segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Nigéria sofre com enchentes



Pior enchente a atingir a Nigéria em meio século começou em julho.
Nesse período, 7,7 milhões de pessoas foram afetadas pelas águas.

Da Reuters
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A pior inundação a atingir a Nigéria em pelo menos meio século já matou 363 pessoas desde o início de julho, e desalojou 2,1 milhões de pessoas, disse uma agência de emergências nesta segunda-feira (5).
O país africano frequentemente sofre com inundações sazonais após fortes chuvas tropicais, mas a escala da devastação deste ano chocou as pessoas, e imagens de vilas e cidades inteiras submersas ocuparam as telas das TVs.
O presidente do país, Goodluck Jonathan, disse no mês passado que a inundação é um "desastre nacional", mas afirmou que ela não desencadearia uma crise alimentar.
A Agência Nacional de Gerenciamento de Crise afirmou em um comunicado nesta segunda-feira que, entre 1 de julho e 31 de outubro, 7,7 milhões de pessoas haviam sido afetadas pela inundação. Segundo a Agência, 363 pessoas morreram e 18.282 ficaram feridas.
Casas submersas na comunidade Patani, no estado Delta, em imagem de outubro deste ano (Foto: Afolabi Sotunde/Reuters)Casas submersas na comunidade Patani, no estado Delta, em imagem de outubro deste ano (Foto: Afolabi Sotunde/Reuters)
Da pantanosa região petrolífera ao sul até a arenosa base do Sahel mais ao norte, os 160 milhões de habitantes da Nigéria estão espalhados por uma região com o dobro da extensão do Estado norte-americano da Califórnia.
Inundações na rica região petrolífera do Delta do Rio Niger, onde o terceiro maior rio africano deságua no Oceano Atlântico, têm atrapalhado a produção de cerca de 500 mil barris de petróleo por dia (bpd) -mais de um quinto da produção nigeriana- segundo dados do Departamento de Recursos Petrolíferos.
Um órgão da indústria de cacau afirmou no mês passado que a produção da commodity deve ficar bem abaixo da meta de 300 mil toneladas devido à chuva excessiva.



Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 4 de novembro de 2012

ENEM:Primeiro dia teve questão com Luiz Gonzaga. Jovem brasileiro ler pouco, é mal informado

 Luiz Gonzaga e Capitão América foram temas de questões do Enem 2012
 Do UOL, 
Imagem: novaescola

 O primeiro dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2012, realizado neste sábado (3), trouxe questões envolvendo uma música do cantor Luiz Gonzaga (1912-1989) e o super-herói dos quadrinhos Capitão América, relataram os primeiros estudantes a sair do exame. 

Houve quem reclamasse, também, da extensão dos textos dos itens. ACOMPANHE AQUI A CORREÇÃO ONLINE Siga a cobertura minuto-a-minuto do Enem 2012 "Caiu uma música do Luiz Gonzaga e perguntava a que a canção remetia", contou Giovanni Nicodemo Catalã, 19, de São Paulo. Segundo o estudante, a prova também abordou bastante o tema de sustentabilidade e energias renováveis. Outro personagem que apareceu na prova, só que do universo dos quadrinhos, foi o Capitão América. "Uma questão pedia para associar o Capitão América com as guerras", afirmou Letícia Lucena, 17, também de São Paulo. Textos grandes Uma reclamação recorrente dos primeiros estudantes foi a extensão dos textos de apoio da prova. No entanto, as opiniões se dividiram em relação à dificuldade do exame de hoje. “Eram longos, gigantes”, afirmou Lívia Siqueira, 22, que prestou o exame em Ribeirão Preto (SP) para tentar um desconto na mensalidade do curso de administração. Apesar de achar os enunciados muito extensos, Lívia considerou, no geral, o teste fácil. Gabryel Westphal Stinglin, 17, que fez a prova em Curitiba, afirma que precisou ler mais de três vezes alguns enunciados para prosseguir a prova. Embora estreante no Enem, ele costuma ter altas notas na escola e vai tentar o vestibular em diversas instituições de ensino público e particular. “Fiz o exame no ano passado e estou repetindo. A prova deste ano foi muito mais difícil, os enunciados eram grandes demais e exigiram muita concentração”, afirmou a estudante Maristela Andrade Vieira, 22, que sonha em cursar direito e fez o Enem em Salvador. Funcionária de uma administradora, Adriana Soares, de 37 anos, foi uma das primeiras a sair em Belém. Ela gastou duas horas e 15 minutos para responder todas as questões. E disse que foi rápida porque não perde tempo com as questões sobre as quais não tem certeza da resposta.

 Para Adriana, mais da metade da prova estava fácil, algumas facílimas e poucas muito complicadas. O único motivo de reclamação foi em relação ao horário escolhido pelo MEC (Ministério da Educação) para a realização da prova. Em Belém, o calor é de 39 graus à sombra. “Cheguei na sala às 11h20 e estava tranquilo, mas ao meio dia, nem o ventilador resolve. Todo mundo ficava se abanando”, comentou. (*Com reportagem de Suellen Smosinski, em São Paulo; José Bonato, em Ribeirão Preto; Thea Tavares, em Curitiba; e Sandra Rocha, em Belém)

Tudo dentro da normalidade, diz MEC
No sábado, a avaliação nacional aconteceu com normalidade em todos os estados. Nenhum incidente grave foi registrado pelo Ministério da Educação (MEC). Os sobressaltos vieram das redes sociais. No início da manhã, um usuário do Twitter começou a divulgar o boato de que o Enem havia sido cancelado. Em pouco tempo, o assunto estava entre os mais comentadosdo microblog.
Já no Instagram diversos estudantes postaram fotos de dentro das salas de prova, o que é probibido segundo o edital do exame (confira as imagens). Qualquer aparelho eletrônico, como celular ou MP3, deve ser lacrado pelos fiscais no local e só é devolvido aos estudantes no fim da prova. O MEC identificou e puniu 37 candidatos que conseguiram driblar a segurança do Enem. Eles estão desclassificados e não terão a prova corrigida.
Outras centenas de inscritos ficaram de fora do Enem 2012. Eles se atrasaram e encontraram os portões fechados. Em geral, culparam o trânsito pelo atraso, caso do paulista Cezar Augusto. "Geralmente levo menos de 30 minutos para chegar à Barra Funda", diz em referência ao bairro onde faria o exame. "Nesta sábado, levei uma hora", afirmou. Ele, que prestaria o exame pela primeira vez, não deve voltar para as provas deste domingo.
ProUni - Desde 2009, o Enem ganhou status de vestibular com a criação do Sistema de Seleção Unificado (Sisu), que seleciona estudantes para universidades federais, estaduais e institutos de educação tecnológica, e do Programa Universidade Para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudo em universidade privadas. Além de Sisu e ProUni, o Enem ajuda na obtenção de um financiamento estudantil, na participação do programa Ciência Sem Fronteiras, entre outros. (De veja)


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ativistas peruanas querem o fim das touradas



Vestidos apenas com shorts, eles simularam agressão como a dos animais.
Dezenas se reuniram em Lima tentando 'mostrar a dor dos animais'.

Com informações do G1
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Ativistas dos direitos animais se reuniram neste sábado (3) na praça San Martin, em Lima, no Peru, para pedir o fim das touradas. Vestidos apenas de shorts, homens e muheres colocaram lanças falsas nas costas e se mancharam de sangue falso para tentar "mostrar a dor dos animais".
Manifestantes protestam com sangue falso pelo fim das touradas no centro de Lima, no Perú (Foto: Enrique Castro-Mendivil/Reuters)Manifestantes protestam com sangue falso pelo fim das touradas no centro de Lima, no Perú (Foto: Enrique Castro-Mendivil/Reuters)
A temporada de touradas começa neste mês de novembro no país, mas os manifestantes se disseram otimistas de que vão conseguir abolir a prática "mais cedo do que as pessoas imaginam".
Vestidos apenas de shorts, manifestantes contra tourada fazem protesto em praça no centro de Lima (Foto: Enrique Castro-Mendivil/Reuters)Vestidos apenas de shorts, manifestantes contra tourada fazem protesto em praça no centro de Lima (Foto: Enrique Castro-Mendivil/Reuters)
Mauricio Rosas, porta-voz da organização anti-touradas Antitaurinos Peru (Peru Contra Touradas) disse que os protestos vão durar as próximas quatro semanas. De acordo com a CAS, entidade internacional anti-touradas, cerca de 377 touradas ocorrem todos os anos no Peru.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

ENEM:CRISE ECONÔMICA EM PORTUGAL, Isso pode cair na prova !



Europa

Atividade industrial da zona do euro cai pelo 15º mês

Índice PMI recuou para 45,4 em outubro e denota fraqueza das exportações

Bandeira da União Europeia, em Bruxelas
Bandeira da União Europeia, em Bruxelas (Christophe Karaba/EFE)
A atividade industrial recuou pelo 15º mês seguido em outubro, à medida que as exportações enfraqueceram, indicando que a economia da região como um todo se deteriorou no início do quarto trimestre, segundo pesquisa feita pela provedora de dados Markit. O índice de atividade industrial (gerente de compras) da zona do euro, conhecido como PMI, caiu para 45,4 em outubro, de 46,1 em setembro. As previsões dos analistas eram de que o índice recuaria para 45,3.
O relatório da Markit revela a fragilidade das exportações da zona do euro, à medida que a demanda de outros países continua baixa. Isso priva a região de uma fonte essencial de crescimento, enquanto os líderes tentam corrigir suas economias e reduzir a crise da dívida. Veja.com

PORTUGAL
O National Geographic Channel tentou responder à questão 'O que assusta mais os portugueses?' através de um inquérito encomendado à GfK no contexto da estreia de ‘Preparados para o Fim do Mundo’, uma série documental que mostra como alguns americanos se preparam para enfrentar os seus medos e sobreviver ao fim do mundo.
O estudo revelou que os portugueses são os únicos que confiam mais nas forças armadas e policiais para reagir em caso de crise (44.3%). Apenas 0.6% dos inquiridos respondeu confiar nos políticos em situação de colapso económico ou desastre natural. A maioria dos inquiridos teme acima de tudo o desemprego (35% dos inquiridos) e o colapso económico (25%). Estes medos reflectem-se também nas preocupações diárias, onde 84% dos inquiridos afirmam-se preocupados com a crise económica e 68% com a saúde.
Relativamente a medidas preventivas, os portugueses mostraram-se mais preocupados em prevenir um colapso económico (83,3%) do que apostar na prevenção face a desastres naturais (64,8%). Quando interrogados sobre o que fariam caso soubessem que o fim está para chegar, 62.2% respondeu que viajava; 60.5% passaria esse tempo com a família; 26.2% deixaria o atual trabalho e 15.7% teria tanto sexo quanto possível.


Ler mais: http://activa.sapo.pt/vida/sociedade

Professor Edgar Bom Jardim - PE

ENEM:Crise econômica na zona do Euro. Isso pode cair na prova !



Euro
DOIS LADOS DA MESMA MOEDA

Tanto a Grécia como a Alemanha usam o euro. Mas a diferença na capacidade competitiva explica por que um país vive uma depressão econômica e o outro prospera
Sob a perspectiva de um alemão, é difícil enxergar a crise econômica europeia.
A Alemanha, dona do maior PIB da Europa e do quarto do mundo, superou rapidamente a recessão de 2009. Em três anos, o número de pessoas sem trabalho foi reduzido em 600 000. A taxa de desemprego, de apenas 5,7% da população economicamente ativa, nunca foi tão baixa desde a reunificação, em 1990. As fábricas trabalham em três turnos para suprir a demanda mundial, acima de tudo asiática, pelos seus carros luxuosos e máquinas sem similares.
Na Grécia, o quinto ano seguido de contração do PIB
Para um grego, a crise é real, evidente, diária. Depois de catorze anos ininterruptos de economia em ascensão, bonança catapultada pela adesão ao euro, em 2001, a Grécia entrou em recessão em 2008 – e dela não saiu mais. As últimas estimativas apontam para uma queda de 5% no PIB em 2012, o quinto ano seguido de contração.
Desde 2008, o total de desempregados aumentou em 500 000 pessoas. A taxa de desemprego, de 21%, é a segunda maior da Europa, atrás apenas da taxa da Espanha. Metade dos jovens não possui trabalho (em comparação, apenas 8% dos alemães com menos de 25 anos estão desempregados, o menor porcentual da Europa). Estima-se que 68 000 pequenas e médias empresas tenham fechado as portas na Grécia. Em Atenas, as placas de enoikiazetai (aluga-se, em grego) fazem parte da paisagem urbana.
Revista VejaEconomia na Europa. Athens, Greece.Repórter: Giuliano Guandalini
Para um cidadão grego, a crise é real, evidente, diária. (Foto: Gilberto Tadday)
A Grécia e a Alemanha são os dois extremos da desigualdade crescente entre os dezessete países que utilizam o euro como moeda, a chamada zona do euro.
As economias da Áustria e da Holanda, além da alemã, sentiram um leve impacto com a desaceleração mundial. Portugueses, espanhóis e gregos, no entanto, sofrem na pele com a recessão mais profunda em pelo menos uma geração.
Falta funcionar como região econômica coesa
Como pode coexistir tamanho contraste entre países que fazem parte de um único bloco econômico e compartilham a mesma moeda?
A crise desencadeada em 2008 expôs uma realidade que havia sido encoberta durante os anos de crescimento. A zona do euro não funciona, pelo menos ainda, como uma região econômica coesa. “Precisamos de uma união fiscal que complemente a união monetária”, afirmou a VEJA o economista alemão Joerg Asmussen, diretor do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt.
Mas Asmussen enfatiza o comprometimento europeu com o futuro da moeda única: “O euro nunca esteve em crise. Existe na verdade uma crise da dívida e de confiança em alguns dos países da região”.

Revista VejaEconomia na Europa. Frankfurt.Repórter: Giuliano Guandalini
RIQUEZA ALEMÃ -- Em Frankfurt, o centro financeiro alemão, não se vê sinal de crise e o desemprego nunca foi tão baixo: recompensa pelas reformas (Foto: Gilberto Tadday)
Nos primeiros anos do euro, houve a sensação de que todas as nações operavam como uma única economia. Uma mostra disso é a taxa de juros paga pelos países para financiar suas dívidas. Há duas décadas, quando existiam a peseta, o escudo e a dracma, os governos da Espanha, de Portugal e da Grécia pagavam juros internacionais que chegavam a ser o triplo dos desembolsados pela Alemanha.
Com o euro, praticamente da noite para o dia, espanhóis, portugueses e gregos passaram a dispor de taxas baixíssimas, idênticas às dos alemães. Se todos possuíam a mesma moeda, o risco implícito era igual, e por isso os juros deveriam ser os mesmos, dizia a lógica dos investidores.
Revista VejaEconomia na Europa. Athens, Greece.Repórter: Giuliano Guandalini
Desde 2008, o total de desempregados na Grécia foi acrescido de 500 000 pessoas (Foto: Gilberto Tadday)
Existia, no entanto, uma diferença de competitividade subjacente. O crédito farto e barato impulsionou o consumo e os investimentos, formando bolhas que mais tarde estourariam. Ao mesmo tempo, os gastos públicos também avançaram rapidamente.
Ainda que o total das despesas com políticas de bem-estar social nesses países seja inferior ao de nações mais ricas do bloco, os gastos cresceram rápido demais num curto espaço de tempo. O superaquecimento elevou o custo da mão de obra. Produzir em Portugal ou na Grécia ficou tão ou mais caro do que na Alemanha ou na Áustria, países mais produtivos.
Combinação letal
Num mundo de estabilidade, todos esses desequilíbrios passavam incólumes. Mas eles foram se avolumando. Então veio a crise. O crédito desapareceu, e os investidores começaram a ser mais restritivos. Os juros dispararam para a Grécia, Portugal e também para a Irlanda, um dos primeiros países a ir à lona.
A combinação letal de queda no crescimento e elevação no custo do financiamento tornou as dívidas públicas dessas nações impagáveis. A crise se arrasta há quatro anos.
A Espanha, depois de uma leve retomada no ano passado, entrou de novo em recessão. A Grécia, na melhor das hipóteses, só voltará a ter algum crescimento em 2013.
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A PLENO VAPOR -- "As reformas trabalhistas aumentaram a competitividade", diz Peter Schwarzenbauer, vice-presidente de vendas e marketing da Audi (Foto: Divulgação)
Vinte anos atrás, era a Alemanha a economia doente da Europa. O país lidava com o custo da reunificação, uma conta anual que oscilava, em valores atuais, entre 30 bilhões e 50 bilhões de euros. Havia 5 milhões de pessoas sem trabalho. “Os desafios posteriores à reunificação estimularam discussões sobre a necessidade de reformas estruturais para aumentar a produtividade”, diz Joachim Nagel, um dos diretores do Bundesbank, o banco central alemão.
A partir de 2003 reformasEssas reformas tiveram como objetivo, em resumo, conter o aprofundamento dos gastos no sistema de seguridade social e também dar maior flexibilidade às leis trabalhistas.
Em 2003, no governo do chanceler social-democrata Gerhard Schroeder, foi lançado um pacote chamado Agenda 2010. Os pacientes do sistema público de saúde começaram a pagar por parte de alguns serviços. As negociações salariais passaram a ser feitas diretamente entre funcionários e empregadores, e os sindicatos perderam poder.
Criou-se a possibilidade de redução dos salários, mediante diminuição das horas trabalhadas. Os impostos sobre os lucros das empresas caíram.

Audi Produktion Ingolstadt ? Montage A3 /Bei der Triebwerksmontage werden die Hauptbestandteile Motor, Getriebe, Antriebswelle und Radaufhaengung zusammengefuegt.Bei der Triebwerksmontage haengen die Werkzeuge griffbereit von der Decke - fuer eine schnell
Em Ingolstadt, Baviera, a fábrica da Audi trabalha em três turnos para atender à demanda internacional, principalmente dos russos e chineses. (Foto: Audi AG))
O programa de reformas reduziu os gastos das companhias. Caiu sobretudo o custo final da mão de obra, em um período em que a despesa com funcionários aumentava continuamente na maior parte da Europa. A Alemanha, mais competitiva, passou a amealhar bilhões e bilhões de euros em superávits comerciais. Isso, mesmo lidando com uma moeda forte como o euro. “Foram ajustes difíceis de fazer, houve forte reação”, afirma Nagel. Schroeder, inclusive, perdeu o cargo em 2005, dando espaço a Angela Merkel. “Mas estamos nos beneficiando hoje das reformas estruturais feitas há dez anos.
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ADAPTAÇÃO À RECESSÃO -- "Contamos agora com o aumento das exportações para manter os nossos funcionários", afirma Athanase Lavidas, presidente do laboratório farmacêutico grego Lavipharm (Foto: Gilberto Tadday)
É surpreendente, até mesmo para nós, como a economia alemã tem se comportado bem”, conclui Nagel. O país dispõe ainda de vantagens históricas, entre elas a sua liderança na engenharia de máquinas e a sua infraestrutura logística, com poucos paralelos no mundo.
O modelo alemão, contudo, reconhecem os próprios alemães, está longe de ser perfeito. Há regulações excessivas em diversas atividades. As novas leis trabalhistas, de acordo com alguns economistas, ampliaram as desigualdades salariais. Por fim, a austeridade e o excesso de poupança fazem com que os alemães desfrutem um padrão de vida inferior ao de outras nações ricas.
Não resta dúvida, porém, sobre seu poder econômico, mesmo em meio à crise continental.

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Os cortes dos gastos na saúde pública derrubaram as vendas internas do laboratório Lavipharm. (Foto: Gilberto Tadday)
Grécia: desperdício e descontrole
As dificuldades gregas, em contraponto, resultam da completa falta de austeridade e competitividade. “Tivemos uma bolha no setor público”, resume Constantine Papadopoulos, secretário grego para Relações Econômicas Internacionais. “Existia muito desperdício nos gastos do governo.”
Uma amostra desse descontrole ficou evidenciada na semana passada. O governo anunciou os resultados de uma auditoria no sistema previdenciário e descobriu que 200 000 pessoas não deveriam estar recebendo benefícios – ou porque não tinham direito a eles ou porque estavam mortas fazia algum tempo.
O PESO DO ARROCHO O professor de economia social Savas Robolis, da Universidade Panteion, em Atenas, é um exemplo típico de funcionário público atingido pelas medidas de austeridade. Seu salário foi reduzido em 22%. "Não há dúvida de que precisamos fazer reformas para permanecer no euro. Mas não vejo como conseguiremos pagar a dívida pública apenas com medidas de austeridade e sem incentivos ao crescimento", afirma Robolis (Foto: Giuliano Guandalini)
O PESO DO ARROCHO -- O professor de economia social Savas Robolis, da Universidade Panteion, em Atenas, é um exemplo típico de funcionário público atingido pelas medidas de austeridade. Seu salário foi reduzido em 22%. "Não há dúvida de que precisamos fazer reformas para permanecer no euro. Mas não vejo como conseguiremos pagar a dívida pública apenas com medidas de austeridade e sem incentivos ao crescimento", afirma (Foto: Gilberto Tadday)
Milhares de funcionários públicos foram dispensados, e os salários dos servidores, reduzidos em mais de 20%, assim como as aposentadorias. São ajustes tidos como inevitáveis, mas de impacto recessivo a curto prazo.
Driblando o Fisco
O país possui também um problema histórico de sonegação.
Nas lojas e restaurantes, é comum os vendedores e garçons dizerem que a máquina de cartão de crédito não está funcionando. Trata-se de uma desculpa para receber em dinheiro vivo, e assim driblar o Fisco.
“Se a nossa arrecadação fosse similar à dos demais países europeus, o déficit público deixaria de ser problema”, diz Loukas Tsoukalis, presidente da Fundação Helênica para Políticas Europeias.

DEFESA DA AUSTERIDADE Joachim Nagel, diretor do Bundesbank, o banco central alemão, respalda a política de austeridade monetária: "A Alemanha vive sob a influência da experiência de hiperinflação, na década de 20 e no pós-II Guerra. A inflação baixa estimula os investimentos (Foto: Giuliano Guandalini)
DEFESA DA AUSTERIDADE -- Joachim Nagel, diretor do Bundesbank, o banco central alemão, respalda a política de austeridade monetária: "A Alemanha vive sob a influência da experiência de hiperinflação, na década de 20 e no pós-II Guerra. A inflação baixa estimula os investimentos" (Foto: Gilberto Tadday)
Apesar das dificuldades, os gregos permanecem comprometidos com as reformas. Essa disposição terá de ser mantida pelo governo a ser eleito nas próximas eleições, amanhã, 6 de maio.
“Optamos pelo caminho mais difícil que, no fim, será mais produtivo”
O problema é que as reformas demoram a surtir efeito. Além disso, mesmo depois da renegociação da dívida (o maior calote da história, de 206 bilhões de euros), o endividamento público permanece acima de 160% do PIB, o triplo do considerado saudável.
Na prática, a dívida não mudou de tamanho. Os gregos deixaram de dever aos investidores privados e passaram a dever ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e aos outros países europeus, ainda que em termos mais favoráveis. Mas a maioria absoluta da população (70% dos eleitores) apoia a permanência na zona do euro. ”
É ilusório imaginar que uma desvalorização cambial aumentaria a nossa competitividade, como afirmam alguns”, diz Constantine Papadopoulos. “A desvalorização cambial não passaria de um truque. Não haveria incentivo para fazermos as reformas necessárias. Optamos pelo caminho mais difícil. Acredito que, no fim, será mais produtivo.”
(LEIA NA CONTINUAÇÃO ENTREVISTA COM DIRETOR DO BANCO CENTRAL EUROPEU)


Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Furacão Sandy deixou destruição e mortes no Haiti e Cuba. Brasil enviará ajuda de 200 mil dólares.



(Reuters) - O governo brasileiro enviará 200 mil dólares ao Haiti e a Cuba para ajudar as vítimas do furacão Sandy, que deixou pelos menos 66 pessoas mortas na semana passada ao passar pelo Caribe, antes de atingir a Costa Leste dos Estados Unidos, anunciou o Itamaraty em nota nesta quinta-feira. Para o Haiti, o governo enviará 100 mil dólares pela Embaixada do Brasil em Porto Príncipe para a compra de produtos locais e distribuição de insumos prioritários às vítimas do furacão, que provocou inundações generalizadas no sudoeste do país, com relatos de perigosos deslizamentos em algumas áreas. Os recursos para Cuba, também no valor de 100 mil dólares, serão enviados por meio da Cruz Vermelha Internacional para a cooperação humanitária de caráter emergencial. O Sandy dizimou a colheita de café, prejudicou as comunicações, causou apagões e inundações, além de derrubar árvores e danificar ou destruir muitas casas. Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro também despachará no fim de novembro 25 mil toneladas de arroz pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas. O envio já estava programado antes do furacão, a fim de reforçar programas de segurança alimentar e nutricional. "A doação também contribuirá para a amenização dos efeitos do furacão Sandy sobre a ilha", afirmou o Itamaraty. (Por Bruno Marfinati)

Leia mais em: http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2012/11/01/brasil-envia-us200-mil-as-vitimas-do-furacao-no-haiti-e-em-cuba.jhtm

Professor Edgar Bom Jardim - PE

1 de fevereiro:um dia e uma noite de muito frevo em Recife


Coral Edgard Moraes também lança seu novo CD.

Com informações do G1 PE
Instituído através de um decreto de 2004, o Dia do Frevo de Bloco é comemorado nesta quinta-feira (1º). No Recife, os festejos serão no Pátio de São Pedro, no centro da cidade, com a reunião de quase trinta blocos líricos. Na ocasião, o Coral Edgard Moraes também lança seu novo CD, “Cantos e Encantos”.

O evento promete reunir músicos, compositores, maestros e carnavalescos do frevo de bloco, uma das maiores tradição do Carnaval pernambucano. O CD "Cantos e Encantos" presta homenagem a dois personagens da música pernambucana: Edgard Moraes e Bila do Cavaco. O disco é formado por 16 faixas inéditas de frevo de bloco e conta com participação de instrumentistas do Recife, sob o comando dos maestros Spok e Marco Cesar, que assinam a direção musical.
Além das músicas renovadas do frevo de bloco, canções que embalam os pernambucanos há décadas também estarão presentes no repertório de quase 30 agremiações. Entre as mais emblemáticas, está “Madeira do Rosarinho”. “Se transformou no hino de todos os blocos. A gente tenta não fazer, mas a plateia exige. Capiba, sempre!”, comentou o carnavalesco Cid Cavalcante, do bloco O Bonde. A festa no Pátio de São Pedro teve início a partir das 19h.Professor Edgar Bom Jardim - PE

Lula foi citado no Mensalão em novo depoimento de Marcos Valério



O presidente da Câmara, Marco Maia, disse, nesta quinta-feira, que é lamentável a tentativa do empresário Marcos Valério de envolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no escândalo conhecido como mensalão. Segundo notícia publicada hoje pela imprensa, Valério prestou novo depoimento ao Ministério Público em setembro, mencionando nomes que não foram citados no processo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive o de Lula.
O publicitário, que foi condenado pelo STF a mais de 40 anos de prisão, se propôs a dar mais detalhes em troca da sua inclusão em um programa de proteção a testemunhas. "A expectativa da sociedade brasileira é que essa página do mensalão seja virada com o julgamento do Supremo Tribunal Federal. É lamentável qualquer tentativa de querer retomar o processo de investigação", disse Maia.
O presidente ressaltou que o caso já foi "exaustivamente" investigado por duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da Câmara - CPIs do Mensalão e dos Correios -, pelo Ministério Público e pelo STF. "Eu colocaria esse suposto novo depoimento do Marcos Valério no que chamamos de "jus esperniandi" (direito de espernear). Depois do julgamento, depois de todas as análises feitas, de todas as investigações, não cabe mais nenhuma ilação sobre esse tema, principalmente com essa intenção de envolver o presidente Lula", afirmou o presidente.
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.
Terra/ Agência Câmara


Professor Edgar Bom Jardim - PE

ENEM: Arthur Bispo do Rosário,entre a arte, a prisão hospitalar e o delírio!. Isso pode cair na prova !



1909 (1911), Japaratuba, Brasil - 1989, Rio de Janeiro, Brasil
​Arthur Bispo do Rosário viveu por meio século recluso em um hospital psiquiátrico. Transitando entre a realidade e o delírio, acreditava estar encarregado de uma missão divina e utilizava materiais dispensados no hospital para produzir peças que mapeavam sua realidade. Valendo-se da palavra como elemento pulsante, manipulou signos e brincou com a construção e desconstrução de discursos para criar bordados, assemblages, estandartes e objetos que seriam, posteriormente, consagrados como obras referenciais da arte contemporânea brasileira.
Imagem e texto 1(bienal.org.br)



Imagens 2 e 3:Heitor e Silvia Reali



 Imagem 4 :Walter Firmo

Texo 2 almanaquebrasil (Runo Hoffamann)

A dois metros do chão“Os doentes mentais são como beija-flores”, definia Bispo. “Estão sempre a dois metros do chão”. Para reconstruir o mundo, o sergipano considerado louco produziu uma das mais intrigantes obras artísticas do País. Mas não se dava o crédito: “São as vozes que me mandam fazer desta maneira”. 

Ele viveu num manicômio durante 50 anos e, dentro de um quartinho apertado, produziu um dos mais fantásticos conjuntos de obras do País. Tudo alheio ao que acontecia além dos limites do hospício. De forma absolutamente intuitiva, sem frequentar escolas de arte ou ler livros, Arthur Bispo do Rosário deixou acadêmicos abobados com sua expressividade e originalidade. 

Pouco se conhece de sua infância e adolescência. O que se sabe é que nasceu na cidade de Jarapatuba, em Sergipe. Uns dizem que em julho de 1909. Outros, em março de 1911. A data mais aceita é 14 de maio de 1909. Aos 16 anos, foi inscrito pelo pai na Escola de Aprendizes de Marinheiros de Sergipe e embarcou num navio como ajudante-geral. Ficoua na instituição até 1933, viajando pelo País e colecionando advertências por comportamentos inadequados. Mas também se tornou um bom boxeador. Foi campeão sul-americano na categoria peso-leve.

Quando foi afastado da instituição, estava no litoral do Rio de Janeiro. Sua rotina era perambular pela cidade, fazendo pequenos bicos. Até ser aceito como lavador de bondes da Light. Um dia sofreu um acidente de trabalho. Ao levar o caso à Justiça, conheceu o advogado Humberto Leone, que, sensibilizado, convidou Bispo para morar num quartinho em sua casa. O sergipano tornou-se ajudante geral da família. Tudo ia bem até que vozes mudaram seu destino.


Reconstruir o mundo 
Era dezembro de 1938. Bispo disse ao patrão ter visto anjos e ouvido vozes celestiais. Saiu da casa e começou uma peregrinação por igrejas cariocas. No mosteiro de São Bento, anunciou aos monges: “Sou um enviado de Deus, encarregado de julgar os vivos e os mortos”. Detido pela polícia e fichado como “negro e indigente”, foi encaminhado ao hospício da Praia Vermelha. Depois, transferido para a Colônia Juliano Moreira, no subúrbio da cidade. O diagnóstico: esquizofrenia paranoide.

A instituição seria sua casa pelos próximos 50 anos. Na Juliano Moreira, Bispo repetia a história para quem quisesse ouvir: “Vozes dizem para me trancar num quarto e começar a reconstruir o mundo”. E assim fez.

Produzia sem parar, mesmo sob forte medicação e choques elétricos. Os companheiros de manicômio o ajudavam na missão, buscando entulhos e papelões que serviriam para seu trabalho. Às vezes ficava meses sem sair do quarto, numa jornada de 16, 18 horas por dia. Sete anos depois, a voz reapareceu: “A obra está concluída”.

O que se viu era impressionante. Centenas e centenas de obras de alto valor artístico. Colagens, tapeçarias, estandartes, pinturas, bordados. Tudo com beleza, ineditismo, múltiplos significados. Seguia uma linha convergente ao que se discutia sobre arte contemporânea mundial, mesmo sem ter nenhum contato com influências exteriores.


Cavalheiro e solitário 
A fama de Bispo do Rosário se alastrou pela cidade e, depois, pelo País. Houve uma comparação imediata com Marcel Duchamp, o francês que criou o conceito de que objetos do cotidiano poderiam ser levados para o campo das artes. Recebia visitas de estudiosos, artistas, curiosos.

Aos que queriam conhecer seu ateliê improvisado, fazia uma intrigante pergunta: “Qual é a cor do meu semblante?”. Se não gostasse da resposta, encerrava a visita. Para quem o chamava de artista, rebatia: “Não sou artista. Sou orientado pelas vozes para fazer desta maneira”. Tornou-se uma lenda, estudado por várias correntes do conhecimento. “É possível analisá-lo pela Psicanálise, pela Sociologia, pela História da Arte, pela Semiótica e pela Antropologia”, avalia Jorge Anthonio e Silva, autor de Arthur Bispo do Rosário – Arte e loucura (Quaisquer, 2003).

Entre as obras de maior impacto, está o Manto da Apresentação, uma veste com um emaranhado de pequenos símbolos e figuras, como tabuleiros de xadrez, mesas de pingue-pongue, ringues de boxe, crucifixos. Destaca-se também uma espécie de Arca de Noé, construída com papelão e pano, destinada a salvar o mundo. Além de uma nave que o levaria para o céu. Suas obras foram expostas em galerias de arte da cidade. Mas Bispo não era muito favorável a que elas saíssem do ateliê. As tratava como filhas, perguntava até se estavam bem.

Era um homem sério, de poucas palavras. Um cavalheiro com as mulheres. Gostava de andar limpo e ficava semanas sem se alimentar. Sentia-se um enviado de Deus, uma espécie de Cristo. Gostava de concurso de misses e quase nunca era violento. Mas sempre solitário.

“Os doentes mentais são como beija-flores: nunca pousam, ficam sempre a dois metros do chão”, costumava dizer. Em 5 de junho de 1989, se sentiu mal e foi atendido no setor médico. Estava muito magro pelos jejuns. Morreria horas depois, vítima de enfarto, aos 80 anos.

“Ele morreu na solidão de sua cela, sem ver seu império classificado como obra de arte, percorrendo o mundo”,  diz a escritora Luciana Hidalgo, autora de Arthur Bispo do Rosário – O senhor do labirinto (Rocco, 1997). “Mas, aos olhos da crítica e do público, já era um artista.” Após várias exposições pelo País, a obra de Bispo representou o Brasil na prestigiada Bienal de Veneza, na Itália, em 1995. Hoje a Colônia Juliano Moreira não funciona mais como manicômio. O espaço abriga o Museu  Bispo do Rosário de Arte Contemporânea.


Professor Edgar Bom Jardim - PE