sexta-feira, 21 de julho de 2017

Temer compra apoio de deputados, aumenta impostos e o eleitor é quem paga o pato


Para cobrir o buraco nas contas do País e evitar uma revisão na meta de déficit de 139 bilhões de reais neste ano, o governo de Michel Temer decidiu elevar os tributosque incidem sobre os combustíveis. Fez, ainda, um bloqueio adicional de 5,9 bilhões de reais em gastos no orçamento federal.
A tributação dobra. Na gasolina, dos atuais 38 centavos por litro para 79 centavos. No diesel, de 24 centavos para 46 centavos por litro. O aumento da tributação sobre os combustíveis, de acordo com os cálculos do governo, vai gerar uma receita adicional de 10,4 bilhões de reais até o final de 2017.
Com a alta de tributos, o governo quer elevar a arrecadação. Já com o bloqueio, pretende reduzir ainda mais os gastos públicos. O objetivo das medidas é cumprir a meta fiscal de 2017. "O aumento das alíquotas do PIS/Cofins sobre combustíveis é absolutamente necessário tendo em vista a preservação do ajuste fiscal e a manutenção da trajetória de recuperação da economia brasileira", afirma a nota divulgada pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento.
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Pato
Desde que assumiu o cargo, Temer sempre se disse contrário a aumentos de impostos, até porque o empresariado, representado especialmente pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), rechaçava a ideia. No entanto, a alternativa sempre foi defendida pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Em 12 de dezembro de 2015, Paulo Skaf, presidente da Fiesp, anunciou apoio da entidade ao processo de impeachment de Dilma. "É importante que se diga que estar a favor do processo de impeachment não é nenhum julgamento ou pré-julgamento. É estar a favor do andamento do processo de impeachment. Cabe ao Congresso Nacional julgar", afirmou ele. A mais notória participação da Fiesp naquele período foi a campanha "Chega de pagar o pato", uma referência à possibilidade de impostos serem aumentados para contornar a crise econômica.
Nesta quinta-feira 20, logo após o anúncio do aumento dos impostos sobre os combustíveis, Skaf divulgou nota endereçada a Meirelles se dizendo "indignado" com a medida. "Ministro, aumentar imposto não vai resolver a crise; pelo contrário, irá agravá-la bem no momento em que a atividade econômica já dá sinais de retomada, com impactos positivos na arrecadação em junho... Todos sabem que o caminho correto é cortar gastos, aumentar a eficiência e reduzir o desperdício", defendeu a entidade. 
"Desde 2015 empreendemos forte campanha contra o aumento de impostos, que obteve amplo respaldo popular, com 1,2 milhão de assinaturas. Conseguimos evitar a recriação da CPMF e outras tentativas de aumento de impostos...Não cansaremos de repetir: Chega de Pagar o Pato. Diga não ao aumento de impostos! Ontem, hoje e sempre", concluiu a nota. 
Inflação sob controle
Com a inflação sob controle - nos últimos 12 meses encerrados em junho a inflação oficial foi de 3% - e o preço da gasolina em queda, elevar os impostos sobre os combustíveis foi a saída encontrada pelo governo para arrecadar mais sem pressionar os índices de preços.
Entre junho de 2016 e junho deste ano, o preço médio do litro da gasolina caiu de R$ 3,64 para R$ 3,54 no país. Já o etanol hidratado (vendido na bomba) aumentou, de R$ 2,46 o litro para R$ 2,48. Segundo informações da imprensa, o governo, inclusive, deve usar o argumento de elevar a competitividade do etanol para justificar o reajuste do combustível.
Medida rechaçada pelo empresariado durante a campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff, aumento de impostos foi a saída para fechar as contas.
Fonte:Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bigode de Dalí preservado


exumação do corpo de Salvador Dalí para um teste de paternidade, realizada nesta quinta-feira, revelou que uma marca registrada do pintor continua intacta 28 anos depois de sua morte. Narcís Bardalet, um dos peritos que trabalharam no procedimento, que durou mais de três horas, afirmou que o famoso bigode de Dalí, ornamento no rosto do catalão, segue inteiro — e curvado, como sempre foi.
“O bigode de Dalí continua intacto, como um relógio marcando 10 horas e 10 minutos, do jeito que ele gostava. É um milagre”, afirmou Bardalet para a rádio catalã RAC1.
Fonte:Veja.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Sport vence, Santa vence, Náutico perde...



Sob chuva, a alegria rubro-negra
Sob chuva, a alegria rubro-negraFoto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco
A tirar pelo gramado encharcado desta noite, o Sport trocou o seu mascote de Leão para Poseidon, o deus dos mares na mitologia grega. Debaixo de muita água, o Leão dominou a "maré", apostou nas bolas aéreas e goleou o lanterna Atlético/GO pro 4x0, nesta quinta-feira (20), na Ilha do Retiro. Dos quatro tentos anotados, três vieram de cruzamentos, evitando assim o contato com o gramado recheado de poças. O suspiro de arte veio somente no último gol, anotado de forma belíssima por André, que chegou aos oito gols e entrou de vez na briga pela artilharia da Série A. Com a vitória, o Leão chegou aos 24 pontos e encerrou esta 15ª rodada no G6, na zona da Pré-Libertadores.

NÁUTICO
Autor do gol que garantiu a vitória do Paysandu por 1x0 diante do Náutico, no Mangueirão, pela Série B 2017, o atacante Bergson mandou um recado para os alvirrubros. Ex-jogador do Timbu, o atleta comentou que estava sendo criticado pelos torcedores e usou isso como motivação para balançar as redes.

"Um recado para torcedores do Náutico que pegaram meu número de celular e ficaram mandando mensagens. Pensei em vocês na hora do pênalti", afirmou o atacante, na saída do gramado. 
SANTA CRUZ
Dois pontos separam o Santa Cruz do Boa Esporte/MG. Na tabela de classificação, os tricolores estão três posições acima da equipe de Varginha, que chega ao Recife empolgada após ter vencido o Criciúma por 2x0, na rodada anterior do Campeonato Brasileiro da Série B. Agora, os times se enfrentam em um jogo de seis pontos, nesta sexta-feira (21), às 20h30, na Arena de Pernambuco, pela 16ª rodada.
Sem saber o que é perder desde que assumiu o time coral, o técnico Givanildo Oliveira busca a sua terceira vitória. Até agora, são dois triunfos e dois empates – aproveitamento de 66,66%. Caso vença o Boa, o Santa pode se aproximar ainda mais do G4 da competição, já que atualmente ocupa a 9ª colocação, com 22 pontos, dois a menos comparado ao CRB/AL, adversário que abre a zona de classificação à Série A.

Fonte: Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Retratos da Emancipação Política de Bom Jardim


             Bom Jardim festeja seus 146 anos de história municipal









Fotos: facebook: karina, Akires, Roseane, Danielly, Cleonilda, Colágio Sant'Ana, Severino Estrela, EnioAndrade, Edgar, Antônio Andrade.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

“Quem estiver dormindo na calçada não tem nem tempo de levantar".

Após o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ter registrado nesta terça (18) a tarde mais fria do ano - que teria causado a morte de um homem de 46 anos - a prefeitura de São Paulo acordou moradores de rua com jatos de água fria. As informações são da Rádio CBN.
Às 7h da manhã desta quarta-feira (19), agentes de uma empresa terceirizada a serviço da prefeitura, responsável pela limpeza de praças públicas, passava jatos d’água fria na Praça da Sé, Centro de São Paulo. A água atingiu os cobertores de pessoas que dormiam no local, que não foram avisadas da limpeza.


Moradores de rua na Praça da Sé: jatos d'água foram lançados contra eles na manhã após o dia com a tarde mais fria do ano
Moradores de rua na Praça da Sé: jatos d'água foram lançados contra eles na manhã após o dia com a tarde mais fria do ano

Segundo os moradores de rua entrevistados pela rádio, esta é uma atividade frequente. “Quem estiver dormindo na calçada não tem nem tempo de levantar. Os caras já chegam e jogam os jatos. Tem muitas cobertas molhadas. Perde tudo”. Outro morador também afirmou que o trabalho de limpeza também ocorre de madrugada, por volta das 4h30.
Nesta terça-feira (18) foi registrada a segunda temperatura mais baixa para o período dos últimos 13 anos, indicando às 15h a marca de 10,2°C. Foi o mesmo nível de 2004 e há quatro anos não fazia tanto frio assim no horário. Em 24 de julho de 2013, fez 8,6°C. O recorde da série iniciada em 1961 ocorreu em 12 de julho de 1988 (7,3°C). Neste ano, a menor temperatura nesse horário foi no dia 2 de julho (15,3°C).
Fonte: Jornal do Brasil.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Seu deputado vai votar contra o povo? Seu deputado apoia Temer e é contra os trabalhadores?

Foto: Pedra Fina Notícias.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Escolas desfilam em homenagem aos 146 anos de Bom Jardim



Escola Cônego Antônio Gonçalves
Fotos: Edgar/Akires.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Daniel Barbosa também faz aniversário. Parabéns!


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Por que ensinar habilidades socioemocionais


Crédito: Shutterstock

Um mundo em mutação exige que indivíduos e sociedades se adaptem continuamente e colaborem entre si para resolver problemas nunca antes vistos. Nas próximas décadas, surgirão empregos que ainda não existem e as tecnologias continuarão evoluindo. É nesse contexto que vários países analisam seus sistemas de ensino atuais e valorizam as habilidades não cognitivas no cotidiano escolar.
Para saber mais sobre essa discussão, NOVA ESCOLA entrevistou a pesquisadora Esther Carvalhaes, analista na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em Paris. Formada em Educação pela Universidade de São Paulo e doutora em políticas educacionais pela Universidade da Cidade de Nova York, ela se especializou na aplicação de métodos estatísticos para melhor compreender realidades educacionais. Hoje, recebe e analisa os dados de vários países e acompanha o projeto Educação 2030, como conta a seguir.
Por que as atenções internacionais estão voltadas para as habilidades socioemocionais?  
Apenas os conteúdos escolares não parecem mais bastar para as sociedades atuais. O aprendizado não irá mais se limitar ao período da Educação Básica, mas deverá continuar durante toda a vida do indivíduo (em inglês, life-long learning).  Na escola, os alunos aprendem a se relacionar, a lidar com diferentes opiniões e costumes, a trabalhar em equipe e até a estabelecer alvos mais elevados para si mesmos. Isso exige que eles desenvolvam uma série de habilidades não estritamente cognitivas, mas que têm mais a ver com sua capacidade de construir relações de confiança e de se autoconhecer, de mobilizar ou controlar suas emoções, seja para atingir objetivos escolares ou para criar um ambiente positivo ao seu redor.
Quais características um professor deve ter para desenvolver essas habilidades nos alunos?
É difícil imaginar que um professor ou professora possa ajudar seus alunos a desenvolver certas competências se não tiver disposição para servir de exemplo. Há várias vertentes de pesquisa educacional que mostram a importância de modelos sociais no aprendizado. Os educadores que já desenvolveram certas competências têm papel fundamental em ajudar outros a desenvolvê-las. Eles podem inspirar, demonstrar, explicar o porquê de suas ações e compartilhar estratégias. Este aprendizado não vem só dos docentes, mas de pais de alunos, de colegas de sala e de amigos fora da escola.

Esther Carvalhaes, da OCDE (Divulgação)

Como as evidências internacionais podem verificar o impacto das habilidades socioemocionais no aprendizado em longo prazo?
De certa maneira, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) já tem feito isso: é preciso continuar medindo através dos anos que relação existe entre certas habilidades e o aprendizado nas novas turmas. Algumas competências estão associadas a melhores níveis de desempenho em vários países. Se elas forem testadas em diversos grupos de alunos e as pesquisas mostrarem os mesmos resultados, aumenta a credibilidade destas evidências. Por exemplo, é certo que a motivação para aprender e a sensação de pertencimento à comunidade escolar influenciam diretamente na aprendizagem. Observar diferenças entre países também é importante, porque elas permitem elaborar e estudar novas hipóteses para explicar por que certas competências se manifestam de outras formas dependendo do contexto.
Qual o grande desafio dos pesquisadores?
Quando se trata de habilidades socioemocionais, ainda temos muito a aprender. Um dos principais obstáculos neste sentido refere-se à dificuldade de se aferir certos atributos individuais de forma rigorosa e objetiva. Como medir, por exemplo, a criatividade dos alunos? E sua capacidade de colaborar com os colegas? E seus níveis de persistência para alcançar um objetivo? Ou ainda sua resiliência, ou seja, sua capacidade de suportar e superar desafios? Outra dificuldade está no plano metodológico. No mundo ideal dos pesquisadores, teríamos que medir as habilidades de interesse com instrumentos confiáveis desde cedo na vida das crianças e acompanhar seu desenvolvimento individual até a vida adulta. Mas isso é muito difícil de realizar em larga escala.
Quais seriam as alternativas?
Um dos caminhos é fazer uma reflexão séria sobre que habilidades e competências são consideradas relevantes para a vida dos alunos e desenvolver instrumentos mais sofisticados que ajudem na aferição destas habilidades. Na OCDE, mais de 20 países cooperam em um projeto chamado Educação 2030. Muitos deles estão se perguntando se os sistemas de ensino atuais são capazes para preparar suas crianças e jovens para um futuro próximo.
Como será esse projeto na prática?

Ele começou em maio de 2017 com um encontro de trabalho entre especialistas, que ouviram estudantes e outros interessados sobre o assunto. A partir dele, cada país irá definir quais competências (saberes, habilidades, atitudes e valores) serão cruciais para a inserção dos estudantes na vida adulta em 2030 e, então, examinar se elas estão refletidas nos currículos atuais das escolas. Será um exercício de troca de ideias e aprendizado com as experiências de outros, mas também um autoexame para saber o que falta. Este diálogo está em pleno andamento e a primeira fase do projeto dura até o fim de 2018. A segunda fase será dedicada a questões fundamentais, como traduzir um currículo em ações e projetos pedagógicos, desenvolver competências em sala de aula e fazer avaliações escolares coerentes com os novos conceitos.
Nova Escola
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bom Jardim 146 Anos de Histórias


PARABÉNS!
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Show de Márcia Felipe e Brasas do Forró na festa dos 146 anos de Emancipação Política de Bom Jardim

Fonte: Governo Municipal.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

'Não sou petista, sou lulista': o que dizem os colegas de sindicato de Lula sobre condenação


Sindicalista Januário Fernandes da Silva carrega jornal com manchete favorável a LulaDireito de imagemLEANDRO MACHADO/BBC BRASIL
Image captionJanuário Fernandes da Silva, que participou de grupos criados por Lula no movimento sindicalista, acredita na inocência do ex-presidente

A ex-faxineira Maria Elicélia da Silva tem uma paixão incondicional por Lula, sentimento que a condenação por corrupção e lavagem de dinheiro dada pelo juiz Sergio Moro não esgotou. "Se Lula fosse um cachorro, eu votaria em um cachorro. Se fosse um gato, eu iria de gato. Não sou petista, sou é lulista, vê a diferença?", diz.
Essa separação entre Lula e o PT é usada por antigos colegas do ex-presidente quando falam sobre os imbróglios jurídicos que envolveram o petista e sua sigla nos últimos anos. O PT pode ter errado, mas Lula é sempre poupado, apesar de ser a maior força da sigla.
Na semana passada, o ex-presidente foi condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento em que era acusado de receber um apartamento tríplex no Guarujá (SP), mais a reforma do mesmo imóvel, em troca da promoção de interesses da empreiteira OAS junto à Petrobras.
O caso do tríplex ainda será julgado em segunda instância. Caso seja condenado, Lula pode ficar inelegível e ser preso.
Em denúncia de setembro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) classificou Lula como "comandante máximo" do esquema de corrupção na Petrobras.
O petista também responde a outros processos, no âmbito de operações como a Lava Jato e a Zelotes. Entre as acusações, há lavagem de dinheiro, corrupção e obstrução da Justiça. O ex-presidente nega todas elas.

'Mostre as provas, infeliz'

Na última semana, depois da condenação pelo caso do tríplex, a BBC Brasil ouviu seis ex-colegas do petista que participaram das grandes greves dos metalúrgicos no final dos anos 1970 e início dos 1980, no ABC paulista. Na época, Lula presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e liderou greves que pararam grandes empresas da região. A maioria não tem mais contato com o antigo líder - dois deles, que vivem no Ceará, só veem o político pela televisão.
Questionados sobre as diversas acusações ao ex-presidente, os ex-colegas repetem os argumentos de Lula: 1) Moro é parcial e não tinha provas de que o ex-presidente fosse o dono do tríplex no Guarujá; 2) os processos contra Lula são parte de uma perseguição de quem nunca o aceitou como político, as chamadas "elites"; 3) o petista só foi condenado porque lidera as pesquisas de opinião para as eleições em 2018.
Na sentença sobre o caso do tríplex, o juiz Sergio Moro afirmou que sim, é imparcial, e que a condenação nada tem a ver com as eleições de 2018.
O magistrado também alegou que não era necessário que o apartamento estivesse no nome do ex-presidente para provar vantagens indevidas dadas a ele. O magistrado cita a argumentação do Ministério Público Federal, para o qual a manutenção do imóvel em nome da empresa foi feita para "ocultar e dissimular o ilícito".
Para dona Zelinha, como Maria Elicélia é conhecida, as provas não apareceram. Ela era faxineira do sindicato quando Lula discursava para milhares de operários em assembleias em estádios do ABC. Hoje, tem uma lanchonete no prédio da organização.
No dia em que a condenação foi anunciada por Moro, ela não quis dar entrevista. Estava triste, nervosa. "Como vou falar do meu companheiro para um repórter? Não tenho esse direito", diz.
No dia seguinte, mais calma, conversou normalmente. "Eu falaria para esse juiz Moro: infeliz, mostre as provas. Cadê as provas?", diz.

Lula é carregado por sindicalistas durante assembléia em São Bernardo do Campo, em 1979Direito de imagemCLAUDINEI PETROLI/AFP
Image captionLula foi preso em 19 de abril de 1980, acusado de ser o principal 'agitador' das paralisações de operários

"Eu acho que o pecado de Lula é ser popular demais. Tem gente que não aceita", diz o ex-metalúrgico Antonio Luiz, o Robozão, hoje assessor de um deputado estadual do PT. "Se Lula não fosse o primeiro nas pesquisas, ninguém estava nem aí para ele."
Antonio militou com Lula desde a primeira grande greve, em 1978, na Scania. Depois, quando as paralisações tornaram-se frequentes, a polícia começou a procurar líderes do movimento. "A gente escondia Lula em qualquer canto. Foi um momento muito difícil", diz.
O ex-presidente foi preso em 19 de abril de 1980, acusado de ser o principal "agitador" das greves, que não eram aceitas pela ditadura que governava o país. Djalma Bom, um dos diretores do sindicato na época, também foi detido e ficou com 31 dias com Lula na mesma cela.
Ele elege uma cena daquele mês como a mais difícil da vida do amigo, momento mais complicado do que o vivido hoje: "Lula estava no beliche em cima da minha. Ele abaixou, com lágrimas nos olhos e disse: 'Djalma, minha mãe morreu", conta.

Cachaça e uísque

Na primeira ligação da BBC Brasil, horas depois de o ex-colega de militância ser condenado por Moro, ele disse que não tinha condições de falar. "Estou mal, né?", afirmou. Dois dias depois da sentença, deu entrevista. Ainda filiado ao PT, Djalma tornou-se bastante crítico à trajetória que o partido tomou nos últimos anos.
"Eu não concordo com os desvios praticados por algumas pessoas que comandaram o Partido dos Trabalhadores", diz. "Como partido que acumulava força para mudar a sociedade, no fim, o PT entrou no caminho que só se preocupa com eleição, um caminho distanciado dos seus objetivos iniciais. Antes, era democrata, socialista, colado aos trabalhadores."
Djalma foi um dos primeiros deputados federais eleitos pelo PT, em 1982. Recebeu 164.398 votos. "Na minha eleição, a gente arrecadava dinheiro para a campanha dentro das fábricas, com os trabalhadores. Hoje, o PT corre atrás de empresários. Os anseios dos trabalhadores não são os mesmos dos empresários", diz ele, hoje com 78 anos.
"O PT se afastou de sua base, se afastou dos movimentos sociais que sempre foram sua sustentação."
No entanto, ele poupa Lula das acusações feitas ao petista. "Eu colocaria meu corpo inteiro na fogueira por Lula, ele me provou que é honesto. Ele foi preso uma vez injustamente e isso não vai acontecer de novo", diz.
Por outro lado, Djalma faz uma crítica ao amigo, que não vê mais com a mesma frequência de outros tempos. "O poder mexe com a vaidade das pessoas. Você bebe cachaça 51 e, depois do poder, passa a beber uísque 18 anos. Acho que isso aconteceu com ele."
Lula já disse querer voltar ao poder, e anunciou sua candidatura a um possível terceiro mandato na Presidência. Segundo pesquisa Datafolha de junho, ele tem 30% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro (PSC), com 16%, e Marina Silva (Rede), com 15%.
Apesar de líder nas intenções de voto, o petista tem alto índice de rejeição: 46% dos entrevistados disseram que nunca votariam nele.

Lula em evento no PTDireito de imagemPAULO PINTO/AGPT
Image captionLula foi condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão, mas ainda deverá ser julgado em segunda instância

'Emoção à parte'

Ainda militante metalúrgico, Januário Fernandes da Silva repete o discurso de Lula sobre uma suposta perseguição. "A elite brasileira nunca engoliu que um operário de uma fábrica fosse o comandante máximo do país. Essa condenação é mais uma fase do golpe dado na democracia brasileira", diz, sentado em sua mesa no sindicato.
Ele evita criticar diretamente líder e o PT. "Não vou fazer autocrítica para um repórter, né? A gente faz isso, mas internamente."
Januário hoje tem 62 anos e é fotógrafo do sindicato. Nas greves, participou de uma comissão de fábrica da Ford no fim dos anos 1970. Esses grupos foram uma inovação de Lula na presidência do órgão.
Até então, o sindicato ficava afastado dos peões das fábricas, segundo os trabalhadores da época. Lula propôs o oposto: os sindicalistas deveriam participar das decisões internas das fábricas, por meio de comissões de metalúrgicos em cada unidade.
"Lula dizia que a gente deveria ficar na porta da fábrica, dentro dela, a gente devia participar da vida do trabalhador. Essa proximidade criou um novo sindicalismo no Brasil", diz Djalma. O então líder sindical ganhou popularidade entre os peões por sua oratória inflamada e a simplicidade com que tratava os colegas, lembram os amigos.
Foi nessa época, em 1978, que José Alves Bezerra se aproximou do futuro presidente da República. "Eu estava sempre com Lula, nas assembleias, no sindicato", diz, acrescentando que foi demitido por justa causa da Volkswagen por sua participação nas greves.
Nos anos 1990, ele abandonou o sindicalismo e voltou para sua cidade natal, Várzea Alegre, município de 40 mil habitantes no interior do Ceará. "Meu amigo, aqui em Várzea está todo mundo revoltado com essa condenação. E digo isso com a emoção à parte", afirma.

Maria Elicélia da Silva, ex-faxineira do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCDireito de imagemLEANDRO MACHADO/BBC BRASIL
Image caption'Não sou petista, sou é Lulista, vê a diferença?', diz Maria Elicélia da Silva, dona Zelinha, ex-faxineira do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Por telefone, Bezerra também separa a figura de Lula do PT. "Lula é uma coisa, o partido é outra. A gente não sabe quem são essas pessoas que tomaram conta do PT. Votaria nele mil vezes, quatro vezes mil", diz.
Maria do Socorro, que também abandonou a militância e voltou para a mesma cidade no Ceará, acrescenta sobre as acusações do líder: "Se Lula errou, por que só ele vai pagar? E Michel Temer, que está todo enrolado, e continua aí todo bonitão? E Aécio Neves?", pergunta, em referência ao presidente e ao senador tucano, também investigados pela operação Lava Jato.

O dia mais feliz

A ex-faxineira dona Zelinha conta que 27 de outubro de 2002, quando Lula foi eleito pela primeira vez presidente do país, foi o dia mais feliz de sua vida. "Eu só chorava. Só fiquei triste porque ele não poderia mais falar palavrão, igual falava para mim. O cargo não deixa", diz.
Na tarde da sentença de Moro, um homem passou na frente do sindicato e xingou o petista de "ladrão". Dona Zelinha saiu até a porta do prédio. "Eu queria pegar pelo pescoço... Ninguém fala mal dele perto de mim. Estou muito triste, mas tenho certeza da inocência dele", diz ela, que tem 68 anos.
Nordestina como Lula (nasceu em João Pessoa, Paraíba), ela explica de novo seu amor incondicional pelo ex-sindicalista, presidente da República por duas vezes, e hoje condenado por corrupção e lavagem de dinheiro: "Não sou petista, sou lulista. Lula corre aqui nas minhas veias."
Professor Edgar Bom Jardim - PE