quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Nilton Mota na Secretaria da Casa Civil

Nova sede da Alepe
Nova sede da AlepeFoto: Henrique Genecy/ Folha de Pernambuco
A confirmação do nome de Nilton Mota para a Secretaria da Casa Civil caiu como uma bomba na Assembleia Legislativa. Nos bastidores, muitos deputados governistas demonstraram profunda insatisfação com a indicação. Se havia críticas à condução política com Antônio Figueira, a irritação foi potencializada pelo fato de Nilton Mota ser deputado estadual licenciado e candidato à reeleição.
Um dos governistas afirmava que Nilton é “reconhecido” por não resolver as demandas dos ocupantes da Casa de Joaquim Nabuco. Afirma que quando consultado diz “tá tudo resolvido”. “Só que nunca nada é resolvido. Agora ele vem para fazer a articulação política. Acredito que a relação da Casa com o Palácio vai piorar muito”, avaliou um governista.
Um outro, afirmando estar muito revoltado, não aceita o fato de a secretaria ter sido entregue a um candidato, que terá seis meses para pavimentar a sua postulação. “É trocar seis por menos seis”.
Um terceiro, fingiu-se de desentendido. “Não há nada confirmado”, repetiu várias vezes. Quando confrontado com a nota oficial, foi suscinto: “Não vou falar sobre isso”.
Durante toda a manhã desta quarta-feira (27), muitos governistas preferiram não atender o telefone. Aguardavam a confirmação da notícia. A partir de 15h15, quando foi divulgada a nota, houve um congestionamento de ligações.
Todas no mesmo sentido: criticar a indicação de Nilton Mota. 
Com Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

STF decide pela confessionalidade do ensino religioso nas escolas públicas


STF decidiu pela não confessionalidade do ensino religioso
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou improcedente nesta quarta 27 a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4439, proposta pela Procuradoria-Geral da República, que previa assegurar caráter não confessional ao ensino religioso nas escolas públicas.

A votação foi encerrada com o placar de seis votos contra a ADI e favoráveis à confessionalidade, proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowsky e Carmem Lúcia.
Votaram pela não confessionalidade os ministros Luis Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello.
A ministra e presidente do STF, Carmem Lúcia, deu voto de minerva na sessão, que chegou a ficar empatada em cinco votos. Ao justificar sua escolha, Carmem alegou que não vê maneira do ensino confessional se opor à laicidade do Estado, visto que, na Constituição está previsto que o ensino religioso seja ofertado de maneira facultativa.
Com a medida, as redes escolares ganham o aval para ministrar aulas de determinadas crenças, além de considerar a presença de professores credenciados por autoridades religiosas. No Estado do Rio de Janeiro, o ensino religioso confessional é garantido pela Lei nº 3459, de 14 de setembro de 2000, assinada pelo então governador Anthony Garotinho.
Os Estados e municípios também continuam livres para decidir se devem remunerar os professores de religião ou fazer parcerias com instituições religiosas, para que o trabalho seja voluntário e sem custo para os cofres públicos.
Atualmente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê que as escolas ofereçam obrigatoriamente o ensino religioso para crianças. No entanto, a disciplina é facultativa, e os alunos só participam se eles (ou seus responsáveis) manifestarem interesse.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Sera que é mesmo assim: Coreia do Norte X Coreia do Sul

Piscina na Coreia do NorteDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPaís é um dos mais fechados do mundo
Enquanto o mundo assiste assustado à troca de ameaças entre Coreia do Norte e Estados Unidos, temos pouca clareza de como essa guerra de palavras é percebida pela população do país asiático - o regime de Kim Jong-un mantém os cidadãos sob seu domínio com punho de ferro, cuidadosamente controlando o acesso ao mundo externo.
O país é comumente retratado como isolado e defasado em relação à vida no século 21. Estatísticas são difíceis de obter e, muitas vezes, baseadas em estimativas. Mas o que esses dados podem dizer sobre a vida na Coreia do Norte?
Lideranças da Coreia do Norte e da Coreia do Sul
Kim Il-sung fundou a Coreia do Norte em 1948, e a dinastia de sua família governou o país desde então, com a liderança passando de pai para filho.
No mesmo período, a Coreia do Sul formou seis repúblicas, teve uma revolução, dois golpes de Estado e passou por uma transição para a democracia, com eleições livres. No total, 12 presidentes governaram o país, totalizando 19 mandatos.
Dados sobre celulares nas Coreias do Norte e Sul
Três milhões de celulares pode parecer muito, mas num país com 25 milhões de habitantes, isso representa só um celular para cada grupo de dez pessoas. Além disso, a maioria dos que possuem telefone móvel provavelmente mora na capital Pyongyang.
Com apenas uma empresa de telefonia, a Koryolink, o mercado de celular da Coreia do Norte é limitado, mas está em expansão. Originalmente fundada como companhia parceira da egípcia Orascom, a operadora foi por muitos anos a única opção.
No entanto, em 2015 a Orascom descobriu que o país estava formando uma empresa concorrente, a Byol, e foi forçada a revelar aos investidores que perdeu efetivamente controle sobre o serviço contratado por três milhões de usuários.
Mas há uma razão para ser cético sobre os números de assinantes de contratos de telefonia. Um estudo do US-Korea Institute at SAIS sugere que parte do crescimento pode se dar pelo fato de norte-coreanos terem calculado que é mais barato comprar uma linha adicional do que ampliar o plano para mais ligações.
Além do reduzido número de celulares, a vasta maioria dos norte-coreanos só tem acesso permitido à "rede privada de internet" do país - uma web restrita operando em escala nacional.
Homens da Coreia do Norte são entre 3cm a 8cm mais baixos que os da Coreia do Sul
Pode parecer um mito urbano, mas há estudos que sugerem que os homens da Coreia do Norte são mais baixos que os da Coreia do Sul.
O professor Daniel Schwekendiek, da Universidade Sungkyunkwan, em Seul, estudou a estatura de norte-coreanos refugiados, medida quando eles atravessaram a fronteira com a Coreia do Sul, e descobriu uma diferença de 3 cm a 8 cm.
Schwekendiek destaca que a diferença de altura não pode ser atribuída a fatores genéticos, já que as duas populações são praticamente iguais. Ele também rejeita argumentos de que refugiados em geral tendem a ser pobres e, portanto, mais baixos.
Acredita-se que o principal fator para o fato de norte-coreanos serem mais baixos é a escassez de comida no país.
Apenas 3% das estadas da Coreia do Norte são pavimentadas; na Coreia do Sul, 92% são pavimentadas
Imagens de Pyongyang geralmente mostram trechos de amplas e intocadas estradas, sem tráfego de automóveis. Mas fora da cidade a história é outra.
A Coreia do Norte tem aproximadamente 25.554 km de estradas, de acordo com dados de 2006, mas apenas 3% delas são pavimentadas, totalizando somente 724 km.
Fila para pegar ônibus na Coreia do NorteDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPoucas pessoas têm carro na Coreia do Norte
É estimado ainda que somente 11 em cada mil norte-coreanos têm carro, o que significa longas filas nos pontos de ônibus para quem precisa viajar.
Comparação entre exportações da Coreia do Norte e da Coreia do Sul
A Coreia do Norte depende da exportação de carvão para sustentar sua economia - mas é difícil mensurar o real valor dos dados fornecidos pelos países que recebem esse produto.
Boa parte do carvão norte-coreano é exportado para a China, que baniu importações norte-coreanas em fevereiro de 2017. Alguns analistas, no entanto, questionam a natureza dessa sanção.
"Há pessoas que rastreiam navios e que viram navios norte-coreanos atracando em terminais de carvão em porto da China mesmo após o banimento. Eu acredito que a China dificultou a importação de carvão, mas não a interrompeu completamente", diz Kent Boydston, pesquisador do Instituto Peterson do Instituto de Economia Internacional.
Evolução do PIB nas Coreias
Até 1973, as Coreias do Sul e do Norte eram equivalentes em termos de riqueza.
Desde então, a Coreia do Sul disparou para se tornar um dos líderes mundiais em produção industrial, com companhias como Samsung e Hyundai se tornando nomes reconhecidos globalmente.
A Coreia do Norte estagnou em 1980, ao se prender a um sistema fortemente controlado pelo Estado.
Números militares nos dois países
A Coreia do Norte é o número 52 na lista de países com maior população e acredita-se que possua o quarto maior exército do mundo.
Calcula-se que os gastos militares representem 25% do Produto Interno Bruto (PIB), e quase todo homem norte-coreano passa por algum tipo de treinamento militar.
Expectativa de vida nas Coreias
Uma série de surtos de fome no final dos anos 1990 causou uma queda drástica na expectativa de vida da Coreia do Norte.
Mas, mesmo sem contar com este fator, o país está 12 anos atrás da Coreia do Sul em expectativa de vida. Períodos de escassez de alimentos persistem na Coreia do Norte e são uma das várias razões pelas quais sul-coreanos geralmente vivem mais tempo.
Taxa de nascimentos
Em 2017, a baixa taxa de natalidade na Coreia do Sul atingiu recorde em poucos nascimentos. O país luta há uma década para aumentá-la.
Já gastou cerca de US$ 70 bilhões (R$ 221 bilhões) em distribuição de bônus por bebê, em ampliação da licença-paternidade e em pagamentos por tratamentos de fertilidade.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 26 de setembro de 2017

O melhor museu do Brasil é nosso

Museu foi fundado em 2002 e se divide em vários ambientes. Foto: Paloma Amorim/Divulgação
Museu foi fundado em 2002 e se divide em vários ambientes. Foto: Paloma Amorim/Divulgação

O Instituto Ricardo Brennand (IRB), situado na Várzea, Zona Oeste do Recife, foi eleito o melhor museu do Brasil no prêmio Traveler's Choice Award, divulgado anualmente pela plataforma TripAdvisor. O estabelecimento superou locais como a Pinacoteca de São Paulo (segundo lugar), o Museu do Amanhã (quarto), no Rio de Janeiro, e a cidade-museu de Inhotim (quinto), em Minas Gerais, e é o único representante do Nordeste no levantamento. 

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A lista é elaborada considerando revisões, críticas, elogios e comentários das atrações pelos usuários do TripAdvisor num período de 12 meses. Na lista dos melhores museus do mundo, na qual o Metropolitan Museum of Art, em Nova York, figurou no topo, o Instituto Ricardo Brennand ficou na 18ª posição, com a Pinacoteca de São Paulo em vigésimo lugar. O Museu Nacional da 2ª Guerra Mundial, em Nova Orleans, ocupa a segunda posição do levantamento global e o Victoria & Albert, de Londres, está em décimo. 

O IRB foi fundado em 2002 pelo colecionador e empresário Ricardo Brennand e tem obras expostas no complexo cultural que compreende a Pinacoteca, o Museu Castelo São João, uma galeria, uma biblioteca, o Parque de Esculturas dos Jardins e a Capela Nossa Senhora das Graças. Durante o mês de setembro, o museu organizou uma série de atividades gratuitas e pagas para comemorar os 15 anos de existência, com concertos, encontros literários, palestras, visitas guiadas e apresentações de dança. 

Confira a lista completa dos melhores museus do Brasil de acordo com o TripAdvisor: 

1 - Instituto Ricardo Brennand, Recife, Pernambuco 
2 - Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo 
3 - Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Paraná 
4 - Museu do Amanhã, Rio de Janeiro 
5 - Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais 
6 - Catavento Cultural e Educacional, São Paulo 
7 - Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo 
8 - Museu Imperial, Petrópolis, Rio de Janeiro 
9 - Museu do Futebol, São Paulo 
10 - Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS, Porto Alegre, Rio Grande do Sul 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

"Redução da maioridade penal é mero capricho ideológico"


De volta à pauta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a redução da maioridade penal será discutida nesta quarta-feira 28. Originalmente proposta pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), hoje ministro das Relações Exteriores, a PEC 33/2012 previa, para menores entre 16 e 18 anos que cometeram crimes graves, punição pelo Código Penal e não pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Relator da matéria, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) apresentou um substitutivo que retira a "inimputabilidade penal" de menores que cometam, além de crimes hediondos, homicídio doloso, lesão seguida de morte e reincidência em roubo qualificado. Ao contrário do que previa a proposta original, o relator retirou da lista o crime de tráfico de drogas. 
O retorno do debate deveria deixar a sociedade em alerta, afirma José Gregori, fundador do PSDB, ex-ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo. Para Gregori, a PEC representa apenas a defesa de uma bandeira ideológica, pois os argumentos proferidos pelos defensores não possuem base na realidade, tendo em vista que não há nenhum dado científico a comprovar benefícios da medida. 
Em entrevista a CartaCapital, Gregori aponta a ineficiência do debate e esclarece que a aprovação da PEC não representa avanços positivos para o Brasil, pois se mostra apenas uma política "punitivista". 
CartaCapital: Como o senhor enxerga a redução da maioridade penal?
José Gregori: Sou historicamente contra. O que se conseguiu com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) com relação à maioridade penal é um grande avanço. Não existe razão em dizer que a diminuição da violência ocorrerá caso reduza. As pessoas que defendem desejam apenas a penalização, pois a diminuição da idade é aleatória. Por que 16 anos? Não existe nenhum dado científico que embase isso.
A redução dará para a sociedade a falsa impressão de que esse problema é uma questão penal, quando na realidade não é. Existem outros componentes que precisamos devotar mais atenção, como a educação, a saúde e a responsabilidade paterna. Mexer na lei dá a sensação de que o problema será resolvido, quando na verdade a mudança é apenas uma tendência histórica brasileira que nunca deu certo.
CC: Depois de mais de um ano, o Senado voltou a pautar o projeto da redução da maioridade penal. Como o senhor vê essa iniciativa?
JG: Existe uma corrente ideológica no Brasil, autointitulada de direita, que precisa defender certas bandeiras que funcionam como definidores de uma posição ideológica. Um desses itens é a redução da maioridade penal, que é um mero capricho ideológico.
Na verdade esses defensores nunca apresentaram argumentos sólidos que comprovasse a diminuição da situação de violência no Brasil. Por outro lado, aqueles que são contra apresentam uma ofensiva esclarecedora.
CC: O senhor avalia que a aproximação do período eleitoral pode influenciar esse debate?
JG: Hoje, o pensamento gira em torno da ideia de que se tem um governo de direita, e por isso é necessário defender essa pauta por estar próxima à ideologia. Na primeira tentativa, quando tinham a liderança do Eduardo Cunha na Presidência da Câmara, ele imputou a ideia que esta bandeira estava diretamente relacionada à direita. Agora, com ele preso e com o atual governo, este item volta a ser discutido pela mera relação com o campo conservador.  
CC: Pesquisas indicam que boa parte da população é favorável a punições mais severas para os menores. A que o senhor atribui isso?
JG: A população pensa que o menor infrator não sofre nenhum tipo de consequência à sua liberdade. Pensam que não há nenhum tipo de punição quando na verdade temos, por exemplo, a Fundação Casa lotada.
Quando esta criança comete um crime, passa por tratamentos sérios com agentes de saúde e do trabalho para atingir algum nível de recuperação. Mas essa verdade não é divulgada para a população, então as pessoas supõem que o menor infrator no Brasil não está sujeito a nenhuma consequência quando na verdade está.
Não é um problema simples, pois envolve estrutura familiar, envolve questões sérias de desigualdade social. Mas não é com a mudança do marco legal da menoridade que conseguiremos resolver a situação.
CC: O relatório do senador Ricardo Ferraço (PSDB) prevê uma lista de crimes nos quais o Judiciário poderá desconsiderar a “inimputabilidade penal”. O resultado será a prisão de pessoas entre 16 a 18 anos. Quais as repercussões dessa medida?
JG: Eles passarão a ter o tratamento de uma pessoa que irá para a prisão, que no caso brasileiro tem como função principal afastar o indivíduo da sociedade, e não recuperá-lo. Ou seja, vai se imputar a um menor de idade com condições de recuperação a identidade de prisioneiro, o que leva a aposta da recuperação a praticamente zero.
Então, não há vantagem pra sociedade a não ser uma vantagem punitiva. No caso brasileiro, a insistência é ainda uma questão ideológica, não há nenhum benefício na luta contra a violência no País.
Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

São Lourenço: prefeito é afastado em investigação sobre desvios


O prefeito Bruno Pereira (PTB) - de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife -, os secretários de saúde e finanças e quatro servidores foram afastados dos cargos por tempo indeterminado e estão proibidos de acessar a prefeitura. A ordem foi expedida pelo desembargador Odilon de Oliveira Neto, do Tribunal de Justiça de Pernambuco, na manhã desta terça-feira (26). Todos são investigados por desvios de bens e rendas públicas. A polícia encontrou ainda 23 mil reais na casa do prefeito. Uma empresária e um guarda municipal foram presos em flagrante - ela, por posse ilegal de arma de fogo, e ele por porte ilegal.

Confira galeria de fotos da Operação Tupinambá

Além do prefeito, empresários e funcionários públicos municipais são o alvo da Operação Tupinambá, deflagrada pela Polícia Civil de Pernambuco. Todos ficarão afastados para não atrapalhar as investigações. A 35ª operação de repressão qualificada do ano cumpre 14 mandados de busca e apreensão domiciliar nas cidades de São Lourenço da Mata, Recife, Camaragibe, Caruaru e Bezerros.

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As investigações da operação foram conduzidas por órgãos da Polícia Civil, sob comando da delegada Patrícia Domingos, com suporte do Ministério Público e Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE). O efetivo da operação é de 110 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães, e auditores do TCE.

“A partir de uma denúncia feita há três meses, começamos investigar o desvio de verbas e destinação das rendas públicas. A partir daí conseguimos junto ao Judiciário os 14 mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira”, contou Joselito Kehrle, chefe da Polícia Civil. 
Mais detalhes da operação serão divulgados nesta quarta-feira (26) em uma coletiva de imprensa da Polícia Civil, MPPE, TCE. O vice-prefeito, Gabriel Neto, assume a prefeitura.
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

STF afasta Aécio Neves


 Em maio, a REDE e o PSOL pediram a cassação do senador tucano, mas o pedido foi arquivado. Relembre a lista de senadores que votaram para arquivar o processo - http://bit.ly/2wRFx9K

Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram nesta terça-feira 26, por 5 votos a 0, pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para prender o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Mas, por 3 votos a 2, determinaram o afastamento do parlamentar do mandato.
Aécio foi afastado do Senado no dia 18 de maio no âmbito da Operação Patmos, desdobramento da Lava Jato baseado em delações da JBS e que também atingiu Michel Temer (PMDB). Na ocasião, foi divulgado o conteúdo de um diálogo entre Aécio e Joesley Batista, dona da JBS, no qual o senador pede 2 milhões de reais ao empresário para pagar sua defesa na Lava Jato.
Acusada de operar propina para o irmão, a irmã e braço direito de Aécio, Andrea Neves, foi presa, assim como o primo Frederico Pacheco. O ministro Edson Fachin, relator da operação no Supremo, negou o pedido de prisão do senador.
O inquérito foi redistribuído no dia 30 de maio e, na ocasião, Marco Aurélio Mello assumiu a relatoria do caso de Aécio. Em 30 de junho, Mello determinou a devolução do mandato a Aécio Neves. Ao decidir sobre o caso, o ministro contestou os argumentos da PGR de que Aécio atuava para interferir nas investigações.
A volta de Aécio
Em 4 de julho, Aécio retornou ao Senado após a decisão do STF.  Em discurso, ele reafirmou sua inocência e disse ter sido vítima de uma "armadilha" montada pelo empresário Joesley Batista, da J&F, cuja delação premiada fez o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir a prisão do senador.
"Não cometi crime algum. Não aceitei recurso de origem ilícita. Não ofereci ou prometi vantagens indevidas a quem quer que fosse e tão pouco atuei para obstruir a atuação da Justiça como me acusaram", afirmou Aécio. Sem citar Joesley, o tucano disse que foi "vítima de uma armadilha, engendrada e executada por um criminoso confesso de mais de 200 crimes".
Aécio admitiu que procurou Joesley, mas por motivos pessoais. "Por meio de minha irmã, reitero, ofereci a ele a compra de um apartamento de propriedade de minha família", disse. "Essa venda, sim, me ajudaria a arcar com as novas despesas que passei a ter com advogados", afirmou. Segundo Aécio, ele precisa se desfazer de parte do patrimônio de sua família porque não obteve "jamais, em tempo algum, vantagens financeiras através da política".
Ainda segundo o senador tucano, os dois milhões de reais que pediu a Joesley seriam um empréstimo, que não envolveu dinheiro público ou contrapartidas, e que seria quitado.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Robôs e 'big data': as armas do marketing político para as eleições de 2018

Ilustração com balão de quadrinhosDireito de imagemNIHATDURSUN/GETTY CREATIVE
Image captionFerramentas que estreiam no Brasil na disputa do próximo ano traçam perfil psicológico dos eleitores a partir das redes sociais
A disputa política por influência digital vem ganhando escala no Brasil desde as eleições de 2014 e já prepara terreno para a batalha do próximo ano.
O arsenal virá de empresas como a Stilingue, que varre a internet com um software de inteligência artificial capaz de ler textos em português - já usado para fazer previsões sobre as votações no Congresso -, e da Cambridge Analytica, a polêmica consultoria que trabalhou na campanha de Donald Trump e que desembarca no Brasil neste ano.
Companhias como essas processam toneladas de informação que vêm da rede e de bancos de dados para, por exemplo, mapear os perfis de eleitores. A prática é uma estratégia antiga dos marqueteiros, que sabem que a recepção de conteúdo pelos seres humanos é seletiva - pessoas com orientação progressista dificilmente dão atenção a discursos autoritários, por exemplo - e que, por isso, precisam adaptar o discurso de seus candidatos para elevar seu alcance e, em última instância, conseguir votos.
A diferença é que agora é possível ir além da divisão demográfica e ideológica, da direita e esquerda, e agrupar os brasileiros usando como critérios seus sentimentos - medos, desejos e ambições.

Aprendendo português

Jovens com celular na frente do rostoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAnálise de redes sociais permite traçar perfil psicológico dos eleitores e separá-los em grupos que vão além de direita e esquerda
Batizado de War Room, o software da Stilingue vem sendo construído há quatro anos através do que a ciência da computação chama de "processamento de linguagem natural". Em Ouro Preto (MG), o time de 35 desenvolvedores alimenta o computador com textos em português para ensiná-lo a entender e interpretar a língua, identificando padrões comuns.
Com a tecnologia, eles monitoram redes sociais - Facebook, Twitter, Instagram -, influenciadores e fazem análise do que é publicado na imprensa.
Para a política, as aplicações dessa vigilância robotizada vão desde gestão de imagem do candidato (a ferramenta consegue inclusive fazer reconhecimento facial para identificar memes, que à priori não são capturados nas leituras textuais) a psicometria - a análise de personalidade dos eleitores, útil na formulação do discurso político -, e ao chamado "community management".
Neste último caso, como o programa consegue identificar aqueles que são a favor e contra determinado tema, os candidatos teriam chance de fazer um "corpo a corpo" virtual para tentar, por exemplo, convencer os indecisos.
A empresa tem dois clientes pré-candidatos a cargos do Executivo, que contrataram o "pacote completo", conta seu presidente, Rodrigo Helcer, sem dar maiores detalhes. Com formação na área de administração, o paulistano é sócio de dois mineiros com experiência em computação.
Resultado da votação da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara
Image captionAnálise da atividade dos deputados na rede permitiu previsão da votação da reforma da Previdência na Comissão Especial | Crédito: Agência Brasil
"A inteligência artificial permite que a gente automatize um trabalho que antes era bastante operacional em uma escala muito maior. A mudança é comparável com a invenção do microscópio, que permitiu a descoberta de um mundo completamente novo, que antes era invisível", ele afirma.
Esse tipo de tecnologia vem sendo usada em diversos países - e campanhas políticas - há alguns anos, mas o número de softwares capazes de ler em português, segundo Helcer, ainda é pequeno.
A empresa conta com 50 funcionários em Ouro Preto e dez em São Paulo, cidade que concentra as atividades administrativas. Além da equipe robusta de desenvolvedores, a companhia tem uma relação próxima com polos tecnológicos como o da Universidade de São Paulo (USP), do campus da USP em São Carlos, da PUC do Rio Grande do Sul, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal de Lavras.

Monitor do Congresso

Um dos serviços já prestados aos clientes, que vão da indústria de bens de consumo às assessorias de comunicação, é o monitoramento do Congresso. O acompanhamento diário das atividades virtuais dos 513 deputados federais tem função, por exemplo, de prever resultados de votações na Câmara.
Exemplo recente nesse sentido foi a tramitação da reforma da Previdência na Comissão Especial da Casa. A análise feita a partir da interpretação de entrevistas e manifestações nas redes sociais dos 37 membros acertou o resultado com erro de dois votos.
Reportagem veiculada um dia antes em um jornal de São Paulo, diz Helcer, baseada nas declarações dadas pelos próprios parlamentares aos repórteres por telefone e por e-mail, errou quatro votos.

Brasileiros em 12 versões

Colocar os eleitores no divã é uma das especialidades da Cambridge Analytica. Com escritórios em Londres, Washington, Nova York e, mais recentemente, México, Malásia e Brasil, a empresa de 'big data' por trás da campanha de Donald Trump à Casa Branca no ano passado tem entre os investidores o bilionário Robert Mercer, que apoiou a candidatura do republicano.
A parceria com a brasileira A Ponte Estratégia foi anunciada em março e tem como foco a transferência e a "tropicalização" da metodologia de segmentação psicográfica, que traça o perfil psicológico dos eleitores, diz o marqueteiro André Torretta, à frente da empresa, rebatizada de CA-Ponte.
Esse tipo de análise, ele explica, é diferente do perfil demográfico, que divide os indivíduos por classe social ou grau de instrução, por exemplo, e do perfil ideológico, que posiciona os eleitores no espectro de direita a esquerda.
Trata-se de saber do que as pessoas têm medo, o que as inspira, quais temas rejeitam e quais apoiam para adaptar a mensagem do candidato ao público - estratégia usada por Trump no ano passado.
"O cara pode ser um medroso de direita ou um medroso de esquerda. Com qualquer um desses dois eu vou poder conversar sobre armamento, por exemplo, sobre controle de fronteira", explica Torretta, que espera dividir os brasileiros entre seis e 12 perfis.
O presidente dos Estados Unidos, Donald TrumpDireito de imagemREUTERS
Image captionA campanha de Trump usou 'big data' e psicologia para segmentar os americanos
Questionado sobre seus clientes, ele diz apenas que, "como empresário, vai onde o dinheiro está". "Em 2018 vamos ter umas 60 boas campanhas para governo de Estado e cinco ou sete para presidente."

Zap

O marqueteiro prefere Facebook e Twitter como fontes de informação sobre os eleitores a usá-los como plataformas de comunicação, meios para fazer a mensagem chegar a quem a campanha quer influenciar. A razão disso é, em parte, a própria legislação eleitoral brasileira, que impede que os candidatos paguem por exposição nas redes sociais. "Você é muito mais receptivo que ativo".
Assim, o meio alternativo à TV e ao rádio nas eleições de 2018, ele afirma, será o WhatsApp . "Ele é a grande rede social no Brasil".
Para a cientista política Luciana Veiga, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), o WhatsApp é uma plataforma mais eficiente do que as demais redes para falar aos indecisos, por exemplo. Em sua avaliação, ele passa a sensação de que é mais privado, mais "leve" e de ser um espaço em que se pode compartilhar conteúdo sem necessariamente se posicionar.
"As pessoas buscam estabilidade nas emoções. Muita gente se distancia das redes porque não está disposta a brigar. Os eleitores mais neutros acabam não sendo atingidos pelo Facebook, por exemplo", avalia a professora.

Poluição virtual

A atmosfera mais pesada que frequentemente paira sobre as redes sociais é criada muitas vezes de forma proposital, com o objetivo de manipular opinião, dizem especialistas da área.
Eles alertam, por exemplo, para a disseminação silenciosa dos social bots, perfis controlados por inteligência artificial que se manifestam politicamente e interagem com seres humanos nas redes.
"Muitos são criados para gerar a impressão de que todo mundo fala sobre determinado tópico", diz o professor do curso de ciência da computação da UFMG Fabricio Benevenuto, que alerta para o uso desse tipo de instrumento para espalhar notícias falsas.
Em 2013, seu grupo de pesquisa criou 120 contas-robôs no Facebook e no Twitter. Uma fração pequena foi bloqueada e alguns ganharam destaque a ponto de bater celebridades como Justin Bieber em medidores de influência como o Twitalyzer.
Teclado de computador com a inscrição Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA disseminação de notícias falsas vem sendo observada em eleições de diversos países
"Nossa preocupação é prover cada vez mais transparência, monitorar o espaço online", diz ele, que está atualmente no Instituto Max Planck, na Alemanha. Benevenuto é também consultor da Stilingue, onde desenvolve o núcleo dedicado a detectar e filtrar os bots - que, segundo ele, já foram usados nas eleições de 2014 e de 2016.
Outra zona cinzenta e que também vem protagonizando polêmicas em eleições pelo mundo, diz o pesquisador da Universidade de Washington Daniel Arnaudo, é a coleta, compra e venda de dados pessoais na internet. Na falta de uma lei que regulamente essa prática, muitas empresas negociam informações de usuários que não fazem ideia, quando aceitam seus termos e condições, de que sua privacidade poderia ser compartilhada com outras empresas.
"Existem as informações públicas, que estão nas redes sociais, e tem esse lado 'escuro'", diz o americano, que estuda as leis de cibersegurança brasileiras. A proteção de dados pessoais é tema do Projeto de Lei (PL) 5.276, que está parado na Câmara.
Professor Edgar Bom Jardim - PE