sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Da infância em Pernambuco à prisão em Curitiba: relembre a trajetória política do ex-presidente Lula


Lula em foto de arquivoDireito de imagemAG BRASIL
Image captionLula foi condenado e teve pena aumentada quando o caso foi revisado em segunda instância
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (07/11) pelo fim da prisão após condenação em segunda instância. A decisão deve beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — preso desde abril de 2018 —, que pode ser solto após 19 meses cumprindo pena em regime fechado.
O STF julgou que a prisão após condenação em segunda instância é inconstitucional. Ou seja, a Corte decidiu que o réu condenado só pode ser preso após o chamado "trânsito em julgado", que é o fim do processo, quando estão esgotadas todas as possibilidades de recursos em instâncias superiores.
Condenado a mais de 8 anos de prisão pelo STJ (Superior Tribunal da Justiça) no caso do tríplex no Guarujá, Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal no Paraná. Esse processo ainda não transitou em julgado: recursos apresentados pela defesa estão em análise no STJ. É por isso que Lula pode sair da prisão pós pedido de sua defesa e terá o direito de aguardar o fim do processo em liberdade.
Além do caso do tríplex, Lula é réu em outras seis ações penais na Justiça Federal, além de recursos em tribunais superiores.
Relembre a trajetória do ex-presidente, de sua infância em Pernambuco aos anos na prisão.

Origem e raízes políticas

Lula nasceu em 27 de outubro de 1945 na localidade de Caetés, na cidade de Garanhuns, em Pernambuco. Aos sete anos de idade, migrou com a família liderada por sua mãe, Dona Lindu, para o Guarujá, no litoral paulista. A viagem de quase duas semanas foi feita em um caminhão "pau de arara", como era comum aos migrantes nordestinos na época.
Chegou a São Paulo apenas em 1956. Estabeleceu-se com a família nos fundos de um bar no bairro do Ipiranga, bairro operário onde criaria seu instituto décadas mais tarde.
O primeiro passo para se transformar em político veio em 1962, quando formou-se torneiro mecânico em um curso do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Um ano depois perderia o dedo mínimo da mão esquerda, o que se tornaria uma das suas principais marcas, ao lado da barba farta e da voz rouca.
Lula sendo carregado após comício com sindicalistas em 1979, em São BernardoDireito de imagemAFP
Image captionLula após comício de sindicalistas em 1979; no Sindicato dos Metalúrgicos, ele lançou as greves de operários que contribuíram para o enfraquecimento da ditadura militar
Casou-se duas vezes. A primeira mulher, Maria de Lourdes, morreu em 1970 por conta de uma gravidez de risco, assim como seu primeiro filho. Em 1974, Lula conheceu a também viúva Marisa Letícia (1950-2017) e se casou com ela. Tiveram quatro filhos.
Marisa esteve ao lado de Lula em toda sua carreira política, mas o ex-presidente a valorizava ainda mais pelos primeiros anos, quando ela o apoiou desde sua primeira eleição como presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em 1975.
A partir dali ele lançou as greves de operários que contribuíram para o enfraquecimento da ditadura militar (1964-1985). Mas mesmo entre os maiores inimigos cultivou algumas amizades. Era o caso do ex-chefe da Polícia Federal Romeu Tuma, que o liberou da prisão para acompanhar o velório da mãe, em 1980.

Partido dos Trabalhadores

Foi o mesmo ano em que sua carreira político-partidária começou, com a fundação do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em 1982, com uma plataforma radical defendida por intelectuais do partido, Lula disputou o governo do Estado de São Paulo e terminou em quarto lugar, com menos de 10% dos votos. Logo depois fundaria a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e participaria do movimento Diretas Já, pela volta da democracia.
O movimento não teve resultado imediato, mas a possibilidade de os brasileiros voltarem a votar para presidente reapareceu em 1985, em uma votação no Congresso. Lula, por sua vez, defendeu a abstenção dos deputados petistas na eleição indireta de Tancredo Neves à Presidência da República.
Parlamentares que se rebelaram contra a decisão acabaram expulsos do partido, contra a vontade de Lula. Tancredo morreu antes de tomar posse como presidente. Quando José Sarney assumiu, o PT migrou para a oposição.
Em 1986, Lula se tornou o deputado federal mais votado do país, para participar da Assembleia Constituinte.
O papel discreto não o afastou da candidatura à Presidência da República pela primeira vez, 1989.
Lula com FHC, Marisa e José de Alencar em sua primeira cerimônia de posse, em 2003Direito de imagemMARCELLO CASAL JR./AG BRASIL
Image captionLula com FHC, Marisa e José Alencar em sua primeira cerimônia de posse, em 2003; petista chorou na titulação dizendo que o diploma de presidente da República era o primeiro de sua vida
Mas Lula perdeu o segundo turno para Fernando Collor de Mello. Dois anos depois, o petista estaria nas ruas para pedir o impeachment de Collor, acusado de corrupção. Quando Itamar Franco tomou o lugar de Collor, Lula recusou cargos no governo.
Em nova disputa nas urnas, acabou derrotado em 1994 por Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, que foi ministro de Itamar e um dos idealizadores do Plano Real, chamado por Lula de "estelionato eleitoral".
Foi um choque para o petista, que meses antes chegara a cogitar a formação de uma chapa moderada ao lado do tucano Tasso Jereissatti como vice. Os planos foram barrados por radicais no PT. Quatro anos depois, surpreendido pela emenda que passou a permitir a reeleição, perdeu novamente para FHC, no primeiro turno.
A impopularidade de Cardoso em seu segundo mandato tornava a vitória de Lula mais provável em 2002. Além das mudanças políticas e econômicas, Lula abraçou o marketing político como centralizador das mensagens eleitorais.
Um dos pontos cruciais foi a chamada "Carta ao povo brasileiro", em que Lula acalmava o mercado com promessas de manter os pilares macroeconômicos do antecessor e governar com responsabilidade fiscal. Um empresário, José Alencar, se tornou seu confidente e vice-presidente por oito anos.
O sucesso lhe garantiu a vitória contra o também tucano José Serra.
Lula chorou na cerimônia de titulação no Tribunal Superior Eleitoral dizendo que o diploma de presidente da República era o primeiro que tinha ganhado na vida.
A antiga assessora Clara Ant, que coordenou iniciativas de Lula nos últimos 30 anos, define o ex-presidente como "um notório pragmático." "Lula só rompia com os radicais. Mas não dizia nada, esperava até os radicais romperem com ele primeiro. Foi assim como sindicalista e foi assim como político também. Ele só quer saber do que pode dar certo."

No poder, da popularidade ao mensalão

Lula e Marisa Letícia na posse em 2007Direito de imagemRICARDO STUCKERT/PR
Image captionModelo econômico começou a dar sinais de cansaço no segundo mandato de Lula
Em seu governo, iniciativas difusas até então se transformaram no unificado Bolsa Família, um programa de transferência de renda voltado aos mais pobres que hoje abarca 13,8 milhões de famílias. O que seria uma reforma da Previdência para garantir direitos trabalhistas transformou-se em um aceno ao mercado para lidar com deficit galopante.
Popular internamente, Lula ganhou fama internacional, sobretudo pelas medidas de combate à pobreza. Ficou famoso, em 2009, em reunião do G20, o momento em que o então presidente americano Barack Obama o chamou de "o cara".
O boom das commodities, o avanço de políticas de crédito e a emergência de uma nova classe média geraram anos de crescimento econômico e aumento do consumo, mas no fim do governo Lula esse modelo econômico já dava mostras de esgotamento.
Na política, veio o escândalo do mensalão, em 2005, em que ministros centrais do governo Lula foram acusados de compra de apoio político no Congresso.
Depois de perder para denúncias o seu ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e de ver seu amigo Delúbio Soares, tesoureiro do PT, apontado como artífice do esquema, Lula se disse "traído", mas evitou apontar os aliados como responsáveis. Sua popularidade afundou até a faixa dos 30% e ele respondeu com acenos para os dois lados.
Primeiro, instituiu a política de valorização do salário mínimo e o ProUni, programa de concessão de bolsas universitárias a jovens carentes. Depois, ofereceu mais ortodoxia na economia, sob o comando do presidente do Banco Central e ex-deputado do PSDB, Henrique Meirelles. Acabou reeleito em 2006, vencendo o tucano Geraldo Alckmin.
Ricardo Lewandowski e Joaquim Barbosa durante julgamento do mensalãoDireito de imagemAG BRASIL
Image captionRicardo Lewandowski e Joaquim Barbosa durante julgamento do mensalão; escândalo marcou governo Lula
Seu segundo mandato foi mais moderado que o primeiro, principalmente por conta do peso da aliança com o centrista PMDB. Em 2007, Lula privatizou estradas federais, deixando para trás um antigo dogma petista contrário à venda de patrimônio público. Lançou também o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), coordenado por Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa Civil.
A ex-petista Marta Suplicy acredita que já nessa época Lula pensava em ter uma mulher como sua sucessora. "Mas é curioso que ele tenha escolhido para isso uma pessoa (Dilma) que não era moderada como ele, nem gosta de falar com políticos", diz a senadora.
Quando veio a crise econômica internacional, em 2008, o governo Lula disse se tratar de uma "marolinha". O presidente foi à TV pedir aos brasileiros que continuassem impulsionando o consumo. Pouco depois, veio o programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida", também a ser coordenado por Dilma.
Lula fez sua sucessora e deixou o cargo com quase 90% de aprovação popular. Mas isso nem de longe significava a aposentadoria do ex-presidente.
Lula com Dilma em 2013Direito de imagemRICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA
Image captionLula com Dilma em 2013; em campanha acirrada com menor presença do ex-presidente, a petista venceu Aécio Neves

Fora do Planalto

Em 2011, nos primeiros meses longe de Brasília, Lula foi diagnosticado com câncer na laringe e iniciou um longo tratamento. Só retornou à cena política para intervir no PT de São Paulo e fazer do ex-ministro Fernando Haddad seu candidato, bem-sucedido, a prefeito.
O ano de 2013 parecia começar bem para Lula, mas os protestos populares do meio daquele ano transformaram Haddad e Dilma em dois grandes alvos dos manifestantes.
Por ter mais traquejo político que os dois tecnocratas que indicou, Lula interveio nas duas gestões. Não faltaram relatos de insatisfação com a autonomia que o ex-presidente exibia para mandar nos governos de outros.
Um antigo aliado que prefere não se identificar define essa liberdade assim: "Parecia aquelas reuniões de ministério quando um assessor dizia ao Lula que ele precisava fazer uma coisa diferente do que planejava. Ele respondia: 'Você tem quantos votos? Eu tenho 50 milhões.' No governo desses (indicados), os votos ainda eram dele."
Muitos petistas esperavam que Lula voltasse a ser candidato a presidente em 2014, mas a vontade de Dilma se reeleger prevaleceu. Em uma campanha acirrada com menor presença do ex-presidente, a petista venceu Aécio Neves por margem estreita.
O ex-porta-voz e cientista político André Singer já via o esgotamento do modelo de conciliação de Lula no início do segundo mandato de Dilma. "Hoje, o PT gira em torno do lulismo. Não é mais o PT com a alma da sua fundação. Mas o lulismo é sobre reforma gradual e pacto conservador, ele vai além do PT e da esquerda. Funcionou para muita gente por muitos anos. Gente que nunca tinha votado em partido de esquerda e que votou por Lula ser dessa forma", disse.
José Dirceu, Lula e Antonio Palocci em foto de arquivoDireito de imagemROOSEWELT PINHEIRO/AG BRASIL
Image captionO ex-ministro Antonio Palocci (dir.) afirmou em depoimento que Lula tinha 'pacto de sangue' com Odebrecht; acima, os dois com José Dirceu em 2004

Lava Jato

Até que, em 2015, a operação Lava Jato inicia investigações sobre figuras-chave de sua administração. As acusações de corrupção na estatal fizeram com que Lula fosse pela primeira vez ouvido como testemunha em uma série de investigações sobre integrantes do seu governo.
No ano seguinte, eclodiu uma nova onda de protestos populares pelo impeachment de Dilma, e polêmicos bonecos de Lula vestidos como presidiário (os "pixulecos") se tornam presença constante nas manifestações.
A Lava Jato resultou na prisão e condenação de antigos aliados de Lula, como o ex-governador do Rio Sergio Cabral (cujas penas chegam a 100 anos, em cinco processos) e o ex-ministro Antonio Palocci, condenado em 2017 a 12 anos por lavagem de dinheiro e corrupção.
Em julho de 2017, o juiz federal Sergio Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção no julgamento em que era acusado de receber um apartamento no Guarujá (SP) em troca da promoção de interesses da empreiteira OAS junto à Petrobras.
Em março do ano seguinte, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) rejeitou por unanimidade os recursos apresentados pela defesa de Lula contra a condenação.
No início de abril de 2018, um pedido de habeas corpus do ex-presidente foi negado pelo STF. Lula, então, teve sua prisão decretada. Naquele momento, já se apresentava como pré-candidato à Presidência nas eleições que aconteceriam em outubro.
Lula em ato em CuritibaDireito de imagemREUTERS
Image captionPassagem de caravana do ex-presidente pela região Sul teve momentos tensos, sobretudo quando tiros foram disparados contra ônibus da comitiva
O ex-presidente Lula naquele momento mantinha-se como líder em intenções de votos — ainda que também tivesse significativa taxa de rejeição —, segundo pesquisas eleitorais.

Na prisão

O ex-presidente se manteve figura importante da política nacional durante seu período na prisão.
Chegou a ser registrado como candidato oficial do PT, tendo Haddad como vice, mas seu registro foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa.
Haddad acabou concorrendo e foi derrotado, em segundo turno, por Jair Bolsonaro.
Num primeiro momento, foi impedido de dar entrevistas, mas o STF revogou essa proibição.
Lula deixou a prisão duas vezes. Na primeira, em 14 de novembro do ano passado, ele saiu para prestar depoimento à juíza Gabriela Hardt, que substitui Moro — atualmente ministro da Justiça e Segurança Pública — nas ações da Lava Jato.
Na segunda, em abril deste ano, ficou fora por cerca de nove horas. Ele viajou a São Bernardo do Campo, em São Paulo, para o velório e a cerimônia de cremação de seu neto Arthur, de sete anos, que morreu no dia anterior vítima de uma infecção bacteriana.
Antes disso, em janeiro, a defesa de Lula já havia solicitado à Justiça que o ex-presidente deixasse à prisão para ir ao funeral de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, em São Bernardo do Campo. Mas a juíza Carolina Lebbos — responsável por supervisionar o cumprimento da pena de Lula e autora da decisão que o liberou para o velório do neto — negou.
Na ocasião, a magistrada diz ter tomado a decisão com base em um parecer da Polícia Federal, segundo o qual não era possível, à época, garantir a segurança de Lula e das demais pessoas durante o trajeto até São Bernardo devido ao curto prazo.
Pouco antes do enterro de Vavá, no entanto, o STF autorizou o ex-presidente a deixar a prisão. Mas Lula decidiu não ir — não havia mais tempo hábil.
*Com reportagem de Mauricio Savarese, de São Paulo para a BBC Brasil
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Paulo Câmara faz reunião com entidades estaduais do meio ambiente


Associação Brasileira se reuniu com o governador no Palácio do Campo das Princesas
Associação Brasileira se reuniu com o governador no Palácio do Campo das PrincesasFoto: Hélia Scheppa/SEI
O governador Paulo Câmara (PSB) fez a abertura da 91ª reunião da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema), no Salão das Bandeiras do Palácio do Campo das Princesas. O gestor estadual deu as boas vindas aos participantes e ressaltou a importância da discussão sobre o tema durante esta semana em que se realiza a Conferência Brasileira do Clima, e após o desastre ambiental que ocorreu no litoral nordestino com o derramamento de óleo nas praias.

“Muito bem pensado fazer essa discussão aqui em Pernambuco, diante do desafio que é a questão do meio ambiente e da agenda da sustentabilidade, e dos desafios do desenvolvimento da humanidade, do desenvolvimento econômico e da clara necessidade de preservação do meio ambiente. Nossa discussão é em favor do Brasil, do nosso planeta, uma discussão que, com certeza, poderá surtir frutos para as futuras gerações de brasileiros”, afirmou Paulo Câmara.

Ao lado do secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti, Paulo Câmara falou ainda sobre os desafios atuais e futuros na área. “Discussões que envolvem o clima, acordos internacionais, planejamento das próximas décadas, a questão do carbono zero, os gases do efeito estufa, tudo isso é uma agenda que nós precisamos priorizar. Vemos exemplos como esse das manchas de óleo que chegaram e podem ainda chegar às nossas praias e aos nossos estuários. São questões que tiveram condições de avançar quando houve a capacidade de se discutir uma ação conjunta que envolvesse todos os autores”, comentou o governador.

Sobre as ações que estão sendo desenvolvidas pelo Governo do Estado, após o desastre ambiental no litoral nordestino, Bertotti afirmou que o monitoramento segue sendo feito, mesmo sem nenhuma identificação concreta da origem do óleo. “Mesmo depois de 60 dias, ainda não se sabe a fonte causadora desse vazamento. Existe um trabalho específico sendo feito na entrada dos estuários, inclusive com mergulhadores atuando para retirar óleo que ficou preso pela densidade no fundo. Há também o monitoramento dos nossos arrecifes, que são as áreas mais sensíveis”, argumentou o secretário, que falou sobre outras preocupações do Estado, como a situação dos pescadores já cobrada ao Governo Federal.

Bertotti lembrou que desde o início do mês de setembro, quando a primeira mancha surgiu, o governo do Estado vem atuando. “Ainda existem muitas questões a serem esclarecidas que nos mantém em alerta, sob a coordenação do governador, mas atuando junto com os órgãos federais, que coordenam essa ação de contenção e de identificação”, finalizou.

Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Será uma manobra ditatorial para enfraquecer os municípios e favorecer o poder central ?


Prefeito da menor cidade do país revela decepção com Bolsonaro

No menor município do Brasil, com 781 habitantes, os eleitores de Serra da Saudade (MG) garantiram uma vitória de 72% dos votos ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) nas Eleições de 2018. Hoje, a cidade está na mira do Pacto Federativo do governo federal, apresentado ao Senado e que pretende extinguir os municípios com população menor que 5.000 habitantes e arrecadação própria inferior a 10% de suas receitas, incorporando-os aos vizinhos.
Prefeito da cidade desde 2017, Alaor Machado (PP) não esconde sua decepção com o presidente que ajudou a eleger, apoiando-o na campanha do ano passado, por causa da proposta encaminhada pelo Palácio do Planalto ao Congresso Nacional. “Pregavam o municipalismo e a descentralização em favor dos municípios. Agora estão traindo a confiança de quem o elegeu”, afirma. “É preciso respeitar a Constituição e a forma federativa do Estado”, acrescenta.
Além de achar a proposta inconstitucional, o prefeito vê pouco efeito prático em uma eventual mudança. “O custo para o Estado vai ser muito maior. Vão administrar de longe? As despesas que já existem não vão deixar de acontecer”, afirma, apostando também na resistência das cidades que abrigarão os municípios que deixarão de existir e num risco de aumento da judicialização para os moradores manterem as políticas públicas existentes. Como alternativa, defende maior rigor na criação de novos municípios — sem mexer nos que já existem
Machado conta que não é a primeira vez que o município que administra desde 2017 convive com uma ideia vinda de Brasília para alterar o status de pequenas cidades. Tampouco aposta que, desta vez, vingará. “Não acredito que vão votar isso. Só em Minas são 231 municípios nessa situação e praticamente 95% dos deputados têm suas bases nessas localidades, que são bastante fiéis”, explica.
Emancipada em 1963, Machado conta que a cidade era uma das uma paradas da linha de trem que foi usada na construção de Brasília. “Servimos muito ao Brasil”, diz. Com menos de vinte ruas pavimentadas, uma escola, uma creche, um posto de saúde e um posto da Polícia Militar, a cidade tem a vantagem de conviver com a calmaria típica dos pequenos municípios: Serra da Saudade não registra um único caso de homicídio há mais de quarenta anos.
Sem muita margem para aumentar a arrecadação, o prefeito cobra um maior incentivo para que empresas se instalem nas pequenas localidades do país. “Nossa maior dificuldade é a falta de indústria, o que impede a geração de emprego”, afirma. A prefeitura é a maior empregadora do município. Nas contas de Machado, são cerca de 160 servidores e uma folha salarial de aproximadamente 350 mil reais líquidos por mês.
https://veja.abril.com.br/politica/prefeito-da-menor-cidade-do-pais-revela-decepcao-com-bolsonaro/
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O povo de Pernambuco não quer lixo nuclear em seu território


A instalação de uma usina nuclear em Itacuruba, no Sertão de Pernambuco, tem sido alvo de debates que envolvem o Governo Federal e representantes do Poder Legislativo pernambucano. Nesta quarta-feira (6), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), em entrevista à imprensa na abertura da Conferência Brasileira de Mudanças do Clima (CBMC), no Recife, afirmou que foi procurado por representantes do Governo Federal para debater o assunto.

Segundo Câmara, a implantação de uma usina nuclear “é um assunto que exige uma ampla discussão”. “A Constituição do Estado de Pernambuco proíbe a instalação de usinas nucleares. Não basta vir ao Estado apresentar um PowerPoint e dizer que a questão está resolvida. Eles [o Governo Federal] precisam mostrar como será feito, mostrar os impactos e o que pretendem. Precisamos discutir esse assunto com um olhar a longo prazo”, afirmou o governador.

Os debates sobre as matrizes energéticas devem ser um dos focos da discussão da CBMC, que teve início na manhã desta quarta, no Bairro do Recife, na área central da capital pernambucana. Em dezembro, o Governo Federal deve lançar um novo Plano Nacional de Energia até 2050.
Governador Paulo Câmara
Governador Paulo CâmaraFoto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco



Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 5 de novembro de 2019

O fim do Brasil: Entidades de engenheiros denunciam que o leilão do excedente da cessão onerosa da reserva será um dano irreparável ao Brasil



Engenheiros, geólogos, ex-diretores da Petrobras e professores universitários representados no Clube de Engenharia, na Associação dos Engenheiros da estatal e no Instituto de Energia e Ambiente da USP intensificaram esforços para esclarecer a população e barrar na Justiça o leilão marcado para esta quarta-feira 6 das áreas mais ricas do pré-sal, os campos gigantes e supergigantes do chamado excedente da cessão onerosa. Caso a venda se realize, provocará prejuízo de até 1,2 trilhão de dólares e um rastro de destruição na economia, calcula o Instituto de Energia e Ambiente da USP, em nota técnica assinada pelos ex-diretores da Petrobras Ildo Sauer e Guilherme Estrella.
A desistência das gigantes estrangeiras BP e Total, notícias sobre efeitos negativos do desaparelhamento da Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) para o gerenciamento dos contratos complexos originados a partir da licitação e questionamentos de participantes sobre o modelo geraram dúvidas no próprio governo sobre o êxito da operação.
“Precisamos entender o que acontece no Brasil e em especial, o Brasil precisa se informar sobre a gravidade do crime contra o povo brasileiro que se comete com o desmonte da Petrobras e a entrega do nosso petróleo para as empresas estrangeiras”, chama atenção o Clube de Engenharia em editorial do jornal da entidade. “O que não é dito para a população é que, caso esse leilão se concretize, o País estará dando mais um passo para jogar no lixo da história a sua posição de detentor da maior jazida petrolífera do planeta, conquistada com a descoberta, em 2008, do pré-sal.” Posicionado entre os maiores produtores de petróleo do mundo, diz a entidade, o País comemorou naquela ocasião a “perspectiva de um acelerado crescimento econômico, soberano, com justiça social e garantia de vida digna para a população brasileira.”

A Petrobras planejou extrair da exploração pré-sal o máximo benefício para a sociedade brasileira mas, para isso, precisava fortalecer-se e capitalizar-se para investir pesadamente na sua extração, refino e distribuição. A forma engenhosa encontrada para arrebanhar o maior montante possível de recursos foi aumentar o capital integralizando a parte da empresa com a cessão de blocos do próprio pré-sal, pois se entrasse com sua parte em dinheiro, reduziria o montante para investir, detalha o Clube de Engenharia:
“Para maximizar os benefícios, para o Brasil e para os brasileiros, obtidos com a exploração do pré-sal, foi aprovado no final de 2010 o Regime de Partilha (Lei nº 12.351 de 22/12/2010) para a produção nessas reservas. Visando fortalecer a Petrobras para liderar a exploração do pré-sal, a União, sua maior acionista, promoveu o aumento de seu capital social. Isso ocorreu subscrevendo a parcela que lhe cabia com a cessão de blocos do pré-sal com reservas estimadas em 5 bilhões de barris equivalentes de Petróleo. Essa operação, denominada cessão onerosa, propiciou à Petrobras aumentar seu capital social também com um aporte significativo dos acionistas minoritários, resultando na maior oferta que se conhece, cerca de 70 bilhões de dólares ao câmbio da época.”
A boa surpresa foi que o investimento da Petrobras em exploração durante décadas, ao contrário das multinacionais detentoras de concessões, que não fizeram desembolsos para não correr riscos, premiou a empresa brasileira com a descoberta do triplo do que havia sido projetado e em vez de 5 bilhões de barris de petróleo, constatou-se um total de 15 bilhões e é o excedente daquela estimativa que, em vez de ser incorporado ao patrimônio da companhia, o governo, seu acionista majoritário, resolveu oferecer para as concorrentes estrangeiras, como detalha o Clube de Engenharia:
“As pesquisas realizadas nestes blocos resultaram em uma reserva comprovada cerca de três vezes maior. Ao invés de tomar as providências societárias para manter esse excedente no patrimônio da Petrobras, o governo atual resolveu vender esse excedente em um leilão do pré-sal. Além disso, foram feitas durante o governo Temer mudanças na legislação que retiram da Petrobras, dentre outros direitos, o de atuar como operadora única na exploração do pré-sal. Com o megaleilão previsto para vender o excedente da cessão onerosa, o governo estima arrecadar cerca de 106,6 bilhões de reais. Consuma-se portanto uma perda extraordinária para o Brasil e os brasileiros”, dispara a entidade
É preciso buscar todos os caminhos, prossegue, inclusive o judicial “no sentido de alertar a sociedade brasileira, alertar o País, para o crime que está se cometendo vendendo a nossa soberania por migalhas.”
O Clube de Engenharia e a Associação dos Engenheiros da Petrobras consideram o pedido de falência da Odebrecht, a maior construtora brasileira e uma das maiores do mundo, integrante da cadeia produtiva de óleo e gás, “um fato dramático para a engenharia brasileira. A nossa engenharia estava presente em 41 países, nos Estados Unidos, em toda a Europa, na África, no Oriente Médio”.
“É de uma ignorância absurda”, sublinham os engenheiros, “criticar a exportação de serviços para Angola, uma imensa província petrolífera. Se nós lá não estivermos, estará a China. Quando entramos na Venezuela não havia o bloqueio que estrangula a sua economia e por isso ela deixou de pagar. Isso não se fala.”
“Cuba é um colosso comercial na cara da costa leste americana. Isto estava em mãos brasileiras, no canal de Panamá que foi recém-duplicado. Será o principal entreposto para comercialização de produtos da Ásia para a costa leste americana. Isso não era só engenharia brasileira, era equipamento brasileiro. E está sendo destruído.”
Cabe acrescentar que, em consequência da ação destrutiva do governo, da diretoria da Petrobras e da Operação Lava Jato, o País saiu do ranking das empresas de engenharia da América do Sul. O Clube de Engenharia lamenta: “Perdemos para o Chile. Há cinco anos éramos o primeiro na América Latina, com mais faturamento que os demais países do continente. Hoje ficamos abaixo do Chile, o maior faturamento de engenharia da América do Sul, que tem população menor que São Paulo. A sociedade brasileira não está vendo isto! Estávamos em 41 países e agora vamos precisar de engenharia estrangeira, porque a nossa está destruída. Destruída e calada. É preciso reagir à venda de nossas riquezas e à destruição da nação brasileira.”
Com informações de Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ditadura em curso:Extinção de municípios


O presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, entregam o Plano mais Brasil %u2013 Transformação do Estado ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi)
O presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, entregam o Plano mais Brasil %u2013 Transformação do Estado ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi)
A proposta do governo Jair Bolsonaro de extinguir municípios com menos de 5.000 habitantes que tenham arrecadação própria menor que 10% da receita total foi criticada por entidades que representam os prefeitos.
 
O presidente da CNM (Confederação Nacional de Municípios), Glademir Aroldi, afirmou que o governo se equivoca ao afirmar que os recursos repassados aos municípios como parte da arrecadação de Imposto de Renda e IPI (Imposto sobre Produtos Industriais), por exemplo, não são receitas próprias.
 
"Transferência obrigatória constitucional não é arrecadação própria? A competência de arrecadação é da União, mas a Constituição diz que parte [do recurso] é do município. Os municípios produzem, e quem arrecada nas costas deles são os estados e a União", afirma.
 
Segundo Aroldi, se for computada como arrecadação própria apenas as receitas com IPTU, ITBI e ISS, praticamente nenhum município com até 5.000 habitantes poderá continuar existindo.
 
"A Constituição deu a competência da arrecadação de imposto urbanos aos municípios, mas a maioria tem pequena área urbana. Os municípios não têm espaço para aumentar a arrecadação desses três tributos. Então vamos fechar todas as propriedades rurais e vai todo mundo viver nas capitais", diz o presidente da CNM.
 
O presidente da ABM (Associação Brasileira dos Municípios) e prefeito de São Leopoldo (RS), Ary Vanazzi, afirma que a fusão de municípios não deve passar no Congresso.
 
"Essa questão de incorporação de municípios é um bode na sala, isso não se sustenta politicamente nem tecnicamente. Principalmente num ano eleitoral", afirma.
 
Vanazzi também criticou outra proposta do pacote entregue por Bolsonaro nesta terça-feira (5) ao Congresso, que impede o Tesouro Nacional de atuar como avalista de operações de crédito a estados e municípios. A União só dará, a partir de 2026, garantias a empréstimos contratados junto a organismos internacionais.
 
De acordo com o presidente da ABM, a maioria das prefeituras tem hoje capacidade para aumentar seu endividamento. "Isso vai limitar os municípios de fazer investimento", disse o prefeito.
Com informações do Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Joice ataca 'gangue' nas redes, chora e é apoiada pela oposição na Câmara

Joice Hasselmann (PSL)
Joice Hasselmann (PSL)Foto: Mauro Pimentel / AFP/ com Folha de Pernambuco

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) subiu à tribuna da Câmara na tarde desta terça-feira (5) para atacar o que chamou de "gangue" que comanda "um massacre público" contra ela no "submundo da internet".

A deputada afirmou que, hoje, o que existe no país é a "república do Twitter" e a "república da filhocracia", chorou ao relatar que os ataques chegaram a seus filhos e foi apoiada por integrantes da oposição.

"Nunca fui de me vitimizar, nunca. Mas foi a primeira vez que eu realmente me senti vítima do mais sujo machismo, do mais sujo machismo: encomenda de dossiês falsos, montagens. A minha família não vai passar por isso. Eu não vou permitir. Não tivessem mexido com a minha família, talvez eu até amenizasse, mas não o farei", afirmou.


Ex-líder do governo Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso, Joice disse que, na semana passada, seu filho mais novo, de 11 anos, perguntou por que ela estava sendo atacada na internet. A deputada tornou-se alvo preferencial do clã Bolsonaro nas redes sociais desde que foi destituída do posto.

"Mãe, por que estão chamando a sra. de porca na internet? Por que estão chamando a sra. de pig? Não foi a sra. que ajudou tanto esse governo?", afirmou Joice, chorando.

"Vou dizer a vocês que essas lágrimas não são por mim porque minha história é de uma guerreira, mas meu filho de 11 anos recebendo montagens minhas, com meu rosto e o corpo de uma prostituta, com o meu rosto e um corpo deformado nu, isso não vou admitir", emendou.

Numa referência à família Bolsonaro, Joice afirmou que "não vai ter homem, com mandato ou sem mandato, deputado, senador ou presidente, seja o que for, que vai fazer isso com a minha família".

Como afirmou à Folha de S.Paulo na semana passada, a deputada voltou a dizer que vai entrar com uma representação contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Conselho de Ética da Câmara e na Procuradoria-Geral da República.

Ela também afirmou que já acionou a Justiça comum contra o filho do presidente. Segundo ela, o hoje líder do PSL na Câmara estaria por trás dos ataques do qual ela tem sido vítima nas redes.

"Vamos saber quem são os covardes por trás dos perfis fakes", disse. "Se nós não pararmos essa esquizofrenia, essa loucura, essa gangue, a gente não tem como reconstruir esse país."

Logo após a fala de Joice, deputados do PSL que estão em guerra com o grupo do partido ligado a Bolsonaro e até parlamentares da base pediram a palavra para apoiar a ex-líder do governo no Congresso.

Perpétua Almeida (PC do B-AC) disse se solidarizar com Joice e pregou que o Parlamento se una contra o que chamou de "cultura do ódio". "Eu não posso aceitar que as mulheres sejam desrespeitadas na sua condição de mulher porque lutam, porque não aceitam as coisas do jeito que são."

"É preciso um esforço conjunto de todo este Parlamento, de toda a sociedade. O presidente não contribui, porque a cada dia que ele abre a boca, é mais ódio", disse.
O deputado Orlando Silva (PC do B-SP) afirmou que faz parte do grupo "que crê que a política é o lugar do entendimento, do diálogo."

"O Brasil precisa romper esse ciclo em que a política não tem mais adversários, mas tem inimigos, gente a ser eliminada. É muito importante que a reflexão que V.Exa. fez da tribuna sirva para inspirar o combate à cultura do ódio, que não é da natureza do povo brasileiro. O povo brasileiro é tolerante, lutador, guerreiro, batalhador, com convicções. Longe do Brasil, essa cultura do ódio, de repente, tomou conta da política e do nosso país", afirmou.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 3 de novembro de 2019

Democratização do acesso ao cinema em Bom Jardim

Políticas Públicas para cultura favoreceram a democratização do acesso ao cinema em Bom Jardim no período 2014 - 2016. Por meio do projeto "Cultura na Rua, Cultura em Todo Lugar," da Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes do Bom Jardim, realizou parcerias importantes com diversas instituições resultaram no acesso ao cinema para todos os públicos na cidade.













Professor Edgar Bom Jardim - PE

Enem traz questões sobre violência contra mulher, racismo e discurso de ódio



Por AE
As questões do primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) abordaram diversos temas ligados aos direitos humanos, como violência contra a mulher, racismo, refugiados, escravidão e discursos de ódio nas redes sociais. No entanto, nenhuma das 90 questões trouxe, por exemplo, a temática LGBT que foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro na edição passada. Neste domingo, 3, os 5 milhões de candidatos inscritos fizeram a redação e 90 questões de Linguagens e Ciências Humanas.
“Uma prova com bastante cara de Enem, sem nenhuma grande surpresa em termos ideológicos, como eles [líderes do atual governo gostam de falar”, diz Fabio Romano, coordenador editorial de Ciências Humanas do Sistema de Ensino COC. Ele destaca como positivo o fato de que não houve nenhuma questão polêmica para nenhum dos espectros políticos. “Não caiu nenhuma letra de música de Chico Buarque, Caetano Veloso ou texto de [Karl] Marx. Não caiu socialismo. Não teve texto de Olavo de Carvalho.”
Cláudio Hansen, gerente pedagógico do Descomplica e professor de geografia e atualidades, notou a ausência de alguns temas que foram recorrentes em anos anteriores, como o governo Vargas, Guerra Fria e a Segunda Guerra Mundial, problemas e conflitos urbanos. “Alguns dos medos que tínhamos em relação a conteúdos deixarem de estar presentes na prova por causa da nova formulação de governo acabaram não se confirmando. Houve questões que tratavam como os direitos das minorias, problemas da concentração de renda, uso do agrotóxicos brasileiros, isso tudo apareceu na prova”, disse.
Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Democratização do acesso ao cinema no Brasil é o tema da redação do Enem 2019

Cartaz Festival de Cinema CRIANCINE em Bom Jardim. * CULTURES

 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.)
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
"Democratização do acesso ao cinema no Brasil" é o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019. O texto deve ser dissertativo-argumentativo, com até 30 linhas, desenvolvido a partir da situação-problema e de subsídios oferecidos pelos textos motivadores. 

Redações com menos de sete linhas recebem nota zero, assim como as que reproduzem integralmente trechos dos textos motivadores e de itens do Caderno de Questões.

A banca avaliadora do Enem 2019 poderá atribuir nota zero à redação que:

- Não atender à proposta solicitada ou que possua outra estrutura textual que não seja a estrutura dissertativo-argumentativa, o que configurará “Fuga ao tema/não atendimento à estrutura dissertativo-argumentativa”
- Não apresente texto escrito na Folha de Redação, que será considerada “Em Branco”

- Apresente até 7 linhas, qualquer que seja o conteúdo, o que configurará “Texto insuficiente”

- Apresente impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação, o que configurará “Anulada”

- Apresente parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto, o que configurará “Anulada”

- Apresente nome, assinatura, rubrica ou qualquer outra forma de identificação no espaço destinado exclusivamente ao texto da redação, o que configurará “Anulada”

- Esteja escrita predominante ou integralmente em língua estrangeira

- Apresente letra ilegível, que impossibilite sua leitura por dois avaliadores independentes, o que configurará “Anulada”

Diário de Pernambuco/
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 2 de novembro de 2019

Bolsonaro afirma que pegou gravação de portaria “antes que fosse adulterada”. Quem mandou matar Marielle Franco ?



O presidente Jair Bolsonaro confirmou para jornalistas neste sábado 2 que pegou a gravação com os registros de ligações da portaria do condomínio onde possui uma casa, no Rio de Janeiro, para evitar que fossem adulteradas. Não deixou claro, porém, quando pegou o material.
Segundo reportagem divulgada na terça-feira 29 pela Rede Globo, os suspeitos de terem assassinado a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes estiveram no condomínio de Bolsonaro, o Vivendas da Barra, horas antes do crime.
O porteiro do local contou à polícia que Élcio de Queiroz, um dos suspeitos das mortes de Marielle e Anderson, entrou no condomínio e disse que iria para a casa do então deputado Jair Bolsonaro. O funcionário disse ainda que quando interfonou para a casa do presidente, o “seo Jair” liberou a entrada do suspeito.
No dia 14 de março de 2018, entretanto, Jair Bolsonaro estava em Brasília na Câmara dos Deputados. Seu registro foi inscrito em sessões que aconteceram no período da manhã e da tarde naquele dia. Em suas redes sociais, o então deputado também postou vídeo com admiradores na parte de fora de seu gabinete.
Bolsonaro afirmou ter pego toda a memória da secretária eletrônica, que ficaria guardada por dez anos, e negou que a voz seria dele. “Nós pegamos as gravações antes que tentassem adulterar. A voz não é minha”, disse aos jornalistas que o acompanhavam numa concessionária de motocicletas em Brasília.
O presidente também voltou a atacar o governador do Rio, Wilson Witzel, pelo vazamento do depoimento em que é citado nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
“O que eu desconfio? Que o porteiro leu sem assinar ou induziram ele a assinar aquilo. Agora quem está por trás disso? Governador Wilson Witzel”, afirmou. Bolsonaro acusou Witzel de ter fornecido à Rede Globo o documento em que o porteiro do condomínio Vivendas da Barra afirmou envolvimento do ex-PM Élcio de Queiroz com o então deputado.
Na sexta-feira 1, Witzel respondeu aos ataques de Bolsonaro e negou qualquer ligação com o vazamento do depoimento. “Eu não tenho bandido de estimação. Seja ele de farda, de distintivo, político, filho de poderoso. Não tenho compromisso com a bandidagem. Assumi o Estado sem qualquer compromisso com traficante ou miliciano. Todos aqueles que se colocarem na reta da Justiça serão presos, serão investigados”, disse o governador.
 De Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE