quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Estamos indo em direção a um mundo sem direitos humanos?




Homem contempla a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um dos primeiros documentos publicados pela ONUImage copyrightTHREE LIONS/GETTY IMAGES
Image captionCriados em 1940, princípios de Direitos Humanos tornaram-se leis nas décadas seguintes, mas vem sendo cada vez mais desrespeitados

"Hoje estamos no limiar de um grande evento tanto na existência da ONU quanto da humanidade". Com estas palavras, a diplomata e ex-primeira-dama americana Eleanor Roosevelt apresentou a Declaração Universal dos Direitos Humanos para a Organização das Nações Unidas.
Era 1948 e os estados-membros da ONU, determinados em impedir que os horrores da Segunda Guerra Mundial se repetissem, estavam cheios de idealismo e aspirações.
A declaração universal prometia, entre outras coisas, o direito à vida, o direito a não ser torturado e o direito de pedir asilo contra a perseguição. Apenas um dia depois de sua ratificação, os países adotaram também a As Convenções de Genebra, uma série de tratados elaborados para proteger civis durante guerras e garantir o direito de equipes médicas trabalharem livremente em zonas de conflito.
Nas décadas desde 1948, muitos dos princípios da Declaração foram preservados nas leis internacionais, com a convenção de refugiados de 1951 e a proibição absoluta da tortura - a profecia de Roosevelt de que a declaração se tornaria "a carta magna internacional de todos os homens em todos os lugares" parecia estar se cumprindo.
Mas quase 70 anos depois, os ideais dos anos 1940 começam a parecer batidos. Enfrentando ondas de milhares de migrantes e refugiados em suas fronteiras, muitos países europeus parecem relutantes em honrar sua obrigação de oferecer asilo.
Pelo contrário, seus esforços - desde a cerca na Hungria até o debate britânico sobre aceitar ou não algumas dúzias de jovens refugiados afegãos - parecem mais focados em manter as pessoas afastadas.
Do outro lado do Atlântico, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fala em sancionar a controversa técnica de interrogatório conhecida como waterboarding, uma simulação de afogamento considerada tortura.
Questionado sobre o tema, ele afirmou: "Eu faria muito pior... Não me diga que a tortura não funciona... acredite em mim, ela funciona".
Na Síria e no Iêmen, civis são bombardeados ou morrem de fome, e os médicos e hospitais que tentam tratá-los têm sido atacados por todos os lados dos conflitos.
Por isso, funcionários da ONU e de outras organizações de direitos humanos já se perguntam: qual será o futuro desse tipo de acordo internacional?



Donald TrumpImage copyrightDREW ANGERER/GETTY IMAGES
Image caption'A tortura funciona', disse o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, durante a campanha

'Corrida ao fundo do poço'

Em Genebra, onde estão as sedes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, da Agência de Refugiados da ONU e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, já se fala em um mundo "pós-direitos humanos".
"Não se pode negar que estamos enfrentando desafios enormes: o retrocesso que vemos no respeito aos direitos na Europa ocidental e possivelmente também nos Estados Unidos", diz Peggy Hicks, diretora de programas dos Direitos Humanos.
Virando a esquina, na sede da Cruz Vermelha há provas de que esses desafios são reais.
Uma pesquisa de opinião realizada durante o verão europeu pela organização mostra uma tolerância maior à tortura. Entre as pessoas entrevistadas, 36% acreditavam que era aceitável torturar combatentes inimigos capturados para obter informações.
Além disso, menos da metade dos entrevistados que pertenciam aos cinco países membros permanentes do conselho de segurança (EUA, Reino Unido, China, Rússia e França) disseram ser errado atacar áreas muito populosas, sabendo que civis seriam mortos.
Mais de 25% deles disseram achar que impedir o acesso de civis a comida, água e remédios é parte inevitável da guerra.
Para o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Peter Maurer, os dados são preocupantes. "Até na guerra, todos merecem ser tratados de maneira humana", diz.
"Usar a tortura só dá início a uma corrida até o fundo do poço. Tem um impacto devastador nas vítimas e também brutaliza sociedades inteiras por gerações."



Peter Maurer, presidente do Comitê Internacional da Cruz VermelhaImage copyrightYURI KADOBNOV/AFP/GETTY IMAGES
Image captionUsar tortura em interrogatórios brutaliza sociedade e gera 'corrida ao fundo do poço', diz presidente da Cruz Vermelha

Desconexão

Mas quantas pessoas fora da "bolha" de Genebra estão ouvindo?
Peggy Hicks, da ONU, tenta explicar por que as atitudes das pessoas em relação aos direitos humanos podem estar mudando.
"Quando confronto o mal que vemos no mundo de hoje, não me surpreende que as pessoas que não pensaram muito profundamente sobre isso (a tortura) às vezes tenham convicção de que isso pode ser uma boa ideia."
Mas na Europa e nos Estados Unidos, líderes de opinião tradicionais - desde políticos até funcionários da ONU - têm sido acusados de serem elitistas e desconectados da realidade. Sugerir que algumas pessoas simplesmente não refletiram o suficiente sobre tortura para entender que é errado pode ser parte do problema.
"Eu acho que a comunidade dos direitos humanos - eu mesma incluída - tem o problema de não usar uma linguagem que se conecta com as pessoas num diálogo verdadeiro", admite Hicks.
"Precisamos fazer melhor, eu realmente acho isso."
A ideia que ninguém em Genebra parece querer enfrentar, no entanto, é a de que os princípios adotados nos anos 1940 podem simplesmente não ser mais tão relevantes para as pessoas no mundo atual.
Eles parecem pensar que os princípios continuam sendo válidos, só não são respeitados o suficiente.
"Não estamos buscando um mundo de fantasias imaginário", diz Tammam Aloudat, médico da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Estamos buscando a manutenção das garantias básicas de proteção e assistência a pessoas afetadas por conflitos."



Cartaz dos Médicos Sem Fronteiras dizendo: Image copyrightANDREW BURTON/GETTY IMAGES
Image captionMédicos Sem Fronteiras defende que as regras estabelecidas para zonas de guerra sejam obedecidas, garantindo atendimento a feridos

'Visão imoral'

A preocupação de Aloudat é que a mudança de atitude, especialmente em relação a profissionais de saúde trabalhando em zonas de guerra, acabe com essas garantias básicas.
Recentemente, perguntaram a ele por que a equipe do MSF não diferencia - na hora de atender os feridos - quais são civis e quais podem ser combatentes que, se forem tratados, podem retornar à batalha.
"Isso é absurdo. Qualquer pessoa desarmada merece tratamento... Não temos autoridade moral para julgar suas intenções no futuro."
Seguindo essa lógica, diz ele, podem acabar exigindo que médicos e outros profissionais de saúde recusem tratamento ou alimentação a crianças de países em conflito, para evitar que elas se tornem combatentes ao crescer.
"É uma visão de mundo ilegal, antiética e imoral", afirma.
"Aceitar a tortura, a privação de mantimentos, o cerco a cidades e outros crimes de guerra como coisas inevitáveis - ou mesmo 'ok', caso elas resolvam o conflito rapidamente - é horripilante. Eu não gostaria de estar em um mundo em que essa fosse a regra."
Peggy Hicks, por sua vez, alerta para o excesso de críticas às leis atuais de direitos humanos sem que haja alternativas genuínas a elas.
"Quando buscamos alternativas, não há nenhuma. Mesmo que o sistema atual tenha problemas, se você não tem nada para substitui-lo, é melhor ter cuidado ao tentar destrui-lo." Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O que é e onde fica o mesentério, o 'novo' órgão do corpo humano identificado por cientistas



Médicos na sala de cirurgiaImage copyrightGETTY IMAGES
Image captionEstudo das funções do mesentério pode abrir caminho para novos métodos cirúrgicos do aparelho digestivo

Novo órgão, nova ciência

O mesentério é uma dobra dupla do peritônio - como se chama o revestimento da cavidade abdominal - que une o intestino com a parede do abdômen e permite que ele se mantenha no lugar.
Dessa forma, o estudo das funções deste novo órgão pode abrir caminho para novos métodos cirúrgicos do aparelho digestivo.


Anatomia do mesentérioImage copyrightJ CALVIN COFFEY/D PETER O'LEARY/HENRY VANDYKE CART
Image captionMesentério é uma dobra dupla do peritônio

Em 2012, Coffey e seus colegas mostraram os resultados de sua pesquisa com microscópio nos quais sugeriam que o mesentério tinha uma estrutura contínua, característica necessária para que fosse considerado um órgão.
Desde então, os pesquisadores se dedicaram a coletar provas para embasar a reclassificação dessa parte do corpo humano, que culminaram na publicação do artigo.
E embora o funcionamento do aparelho digestivo não mude com a descoberta, a confirmação de que esta estrutura é efetivamente um órgão "novo" abre caminho para novos estudos.
"Podemos categorizar doenças digestivas relacionadas a este órgão", exemplifica Coffey.


Aparelho digestivo humanoImage copyrightTHINKSTOCK
Image captionMesentério era considerado até bem pouco tempo um ligamento do aparelho digestivo

Função

No entanto, depois de detalhar estrutura e características anatômicas, cientistas pretendem agora entender melhor a função do novo órgão, além de proporcionar sustentação e permitir a irrigação sanguínea às vísceras.
"Esse é o próximo passo. Se entendemos sua função, podemos identificar as anomalias, e estabelecer quando há uma doença, ou seja, quando o órgão passe a funcionar de modo anormal", afirma Coffey, em nota enviada à imprensa.


Esboço de Leonardo Da VinciImage copyrightROYAL COLLECTION TRUST © HM QUEEN ELIZABETH II
Image captionPrimeira menção publicamente conhecida do mesentério foi feita por Leonardo Da Vinci, por volta de 1500

O estudo, afirmam os especialistas, pode ser a chave para entender melhor algumas doenças abdominais e digestivas, bem como aprimorar os tratamentos atuais.
Ou seja, pode permitir, por exemplo, o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas menos invasivas, com menos complicações ou com uma melhor taxa de recuperação do paciente.
Enquanto a pesquisa não é concluída, uma das mudanças mais imediatas, contudo, será no ensino da medicina, que passará a incluir o mesentério na lista dos quase 80 órgãos do corpo humano que conhecemos. Fonte:BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O povo agora só quer emprego na prefeitura de Bom Jardim. E o Concurso Público?


Centenas de pessoas fizeram fila na gráfica rápida, localizada no centro da cidade para fazer o currículo de trabalho, protocolar na prefeitura e nas secretarias municipais de Bom Jardim. O fato marcante  desta terça-feira, 03 de janeiro de 2017, gente querendo emprego, cargo, ganhar dinheiro no final do mês.

Enquanto uns correm em busca de um emprego, os funcionários da ativa terão que aparecer em seus postos de trabalho, outros deverão fazer perícia médica e recadastramento , conforme Portaria publicada pelo prefeito João Lira.

Nas ruas, as pessoas perguntam sobre a continuidade das inscrições do Concurso Público que foram parcialmente realizadas e canceladas provisoriamente por determinação do Tribunal de Contas de Pernambuco. Como a prefeitura irá fazer contratação se precisa concluir o processo de inscrição para o concurso público municipal neste início de ano? Será que as oportunidades serão dadas pelo concurso, currículo e indicação política? O Tribunal de Contas e o Ministério Público irá permitir novas contratações sem a realização do concurso?  




Foto:Edgar S.Santos.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Onze Milhões de Reais dos 60% do FUNDEF para os professores de Bom Jardim

MPF faz recomendações  aos municípios da área de atribuição da Procuradoria da República em Pernambuco.

O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF/PE) expediu recomendações a 41 municípios (ver lista abaixo) para que as verbas decorrentes de condenação judicial em ação que tratava dos valores devidos pela União aos municípios no âmbito do extinto Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) sejam aplicadas exclusivamente na manutenção e desenvolvimento do ensino e valorização do magistério.
As cidades alvo das recomendações integram a área de atribuição da Procuradoria da República em Pernambuco e foram expedidas pelo procurador da República João Paulo Holanda Albuquerque.
O documento leva em conta a notícia de que diversos municípios promoveram ação judicial com objetivo de receber, da União, verba relativa à complementação do Fundef, no que diz respeito à diferença entre as receitas garantidas por lei e as efetivamente recebidas. Na recomendação, o MPF reforça que o insuficiente repasse federal e o posterior recebimento, na via judicial, da diferença devida não autorizam os municípios a utilizarem os recursos em finalidades distintas à da educação. Além disso, o procurador da República considera que algumas prefeituras celebraram contratos advocatícios lesivos ao patrimônio público, prevendo honorários incompatíveis com o alto valor e a baixa complexidade da causa.

O MPF reforça, ainda, que a complementação não se destina ao ressarcimento do erário municipal, constituindo um resíduo superavitário do antigo Fundef, ingressando, após a extinção do fundo, como reforço de receita da educação, mantendo a vinculação estabelecida na legislação, sem se confundir com o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Honorários – Além de recomendar que os municípios apliquem integralmente, de maneira planejada e coordenada, as verbas decorrentes de precatórios do Fundef, o MPF também requer que as prefeituras deixem de custear o pagamento de honorários advocatícios contratuais com os recursos do fundo recebidos por meio de decisões judiciais, a não ser quando o valor pago aos advogados seja ressarcido pelos gestores municipais.

Os municípios têm 20 dias para informar sobre o acatamento ou não da recomendação, a contar da data de recebimento. Em caso de descumprimento, o MPF poderá adotar as providências legais e judiciais cabíveis.

Municípios que receberam as recomendações – Abreu e Lima, Aliança, Araçoiaba, Bom Jardim, Bueno Aires, Camaragibe, Camutanga, Carpina, Chã de Alegria, Condado, Feira Nova, Fernando de Noronha, Ferreiros, Gameleira, Glória de Goitá, Goiana, Igarassu, Itamaracá, Itambé, Itapissuma, Itaquitinga, Jaboatão dos Guararapes, João Alfredo, Lagoa do Carro, Lagoa de Itaenga, Limoeiro, Macaparana, Machados, Moreno, Nazaré da Mata, Olinda, Paudalho, Paulista, Pombos, Recife, São Lourenço da Mata, São Vicente Férrer, Timbaúba, Tracunhaém, Vicência e Vitória de Santo Antão.

Inquérito civil nº 1.26.000.002355/2016-47
Fonte:Ministério Público Federal
Foto:Edgar S. Santos
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Estado Islâmico assume ataque que matou 39 em Istambul: o que se sabe até agora


Parentes velam morto em ataque em IstambulImage copyrightMAGNUM PHOTOS
Image captionOs primeiros funerais de vítimas foram realizados ainda no domingo

O grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) disse estar por trás do ataque na noite de Ano Novo a uma boate em Istambul, na Turquia, que deixou 39 mortos e 69 feridos.
A organização afirmou em um comunicado que o ato foi realizado por um "soldado heróico".
Ao menos 600 pessoas celebravam a viradada do ano nas primeiras horas de domingo na Reina quando o homem abriu fogo.
O EI está ligado a pelo menos dois outros ataques recentes na Turquia, que vem realizando operações militares contra esses militantes na Síria.
No domingo, o atirador chegou de táxi ao local às 1h30 do horário local (21h30 no horário de Brasília) e pegou uma arma de cano longo de que estava no porta-malas.
Ele matou primeiro um segurança e um agente de viagens ainda do lado de fora e, em seguida, entrou na boate. Segundo a mídia local, ele disparou 180 balas ao longo de sete minutos antes de fugir, deixando sua arma para trás.

Mulher é levada ao hospitalImage copyrightREUTERS
Image captionAo menos 39 pessoas morreram e 69 ficaram feridas no ataque

Uma caçada pelo atirador está curso, informou o ministro do Interior do país, Suleyman Soylu: "Esperamos capturá-lo em breve".
Em um comunicado, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse que "lutaria até o fim contra o terrorismo". "Estão tentando instalar o caos, desmoralizar nosso povo e desestabilizar o país com ataques abomináveis contra civis", disse ele.
"Vamos manter calma, nos unir ainda mais e nunca ceder a essas artimanhas sujas. Faremos o que for necessário para garantir a segurança dos cidadãos e a paz na região."

Estado de alerta

A Turquia também vem travando há décadas um conflito com militantes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PPK), organização que deseja a criação de um Estado independente em uma região que hoje faz parte do território turco.
Mas o grupo negou ter ligação com o ataque de domingo. Um de seus cofundadores, Murat Karayilan, disse à Firat, uma agência de notícias pró-PKK, que o grupo "nunca atacaria civis inocentes".
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, classificou o ataque como um "massacre, uma verdadeira selvageria".

Policiais cercam a boate ReinaImage copyrightEPA
Image captionO atentado ocorreu em uma casa noturna de Istambul na noite de Ano Novo

Dentre as vítimas fatais, ao menos 25 pessoas eram de outros países, como Rússia, França, Israel, Tunísia, Líbano, Índia, Bélgica, Jordânica, Arábia Saudita, entre outros, um reflexo da popularidade da boate entre estrangeiros que visitam a cidade.
A Reina fica à margem do Bósforo, estreito que marca o limite dos continentes asiático e europeu na Turquia, e uma das casas noturnas mais chiques de Istambul e famosa por seu glamour e clientes famosos.
A cidade já estava em alerta, com 17 mil policiais atuando, após uma sequência de ataques nos últimos meses.

'Corpos sobre mim'

Sobreviventes do ataque a uma boate em Istambul, na Turquia, descreveram como uma noite de comemoração se tornou um massacre.
O jogador de futebol Sefa Boydas disse à agência de notícias AFP que teve de caminhar sobre corpos para sair da boate, à qual havia chegado dez minutos antes.
"Ainda estávamos nos acomodando quando surgiu muita fumaça e poeira na porta. Ouvimos tiros. Muitas garotas desmaiaram na hora", disse ele.
Presente na boate no momento do ataque, Sinem Uyanik também contou ter vistos muitos mortos no local e disse que seu marido, Lutfu Uyanik, ficou ferido, mas não corre risco de morte.

Policiais isolam a boate ReinaImage copyrightREUTERS
Image captionPolícia segue em busa pelo autor do atentado

"Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, meu marido caiu sobre mim", disse ela do lado de fora do hospital Sisli Hospital na manhã deste domingo.
"Tive de erguer muitos corpos que estavam sobre mim para sair de lá."
Outros clientes da boate também relataram seu choque diante do desenrolar do ataque.
"Estávamos aqui para nos divertir, mas, de repente, tudo virou caos e uma noite de horror", disse Maximilien, um turista italiano, à AFP.
Ismail Celebi estava do outro lado da rua e afirmou ter visto pessoas "correndo, se pisoteando" após ouvir um tiro.
"Pelo que pudemos ver, as pessoas que saíam estavam muito feridas. É difícil de acreditar", afirmou ele à AP.
Autoridades disseram que o atirador disparou primeiro contra um policial e um civil que estava do lado de fora da boate antes de entrar.
Mehmet Dag testemunhou isso e disse ter ficado frente a frente com o criminoso.
"Ele atirou contra os seguranças e atingiu a maioria deles. Em seguida, entrou, e não sei o que aconteceu depois. Ouvi sons de tiros e, após dois minutos, uma explosão", afirmou.
"Fiz contato visual com ele, que olhava para nós e sorria."

Reação internacional

De férias no Havaí, o presidente americano Barack Obama foi um dos primeiros líderes globais a se manifestar sobre o ataque, declarando seu pesar pelas vítimas e dizendo que a assistência necessária será prestada às autoridades turcas.
A chanceler alemã Angela Merkel disse que se tratou de um ataque "desumano e perverso contra pessoas que queriam celebrar o Ano Novo juntas".
O papa Francisco havia preparado um discurso para hoje, Dia da Paz Mundial no calendário católico, sobre combater a violência com a não violência.
Em sua fala, ele comentou sobre o ataque: "Infelizmente, a violência nos atingiu nessa noite de esperança. Com dor, presto meus sentimentos ao povo turco e rezo pelas muitas vítimas e feridos e por toda a nação em luto".

Boate ReinaImage copyrightREUTERS
Image captionA boate fica na margem do Bósforo, estreito que divide a Europa e a Ásia na Turquia

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu que haja uma cooperação internacional para combater o terrorismo, segundo o jornal The Jerusalem Post, e disse que a "maior ameaça ao futuro do mundo vem do extremismo islâmico".
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ser "um dever coletivo combater as agressões terroristas". A Rússia e a Turquia atuam na Síria em lados opostos do conflito.
Istambul estava em estado de alerta, com 17 mil policiais vigiando a cidade, após uma série de ataques nos últimos meses, muitos dos quais foram realizados pelo EI e militantes curdos.
O mais recente ocorreu em 10 de dezembro, quando duas explosões do lado de fora de um estádio de futebol deixou 44 mortos. Um grupo curdo assumiu sua autoria.
No mesmo mês, o embaixador russo Andrei Karlov foi morto por um policial turco enquanto discursava na capital Ancara.
O autor do ataque disse se tratar de uma vingança pelo envolvimento da Rússia no conflito na cidade síria de Aleppo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O que sei é que quase nada sei


As instabilidades deixam todos inseguros. Não pense que Temer ri gratuitamente. Há disfarces, os políticos são atores qualificados para multiplicar fingimentos. No entanto, as complicações não desaparecem. A expectativa é geral. Notícias de hoje não servem para amanhã. As interpretações da leis possuem sábios aplaudidos e manobras vergonhosas. Moro é o capitão da América e sonha com glória. Deseja ir para os Estados Unidos. Suas declarações mostram estimas elevadas. Surgiu e ficou. Herói nacional de muitos que não se esforçam para medir suas críticas. Confusão no ar, ninguém prever o futuro, a economia descendo a ladeira, o descrédito aumentando, a droga solta no mercado com violências autorizadas
As instituições estão, visivelmente, quebradas. Não conseguem dar respostas. O Supremo se contradiz, as Universidades submergem, as famílias tropeçam na ética, não formam os filhos para o mundo. As dissonâncias andam em ritmos nada estéticos. Não se trata de relembrar as vanguardas modernistas. A ameaça de caos se propaga, porque o lema é acumular. Tentam apagar as memórias das revoluções, dos tempos de inquietação. Vale o pragmatismo. É preciso ficar atento, pois os interesses mudam as cores de forma sutil e opressora.Não esquecem da reprimir.
Se a dúvida é jogada fora, o instituinte se fragmenta. Castoriadis é autor que reflete bem sobre as mesmices do contemporâneo. Há um conformismo agudo, celebrado na empolgação por mercadorias. O afeto vai para a lata do lixo, pois o importante é o poder de aquisição, as falsas tapinhas nas costas. Volte ao passado. Recorde-se da força do cristianismo. Quando o catolicismo se expande e se alia com a política, os negócios se animam. Onde está o próximo?Tudo se perdoa, para se sentar em tronos de ouro. O Brasil se veste de fantasias falsificadas.para viver jantares definidores de golpes construídos por minorias.
Sócrates tinha razão ao dizer que nada sabia. Imagine se vivesse em Brasília, fosse vizinho de Temer. Há desesperos que circulam. Encontro pessoas que se esvaziam. O número de farmácias cresce, sobretudo nas esquinas das grandes avenidas. Quando a sinceridade não existe, a mentira se sofistica. As reuniões acontecem para fabricar versões e não resolver a quebra da sociedade. Ha quem recorra as finanças adormecidas em bancos estrangeiros. Celebrar a ordem e o progresso é sinal que o pântano é profundo. Não desenhe o que desconhece. A cartografia das manipulações é extensa. Desconfie.
Se está aflito, porém, ainda possui uma vida razoável, troca seu carro, mantém seus filhos com seguro saúde, não fique apático e desista de beber sua cerveja importada. Qualquer vacilação procure pegar um ônibus às 18 horas, daqueles lotados e sujos. Ouça a conversa dos passageiros. Compreenda a saga de cada um. O inferno existe e você não sabia. Há muita gente que acorda às 4 horas e dorme às 23 horas. Trabalha para ganhar o mínimo e suportar as neuroses do patrão. É um teste. Não brinque com a dor dos outros. Tudo é relativo? Talvez, seja. A piedade dos deuses tem limite. Não entre na quadrilha de Ali Babá. Não se descuide dos sinais da história.
Por Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

João Lira toma posse em Bom Jardim


A tarde do primeiro de janeiro 2017, em Bom Jardim-PE, foi marcada  pela solenidade de posse do prefeito João Francisco de  Lira (PSD) e sua vice Ivonete Ivo, na sede da prefeitura municipal. A entrega simbólica  das chaves foi feita pela  Ilustríssima Senhora Valdecir Cabral, chefe da equipe de transição do ex-prefeito Miguel Barbosa.
A nova equipe de secretariado  do município é composta por colaboradores do segundo governo do prefeito eleito e de seus familiares. Lúcio Mário Cabral (Administração), Elisangela Braz (Finanças), Edgar Lira (Infraestrutura), João Francisco (Educação), Elizabete Silva (Saúde). Nos próximos dias poderão ser anunciados outros nomes. Comenta-se que o Senhor Vanva poderá fica no Governo.

Valéria Lira (PSD), esposa do prefeito João Lira, foi eleita para presidir a Câmara Municipal com 7 votos dos colegas diante de seu concorrente, o vereador Jotinha (PSB). Vitor e Lene Cadete, ambos do Partido Progressista (PP),  partido de Miguel Barbosa, aderiram a chapa governista no legislativo.

Aproximadamente quatro mil populares acompanharam a festa de posse do novo prefeito, secretários e vereadores.  João Lira governa o município pela terceira vez. Mais experiente, tem a chance de fazer melhor, respeitando todos, sem revanchismos. Que faça uma boa gestão para todos.
Fotos de Lucas Cabral e Daniel Sarinho.
Professor Edgar Bom Jardim - PE