segunda-feira, 6 de junho de 2016

A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil, diz CPI

Protesto contra o genocídio de jovens negros no RioImage copyrightAGBR
Image captionRelatório mostra que 23 mil jovens negros são assassinados por ano
Depois que você terminar de ler este texto e tomar um cafezinho, um jovem negro terá sido morto no Brasil. É este o país que salta do relatório final da CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens, que será divulgado esta semana em Brasília: todo ano, 23.100 jovens negros de 15 a 29 anos são assassinados. São 63 por dia. Um a cada 23 minutos.
A CPI toma por base os números do Mapa da Violência, realizado desde 1998 pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz a partir de dados oficiais do Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde. O último Mapa é de 2014 e contabiliza os homicídios de 2012: cerca de 30 mil jovens de 15 a 29 anos são assassinados por ano no Brasil, e 77% são negros (soma de pretos e pardos).
Depois de sete meses de trabalho, com 21 audiências públicas em sete Estados brasileiros, o relatório do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) apresenta um diagnóstico amplo, com números e pesquisas de várias fontes e períodos.
Cataloga histórias recentes e de ampla repercussão, como a do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, morto por um policial militar no Complexo do Alemão, zona norte do Rio, em abril de 2015. Recupera outras já quase esquecidas, como a de Ana Paula Santos, morta em 2006 em Santos, São Paulo, aos 20 anos, quando estava grávida de nove meses. O marido dela e o bebê também foram assassinados.
Eduardo de JesusImage copyrightACERVO PESSOAL
Image captionEduardo de Jesus, 10, foi morto por policial no Complexo do Alemão
"O Dudu me disse: Mãe, minha irmã Patrícia está quase chegando, vou esperar na varanda de casa. Eu disse: Vai, filho. Ele foi esperar a irmã e nunca voltou. Logo depois ouvi o estouro, a gritaria, e vi meu filho caído sem vida. Era um menino saudável, ótimo aluno", relembra a diarista Terezinha Maria de Jesus, mãe de Eduardo.

Um milhão de mortes

Especialistas costumam usar a palavra epidemia para se referir à mortandade de jovens no Brasil, especialmente de jovens negros. De acordo com o Mapa da Violência, a taxa de homicídios entre jovens negros é quase quatro vezes a verificada entre os brancos (36,9 a cada 100 mil habitantes, contra 9,6). Além disso, o fato de ser homem multiplica o risco de ser vítima de homicídio em quase 12 vezes.
Weiselfiz adiantou à BBC Brasil dados preliminares do Mapa que será divulgado este ano: de 1980 a 2014, o número de mortes por arma de fogo no Brasil soma quase um milhão. Entre 1980 e 2014 morreram 967.851 pessoas vítimas de disparo de arma de fogo, sendo 85,8% por homicídio.
"Entre 1980 e 2014 os homicídios cresceram 592,8%, setuplicando sua incidência", analisa o sociólogo.
Mulheres protestam contra mortes de jovens negrosImage copyrightAGBR
Image captionRelatório recomenda unificação de polícias militar e civil, entre outras medidas
Em entrevista por e-mail, por intermédio de sua assessoria, o senador Lindbergh Farias diz que "o principal destaque da CPI foi reconhecer aquilo que os movimentos negros, sobretudo de jovens, vêm dizendo há muito tempo: um verdadeiro genocídio da nossa juventude negra".
"A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. Isso equivale à queda de mais de 150 jatos, cheios de jovens negros, todos os anos. Genocídio da população negra é a expressão que melhor se enquadra à realidade atual do Brasil", afirma.

Autos de resistência

A CPI destaca a responsabilidade do Estado, seja por ação ou omissão. "Em um ambiente onde a omissão do poder público suscita o aparecimento de grupos organizados de traficantes, bem como de milícias, os índices de violência contra a juventude negra atingem o paroxismo. De outro lado, o crescimento da violência policial contra esses jovens também é uma chocante realidade. Situações envolvendo a morte de jovens negros, sobretudo aquelas cujas justificativas da ação policial se apoiam nos chamados autos de resistência", afirma o relatório.
Autos de resistência são, com variações de nomenclatura de um Estado brasileiro para outro, registros de mortes ocorridas em supostos confrontos nos quais o policial afirma ter atirado para se defender.
AgBrImage copyrightAGBR
Image captionTerezinha de Jesus, mãe de Eduardo, aguarda julgamento de policial
Em caso de resistência à prisão, o Código de Processo Penal autoriza o uso de quaisquer meios para que o policial se defenda ou vença a resistência. Determina também que seja lavrado um auto, assinado por duas testemunhas - daí o nome auto de resistência. Muitas vezes, tais registros escondem execuções em "confrontos" que nunca aconteceram.
Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que, entre 2009 e 2013, as polícias brasileiras mataram 11.197 pessoas em casos listados como autos de resistência - seis mortes por dia, sabendo que o total é subnotificado, pois alguns Estados não repassaram dados ao FBSP.
O relatório também cita uma pesquisa do sociólogo e professor da UFRJ Michel Misse realizada em 2005, no Rio de Janeiro, indicando que, entre os inquéritos de autos de resistência, 99,2% foram arquivados ou nunca chegaram à fase de denúncia.
O delegado de Polícia Civil Orlando Zaccone fez dos autos de resistência o tema sua tese de doutorado em Ciência Política defendida na UFF (Universidade Federal Fluminense).
Ao analisar 314 casos de auto de resistência de 2003 a 2010 no Rio, Zaccone aponta a responsabilidade não só da polícia, mas também do Ministério Público, na construção de uma rotina em que a maior preocupação é saber se o morto era ou não ligado ao tráfico - em vez de esclarecer as circunstâncias de sua morte.
Protesto do Mães de MaioImage copyrightDIVULGAÇÃO/MÃES DE MAIO
Image captionCasos de 'autos de resistência' podem esconder execuções
"A folha de antecedentes penais do morto é usada sistematicamente para pedir o arquivamento. Várias instituições se articulam nesse processo, o que caracteriza uma política de Estado na qual se admite que há pessoas extermináveis", analisa Zaccone.
A criação de um protocolo único para registrar autos de resistência está entre as recomendações do relatório final da CPI, assim como a criação de um banco de dados nacional com indicadores consolidados e sistematizados de violência.
A unificação das Polícias Militar e Civil é outra recomendação. O relator da CPI, Lindbergh Farias, destaca as linhas de atuação no Congresso: implementação do Plano Nacional de Enfrentamento ao Homicídio de Jovens, sugerido em comissão especial da Câmara; aprovação do projeto de lei 4.471/2012 - que extingue os autos de resistência, determina a abertura de inquérito e abre a possibilidade de prisão em flagrante do policial em caso de auto de resistência; aprovação da PEC 51 (que, entre outras medidas, desmilitariza e unifica as polícias).
"Toda polícia deve realizar o ciclo completo do trabalho policial (preventivo, ostensivo, investigativo). Sepulta-se, assim, a jabuticaba institucional: a divisão do ciclo do trabalho policial entre militares e civis. Esta é uma batalha que teremos à nossa frente no Congresso", afirma Lindbergh.
A PEC 51 e o projeto que extingue os autos de resistência enfrentam a oposição de parlamentares mais ligados a corporações policiais. Muitos argumentam que o projeto 4.471 pode acabar amedrontando o policial que está em campo, em confronto real com criminosos.
Lindbergh FariasImage copyrightAGBR
Image caption"Há um genocídio da juventude negra', diz relator da comissão, Lindbergh Farias
Um dos pontos abordados pela CPI é justamente o alto número de mortes de policiais brasileiros, que acabam sendo não só os principais agentes, mas também vítimas da violência. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública citados pela CPI, só em 2013 foram assassinados em serviço quase 500 policiais.
Questionado pela BBC Brasil, o corregedor da PM do Rio, coronel Welste Medeiros, afirmou que a corporação não se omite em apurar crimes de seus membros e tem buscado soluções para otimizar investigações de crimes cometidos por policiais.
Entre elas, destaca parcerias com o Ministério Público, ampliação da atuação da corregedoria da PM e realização de projetos com universidades para análise dos dados de violência policial.
Foi criado o Programa de Gestão do Uso da Força e da Arma de Fogo, por meio do qual os policiais que mais fizeram disparos de armas de fogo nos últimos seis meses são identificados e submetidos a um programa de treinamento que inclui desde simuladores de tiros até avaliação psicológica e metodologia de abordagem de pessoas e veículos.

'A gente vira número'

A CPI jogou luz também sobre um tema pouco discutido, as mortes de jovens infratores abrigados em unidades para ressocialização. Na audiência pública realizada em 15 de junho de 2015, foram apresentados os dados oficiais do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo): em 2013, 29 adolescentes infratores morreram sob custódia do Estado.
A causa mais comum das mortes foi o "conflito interpessoal" (59% do total), seguido de conflito generalizado (17%) e de uma proporção estarrecedora de suicídios dentro do sistema - 14%. O país tem cerca de 24 mil adolescentes em "situação de privação de liberdade", ou seja, mantidos em unidades para ressocialização. Segundo o Sinase, 57,41% deles são pretos ou pardos, enquanto em 17,15% dos casos não houve resposta sobre cor ou raça.
País afora, mães negras choram o assassinato dos filhos. Débora Maria Silva, mãe do gari Édson Rogério Silva dos Santos, ainda não viu alguém ser responsabilizado pela morte dele, em maio de 2006, em Santos.
Segundo o relatório da CPI, ele foi um dos mais de 400 mortos numa onda de violência na região iniciada depois que uma facção criminosa assassinou 43 agentes do Estado. Na sequência, uma forte repressão policial fez outras vítimas. De acordo com testemunhas, Édson foi abordado por policiais num posto de gasolina, seguido e assassinado.
"Fiquei até doente depois que ele morreu. Um dia sonhei com meu filho, como uma visão, e ele me dizia: Mãe, vai lutar pelos vivos", conta Débora, que se tornou uma ativista e criou o movimento Mães de Maio, agregando mães de jovens assassinados na região em 2006.
Débora com identidade do filhoImage copyrightDIVULGAÇÃO/MÃES DE MAIO
Image captionDébora criou movimento que une mães de jovens assassinados em 2006
A ela se juntaram várias outras mães que perderam seus filhos, como Vera Lúcia Santos, mãe de Ana Paula Santos, a jovem assassinada grávida. "Depois de quase dez anos, a gente vai perdendo a esperança. A gente vira número, vira tese. E mais gente continua morrendo. A impressão é de que é um mês de maio contínuo", lamenta Vera Lúcia.
Terezinha de Jesus, mãe do menino Eduardo, foi embora do Rio depois de receber ameaças anônimas de morte. A investigação da Polícia Civil concluiu que os policiais militares agiram em legítima defesa, mas o Ministério Público não concordou e denunciou pelo crime um policial, que irá a julgamento.
Terezinha agora divide o tempo entre o acompanhamento do caso e os cuidados com o restante da família. Ela tem mais quatro filhos e quatro netos, entre eles o novo Eduardo da casa: um bebê de cinco meses e olhos redondos como os do tio. É filho de Patrícia, a irmã que Eduardo de Jesus esperava na varanda de casa quando foi morto.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

País só sai da crise com eleição presidencial ainda este ano, diz Joaquim Barbosa



Presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa durante sessão para julgar os recursos dos 13 réus que não tem direito aos embargos infringentes no processo do mensalão, nesta quinta-feira (14)
Presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa durante sessão para julgar os recursos dos 13 réus que não tem direito aos embargos infringentes no processo do mensalão, nesta quinta-feira (14)(Fellipe Sampaio/SCO/STF/VEJA)
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa afirmou por meio de sua conta no Twitter que o Brasil só sairá da crise "com eleições presidenciais ainda este ano". O ex-ministro do STF fez as afirmações em duas mensagens postadas em sua rede social na manhã deste sábado.
Barbosa citou em suas mensagens a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 34 das mais importantes economias mundiais, e mandou um recado direto à presidente afastada Dilma Rousseff e ao presidente interino Michel Temer.
"OCDE diz o que eu venho dizendo em palestras: só sairemos dessa crise com eleições presidenciais ainda este ano. Disse-o em 22/4 e 12/5", tuitou o ex-ministro. "Para que isso ocorresse, dois ilustres brasileiros teriam que renunciar aos seus interesses pessoais e pensar no país: D Rousseff e M Temer."
Dilma foi afastada da presidência no dia 12 de maio, por decisão do Senado. Ela vai ficar afastada por, no máximo, 180 dias, período em que será conduzido o processo de impeachment por crime de responsabilidade atribuído à petista.
O governo interino de Michel Temer vem sendo alvo de frequentes críticas e constrangimentos. Nesta segunda-feira, o jornal americano The New York Times questionou em editorial o compromisso do peemedebista de acabar com a corrupção e pediu medidas concretas do novo governo e sua equipe para combater as irregularidades. Uma destas medidas é extinguir a imunidade de parlamentares e de ministros, descrita no texto como "injustificável".
(Veja com Estadão Conteúdo)
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 5 de junho de 2016

Luciano Huck, Helena de Bom Jardim, o filósofo Michael Sandel e o debate sobre o 'jeitinho brasileiro'

Em uma discussão sobre ética, Michael Sandel é certamente o especialista que qualquer um gostaria de ter para conduzi o debate. Por isso, o filósofo, que é professor na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e um dos nomes mais conceituados para falar sobre o assunto, foi convidado por Luciano Huck a participar de uma mesa redonda no Caldeirão. O objetivo? Tentar descobrir o que seria o famoso "jeitinho brasileiro".
O debate contou com diversos representantes da sociedade brasileira, de diferentes lugares e profissões. No total, 16 pessoas participaram pela internet, entre elas Tony Bellotto, e no estúdio onde ocorreu a gravação mais 16 cidadãos compartilharam suas opiniões e visões sobre o assunto.
“Esses dias estava em casa conversando com meu filho mais velho e ele me perguntou o que é ética. Bom, antes de tentar responder o que é ética, explico o porquê de chegar a essa conversa com um menino de 11 anos. Eu tinha assistido a este vídeo”, explica Huck, antes de mostrar aos presentes as imagens onde uma cozinheira pernambucana fala sobre o “jeitinho brasileiro”, que viralizaram nas redes. Michael Sandel conduziu o bate-papo, que levanta questões importantes relacionadas ao "jeitinho brasileiro". O Gshow oferece o conteúdo na íntegra, dividido em quatro assuntos: Lei de Trânsito, Respeito, Pirataria e Mercado. Confira!
Lei de Trânsito
Aqui, são levantados assuntos relacionados à moralidade de avisar aos amigos onde está armada uma blitz, pagar alguém para passar o seu carro por ela e outros artifícios para burlar a lei. O conceito de certo e errado é muito discutido e assim começa a avaliação do que seria o "jeitinho brasileiro".
Respeito
Furar fila é errado? E deixar aquele amigo guardando o seu lugar, pode? No trânsito, é certo pegar atalhos? Michael Sandel comanda uma conversa sobre os limites da vida em sociedade.
Pirataria
A atividade é crime, mas ela se justifica ou não em alguns casos? Com opiniões diversas no debate, coloca-se em evidência a busca por produtos ou serviços mais baratos - e ilegais - em detrimento das suas versões oficiais.
Mercado
A flutuação do preço é o primeiro assunto discutido na mesa. É legítima, deve ser sempre regida pelo mercado, ou varia de acordo com a situação? Há diferença moral entre a diminuição e o aumento de preços? Nesse vídeo você também confere a conclusão da conversa sobre o "jeitinho brasileiro" e seus aspectos positivos e negativos.
Michael Sandel ajuda Luciano Huck a 'decifrar' o que seria o 'jeitinho brasileiro' (Foto: Gshow)Michael Sandel ajuda Luciano Huck a 'decifrar' o que seria o 'jeitinho brasileiro' (Foto: Gshow)
Baixe o aplicativo do Gshow gratuitamente na loja do seu smartphone e tablet e acompanhe tudo sobre o entretenimento da TV Globo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Aqui é Forró



Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 4 de junho de 2016

Fim de Semana Cultural em Bom Jardim


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Justa Homenagem

ACONTECEU...

O CONCERTO PARA AIRTON BARBOSA – IN MEMORIAM foi uma Homenagem do grupo SOPROS DO BOM JARDIM conduzido pela regência e direção musical do maestro carioca Juliano Barbosa, filho de Airton Barbosa, pelos 35 anos de morte deste que foi um dos maiores músicos bonjardinenses de todos os tempos.
O Concerto, que se realizou no cine-teatro do Centro Educacional e Cultural Marineide Braz neste último domingo de maio na cidade de Bom Jardim-PE, contou com ilustre presença da viúva de Airton, a jornalista e escritora Valdinha Barbosa, que veio do Rio de Janeiro especialmente para esta homenagem.
Foi um fim de tarde de emoção e muita música e contou com a participação especial da Banda de Música do Grêmio Lítero Musical Bonjardinense e músicos convidados executando dobrados, chamando a atenção do público para esta importante sociedade musical que representou o início da carreira do jovem Airton, quando este ainda tinha 13 anos de idade.
Ausências à parte, o evento terminou com a exibição de um pequeno vídeo feito a partir de antigas imagens de AIRTON BARBOSA tiradas de programas de TV, além de fotografias de seu arquivo pessoal, tendo como trilha sonora gravações históricas do próprio Airton. Uma rara oportunidade de poder conhecer melhor um pouco da vida e da obra de um dos mais representativos músicos brasileiros e que teve sua luta interrompida aos 37 anos, vítima de câncer no Rio de Janeiro.
Por Juliano Barbosa.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Encontro de Mestres de Maracatus

Com a proposta de ouvir e também festejar mestres de maracatus atuantes na cultura da região, debatendo temas relacionados à tradição, acontece neste sábado (18 de junho) a segunda edição do Encontro de Mestres de Maracatus da Zona da Mata Norte de Pernambuco. O evento será iniciado às 21:00 hs  na sede do Maracatu Estrela Dourada sendo aberto ao público interessado em participar.

Composto por roda de diálogos, a programação também incluirá apresentações de danças e toadas com os mestres participantes. Nesta edição, serão homenageados ambos ainda são brincantes do folguedo na Mata Norte.

Segundo mestre André de Lica, organizador do encontro, os participantes e o público presente terão uma noite movida pela forma que a tradição é celebrada nos terreiros. 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Soluções criativas na Escola Tancredo Neves


Ainda sobre Limoeiro fiquei super feliz com a gestão da escola Tancredo Neves que fica na área rural do município! Eles montaram uma horta com os estudantes que cuidam, zelam, amam, colhem e ainda utilizam material reciclável! Parabéns! 
POR Vera Cutz
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Veja Ademir Galeno ao Vivo e a cores em Leia Mais.



Esse foi minha primeira apresentação como Kalifa do Brega, no Dvd do Amigo Gera do Brega em Bom Jardim PE. www.youtube.com/watch?v=xOhdQ3REsgQ
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Zé Lezin faz show nesta quinta em Bom Jardim


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Faculdades Irregulares prejudicam alunos em Pernambuco

CPI indicia faculdades em PE e pede investigações em todo o país  (Foto: Thays Estarque/G1)Teresa Leitão, Rodrigo Novaes e Miguel Coelho falam sobre relatório da CPI (Foto: Thays Estarque/G1)
O que começou com a denuncia de um grupo de estudantes em Pernambuco acabou tomando dimensão nacional. O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Faculdades Irregulares recomendou que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Ministério Público Federal (MPF) tome medidas judiciais e extrajudiciais contra nove instituições de ensino de Pernambuco e recomendou a investigação de outros oito institutos com sede em quatro estados. A CPI encontrou até uma universidade americana atuando ilegalmente no Brasil. Além disso, os deputados pediram o indiciamento de 20 pessoas por vários crimes, como estelionato, associação criminosa e publicidade enganosa.
A comissão encaminhará o documento para o Ministério Público Federal e pedido ao Ministério da Educação (MEC) para a criação de uma agência fiscalizadora de instituições privadas. Criada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) a CPI entregou o relatório para a assinatura do presidente da casa, deputado Guilherme Uchoa (PDT), nesta quinta-feira (2). Em seguida, ele será encaminhado tanto para o MPPE e para o MPF para que medidas sejam adotadas. 
A CPI solicitou que o MPF acione a Justiça contra 17 intituições. São elas: Faculdade de Desenvolvimento e Integração Regional (Fadire), Fundação de Ensino Superior de Olinda (Funeso), Uninacional, Faculdade Santo Augusto (Faisa), Universidade de Iguaçu (UNIG), Instituto Educacional de Desenvolvimento Cultural e Pesquisa em Desenvolvimento Humano (Ieduc), Instituto de Ensino Superior de Americana (Iesa), Centro de Ensino Pesquisa e Inovação (Cenpi), Instituto Educacional Ruymar Gomes (Ierg), Instituto de Desenvolvimento Educacional Brasileiro (Ideb), Instituto Superior de Educação de Floresta (Isef), Faculdade Ecoar (Faeco), Instituto de Optometria de Pernambuco (IOP), Faculdade de Saúde de Pernambuco (Fasup), Anne Sullivan University, Instituto Belchior e Faculdade Anchieta do Recife.
Além delas, o MPF deverá solicitar o indiciamento das 20 pessoas. O G1 tentou contato com as instituições e com as pessoas citadas no documento. Os representantes da Faculdade Anchieta do Recife e da Uninacional já informam que irão se pronunciar sobre o assunto. As demais ainda não responderam à solicitação ou não atenderam.
“Hoje você tem no MEC a figura da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) que cumpre um papel importante, mas que só fiscaliza aquelas instituições que são autorizadas pelo MEC. Ela não tem autonomia para investigar essas instituições que requereram, mas não alcançaram a liberação do MEC. Isso propicia para que esse tipo de absurdo aconteça”, acredita a deputada Teresa Leitão (PT).
Deputados Rodrigo Novaes e Teresa Leitão (Foto: Rinaldo Marques/Alepe)Deputados Rodrigo Novaes e Teresa Leitão conduziram os trabalhos (Foto: Rinaldo Marques/Alepe)
Mais de 20 mil estudantes foram prejudicados em Pernambuco. Ao todo, 151 pessoas prestaram depoimentos. A CPI identificou quatro tipos de irregularidades: faculdades oferecendo cursos superiores sem possuir a permissão do MEC, universidades que utilizam indevidamente instalações físicas da rede pública estadual e municipal, além da comercialização de diplomas e de instituições de ensino que ministram cursos de extensão como se fossem de graduação.
Em um grupo, estão aquelas que não possuem credenciamento junto ao Ministério da Educação (MEC), mas exercem livremente a atividade educacional de ensino superior. Em outro, estão as instituições que possuem autorização do MEC, mas atuam fora da área para a qual tinham permissão, oferecendo cursos de extensão como se fossem graduações aos estudantes. Há ainda aquelas que terceirizam os serviços de ensino, contratando outras faculdades que funcionam como um tipo de franquia.
“São instituições que não tem a autorização [de graduação] para atuar, mas que faziam livremente e prometiam comprar o diploma porque compravam no mercado e entregavam aos alunos. Com trabalhos de conclusão e estágios, eles transformavam os cursos livres em cursos de graduação”, explicou o deputado e presidente da CPI, Rodrigo Novaes (PSD).
As investigações da CPI mostraram que entre os crimes realizados estão propaganda enganosa, sonegação fiscal, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa. “Esses diplomas emitidos pelas instituições de ensino superior precisam de uma chancela de uma universidade e as universidades de Pernambuco não se prestavam a esse papel. Então, eles encaminhavam esses diplomas a uma universidade do Rio de Janeiro e mediante pagamento de R$ 150 por diploma, a Universidade de Iguaçu chancelava. Além disso, há a figura da Uninacional, sediada no Distrito Federal, que fazia essa intermediação da compra e venda de diplomas”, completou o parlamentar.
Ivete Andrade CPI das Faculdades (Foto: Thays Estarque/G1)Desiludida, Ivete Andrade revela que não tem vontade de retomar os estudos (Foto: Thays Estarque/G1)
O esquema ia muito além de enganar os alunos dentro das faculdades. Para atrair os estudantes, os institutos procuravam saber como funcionava o município, assim como quais cursos interessavam mais a população. “Depois disso, colocavam carro de som anunciando o curso, distribuíam panfletos e infiltravam pessoas para capturar alunos. Tudo isso garantindo um preço bem abaixo do pedido no mercado”, contou a deputada Teresa Leitão.
Vítimas
A estudante Camila da Silva, de 37 anos, sempre teve desejo de cursar administração. Três anos depois e um prejuízo de R$ 7 mil, Camila vive uma sensação de tempo perdido. “Estou indignada, nunca suspeitei porque tínhamos aulas normais. Pensei que, finalmente, conseguiria um diploma em administração. Estava quase me formando, minha turma já estava vendo os detalhes da formatura, quando descobri do que faziam pela CPI”, lamenta.

No entanto, ela não desistiu do sonho e já se matriculou em uma universidade em Caruaru, no Agreste. Agora, calejada, afirmou que procurou saber antes de escolher o centro de ensino. “Chega, ninguém me engana mais”. Camila entrou na Justiça, mas ainda não conseguiu uma audiência para o seu caso.
Ivete Andrade, 45 anos, é o oposto de Camila. Com a desilusão, a ex-aluna de Serviço Social desabafou que não sente mais vontade de ingressar numa universidade. “Cursei um ano e meio até sentir que tinha algo estranho. Fui pedir uma declaração de estágio e eles não me davam, ficavam enrolando. Agora que meu sonho já foi destruído só quero ver a Justiça acontecer”, declarou.
Auxílio jurídico aos estudantes
Os alunos prejudicados pela atuação dessas faculdades irregulares em Pernambuco podem procurar a Defensoria Pública do Estado para receber apoio jurídico. Para solicitar a ajuda, os estudantes devem entrar em contato com a Coordenação da Área de Demandas Coletivas por meio dos números (81) 3182-3712 ou 3182-3736. Caso prefiram, também podem ingressar com ações privadas na Justiça.

Respostas das instituições
Algumas das instituições investigadas pela CPI Se posicionaram através de notas enviadas àRede Globo Nordeste e ao G1. Confira, a seguir, as respostas:

Funeso - A instituição garante que "sempre se posicionou de forma favorável à CPI, tendo contribuído de forma efetiva para os seus trabalhos". "Sobre o relatório, não temos condições de nos posicionarmos, por não termos sido intimados até o presente momento. Assim que tivermos conhecimento do mesmo emitiremos nota através dos nossos canais oficiais", informou no texto.

Faculdade Faisa - A instituição afirma que é "devidamente credenciada e autorizada pelo MEC para funcionar no ensino superior, bem como os cursos são devidamente credenciados" assim como "não realiza qualquer curso de graduação fora de sua sede, a qual está localizada na cidade de Santo Augusto/RS". Complementou ainda dizendo que "não possui qualquer polo de ensino na modalidade a distância em Pernambuco", além de anunciar a instauração de um "procedimento administrativo para apurar as denúncias que foram alvo da CPI com relação a utilização de seu nome por institutos educacionais com sede no estado de Pernambuco".

Faculdade Anchieta - A instituição afirma que "medidas legais cabíveis já foram adotadas pela Faculdade Anchieta, para fins de comprovação do exercício regular e legal de suas atividades". Na nota, a faculdade ressalta ainda que "vem sendo apontada, de forma injusta e arbitrária, como Instituição de Ensino Irregular, pela CPI" e que as atividades por ela exercidas "sempre foram amparadas por legislação federal de ensino, estando, inclusive, devidamente autorizada pelo MEC".

Uninacional - A entidade informou que "não é uma faculdade, nem um grupo educacional" e que divulgou "em seu site que não autorizava qualquer instituto ou qualquer outra instituição educacional a fazer uso de seu nome". A Uninassau disse ainda que "não emite qualquer documento acadêmico, nem assume terceirização de serviços de instituições isoladas de ensino ou universidades" e garantiu que "já foram tomadas todas as medidas cabíveis para a proteção da instituição". G1PE
Professor Edgar Bom Jardim - PE