quinta-feira, 27 de junho de 2019

Mais uma decepção: 39 kg de cocaína com militar no avião presidencial


Um tripulante do voo que transportava a equipe avançada do presidente Jair Bolsonaro para a cúpula do G20 no Japão foi preso no sul da Espanha com 39 kg de cocaína em sua mala, informou nesta quarta-feira (26) a Guarda Civil espanhola.
Na terça-feira (25), durante uma escala do avião da Força Aérea Brasileira no aeroporto de Sevilha, “o militar foi interceptado durante um controle com 39 kg de cocaína divididos em 37 pacotes” em sua mala, disse à AFP uma porta-voz da força policial em Sevilha. “Em sua mala havia apenas drogas”, afirmou.
De acordo com o porta-voz, o militar se apresentou diante de um tribunal nesta quarta-feira 26, acusado de cometer delito contra a saúde pública, uma categoria que inclui o tráfico de drogas na Espanha.
Ele estava em um avião que precedia ao do presidente brasileiro, que decolou na terça-feira à noite para Osaka, no Japão, para participar da reunião do G20.
cartacapital.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Alexandre Lourenço, o artista do Quadro de Reboco é destaque do Agreste


O Cultura Popular PE foi conhecer o stand do artesão de Salgadinho que já é um sucesso consolidado com seus quadros feitos em areia do Rio Capibaribe, cimento e verniz acrílico, com uma técnica inventada por ele. Abaixo vocês podem conferir uma breve entrevista que fizemos com o artesão.

A ENTREVISTA
Alexandre, fala um pouco da sua arte, desde quando você faz esta arte que eleva o nome da sua cidade?!
-Bom eu comecei em 2011 e a partir daí eu comecei a desenvolver esta técnica chamada quadro de reboco e utilizo a areia do Rio Capibaribe, para agregar valor ao meu artesanato e ter um diferencial. Então, esse aqui é o Rio Capibaribe transformado em arte.
Alexandre, como você poderia definir a sua arte, o seu trabalho?
-Definir meu trabalho? (risos) É um pouco de Pernambuco, assim, bem original, tentei fazer uma coisa que tivesse uma história e que não fosse só uma pintura.
Eu complemento suas palavras: A diversidade, a beleza da riqueza Pernambucana…
– É, afirma com firmeza, tudo voltado para a cultura pernambucana. Desde o frevo, maracatu, ao regional, homem no rio, o agricultor, de tudo aqui eu coloco um pouquinho.
Alexandre, e você se sente feliz?
– Soltando um sorriso de canto, ele diz: Ah, com certeza.. Realizado, realizado.
E onde é que tem a arte de Alexandre pelo mundo afora aí?
– Tentando se lembrar com um pouco de esforço, solta: em mais de 10 países já encontra Quadro de Reboco… Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Holanda, Peru, Chile e agora foi para a Nova Zelândia.
Conheça mais do trabalho dele aqui:
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Entrevista e Registros (Foto e Vídeo): Edgar Santos
Redação/Edição: Edgar Filho.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Professores dizem que clima com alunos é bom, mas 28% dos diretores apontam intimidação



Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
As escolas brasileiras estão registrando um aumento na inciência de intimidações, ofensas verbais e casos de bullying. Pelo menos 10% das escolas enfrentam episódios desse tipo semanalmente, segundo o relatório “Teacher and School Leaders as Lifelong Learners”, baseado na pesquisa Teaching and Learning International Survey (TALIS) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada nesta quarta-feira (19). No conjunto dos países analisados, esse índice fica em 3% entre os 48 países que participaram da pesquisa.
De novo, comparando Brasil e a média dos países da OCDE, 28% dos diretores reportam casos frequentes de intimidação e bullyiung entre estudantes, contra 14%.
O dado positivo é que 94% dos professores concordam que há um bom relacionamento entre estudantes e docentes. Entretanto, 87% dos professores brasileiros informaram que têm de acalmar os estudantes, contra a média de 65% da OCDE. 

Inclusão

Em relação à inclusão, 11% dos professores informaram ter em sua sala de aula um aluno que se enquadraria na categortia de alunos com necessidades especiais. Pelo levantamento Talis, o índice seria de 10% de alunos. 
No total, 40% dos professores participaram de formação específica nos 12 meses anteriores à pesquisa. Ainda assim, 58% informaram ter "muita necessidade" de formação nessa área, contra 22% na OCDE.
Por sua vez, 60% dos diretores informaram que a qualidade da Educação em suas escolas é prejudicada pela falta de professores qualificados para lidar com alunos com necessidades especiais. Na OCDE, são 32%.

Novas metodologias

Quando o assunto é metodologias, ficou claro que os métodos que estimulam a participação ativa do aluno na escola são menos usados. A taxa é de 40% contra 45% na média da OCDE. Ainda assim, 80% dos professores brasileiros se disseram abertos a adotar práticas inovadoras. A barreira, de acordo com o estudo Talis, estaria no treinamento, que os professores entendem como um desenvolvimento importante em suas carreiras – mas que sem ele não se sentem seguros para usar novas tecnologias em sala de aula.
No que diz respeito à avaliação, apenas 40% dos docentes adotam autoavaliação dos estudantes.
A Talis (Teaching and Learning Internacional Survey – Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem) é realizada pela OCDE a cada cinco anos. Na edição divulgada hoje, foram coletados dados sobre aprendizagem e condições de trabalho de professores e gestores de escolas de 48 países, entre eles o Brasil. Participaram 2.447 professores e diretores de 185 escolas dos anos finais do ensino fundamental (5º ao 9º ano) e 2.883 de 186 escolas do ensino médio, das redes pública e privada.

De Nova Escola
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Será que Lula vai "morrer" na cadeia?Os argumentos do STF para manter Lula preso e o que eles indicam sobre futuro do ex-presidente

LulaDireito de imagemEPA/FERNANDO BIZERRA JR.
Image captionLula é acusado de receber propinas das construtoras OAS e Odebrecht por meio de reformas
Os ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram no começo da noite desta terça-feira (25) manter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso. Agora, a soltura ou não do petista depende de uma conta que envolve os calendários do próprio Supremo e do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF-4, em Porto Alegre (RS).
Na reunião desta terça, a Segunda Turma julgou apenas um dos dois pedidos de habeas corpus (HC) apresentados pela defesa do petista - este primeiro HC foi rejeitado por quatro votos a um. Esta foi a última reunião do colegiado antes das férias coletivas dos ministros do Supremo - a próxima sessão da turma será apenas no dia 6 de agosto, quando então o outro HC de Lula poderá ser julgado.
Na volta do recesso, o voto fundamental para definir o destino de Lula no STF será o do ministro Celso de Mello. Segundo juristas ouvidos pela BBC News Brasil, os outros quatro ministros da Segunda Turma têm posições conhecidas a respeito da Lava Jato, e Mello tem atuado como o fiel da balança quando há empate no colegiado.
Segunda Turma do STFDireito de imagemSTF / ASCOM
Image captionA sessão da Segunda Turma na tarde desta segunda-feira
Já em Porto Alegre, o desembargador Leandro Paulsen disse na tarde da segunda-feira (24) que o TRF-4 pode julgar no já segundo semestre deste ano um outro processo envolvendo Lula, relativo a um sítio no município de Atibaia (SP). Paulsen é o presidente da 8ª Turma do TRF-4 e o revisor do caso de Lula. Em fevereiro deste ano, a juíza federal Gabriela Hardt condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio, enquanto a magistrada atuava como substituta de Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba

"Não temos razão nenhuma para atropelar ou pra retardar. Será no tempo adequado, assim que nós nos sentirmos seguros. Após a análise do processo como um todo, nós levaremos a julgamento. É possível que ocorra no segundo semestre deste ano, dependendo de o processo estar pronto para ser julgado", disse Leandro Paulsen
Caso o TRF-4, um tribunal de segunda instância, mantenha a condenação imposta por Hardt a Lula, o ex-presidente poderá ser preso novamente - isso se o STF tiver concedido um habeas corpus ao petista neste meio tempo.
MoroDireito de imagemCARL DE SOUZA / AFP
Image captionDiálogos divulgados por site indicam que Moro teria colaborado com procurador Deltan Dallagnol
Além de negar um dos dois pedidos de habeas corpus, os ministros do Supremo também rejeitaram na tarde desta terça uma proposta do ministro Gilmar Mendes: soltar Lula provisoriamente, até que o segundo pedido fosse julgado. Neste caso, foram dois votos a favor da proposta de Mendes e três contra. Além de Mendes, foi favorável à soltura o ministro Ricardo Lewandowski.
Também integram a Segunda Turma os ministros Celso de Mello, Edson Fachin e a presidente do colegiado, Cármen Lúcia. O grupo é responsável por julgar casos relacionados à Lava Jato no STF.

O que disseram os ministros do STF?

Na primeira decisão da tarde, os ministros rejeitaram um pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de Lula em dezembro deste ano. A defesa questionava o fato do relator dos casos da Lava Jato no STJ, o ministro Felix Fischer, ter recusado individualmente um recurso de Lula contra a condenação no caso tríplex do Guarujá em vez de ter levado o caso para análise da Quinta Turma do STJ.
Um dos argumentos foi o de que os advogados não tiveram oportunidade de fazer sustentação oral no STJ, limitando o direito à defesa. Os advogados também pediam nesse recurso que a condenação de Lula fosse anulada, sob o argumento de que a sentença proferida por Moro e confirmada por instâncias superiores lhe imputou atos criminosos diferentes dos apresentados na denúncia do Ministério Público Federal (MPF).
Neste caso, prevaleceu entre os ministros da Segunda Turma a tese de que o regimento do STJ permitia que Fischer julgasse o caso monocraticamente - isto é, sozinho. Também pesou o fato de que, pouco depois, a decisão de Fischer foi levada à Quinta Turma do STJ e mantida pelos demais ministros.
Na segunda decisão da tarde no STF - a de manter Lula preso até o julgamento do segundo Habeas Corpus - prevaleceu o entendimento do ministro Celso de Mello. Para ele, não havia motivos para que Lula fosse libertado provisoriamente, uma vez que o ex-presidente já foi condenado em três instâncias diferentes da Justiça no caso do tríplex - por Sergio Moro; pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região; e pela Quinta Turma do STJ.
Deltan DallagnolDireito de imagemEVARISTO SA/AFP/GETTY
Image captionNão se sabe se conversas reveladas pelo site The Intercept entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol serão consideradas por ministros ao julgar suspeição

Voto de Celso de Mello será fundamental

O segundo HC da defesa de Lula foi apresentado em novembro do ano passado. Já votaram neste caso os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia - no fim do ano passado, o julgamento foi suspenso por um pedido de vista de Gilmar Mendes. Ele devolveu o processo à pauta no começo do mês, dias depois do site jornalístico The Intercept publicar reportagens baseadas em supostas trocas de mensagens entre Moro e os procuradores da Lava Jato.
As mensagens mostrariam, segundo o site, que Moro atuou em conjunto com os investigadores para prejudicar a defesa de Lula.
Neste segundo habeas corpus, a defesa de Lula alega que o fato de Moro ter se tornado ministro de Jair Bolsonaro mostra a parcialidade do ex-juiz contra o petista - ao ser condenado, Lula foi impedido de concorrer nas eleições presidenciais de 2018.
Como o julgamento ainda não foi concluído, Cármen Lúcia e Fachin podem mudar seus votos, caso avaliem haver fatos novos. No entanto, isso parece improvável, dado o histórico de ambos em favor da Lava Jato.
Do outro lado, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, ministros que têm postura mais crítica em relação à operação, devem votar pela suspeição de Moro.
Celso de MelloDireito de imagemSTF / ASCOM
Image captionCelso de Mello tem sido o fiel da balança quando há empates na Segunda Turma
Por isso, a grande expectativa, segundo juristas ouvidos pela BBC News Brasil, está no voto do ministro Celso de Mello. Ele tem sido o fiel da balança em julgamentos da Lava Jato quando há divergências na Segunda Turma.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, acompanha os casos da Lava Jato no STF desde o começo da operação - no momento, ele representa 17 políticos que são réus da Lava jato, embora não seja defensor de Lula.
Ele destaca o fato de que, ao discordar de Gilmar Mendes sobre a soltura de Lula, Celso de Mello ressaltou não estar tratando do mérito do segundo pedido de habeas corpus.
"Para mim, houve uma sinalização de que ele tende a concordar, no mérito (...). Ele não concordou com a soltura, mas disse estar pronto para julgar o mérito do HC", disse Kakay à BBC News Brasil. "O HC não trata da questão do Intercept, mas é óbvio que ela estará impregnada no julgamento. Não há como desvencilhar".
O advogado disse acreditar ainda que há outros elementos no pedido de habeas corpus que já justificariam a soltura do ex-presidente, independente das reportagens do The Intercept.
Gilmar MendesDireito de imagemTSE
Image captionGilmar Mendes devolveu o processo à pauta no começo deste mês, pouco depois de o site The Intercept revelar supostas trocas de mensagens entre Moro e os procuradores da Lava Jato

'Não considero uma derrota', diz advogado petista

Advogado e ex-deputado federal pelo PT do Rio, Wadih Damous acompanhou o julgamento da tarde de ontem na Segunda Turma. Ele ressaltou que o principal pedido de habeas corpus da defesa não foi julgado ainda. Wadih já atuou como advogado de Lula em processos da Lava Jato - mas não é defensor do petista neste caso.
"Tudo o que foi dito na sessão, sobretudo pelo ministro Gilmar Mendes, mostrou que, quando se trata do Lula, há um tratamento especial. O que já se sabe acerca da atuação do Moro nos processos da Lava Jato era mais que suficiente para que Lula saísse solto. E no entanto, isso não aconteceu", criticou ele.
Por outro lado, disse o advogado, "ninguém lá atestou a boa conduta processual de Moro".
"Nem Cármen Lúcia, e nem o Fachin. Ninguém o enalteceu, como sempre fizeram. Não era o resultado que nós queríamos, mas não considero uma derrota", disse à BBC News Brasil. "Provavelmente, em agosto o STF terá de enfrentar essa questão (da parcialidade ou não de Moro)", disse.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 25 de junho de 2019

Em depoimento à DRACCO, testemunha contou que Meira se gabava de ter "comprado todo mundo no TRE"



O Blog da Noelia Brito teve acesso, com exclusividade, ao depoimento de uma testemunha, prestado à Delegacia de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado - Dracco, segundo a qual, o prefeito afastado de Camaragibe, pela Operação Harpalo, dutante processo de cassação que respondia junto ao Teibunal Regional Eleitoral de Pernambuco, costumava se gabar de que se sagraria vencedor no processo, porque teria "conprado todo mundo", naquele Tribunal. De acordo, ainda, com a testemunha, cuja identidade manteremos em sigilo, para sua segurança, de fato, Meira não foi cassado naquela ocasião.

Fonte:Blog de Noelia Brito
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro



Música: A Triste Partida


Meu Deus, meu Deus
Setembro passou
Outubro e novembro
Já tamo em dezembro
Meu Deus, que é de nós
(Meu Deus, meu Deus)
Assim fala o pobre
Do seco nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
(Ai, ai, ai, ai)
A treze do mês
Ele fez experiênça
Perdeu sua crença
Nas pedra de sal
Meu Deus, meu Deus
Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre natal
(Ai, ai, ai, ai)
Rompeu-se o natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
(Meu Deus, meu Deus)
Na copa da mata
Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois barra não tem
(Ai, ai, ai, ai)
Sem chuva na terra
Descamba janeiro
Depois fevereiro
E o mesmo verão
(Meu Deus, meu Deus)
Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz: "isso é castigo
Não chove mais não"
(Ai, ai, ai, ai)
Apela pra março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
(Meu Deus, meu Deus)
Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
(Ai, ai, ai, ai)
Agora pensando
Ele segue outra tría
Chamando a famía
Começa a dizer
(Meu Deus, meu Deus)
Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nós vamo à São Paulo
Viver ou morrer
(Ai, ai, ai, ai)
Nóis vamo à São Paulo
Que a coisa tá feia
Por terras alheias
Nois vamo vagar
(Meu Deus, meu Deus)
Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Daí pro mesmo cantinho
Nois torna a voltar
(Ai, ai, ai, ai)
E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Vendero também
(Meu Deus, meu Deus)
Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
(Ai, ai, ai, ai)
Em um caminhão
Ele joga a famía
Chegou o triste dia
Já vai viajar
(Meu Deus, meu Deus)
A seca terríve
Que tudo devora
Ai, lhe bota pra fora
Da terra natal
(Ai, ai, ai, ai)
O carro já corre
No topo da serra
Olhando pra terra
Seu berço, seu lar
(Meu Deus, meu Deus)
Aquele nortista
Partido de pena
De longe da cena
Adeus meu lugar
(Ai, ai, ai, ai)
No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
(Meu Deus, meu Deus)
Tão triste coitado
Falando saudoso
Um seu filho choroso
Exclama a dizer:
(Ai, ai, ai, ai)
-De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
(Meu Deus, meu Deus)
Já outro pergunta:
-Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
(Ai, ai, ai, ai)
E a linda pequena
Tremendo de medo
-"Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?"
(Meu Deus, meu Deus)
Meu pé de roseira
Coitado ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
(Ai, ai, ai, ai)
E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo e azul
(Meu Deus, meu Deus)
O pai pesaroso
Nos fio pensando
E o carro rodando
Na estrada do sul
(Ai, ai, ai, ai)
Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Percura um patrão
(Meu Deus, meu Deus)
Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
(Ai, ai, ai, ai)
Trabaia dois ano
Três ano e mais ano
E sempre nos plano
De um dia voltar
(Meu Deus, meu Deus)
Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
(Ai, ai, ai, ai)
Se arguma notíça
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
(Meu Deus, meu Deus)
Lhe bate no peito
Saudade de móio
E as água nos zóio
Começa a cair
(Ai, ai, ai, ai)
Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
(Meu Deus, meu Deus)
O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famía
Não volta mais não
(Ai, ai, ai, ai)
Distante da terra
Tão seca, mas boa
Exposto à garoa
A lama e o baú
(Meu Deus, meu Deus)
Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No norte e no sul
(Ai, ai, ai, ai)

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pisa para Escolas: o que é e como vai funcionar no Brasil



Crédito: Unplash
O Pisa para Escolas é uma prova derivada do Pisa e pensada para que instituições de ensino avaliem seu desempenho em uma escala internacional. A avaliação já foi aplicada em 10 países e agora chega ao Brasil. Um acordo firmado entre a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Fundação Cesgranrio, que terá o direito de aplicar a prova em território nacional até 2020.
A adesão é voluntária e são avaliados alunos de 15 anos do 1º ano do Ensino Médio. A prova segue os moldes do Pisa, avaliando Leitura, Matemática, Ciências e habilidades socioemocionais. Além de questões de múltipla escolha, há 44 questões dissertativas. Os alunos também respondem um questionário que investiga o clima escolar, o contexto socioeconômico, a relação entre professores e alunos, entre outros assuntos.
Neste ano, o Brasil terá sua primeira edição oficial da prova, mas o teste já havia sido aplicado anteriormente em 2017, durante o projeto-piloto financiado pela Fundação Lemann, mantenedora da NOVA ESCOLA, com 13 escolas particulares e 33 públicas, das quais 23 eram da cidade de Sobral, no Ceará, reconhecida por seus ótimos resultados em exames de avaliação. Os resultados encontrados foram diferentes da realidade pintada pelo Pisa, na qual o Brasil ocupa as últimas posições no ranking - 63ª posição em Matemática, 58ª em Leitura e 65ª em Ciências. Em nota divulgada à imprensa, o Centro Paula Souza divulgou que quatro de suas escolas técnicas tiveram resultados equivalentes ou superiores aos de países desenvolvidos.
“O nosso Pisa para Escolas mostrou que mesmo escolas com nível socioeconômico mais baixo podem ter um desempenho alto. Algumas escolas que participaram do teste registraram desempenho acima de França e Inglaterra. Significa que nós temos escolas de excelência. Nós não somos tão ruins quanto o Pisa amostral revela”, afirma  Nilma Fontenive, coordenadora do Centro de Avaliação da Fundação Cesgranrio e vice-presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) desde 2016. Ela acrescenta, no entanto, que isso se dá dentro de um amostra de escolas escolhidas para participar do projeto. “O Brasil tem escolas ótimas, mas não é a rede inteira, tem que relativizar essa comparação”, reforça.
COMO FUNCIONARÁ A PROVA?
A primeira edição da prova será realizada em novembro deste ano. A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo já anunciou que será a primeira rede a realizar a avaliação e 300 escolas estaduais vão participar do exame. Os detalhes sobre a realização da prova e quais instituições de ensino participarão ainda está sendo discutido. Além da rede paulista, a avaliação será aplicada em 40 escolas do Centro Paula Souza e 36 escolas ligadas à Fundação Bradesco.
Uma novidade deste ano é que a prova será digital. Por uma questão de segurança e por ser esta a primeira tentativa, segundo Nilma Fontenive, a avaliação será feita offline. “As provas serão gravadas em um pendrive e, nos locais de aplicação será instalado em cada computador”, explica. No final da prova, as respostas de cada aluno serão enviadas para um local de armazenamento e posteriormente serão analisadas pela OCDE.
Isto para as questões de múltipla escolha. As questões dissertativas serão corrigidas pela equipe da Cesgranrio, seguindo os critérios de avaliação da OCDE. Após analisar os dados de cada escola, a OCDE enviará um relatório em fevereiro do próximo ano. Os dados contidos nesse relatório são sigilosos: apenas as escolas participantes terão sua senha individual. “O resultado da escola em si é sigiloso. Ninguém tem acesso, nem o secretário. Se o governador quiser contratar para fazer esse relatório, não é proibido. O que acontece é que tem que pedir”, afirma Nilma.
Enquanto o Pisa é realizado a cada três anos, a expectativa do Pisa para Escolas, devido à alta demanda, é que seja realizado mais de uma vez por ano. Nilma revela que a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) já manifestou interesse em participar no ano que vem. “É uma avaliação que veio para ficar. A comparabilidade internacional hoje é o que as escolas estão procurando, mesmo as públicas. Sobral já tinha a comparação com o Saeb, mas quis saber como estava em relação ao mundo”, esclarece a coordenadora.
Qualquer escola pode aderir à prova, mas é importante dizer que a adesão não é gratuita. Segundo Nilma, o custo de realização da avaliação é muito alto, o que impossibilita que seja de graça. Para participar, a escola deve preencher determinados requisitos como ter computadores disponíveis para que todos os alunos realizem a prova.
POR QUE A SECRETARIA DE SÃO PAULO ADERIU À PROVA?
Segundo Caetano Siqueira, coordenador de Gestão da Educação Básica da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, a adesão foi motivada pelo interesse em posicionar as escolas paulistas em relação a outros sistemas de Educação; pela prova ter um perfil de desafiar o aluno e avaliar desde habilidades simples de reconhecimento até mais complexas de desenvolver uma argumentação; e dar mais informações para que as escolas aprofundem a análise dos resultados dos alunos e reflitam sobre a prática. “A ideia é que ao fazer essa avaliação as escolas aprendam mais sobre como avaliar, como interpretar os resultados, como essas habilidades [exigidas pelo Pisa] funcionam e como ensiná-las”, explica.
A expectativa não é que os alunos tenham uma preparação específica para a prova. “A ideia é que a avaliação traga um retrato de como os alunos estão. Quem terá uma formação são os professores das escolas que vão receber a avaliação”, explica o coordenador. No entanto, a formação será depois da realização da prova.
Ainda que os resultados oferecidos pela OCDE sejam individuais, há um interesse em ter uma visão do desempenho da rede, mas não é o foco. “É uma ferramenta muito focada na escola, para que ela reflita sobre seu desempenho”. Neste ano, 300 escolas estaduais participarão da prova, mas a expectativa é ampliar para toda a rede no ano que vem.
Em relação ao custo para aderir à prova, ainda está em negociação. De acordo com o porta-voz da secretaria, é um investimento vantajoso se comparado aos benefícios que a avaliação poderia trazer para a rede. A iniciativa se relaciona, segundo Caetano, à aposta da secretaria em uma Educação inovadora e na preparação dos alunos para os desafios do século 21.
O PISA PARA ESCOLAS PODE SUBSTITUIR O SAEB?
Nilma Fontenive defende que a prova não veio para substituir outras avaliações. “Achamos que causará um grande impacto para as escolas que aderirem, mas nas redes eu acho que o impacto vem com o Saeb. É Pisa para Escolas, não para sistemas de ensino, nem para redes”, ressalta.
A prova foi pensada para medir especificamente o desempenho das instituições que aderirem ao sistema. A avaliação tem um caráter voluntário, então não são todas as escolas que participam; os relatórios oferecidos pela OCDE são individuais e não fazem uma comparação entre escolas brasileiras, apenas com os resultados internacionais; e os conteúdos e habilidades avaliadas são diferentes daquelas às quais os alunos estão acostumados. Além disso, por avaliar apenas os alunos de 15 anos não traz um panorama real de como está a Educação. “Ela tem um potencial grande, sobretudo para as particulares que não participam individualmente do Saeb”, afirma a coordenadora.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo vê na adesão ao exame uma oportunidade de aprender com o resultado das provas e, no longo prazo, incorporar algumas características da prova nas avaliações do estado. Não há expectativas que o Pisa para Escolas substitua avaliações como o Sagesp, mas que seja mais um insumo para as escolas compreenderem o desempenho de seus alunos e aprofundem suas práticas.

Por Paula Sales
novaescola.org.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE