobras da desigualdade, se balançando nas bolsas de valores.Quem não se recorda de Salazar e Mussolini? Os exemplos continuam. Observem os deboches de Jair e sua família. Um fascismo tosco que risca os saberes e faz alianças com os milicianos.Quem esperava tanto descompasso?
No mundo da pandemia, absurdos se espalham, as instituições se desencontram, há isolamentos culturais e provocações frequentes. Pensa-se nos poderes das máquinas e a dor das perdas são escondidas. Limites, descontroles, ironias e uma agressividade que se inspira em guerras com comportamentos estranhos. A questão assusta e confunde, porque se mistura com a globalização. Talvez, a sociedade tenha se tornado um campo de concentração.Quem não olha as ameaças e os delírios das mentiras?
A astúcia de Ulisses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Em 24h, Pernambuco registra 218 infecções e 26 mortes por Covid-19


Hospital Oswaldo Cruz, no Recife
Hospital Oswaldo Cruz, no RecifeFoto: Ed Machado/Folha de Pernambuco
Mais 218 casos confirmados e 26 mortes por Covid-19 foram registradas nas últimas 24 horas em Pernambuco. Os números, divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) no fim da manhã deste feriado de Tiradentes, fazem subir para um total de 2.908 casos confirmados da doença no Estado. Já o total de óbitos passa de 200: exatos 206.

O total de pacientes recuperados não foi divulgado neste balanço inicial desta terça, mas era 100 até o dia anterior. A SES-PE informou que, ao longo do dia, divulgará mais dados, detalhando o boletim.
Brasil: 


As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até as 11h10 desta terça-feira (21), 40.940 casos confirmados de infectados pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil, com 2.598 mortes pela Covid-19. As mortes estão concentradas nos estados de São Paulo (1.037), no Rio de Janeiro (422) e no Ceará (206), e crescem em ritmo acelerado: quase mil delas ocorreram nos últimos sete dias.

Com Folha de Pernambuco/G1
 Professor Edgar Bom Jardim - PE