quarta-feira, 25 de maio de 2016

Encruzilhadas: direita, esquerda, amarelo, vermelho, verde…

Há debates políticos que pareciam pertencer ao século passado. Quem apostava na divisão esquerda/ direita era, muitas vezes, ridicularizado. As medidas, agora, são outras. As conversas devem ser atualizadas ? O muro caiu, a Guerra Fria se despiu, a coca-cola está em toda parte, a China se veste com o capitalismo. De repente, os debates ganham espaços junto com as cores. Há uma badalada releitura do mundo? Ser vermelho chama atenção e ódio. E  os que gostam de amarelo e verde e decretam seu amor incondicional pela pátria? Freud redefiniria a infantilização de intelectuais que se localizam nas revistas de Pato Donald? A política virou palco de ressentimentos. As linguagens se aproximam e as denúncias negam a chegada do paraíso. A encruzilhada está no meio do caminho. As pedras se foram.
O cinismo não desiste, lembra fantasmas, serviço secretos, psicopatias aceleradas. É difícil analisar sentimentos, histerismos, apagar raivas. Tropeça-se em tecnologias de escutas. Ontem, hoje, amanhã. Quando surgirá um novo dia? As pessoas mudam no ritmo das manchetes de jornais. A produção da desconfiança quebra afetos, desilude justiças, não consegue perseguir o futuro. Há esconderijos que protegem as autoridades e saberes que desviam o olhar. A confusão não cessa, pois é raro conhecer alguma coisa que não esteja contaminada. A epidemia revela o apodrecimento da política e a perplexidade quase universalizada. A palavra golpe multiplica-se na forma e no conteúdo, abandonando os dicionários, as constituições, animando-se com desfavores ou ocultando disputas.
Não sei o que virá. Fico até com receio de escrever. Lamento tantas vacilações, dramas, inocências, culpas. A democracia se distancia e elegemos figuras nada saudáveis. Os partidos estão partidos e se especializam em assaltar cofres e garantir sucesso nas conspirações. Como tudo se resolverá é uma pergunta fatal? A pátria amada nunca dormiu em berço esplêndido. As minorias não apreciam reviravoltas. Sustentam seus privilégios, admiram monopólios, buscam apoios internacionais. Os sinais de violência assombram e alguns não observam que a fome e as desigualdades estão soltas. A balança não tem equilíbrio, desde a época da colônia. Socializar, dividir, firmar direitos são pecados capitais.Costumo dizer que a história é a construção da possibilidade.A história não possui um sentido único. Ela é envolvida também pelos projetos de políticos ou mentiras sacralizadas.
Não está fixa, é vizinha do purgatório, dos altos dízimos que acompanham o jogo do mercado Há lutas entre os grupos e as palavras se tornam definitivamente ambíguas. Num território de vulcões não dá para neutralizar o fogo , nem destruir os suspenses. Marcaram-se cronologias, esqueceram que o inesperado apronta surpresas, que os telefones são espiões. A quantidade de escutas é imensa. Já pensou quando divulgarem todas? Acho impossível. Simone de Beauvoir dizia que ” Cada um ama sua cada uma”. Quem se prepara para viver a instabilidade? Não sei. As superfícies estão cheias de lixos e os labirintos, de espelhos. Não há fórmula mágica. Sobram frustrações e desprezos. O serviço de meteorologia divulga que as nuvens estão pesadas.Os santos cumprem promessas. Articulam uma reunião para acalmar os deuses pessimistas. Por Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Novos áudios revelam conversas entre Sérgio Machado e Sarney

Na conversa, Sarney promete tentar interferir nas investigações da Lava Jato / Foto: ABr
Na conversa, Sarney promete tentar interferir nas investigações da Lava Jato
Foto: ABr
JC Online

Novas conversas gravadas pelo ex-presidente da TranspetroSérgio Machado trazem à tona promessa feita pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) para tentar interferir no andamento das investigações da Operação Lava Jato, segundo revelou o Jornal Folha de São Paulo. Este já é o terceiro áudio vazado com conversas entre Machado e peemedebistas.
Nas gravações feitas pelo próprio ex-presidente da Transpetro,Sarney fala em evitar que o caso de Machado seja transferido à sede da Polícia Federal, em Curitiba, e consequentemente caia nas mãos do Juíz Sérgio Moro. Segundo os áudios, gravadas em março, Sarney já apresentava preocupação com uma possível delação de Sérgio. "Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falam com ele em delação premiada", afirma o ex-presidente da república.
Machado esclarece na conversa que há insinuações daProcuradoria-Geral da República (PGR) por uma delação. Sarney continua o diálogo e afirma "temos é que conseguir isso (o pleito de Machado). Sem meter advogado no meio". Machado concorda.
Ao fim da conversa, Machado pede que Sarney volte a entrar em contato com ele em outro horário e local para reunião entre eles e Renan Calheiros.
Em nota, Sarney afirmou desconhecer o teor das conversas e, por isso, não ter como "responder às perguntas pontuais".
Nesta terça-feira (24), Machado fechou delação premiada com o Supremo Tribunal Federal (STF) após serem divulgados também conversas entre ele, Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL).
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 24 de maio de 2016

Vídeo:AÇÕES SECRETARIA DE TURISMO, CULTURA E ESPORTES - BOM JARDIM-PE. Aqui em LEIA MAIS




Professor Edgar Bom Jardim - PE

Tarde Mariana da EREM Dr. Mota Silveira


Foto: Leandro Lima/Silvânia Andrade.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Agricultores comemoram chuva na zona rural de Bom Jardim

Moradores de Lagoa de Cobra e demais comunidades do município de Bom Jardim, festejam a chegada abençoada  da chuva, nesta terça-feira, 24 de maio de 2016.
Foto: Josélia Mendes.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O escândalo das tropas fantasmas na luta contra o Talebã no Afeganistão

Quantos soldados tem o país que vive um dos conflitos mais crueis do mundo?
A resposta é que ninguém sabe, nem sequer a potência internacional que investiu bilhões de dólares para treinar este Exército.
"É preocupante que nem os Estados Unidos nem seus aliados no Afeganistão saibam quantos soldados ou policiais afegãos realmente existem."
A afirmação está em um informe do órgão americano que monitora a reconstrução afegã, o escritório do Inspetor Geral para Reconstrução do Afeganistão (SIGAR na sigla em inglês).
O documento foi divulgado em 30 de abril.
Soldados em açãoImage copyrightEPA
Image captionCerca de 40% das tropas que figuram em listas oficiais simplesmente não existem, segundo informe elaborado por autoridades do Afeganistão
"A equipe autorizada de forças afegãs foi, durante anos, de 325 mil soldados e policiais", diz o informe.
Mas, além do número incerto de militares no front, há também incertezas sobre seu equipamento e capacidade de resposta, segundo o documento.
As listas de regimentos do país são repletas de nomes falsos e de soldados mortos.
E um informe recente do conselho municipal de uma das províncias mais afetadas pela guerra, Helmand, no sul do país, descobriu que cerca de 40% das tropas que figuram nas listas oficiais simplesmente não existem.
O problema dos soldados inexistentes afeta seriamente a luta contra o Talebã, o grupo islâmico radical que controla vastas regiões do país e segue ganhando território.
Soldados com armaImage copyrightEPA
Image captionRelatório diz que nem EUA conhecem realidade do Exército afegão
E estamos falando de um conflito com um extraordinário custo humano, da prolongação de anos de uma guerra devastadora que, desde 2001, custou a vida de mais de 90 mil afegãos, incluindo cerca de 26 mil civis, segundo estudo da universidade Brown, nos EUA.
A grande pergunta é: a que se deve esse fenômeno do Exército fantasma do Afeganistão?

Corrupção

A invasão liderada por Washington ao Afeganistão, em 2001, pôs fim ao regime islâmico do Talebã.
Gradução de soldadosImage copyrightEPA
Image captionGradução de soldados; baixa moral é um dos problemas apontados
Após o fim formal da missão da OTAN no território afegão, em 2014, a luta contra o grupo radical ficou sob responsabilidade das tropas afegãs.
Os Estados Unidos investiram mais de US$ 60 bilhões na formação e treinamento de forças de segurança afegãs nos últimos 14 anos, segundo registros da imprensa americana.
Mas o Exército afegão segue marcado por corrupção.
Toofan Waziri, analista político que visitou a província de Helmand, disse à imprensa britânica que encontrou uma base em que o comandante havia demitido a metade de seu regimento de cem homens sem notificar seus superiores para cobrar todos os salários.
"Os militares-fantasma são um problema geral em todo o país", disse a BBC Mundo Inayatulhaq Yasini, editor do site online do serviço em língua pashto da BBC para o Afeganistão.
"Quando alguns comandantes que lutavam por sua conta durante a guerra civil nos anos 1990 foram incorporados ao Exército, trouxeram suas tropas e, em alguns casos, reportaram mil homens para cobrar mais salários, quando na realidade tinham cerca de cem."

Favorecimento e moral baixa

A corrupção não é a única explicação para os soldados fantasma.
Alguns generais não comunicam o verdadeiro número de baixas para ocultar suas derrotas.
E outro grave problema é a deserção por moral baixa.

Afeganistão, 4 décadas de guerra

1979
Invasão do Exército soviético instaura um governo comunista
  • 1989 Tropas soviéticas se retiram após guerra com combatentes mujahidin - com apoio dos EUA - a um custo de mais de um milhão de vidas
  • 1996 Taleban toma o controle de Cabul e impõe seu regime islâmico
  • 2001 Invasão liderada pelos EUA após atentados de 11 de setembro
EPA
"Há soldados que abandonam as fileiras porque não são pagos. Mas há outras razões", disse Yasini à BBC Mundo.
"Falei com um soldado no leste do país que lutou no fronte, apesar de seus pedidos, não deram a ele nem um dia para visitar a família em seis meses."
"Mas esses soldados veem que alguns companheiros têm dias de folga, porque são favorecidos pelo comandante."
"Esse favoritismo influi também na hora de decidir quem é enviado à frente de batalhae quem cumpre outra funções. E, neste país multiétnico, alguns percebem que só certas etnias obtem benefícios."
Armas e soldadosImage copyrightEPA
Image captionAlguns comandantes dizem ter mais soldados do que têm para ganhar mais dinheiro
A escassez de alimentos no front também afeta seriamente a moral dos combatentes. O relatório elaborado em Helmand cita o caso de soldados que ofereceram um lançador de morteiro ao Talebã em troca de arroz.
O documento também aponta que alguns oficiais estão envolvidos em venda de drogas.

Números inflados

Combater o problema das tropas inexistentes não será fácil. O informe da SIGAR de abril afirma que "o problema existe há pelo menos uma década."
Já em 2006, antes da criação do órgão americano, inspetores do Departamento de Estado em Washington advertiram sobre os "números inflados" nas listas de soldados afegãos que recebiam salários, segundo o documento do SIGAR.
As mesmas advertências foram reiteradas em 2009 por uma agência do governo americano que monitora o uso de dinheiro público, Government Accountability Office (ou GAO).
A corrupção é um problema endêmico no Afeganistão, que ocupa um dos piores lugares no Índice de Percepção de Corrupção de 2015 elaborado pela Transparência Internacional.

Por quem estamos morrendo?

Para Inayatulhaq Yasini, a corrupção generalizada só diminuirá se for combatido o que a população percebe como amplo nível de corrupção em nível oficial.
"Quando os soldados veem que a corrupção é endêmica no nível mais alto, nas instituições, naturalmente se perguntam: 'Por quem estou lutando?'; 'Por que estamos morrendo?'.
Inayatulhaq Yasini, editor do serviço em língua paschto da BBC
EPA
"Em muitos casos não há dedicação ou desejo de lutar pelo país", afirmou Yasini.
"Quando os soldados veem que a corrupção é endêmica no nível mais alto, nas instituições, naturalmente se perguntam: 'Por quem estou lutando?'; 'Por que estamos morrendo?'.
O editor do serviço de língua pashto da BBC afirma que no passado "o Exército era considerado bom, um baluarte, mas, à medida que a guerra se prolonga, o impacto da corrupção e sua influência na guerra aumentam".
"Os exércitos não se formam em um dia", disse Yasini.
"Problemas graves como o dos soldados inexistentes terão um impacto de longa duração na segurança nacional. Talvez seja necessário um dia reconstruir as forças de segurança."
Em 15 anos de invasão liderada pelos EUA, o "exército fantasma" torna ainda mais difícil vislumbrar um pouco de paz nos 15 anos de guerra que assolam o Afeganistão.
Por: Alejandra Martins
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Romero Jucá deixa Ministério do Planejamento a partir desta terça. E os demais envolvidos?

O ministro Romero Jucá, do Planejamento, anunciou nesta segunda-feira (23) que vai se licenciar do ministério a partir desta terça-feira (24). Embora tenha anunciado "licença", ele afirmou que "tecnicamente" vai pedir exoneração porque voltará a exercer o mandato de senador pelo PMDB-RR.
Jucá disse que enviará um pedido de manifestação ao Ministério Público Federal, a fim de que o órgão avalie se cometeu algum tipo de crime em relação às conversas gravadas entre ele e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.
O jornal "Folha de S.Paulo" informou nesta segunda-feira que, em diálogo com Sérgio Machado, Jucá sugere um "pacto" para tentar barrar a Operação Lava Jato. Mais cedo, em entrevista coletiva, Jucá havia dito que não tinha nada a temer não pretendia deixar o comando do ministério.
"Eu vou me licenciar, mas tecnicamente vou pedir exoneração", declarou Jucá. Segundo ele, até que o Ministério Público apresente um parecer, ele permanecerá afastado e recomendará que, durante a "licença", o secretário-executivo Dyogo Oliveira responda pelo Ministério do Planejamento.
"Como há certa manipulação das informações, eu pedi ao meu advogado, doutor Kakay, que prepare um documento, e nós estamos dando entrada hoje [segunda] à tarde para que tenhamos posição do Ministério Público Federal, se há ou não irregularidade, crime, na conversa. Na medida em que colocar este documento lá no Ministério Público Federal, vou conversar com o presidente Temer e vou pedir licença do ministério enquanto o Ministério Público não se manifestar", disse
Depois de um pronunciamento do MP, Jucá disse que aguardará decisão do presidente em exercício, Michel Temer, sobre se irá querê-lo de volta ao governo ou não. Caso Temer decida pela volta do ministro, terá de renomeá-lo.
"Eu sou presidente nacional do PMDB, sou um dos construtores deste novo governo e não quero de forma nenhuma deixar que qualquer manipulação mal intencionada possa prejudicar o governo. Enquanto o Ministério Público não se manifestar, eu aguardo fora do mistério o posicionamento. Se ele se manifestar dizendo que não há crime, que é o que eu acho, caberá ao presidente Michel Temer me reconvidar. Se não, ele vai discutir o que vai fazer", disse.
Segundo informou o Blog do Camarotti, a "licença" anunciada por Jucá foi uma saída honrosa para o ministro. De acordo com o  Blog, que menciona interlocutores do presidente em exercício, Jucá não voltará, e Temer já busca outro nome para ministro do Planejamento.
O ministro fez o anúncio depois de acompanhar o presidente em exercício Michel Temer e os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) na visita ao Senado para entregar ao presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a proposta que altera a meta fiscal do governo. A proposta, que necessita de aprovação do Congresso, prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões, o que representa o maior rombo da história nas contas do governo.
A fala do ministro foi tumultuada porque deputados e outros manifestantes gritavam contra Jucá e o governo de Michel Temer no Salão Azul do Senado.
Apontando para as pessoas que gritavam contra ele, Jucá chegou a mencionar "babaquices" e "manifestações". "Para evitar babaquices como esta e manipulações do PT, nós vamos fazer enfrentamento onde precisar fazer. Não temos medo de cara feia, nem de gritaria. Principalmente de gente atrasada, gente irresponsável, que quebrou o país. Faremos enfrentamento e vamos aguardar manifestação do MPF, porque estou consciente de que não cometi irregularidade", afirmou.
Jucá disse que, embora tenha anunciado o afastamento, atuará pela aprovação da proposta na Comissão Mista de Orçamento, na tarde desta segunda-feira, e no plenário do Congresso, nesta terça, já na condição de senador. "Vou ajudar a aprovar meta hoje na comissão e amanhã no plenário", declarou.  "A ideia é que amanhã a gente possa aprovar o primeiro movimento da nova equipe econômica, que é dar realidade às contas públicas", afirmou Jucá.
Renan Calheiros
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse, após o encontro com Temer e os ministros, que antecipou para a manhã desta terça a sessão do Congresso que votará o projeto de alteração da meta fiscal, que estava marcada para a tarde. "O presidente pediu para nós agilizarmos a apreciação", afirmou.
Renan Calheiros afirmou que tratará o governo Temer "da mesma forma" como tratou o governo da presidente afastada Dilma Rousseff. "Há uma exigência nacional em relação a essa matéria", declarou.
O peemedebista disse que fará "o possível" para que o Congresso aprove a redução da meta porque o que está "em jogo", afirmou, não é o governo Temer, mas, sim "o interesse nacional".
Questionado, então, sobre se acha que a aprovação da revisão da meta ocorrerá "sem dificuldades", respondeu que sim.
"Eu quero aprovar [a revisão da meta fiscal sem dificuldades] porque a ninguém interessa que este governo entre na ilegalidade. Se nós não reduzirmos a meta, vamos repetir o que aconteceu com o governo anterior", declarou Renan.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Revelações sobre bastidores do governo interino reforçam necessidade de nova eleição


A gravação divulgada nesta segunda (23) de conversas do atual ministro do Planejamento, Romero Jucá, só confirmam o que a REDE já havia apontado desde janeiro – que o governo interino de Michel Temer poderia “criar uma aura de que o problema foi resolvido” com o impeachment da presidente Dilma e tentar arrefecer as investigações.
As conversas reveladas hoje dão continuidade ao lamentável episódio iniciado com Delcídio do Amaral, ex-líder do governo Dilma, agora seguido pelo igualmente senador e atual ministro do planejamento, Romero Jucá, e revelam o desejo claro e desesperado de blindar os políticos que estão sendo investigados pela Operação Lava-Jato. Como dissemos, o ponto onde a maior parte de PT, PMDB, PSDB e seus satélites convergem na mesma altura e profundidade, é exatamente no arrefecimento da Lava-Jato.
Assim como no governo Dilma, o tráfico de influência e o abuso do poder econômico e político são temas que prosperam, ainda que os atuais governantes, sem a legitimidade que só uma nova eleição pode trazer, tentem se apresentar como um governo de salvação nacional.
Independente de outros integrantes do governo provisório terem sido citados em distintos momentos nas investigações da Lava-Jato e outros episódios de corrupção, é imprescindível que as revelações de hoje feitas pelo jornal Folha de S.Paulo levem ao afastamento imediato do ministro Romero Jucá e também de outros membros do atual governo que estejam implicados nas investigações da Lava-Jato e outras operações.
A inércia do governo interino diante do cenário que vivemos hoje, em que as denúncias de abuso de poder e tráfico de influências ainda permeiam a condução do país, mostra a necessidade de que o processo de cassação da chapa Dilma-Temer, que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve ser tratado com urgência.
A REDE entende que PT e PMDB são igualmente responsáveis pelo cenário político-econômico em que vivemos e a única forma de passar o país a limpo é a realização de uma nova eleição – única situação em que a sociedade poderá decidir o que quer repactuar para o seu futuro sem a intermediação dos próprios políticos acusados e investigados por corrupção.
Por fim, a REDE reafirma que a sociedade deve continuar a dar total apoio às operações realizadas pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal. As investigações apontam, desde o início, que PT, PMDB e outros partidos da base do governo – tanto no governo Dilma, como no governo Temer – estão igualmente envolvidos nos casos de corrupção que a Lava-Jato tem desvendado e a sociedade não permitirá que o curso das investigações seja alterado por nenhum governo.
Comissão Executiva Nacional
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Paulo Paim comenta denúncias contra Jucá e questiona flexibilização da CLT


“A situação está muito pior do que eu imaginava”, afirmou o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, ao comentar reportagem desta segunda-feira (23) do jornal Folha de S.Paulo sobre conteúdo de gravação de telefonema entre o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
Para o senador, a gravação deixa claro que o objetivo do processo de impeachment é abafar as investigações da Operação Lava Jato. O objetivo era tirar a presidente Dilma Rousseff do cargo para que a investigação continue, explicou Paulo Paim.
Ele também considerou preocupantes as notícias de que o governo Temer quer flexibilizar as leis trabalhistas, mexendo em direitos como férias, Fundo de Garantia, Previdência e décimo terceiro salário, por exemplo.
— Vão mexer de forma, para mim, até covarde. Por que não disseram isso na hora da votação do impeachment? Duvido que muitos senadores votariam se eles dissessem o que estão dizendo hoje nos jornais e tivesse surgido essa gravação bomba. Era esse o objetivo? Eu não acredito que os senadores que votaram pelo impeachment votariam novamente se soubessem que o objetivo era travar a Lava Jato. A Lava Jato não pode parar.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Professor Edgar Bom Jardim - PE