quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Bom Jardim: cuidado com os riscos do 'Aedes'

Pelo menos 1.496 cidades estão em alerta ou risco para doenças do 'Aedes'.


Doenças transmitidas por um mosquito marcaram, para sempre, a vida da família da professora Gisela Duarte, de 34 anos. Moradora do Recife, no fim de 2015 ela viu a mãe, Dulcimar, de 72, morrer vítima de dengue hemorrágica. Sete meses depois, o sobrinho recém-nascido, Gustavo, foi diagnosticado com microcefalia por zika. Casada há pouco mais de um ano, Gisela decidiu adiar qualquer plano de gravidez. "Vivemos um verdadeiro pesadelo provocado pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti."

Levantamento do Ministério da Saúde indica que 1.496 cidades brasileiras ainda estão em situação de alerta ou de risco para surto de dengue, zika e chikungunya - doenças causadas pelo mosquito - neste verão. Isso representa 38% do total de cidades que fizeram a avaliação, batizada de Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). 

Esse grupo apresentou altos índices de criadouros do mosquito, vetor das três doenças. E os números podem ainda aumentar, porque há cidades que não repassaram dados. É considerada área de alerta para as doenças aquela em que o índice de infestação do mosquito varia entre 1% e 3,9% dos domicílios visitados. São classificados como de risco os municípios que apresentam ao menos 4% de índice de infestação. 

Neste ano estão em alerta, entre as capitais, Maceió, Manaus, Salvador, Vitória, Recife, Natal, Porto Velho, Aracaju e São Luís. Já Belém, Boa Vista, Porto Alegre, Florianópolis, Campo Grande, Cuiabá, Brasília e Rio Branco não informaram os dados. Também não há registros de São Paulo, embora o Estado tenha informado já ter remetido as informações.

Técnicos do ministério dizem não ser possível fazer comparação com 2016. No ano passado, fizeram o LIRAa 2.282 cidades. Desta vez, foram 3.946 (aumento de 73%). Anteriormente, o levantamento era feito por adesão. Agora, todos os municípios são obrigados a apresentar os dados.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou que locais em situação de risco deverão receber uma atenção prioritária, mas a redução de casos não depende apenas de ações governamentais. O armazenamento de água em barris, por exemplo, foi o principal tipo de criadouro achado no Nordeste e no Centro-Oeste. No Norte e no Sul, o maior número de criadouros foi no lixo. No Sudeste, predominam depósitos móveis, como vasos e frascos com água.

Balanço

Até o dia 11 de novembro, foram notificados 239.076 casos prováveis de dengue em todo o País, uma redução de 83,7% em relação ao mesmo período de 2016. Na mesma data, haviam sido registrados 184.458 casos prováveis de febre chikungunya, também uma redução de 32,1%. Por fim, de zika são 16.870 casos prováveis, redução de 92,1% em relação a 2016 (com 214.126).

Para especialistas na área de Infectologia, com a queda do número de casos, população e autoridades sanitárias relaxaram nas ações de contenção. "As pessoas e até alguns gestores são, infelizmente, reativos", avalia Celso Granato, professor de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Para Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, o governo não deu atenção, nos últimos anos a outras políticas necessárias para enfrentar as doenças. "Enquanto não enfrentarmos as questões de urbanização e saneamento básico, o mosquito vai continuar se proliferando." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo/ Diário de Pernambuco.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

82 mil vagas abertas no ensino médio com diploma de formação técnica


Mais que propor uma maior participação do ensino técnico na vida dos estudantes do ensino médio, o Ministério da Educação (MEC) criou os caminhos para isso, por meio de um programa indutor das primeiras mudanças que estão sendo implantadas. Trata-se do MedioTec, que, em agosto passado, teve suas primeiras turmas iniciadas em vários estados. Foram liberados R$ 700 milhões para viabilizar a criação de 82 mil vagas em todo o País. Uma vantagem é que, diferentemente das ações anteriores do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que eram direcionadas ao público em geral, o MedioTec é voltado somente a jovens da rede pública que estejam cursando o ensino médio, o que busca assegurar o cumprimento dos objetivos do projeto.

O MedioTec funciona na modalidade concomitante, ou seja, os alunos cursam o ensino médio regular em sua escola de origem e, em outro turno, podem assistir às aulas das disciplinas técnicas em outra escola ou instituição parceira. Por ter esse foco, o programa não contempla as modalidades integrado - para quem cursa o médio e o técnico numa mesma instituição, em período integral - e subsequente - para pessoas que já concluíram o ensino médio e querem fazer o técnico -, uma vez que ambos os casos já contam com políticas públicas específicas. O MedioTec foi pensado para atender a quem nunca teve oportunidade de entrar em contato com o ensino técnico.

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“Nossa ideia é que o aluno que está hoje na rede pública cursando o primeiro, segundo ano do ensino médio possa fazer a opção por um curso técnico e, no fim do próximo ano, sair com as duas formações, médio e técnico, já tendo uma opção para ingresso no mercado de trabalho”, explica a secretária de Ensino Técnico do MEC, Eline Nascimento.

Depois que o novo ensino médio for implantado, o MedioTec passará a compor o currículo, deixando de ser apenas um programa para transformar-se em uma política pública de educação. Na prática, ele vai ampliar uma oferta que, hoje, ainda é muito restrita às escolas técnicas estaduais ou aos institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs).

O estudante Pedro Lucas, 16 anos, é um dos que já estão sendo beneficiados. Ele é aluno do 2º ano da Escola Estadual Dom Vital, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. O jovem diz que não teve a oportunidade de ingressar numa das 35 unidades da rede de Escolas Técnicas Estaduais (ETE) mantidas pelo Governo de Pernambuco e também não fez o vestibular do IFPE. Agora, pelo MedioTec, cursa comunicação visual.
“Eu sempre tive interesse [num curso técnico], mas, um tempo atrás, eu não pude focar nisso. Agora, surgiu esse curso do MedioTec à noite e estou correndo atrás. 
Basicamente, é um plano de vida que surge. A pessoa acaba o curso e é certo que vai sair daqui com um diploma e ser mais interessante para o mercado. É mais fácil conseguir um emprego do que seria se eu só tivesse um currículo básico”, reflete o jovem, que tem aulas das disciplinas técnicas três vezes por semana, das 19h às 21h, na ETE Miguel Batista, no bairro de Apipucos, também na Zona Norte.

Eline Nascimento, do MEC, lembra que a aposta nos cursos técnicos se espelha em boas experiências vistas mundo afora e que isso não anula outros planos dos jovens para o futuro, como o de entrar numa universidade. “É uma opção de ingressar no mercado de trabalho com mais celeridade, porque esse jovem já sai do ensino médio com algum nível de qualificação profissional. Mesmo que ele queira, depois, cursar o ensino superior, o fato de ter o ensino técnico no currículo dá muitas vantagens a ele no campo profissional”, finaliza.
Com informação de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bitcoin: Como a moeda virtual se tornou um dos investimentos mais rentáveis de 2017



Moeda com logo de bitcoinDireito de imagemAFP
Image captionEm apenas 12 meses, o valor de uma única bitcoin cresceu 1.215%

Os avisos de analistas têm sido constantes nos últimos meses: a bolha da bitcoin pode estourar. Isso porque o preço da moeda virtual cresceu tanto nos últimos 12 meses que o valor de uma única bitcoin chegou a cerca de U$ 10 mil nesta terça-feira - por volta de R$ 32 mil.
Um ano atrás, uma moeda virtual custava U$ 753 (R$ 2.400, em valores de hoje). Isso significa que o valor cresceu 1.215% em apenas 12 meses - a tendência de alta parece que vai continuar.
Mas como foi possível um crescimento tão grande para uma moeda que não existe fisicamente e que muitos dizem que vai levar seus investidores à ruína?
Para os analistas, a resposta a essa pergunta está nos investidores que aplicaram em bitcoins nos últimos meses.
A empresa de pesquisas Autonomous Next aponta os chamados "fundos hedge", que compram ações para logo depois revendê-las e realizar lucro de curto prazo, como grandes compradores desse tipo de moeda. O número de transações desses fundos com bitcoins cresceu de 30 para 130 neste ano, segundo a Autonomous Next.
Isso tem feito com que o valor da moeda tenha crescido como nenhum outro produto no mercado de ações neste ano, superando a rentabilidade de grandes empresas, como Disney, IBM e McDonald's.
A chegada desses fundos também gerou uma "avalanche de compradores" em todo o mundo, como explica o analista Nathaniel Popper, autor do livro "O ouro digital: bitcoin e a história nunca contada de desajustados e milionários que estão tentando reinventar o dinheiro" (sem tradução, no Brasil).

Dólares e moedas com símbolo da bitcoinDireito de imagemREUTERS
Image captionAnalistas estimam que o valor de mercado da bitcoin chega a U$ 160 bilhões (cerca de R$ 514 bilhões)

"Eles acreditam ter encontrado um novo tipo de investimento que finalmente poderia competir com o ouro como uma maneira de guardar dinheiro fora do controle de empresas e governos", escreveu Popper em um artigo no jornal americano The New York Times.
Estimativas de alguns analistas, como Charlie Bilello, da Pension Partners, indicam que o mercado de bitcoin tem um capital de U$ 160 bilhões (cerca de R$ 514 bilhões) - valor maior que da empresa General Electric, por exemplo.
Um investimento de U$ 10 mil (R$ 32 mil) em bitcoins sete anos atrás teria um retorno hoje de U$ 1,1 milhão (R$ 3,2 milhões).

O que é bitcoin?
Muitas vezes descrita como uma "criptomoeda", a bitcoin é uma moeda que existe apenas de maneira virtual - uma espécie de versão online do dinheiro.
Como funciona?
Cada bitcoin é um arquivo de computador que é armazenado em uma "carteira digital" de smartphones ou de computador. Cada transação é registrada em uma lista pública chamada "blockchain" - por isso não é possível gastar uma moeda que não é sua.
Como se consegue?
Há três maneiras de conseguir bitcoins: comprar com dinheiro "real"; vender produtos ou serviços em bitcoins; comprar as moedas de novas empresas que já possuem dinheiro digital.
Como se valorizam?
As bitcoins são valiosas porque há pessoas dispostas a trocá-las por bens e serviços reais, inclusive dinheiro físico.

Três pontos a favor

Criadas em 2009 por uma pessoa ou um grupo de indivíduos com o pseudônimo de Satoshi Nakamoto (ainda não se sabe a identidade real), as bitcoins são as moedas digitais mais conhecidas do mundo.
Há pelo menos mais 700 criptomoedas circulando na internet e cada vez mais companhias estão gerando suas próprias moedas no mercado digital.

Um homem em frente ao logo da bitcoinDireito de imagemREUTERS
Image captionO valor da bitcoin aumentou 46% em novembro de 2017

Boa parte dos entusiastas que compram as moedas é atraída por mercados de investimentos alternativos e pelo fato dpo Bitcoin não ser regulado por governos, pelos bancos ou por fundos de investidores.
Mas o pico deste ano se explica por três momentos, segundo analistas.
O primeiro foi a chegada de investidores asiáticos, principalmente do Japão e da Coreia do Sul. A empresa japonesa bitFlyer transformou-se na maior comerciante de bitcoins do mundo, diz Popper.
Outro fator foi o crescimento dos "fundos hedge" criados especialmente com a finalidade de investir em moedas digitais - também há outros fundos antigos que estão se juntando a esse mercado.

Gráfico de evolução

O terceiro ponto foi o anúncio do Chicago Mercantile Exchange (CME), um dos maiores mercados de investimentos em taxa de juros, ações e moedas, de que faria lançamentos de futuros bitcoins.
Os contratos de futuros são um acordo para comprar mais tarde um bem por preço fixado no momento atual. O investidor acredita que, no momento de quitar seu contrato, os valoresdos bens estarão mais altos do que aqueles que ele aceitou pagar na hora de estabelecer o contrato.
"O contrato vai facilitar que instituições financeiras se conectem ao mercado de bitcoins", diz Popper.
O anúncio da CME criou um dos maiores crescimentos do ano - em novembro, a unidade passou de U$ 6.750 para U$ 9,907 (de R$ 21,6 mil para R$ 31,9 mil).

Como o mercado pode ruir?

Um dos princípios das criptomoedas é sua universalidade: é possível lidar com elas em qualquer lugar do mundo bastando apenas uma conexão com a internet e acesso à alguma empresa que negocie produtos ou serviços.
Depois, a moeda entra na carteira digital que são guardadas na base de dados dos fundos hedge. Esses fundos, no entanto, só são acessíveis a pessoas com grandes recursos e que tenham permissão de entrada dada pelos fundadores.

Funcionário da Goldman SachsDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionGrandes empresas começaram a investir no mercado de bitcoins

Ante o frenesi, o negociante de bitcoins Kevin Zhou afirma que os preços das moedas podem cair das nuvens para o chão em apenas um clique.
Isso poderia ocorrer caso um fundo de cobertura decidisse retirar seu dinheiro. "Esse fator poderia criar uma fuga de um grande investidor ou uma onda de retiradas", disse Zhou ao The New York Times.
Entre os céticos em relação às bitcoins há grandes nomes do mundo de investimentos, como Jamie Dimon, da JPMongan Chase Warren, que afirma que o mercado de moeda digital é fraudulento e se baseia em um esquema de pirâmide.
Há quem diga que, por ser um mercado sem nenhuma regulação, quando houver problemas, os investidores não terão a quem recorrer.
De certa forma, foi isso o que ocorreu em 2014, quando o avanço do mercado foi interrompido porque o maior comerciante da época, a agência japonesa Mt. Gox, anunciou ter sofrido um roubo milionário em moedas digitais. Os correntistas acabaram acumulando prejuízos.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Prefeitura de Bom Jardim faz melhorias nas estradas da zona rural



A Secretaria Municipal de Infraestrutura do Bom Jardim -PE, iniciou nesta segunda quinzena de novembro 2017,  os serviços de recuperação de estradas vicinais nas comunidades de Alazam, Pitombeira, Gruta,  Freitas, Bonfim até chegar ao brejo. 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Procuradores pedem para população não votar em corruptos em 2018



“Se a luta contra a corrupção depende essencialmente do Congresso, é preciso que a sociedade continue atenta aos movimentos dos atuais parlamentares, manifestando-se contra qualquer tentativa de dificultar ou impedir as investigações criminais de pessoas poderosas. Por fim, é crucial que, em 2018, cada eleitor escolha cuidadosamente, dentre os diversos setores de nossa sociedade, apenas deputados e senadores com passado limpo, comprometidos com os valores democráticos e republicanos e que apoiem efetivamente a agenda anticorrupção. Olhando o passado, não podemos descuidar do futuro”, afirmam.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pernambuco: eleição para governador em 2018



Do Blog de Inaldo Sampaio
Pesquisa realizada pelo Instituto Múltipla (Arcoverde) com 600 questionários, em 65 dos 184 municípios pernambucanos, entre os dias 21 e 24 deste mês de novembro, revela que o governador Paulo Câmara (PSB) lidera a corrida eleitoral de 2018 com 18,7% das intenções de voto.
Em segundo lugar aparece o senador Armando Monteiro Neto (PTB) com 13,5%, seguido pelo ministro Mendonça Filho (DEM) com 10% e a vereadora Marília Arraes (PT) com 9,6% (empate técnico).
O senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) está na quarta colocação com 2,8%, seguido pelo deputado Bruno Araújo (PSDB) com 1,8%. Brancos e nulos somam 30%, indecisos 8,3% e não souberam ou não quiseram responder a pesquisa, 6%.
O instituto fez uma simulação com diversos cenários e na maioria deles o governador Paulo Câmara tem cerca de 30% de intenções de voto. Num cenário sem Armando e sem Mendonça Filho, a vereadora Marília Arraes atinge seu melhor percentual: 19,3%.
Num confronto direto com Paulo Câmara, a neta de Miguel Arraes teria 25% de intenções de voto, ante 32% do governador.
O Múlplica aferiu também o índice de rejeição dos candidatos. O mais rejeitado é o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB) com 27%, seguido por Bruno Araújo com 26%, Armando Monteiro com 24%, Paulo Câmara com 20%, Mendonça Filho com 20% e Marília Arraes com 18%.
O instituto perguntou também aos entrevistados se o apoio do ex-presidente Lula aumentaria ou diminuiria o desejo de votar neste candidato: 41% responderam que aumentaria, 34,5% que diminuiria e 22% que dependeria do nome do candidato.
Com relação ao presidente Michel Temer, o apoio dele a um candidato faria com que 88% dos pernambucanos o rejeitasse, ante 4,7% que o abraçaria.
Na pesquisa estimulada para o Senado (com o auxílio de cartão), o 1º colocado é Jarbas Vasconcelos (PMDB) com 20,5%, seguido por Ana Arraes (TCU) com 13%, João Paulo (PT) e Armando Monteiro (PTB) com 11,5%, Mendonça Filho com 10,5%, Humberto Costa (PT) com 9%, José Queiroz (PDT) com 6%, André Ferreira (PR) com 4,8%, Sílvio Costa (Avante) com 4,5%, Bruno Araújo com 4% e Antonio Campos (Podemos) com 3,8%.
Para presidente da República, Lula tem 50% das intenções de voto, ante 8% de Bolsonaro (PSC), 2,6% de Marina Silva (Rede), 2,8% de Luciano Huck (sem partido), 1,8% de Geraldo Alckmin (PSDB) e João Dória (PSDB) e 1,6% de Ciro Gomes (PDT).
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Educação:Quantas vezes o cérebro precisa ser exposto a uma palavra para aprendê-la?

Mulher com vários pontos de interrogação no quadroDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEspecialistas dizem que para aprender e se lembrar da maioria das palavras é necessário repetição e estímulos sonoros e visuais
Muita gente certamente já se perguntou quantas vezes precisa escutar uma palavra para incorporá-la ao vocabulário. Seriam necessárias cinco, dez, vinte vezes?
Em um estudo conduzido em 1965, os especialistas em educação e psicologia David Ausubel e Mohamed Youssef foram categóricos em dizer que um estudante precisaria ser exposto a uma palavra 17 vezes antes de aprendê-la e passar a usá-la.
Outras pesquisas apontam para uma média que varia entre 15 e 20 vezes.
Mas Catherine Snow, professora de educação na prestigiada Universidade Harvard, nos EUA, pondera que existem diferentes condições de aprendizado e, às vezes, basta ouvir a palavra uma única vez para aprendê-la.
"Você pode apontar para algo e dizer a palavra. Com isso, as crianças podem aprender, se lembrar dela e passar a usá-la a partir desse momento. Mas há muitas palavras cujo significado não dá para personificar em um objeto ou imagem", observa a especialista.
Catherine Snow
Image captionCatherine Snow afirma que, em média, exposição de 15 a 20 vezes bastam para aprender uma palavra | Foto: Universidade Harvard
Snow diz ainda que há muitos aspectos sobre as palavras para se aprender. "Não apenas as pronúncias ou o que significam, mas também o contexto adequado para usá-las."
Assim, explica a professora, algumas exigem mais repetições que outras. Ela afirma que a estimativa de 15 a 20 vezes serve como uma média entre o aprendizado de palavras mais fáceis e mais difíceis - ou seja, aquelas com significado simples e as mais complexas.

Aprender idioma estrangeiro

No caso do aprendizado de uma segunda língua, avalia Catherine Snow, espera-se que os estudantes aprendam uma média de 200 palavras por semana. "Mas não podemos assegurar que eles vão se lembrar dessas palavras", salienta.
A estratégia usada por muitos professores é ensinar essas 200 palavras e garantir que os alunos estejam expostos a elas cinco vezes em um dia, quatro no próximo e três vezes nos dois seguintes.
"E uma ou duas vezes na semana seguinte. Dessa forma, são muitas as possibilidades de que o aluno escute ou leia essas palavras. Assim, é possível assegurar a consolidação da memória", observa a especialista, referindo-se ao processo de transformação das lembranças de curto prazo em longo prazo.
Professora mostra foto a criançasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO uso de fotos ajuda a fixar novas palavras

Aprendizado varia com idade?

A professora de Harvard diz que o ensino de idiomas estrangeiros é uma das poucas formas que permite medir a frequência que uma palavra é exposta. "Com crianças pequenas, não sabemos com que frequência usamos uma palavra antes que tenham aprendido", justifica.
Para ela, a partir dos 15 anos estudantes são mais eficientes em aprender. Já podem fazer isso sozinhos e usar referências bibliográficas para reforçar os conhecimentos. "Então, creio que os mais jovens provavelmente precisam de mais exposição."
Questionada sobre qual a quantidade de vezes que um cérebro precisa estar exposto para aprender um idioma, Snow admite que, apesar de possível, são poucas as chances de se aprender uma palavra já na primeira exposição.
"Também é mais difícil ensinar palavras sem as relacionar entre si", observa.
Reprodução de um cérebro sobre um livroDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPara registro na memória de longo prazo, é preciso treinar ortografia, semântica e fonética das palavras

Estratégia para aprender mais rápido

Snow explica qual a estratégia que usa com seus alunos.
Primeiro, ela mostra uma foto relacionada a um tema que interesse os estudantes e os faz a pensar sobre as palavras das quais realmente precisam para falar sobre esse tópico.
Em seguida, ela apresenta leituras e cria oportunidades que eles escrevam as palavras relacionadas ao tema. Assim, diz a professora, elas vão se repetir muitas vezes.
Snow assinala ser muito importante praticar a forma oral e escrita das palavras, pois isso ajuda a formar a chamada representação léxica de alta qualidade, que inclui ortografia, semântica e fonética detalhada.
"Há palavras que conhecemos, apesar de não termos certeza de como as soletramos ou são pronunciadas. Ainda assim, podemos entendê-las quando as lemos. Essas palavras são frágeis no nosso vocabulário", observa a professora.
A solução, diz ela, é fazer com que os alunos entendam como usá-las - assim fica mais fácil de elas serem lembradas.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Pernambuco: família se pronuncia sobre acidente durante enterro de mãe e filho

Sepultamento da mãe estava marcado para as 18h, mas foi adiado para as 20h devido à morte do filho caçula. Foto: Rosália Vasconcelos/DP (Sepultamento da mãe estava marcado para as 18h, mas foi adiado para as 20h devido à morte do filho caçula. Foto: Rosália Vasconcelos/DP)
Sepultamento da mãe estava marcado para as 18h, mas foi adiado para as 20h devido à morte do filho caçula. Foto: Rosália Vasconcelos/DP


"Agradecemos as orações de todos. As pessoas que ajudaram dentro do hospital, no Instituto de Medicina Legal e no socorro após o acidente. Que todas essas pessoas sejam abençoadas por Deus e que sejam privadas de viver o que estamos vivendo"
. O lamento dos familiares de Maria Emília Guimarães, de 39 anos, e do pequeno Miguel Neto, de três anos, denuncia o nó na garganta que os recifenses vivem nas últimas 24 horas. A família foi devastada após um acidente de trânsito causado por um motorista embriagado em alta velocidade no cruzamento da Rua Padre Roma com a Estrada do Arraial, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte. Além de mãe e filho, a babá Roseana Maria de Brito Souza, 23, grávida de três meses, também morreu. Os sobreviventes seguem internados. O pai, o advogado trabalhista e contador Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, de 46 anos, foi submetido a uma cirurgia nesta tarde e está sendo sedado pelos médicos para não ter consciência do que aconteceu. A filha, Marcela Guimarães Motta Silveira, de cinco anos, passou por uma cirurgia no crânio e segue em estado considerado grave.

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A família rompeu o silêncio durante o enterro de mãe e filho no Cemitério Morada da Paz, Paulista. Eles tinham optado por se preservar, mas como a tragédia teve forte comoção social, resolveram se pronunciar para evitar boatos. Uma prima foi a porta-voz. O pai não sabe de nada ainda. Por recomendação dos médicos, ele ficará sedado até quinta ou sexta, quando a família vai informá-lo sobre o falecimento da mulher e do filho.

O advogado Miguel Filho está sendo sedado pelos médicos para não saber o que aconteceu com a família. Foto: Facebook/Reprodução (O advogado Miguel Filho está sendo sedado pelos médicos para não saber o que aconteceu com a família. Foto: Facebook/Reprodução)
O advogado Miguel Filho está sendo sedado pelos médicos para não saber o que aconteceu com a família. Foto: Facebook/Reprodução


Segundo os familiares, Miguelzinho não teve morte cerebral. Ele chegou ao Hospital Santa Joana com traumatismo craniano grau 4 (o índice de variação é de 0 a 15) e hemorragia no abdômen, que não foi detectada no início do atendimento. Foi submetido a transfusões de sangue, mas o volume não subia. Só então, de acordo com a família, detectaram a hemorragia. O garoto entrou no bloco cirúrgico para conter o sangramento no abdômen, mas não resistiu e faleceu durante o procedimento. 

A irmã Marcelinha foi atendida no Hospital da Restauração e, nesta segunda, foi encaminhada ao Hospital Santa Joana. Ela chegou com traumatismo craniano grau 7 e foi submetida a uma cirurgia. Até então, o procedimento no crânio foi considerado bem-sucedido. Agora, ela está no bloco cirúrgico fazendo o monitoramento da pressão intracraniana, que ainda está alta.

Afora os sepultamentos de Miguelzinho e Maria Emília, nesta noite, ainda está sendo celebrada uma missa na Igreja de Casa Forte, em memória das vítimas. Ainda segundo os familiares, não houve doações de órgãos.

Enterro da babá Roseana Maria de Brito Souza comoveu município de Aliança. Foto: Dario Veiga/Divulgacao (Enterro da babá Roseana Maria de Brito Souza comoveu município de Aliança. Foto: Dario Veiga/Divulgacao)
Enterro da babá Roseana Maria de Brito Souza comoveu município de Aliança. Foto: Dario Veiga/Divulgacao


A babá Roseana Maria de Brito Souza era natural de Aliança, na Mata Norte. Ela estava grávida de três meses e deixou uma filha de três anos. "Ela era uma pessoa maravilhosa, trabalhadora, amava muito a filha, fazia de tudo para sua família", disse esta manhã a amiga e comadre da vítima, Priscila Adriana Vital da Silva, de 22 anos. De acordo com Priscila, Roseana trabalhava para a família há mais de um ano. O corpo dela foi sepultado no fim da tarde desta segunda no Cemitério Público São Francisco de Assis, em Aliança.
O ACIDENTE

Acidente deixou três mortos, incluindo uma criança e uma gestante, e duas pessoas feridas. Foto: Eduarda Abelenda/Cortesia (Acidente deixou três mortos, incluindo uma criança e uma gestante, e duas pessoas feridas. Foto: Eduarda Abelenda/Cortesia)
Acidente deixou três mortos, incluindo uma criança e uma gestante, e duas pessoas feridas. Foto: Eduarda Abelenda/Cortesia
O trágico acidente aconteceu por volta das 19h30 desse domingo. Um Ford Fusion, de placas NMN-3336, em alta velocidade, atingiu o carro da família, uma Toyota RAV4, de placas OEZ-4943, quando eles voltavam da casa dos pais do advogado Miguel Filho. O universitário João Victor Ribeiro de Oliveira, 26 anos, conduzia o Fusion. Segundo a Polícia Civil, o teste do bafômetro constatou nível 1,03 de alcoolemia. Ele sofreu ferimentos leves, foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento da Caxangá e, em seguida, para a Central de Flagrantes. Ele foi autuado em flagrante por duplo homicídio doloso e três lesões gravíssimas, com dolo eventual (quando assume risco de matar). Pouco tempo após a autuação, o Hospital Santa Joana confirmou a terceira vítima fatal do acidente, Miguel Neto.
Com informações da repórter Rosália Vasconcelos - Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE