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sábado, 5 de maio de 2018

Vida:para que existem o sexo e os sexos? Um dos maiores e mais complicados mistérios da biologia


Homens e mulheresDireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionReprodução humana tem deficiências: "Em termos evolucionistas, a forma de ser bem-sucedido é passar seus genes a outras gerações. Quando pensamos em reprodução sexual, o que estamos fazendo é passando a metade de nossos genes a nossos filhos, que terão a outra metade composta de genes de outra pessoa. É um grande esforço, e (ainda assim) parecia algo ineficiente"
Um parceiro conhece o outro, eles se cortejam e procriam. Mas por que temos apenas dois sexos na natureza? E para que exatamente eles existem?
Esse, que é um dos maiores mistérios da biologia, foi o tema de uma investigação do geneticista Adam Rutherford e da matemática Hannah Fry, apresentadores do programa The Curious Cases of Rutheford and Fry, da BBC Radio 4.
E, analisando o intrincado e curioso mundo da sexualidade animal, eles descobriram que nem sempre são necessários dois parceiros para se gerar descendentes.

Autonomia sexual

Alguns animais podem se reproduzir sem necessidade de formar um casal e acasalar, como é o caso das minúsculas criaturas chamadas Bdelloidea, uma classe de rotíferos que vive em qualquer lugar onde haja água e que só pode ser vista com microscópios.
Rotíferos flosculariaDireito de imagemISTOCK/GETYY IMAGES
Image captionRotíferos se reproduzem assexuadamente, mas com isso geram descendentes com os mesmos problemas genéticos que eles
Essa espécie não tem machos, e as fêmeas se encarregam da reprodução com suas próprias células sexuais não fecundadas.
Há também o caso de Ganas, um dragão de Komodo que é uma das principais atrações do Zoológico de Londres.
"Ele não tem pai, foi gerado só por uma mãe", explica Chris Michaels, herpetólogo do zoo. A mãe de Ganas o concebeu de forma espontânea.
Esse processo é conhecido como parentogênese, ou literalmente: um "parto virginal". É algo que ocorre muito raramente e só produz crias masculinas.
Os dragões de Komodo estão entre os poucos vertebrados que podem chegar a se reproduzir através da parentogênse.

Uma perspectiva matemática

E isso vale a pena, no sentido evolutivo? Sob essa ótica, qual seria o modelo de procriar mais "eficiente"? A partir dos anos 1970, essas perguntas relacionadas ao sexo ganharam uma abordagem matemática, diz Fry.
Desenho de comunidades humanasDireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionEficiência e ineficiência é parte da lógica evolutiva
"O grande geneticista e biólogo britânico John Maynard-Smith aplicou a Teoria dos Jogos à evolução e concluiu que a existência dos homens simplesmente não faz sentido. Procriar homens provoca o desperdício de 50% dos recursos de uma criatura viva, porque (a maioria delas) não consegue produzir descendentes (por si só)", explica.
A geneticista Aoife McLysaght, especialista nessa questão pelo Trinity College (Irlanda), argumenta que, embora haja tantos organismos que praticam sexo e se reproduzam, o relacionamento sexual é um dos grandes enigmas da biologia e da evolução.
"Em termos evolucionistas, a forma de ser bem-sucedido é passar seus genes a outras gerações. Quando pensamos em reprodução sexual, o que estamos fazendo é passando a metade de nossos genes a nossos filhos, que terão a outra metade composta de genes de outra pessoa. É um grande esforço, e (ainda assim) parecia algo ineficiente", diz McLysaght.
Ainda não há uma resposta conclusiva para isso, mas sim algumas pistas, diz Rutherford. Para entendê-las, precisamos conhecer melhor a reprodução assexuada, ou sem sexo.

O que nos ensina um pequeno organismo

Chris Wilson, pesquisador do Imperial College, no Reino Unido, é um especialista em criaturas diminutas como a Bdelloidea.
Em sua reprodução assexuada, elas criam "filhotes" femininas que são cópias exatas de si mesmas.
"Isso é duplamente mais eficiente do que produzir machos e fêmeas, porque você dispensa o gasto energético depositado na geração de machos e tem uma taxa de 100% (de eficiência) no uso da energia para criar fêmeas, que por sua vez botarão mais ovos. Assim, quando toda a população é capaz de botar ovos, ela é mais eficiente do que quando gera machos incapazes de fazê-lo", explica Wilson à BBC.
ZebrasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA diferenciação entre os dois sexos é chave para a reprodução de muitas espécies
Mas essas criaturas assexuadas têm suas próprias ineficiências com as quais lidar quando se trata de crescer e se reproduzir, diz o especialista.
Como não há mistura genética na procriação, "todos (os membros da comunidade de Bdelloidea) têm as mesmas vulnerabilidades, sobretudo quanto a doenças", explica Wilson.
"Se um espécime é infectado por um fungo, por exemplo, facilmente vai transmitir isso a todas as suas filhas, irmãs e parentes fêmeas porque todas são geneticamente iguais. Formam-se epidemias muito rapidamente e estas podem afetar a todos os rotíferos dessa combinação genética."
Eis então um problema fundamental da reprodução assexuada: a menor variedade genética acaba sendo um calcanhar de Aquiles.
No caso desses rotíferos, uma forma de driblar isso é pela desidratação total. "Quando a população (de Bdelloidea) fica totalmente afetada por fungos, consegue perder toda a água de seu corpo (...) e mover-se para uma nova área hidratada e voltar à vida - e o fungo não consegue segui-la", diz Wilson.
Os cerca de 50 milhões de anos de existência das Bdelloidea mostram que essa tática tem funcionado para elas, mas a maioria das criaturas assexuadas são relativamente mais recentes e não duram muito, adverte Rutheford. O motivo disso? Justamente sua vulnerabilidade a doenças.

A vantagem de ter dois sexos

É neste ponto que começamos a entender os benefícios biológicos da existência do sexo masculino.
Mulher com imagem repetidaDireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionClonar e copiar a genética de um espécime, com suas fortalezas e fraquezas
Se você pudesse se clonar neste exato momento, teria uma população resultante geneticamente idêntica a você, diz McLysaght.
"Todos os membros (dessa população) são igualmente fortes mas também igualmente frágeis. Qualquer debilidade que um tenha, os demais também a terão."
"Algo que já sabemos sobre a forma como o DNA muda é que cada um de nós temos cerca de 60 mutações (genéticas) totalmente novas, que não foram herdadas de nossos pais. (...) Quando falamos de reprodução sexual, falamos de combinar o DNA de dois indivíduos diferentes. Como não se trata de 100% de DNA (de nenhum deles), há a probabilidade de unir dois genes bons e até mesmo gerar melhoras em relação ao passado e deixar males (genéticos) de fora dessa combinação", agrega a cientista.
Sendo assim, unindo genes tendemos a nos tornar mais resistentes a parasitas e doenças e aumentamos a probabilidade de melhorar nossa genética.

Por que há dois, e não três sexos?

No mundo animal, há espécies que têm simultaneamente partes do corpo masculinas e femininas, como vermes, lesmas, estrelas-do-mar e mais de 20 famílias de pequenos peixes. Trata-se do hermafroditismo, que permite a geração de gametos masculinos e femininos.
DNADireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionNosso DNA é uma mistura genética, mas também traz mutações completamente novas
Há, ainda, o caso de fungos, por exemplo, que têm dificuldades em encontrar pares compatíveis para acasalar. E os biólogos descobriram que eles aumentaram o número de seus sexos (que os especialistas chamam de "tipos de acasalamento", sem a associação típica que fazemos com fêmeas e machos) para a casa das centenas, de forma a elevar a chance de se reproduzir e propagar seus genes.
Mas esse é um caso único, o que leva à pergunta: por que na maioria avassaladora da natureza não temos mais de dois sexos?
Quem responde é Wilson.
"O problema é que, como já existem dois sexos, é muito difícil para um terceiro sexo aparecer e prosperar. Se surgisse um sexo intermediário, com quem ele iria acasalar? Já há machos e fêmeas, cada um com seus mecanismos específicos de adaptação para maximizar seu sucesso (na relação) com o outro. Havendo um terceiro sexo, ele teria dificuldades em encontrar parceiros", diz o pesquisador do Imperial College.
E uma das razões pelas quais nós humanos e outros animais complexos gravitamos para a dualidade dos sexos é a dimensão complementar dos nossos gametos, ou células reprodutivas - os óvulos (que são as maiores células humanas) e os espermatozoides (as menores), prossegue Wilson.
O esperma e o óvulo proporcionam diferentes imperativos biológicos para os machos e as fêmeas: os espermatozoides são rápidos e pequenos, enquanto os óvulos são grandes e estáveis. "São como chave e cadeado, não requerem peças adicionais", agrega Rutheford.
Ou seja, não sabemos ao certo por que evoluímos para termos dois sexos, mas, uma vez que essa evolução ocorreu, ficou muito difícil sobrar espaço para terceiros sexos.
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 24 de abril de 2018

Reflexão:Qual o interesse em retirar Sociologia e Filosofia do currículo?


"Filosofia e Sociologia obrigatórias derrubam notas em Matemática". O título da reportagem publicada na Folha de S.Paulo na segunda-feira 16 revela os resultados de uma pesquisa inédita que será publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo, realizado pelos pesquisadores Thais Waideman Niquito e Adolfo Sachsida, já apontado como conselheiro econômico de Bolsonaro, defende que a presença das disciplinas como componentes curriculares obrigatórios no Ensino Médio prejudica a aprendizagem dos estudantes, essencialmente os de baixa renda.
Para chegar à conclusão de que a obrigatoriedade das disciplinas na etapa, estabelecida pela Lei 11.684 de 2008, levou à queda no desempenho escolar, os pesquisadores tomaram como base os resultados de estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em dois momentos. A pesquisa comparou os resultados dos alunos que prestaram o exame em 2009, por entender que eles ainda não tinham sido impactados pela obrigatoriedade, com aqueles que o prestaram em 2012, após a promulagação da Lei.
A partir das correlações, os autores levantam a hipótese de que, dada a limitação de carga horária do Ensino Médio, a inserção obrigatória de qualquer nova disciplina “se reflete em redução no espaço dedicado ao ensino das demais”.
As aferições são vistas com preocupação pela socióloga e professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia São Paulo (IFSP), Ana Paula Corti. A especialista, também membro da Rede Escola Pública e Universidade (REPU), pontua inconsistências na metodologia do estudo e questiona a sua intenção.
"É notório que o desempenho em Português e Matemática, assim como em outras disciplinas, muitas vezes é colocado como insatisfatório nos resultados de avaliações em larga escala", avalia Corti. "Muitas questões explicam isso, como a precariedade do sistema público, a falta de investimento, os problemas de financiamento e estrutura. Em nenhum momento, as pesquisas ou o conhecimento acumulado sugerem que esses problemas possam ser explicados pela presença de alguns componentes curriculares na escola", avalia.
A especialista indaga: "Por que tanto interesse em mostrar que Sociologia e Filosofia tem que sair do currículo?". Confira na entrevista.
Carta Capital:  Qual a sua leitura sobre a pesquisa "Efeitos da inserção das disciplinas de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio sobre o Desempenho Escolar"?
Ana Paula Corti: O primeiro aspecto que me chamou a atenção foi o título contundente da reportagem veiculada pela Folha, que é categórico ao relacionar a piora do desempenho em Matemática com o ensino de Filosofia e Sociologia. É muito atípico explicar parte do rendimento em uma disciplina em função da existência de outra.
Depois, lendo o estudo, dá para perceber que ele busca produzir um certo conhecimento correlacionando disciplinas, tentando estabelecer uma relação que é difícil entender. Por que esse interesse de explicar o rendimento de uma disciplina em função da existência de outra? É notório que o desempenho em Português e Matemática, assim como em outras disciplinas, muitas vezes é colocado como insatisfatório nos resultados de larga escala.
Muitas questões explicam isso, a precariedade do sistema público, a falta de investimento, os problemas de financiamento e estrutura. Em nenhum momento as pesquisas ou o conhecimento que temos sugere que esses problemas possam ser explicados pela presença de alguns componentes curriculares na escola. É estranho que os pesquisadores queiram estabelecer esse tipo de relação.
CC:  Como você avalia os caminhos metodológicos para estabelecer as conclusões da pesquisa?
AC: O método que usaram para fazer a correlação apresenta muitas falhas. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa apresenta dois experimentos, ambos baseados nos resultados do Enem. No primeiro, eles comparam o rendimento dos alunos no exame em dois anos diferentes, 2009 e 2012, supondo que no primeiro ano, os alunos não tinham tido aulas de Filosofia e Sociologia e, no segundo, já tinham tido contato com as disciplinas. A ideia então foi comparar esses rendimentos para avaliar como a inclusão da Sociologia e Filosofia impacta as notas em Matemática e Português.
A Lei que torna o ensino de Sociologia e Filosofia obrigatório é de 2008, mas isso não significa que essas disciplinas não estivessem nas escolas antes desse período, porque as escolas não só podiam contemplá-las como várias já o faziam. Então, não é verdade que os alunos que fizeram o Enem em 2009 não tiveram essas aulas.

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A outra questão é que a inclusão dessas disciplinas como componentes obrigatórios foi algo progressivo, porque tivemos resistência por parte de alguns estados. Notadamente os estados governados pelo PSDB, como é o caso de São Paulo, tiveram uma enorme resistência. O Conselho Estadual de Educação paulista, na época, tentou de todas as maneiras não implantar a Legislação na rede estadual. Os próprios autores dizem no estudo que, em 2010, apenas 48,5% das escolas do País ofertavam Sociologia e Filosofia. Isso significa que não é possível ter segurança de que os alunos analisados pelo estudo realmente tiveram aulas sobre essas disciplinas.
O que é grave? Toda a correlação que o estudo faz apontando uma piora no desempenho em Matemática é feita com base em alunos que podem ou não ter tido aulas de Sociologia e Filosofia. Então, isso já coloca, ou deveria colocar, muitos cuidados com relação a qualquer tipo de conclusão. O experimento não permite chegar a conclusões contundentes.
CC: A pesquisa fala em um segundo experimento com as escolas...
AC: O segundo experimento é baseado na média das escolas no Enem. Qual é o problema dessa vez? O Enem é uma exame de caráter voluntário, os alunos o fazem se quiserem e quando quiserem. Eles podem prestar o exame tendo concluído o Ensino Médio naquele ano ou há dez anos atrás, por exemplo. A consequência disso é que o Enem não é um exame bom para analisar resultado por escola, justamente porque você tem escolas em que dois estudantes fizeram o exame, outras em que 300 alunos o fizeram e unidades em que ninguém fez.
Os autores também reconhecem isso no estudo ao apontar que, em 2010, apenas 31% das escolas tiveram nota no Enem, ou seja, muitas delas ficaram de fora porque provavelmente seus estudantes não participaram do exame. Então, analisar as médias das escolas no Enem é, no mínimo, um procedimento falho.
CC: Na sua opinião, os métodos da pesquisa não validam as conclusões feitas?AC: No mínimo, eles precisavam colocar qualquer conclusão com muito cuidado, apontando as limitações, mas não é isso que vemos, observamos resultados contundentes. Os pesquisadores dizem claramente que a limitação da carga horária no Ensino Médio faz com que, ao incluir uma disciplina, se prejudique outras. Isso não só não é verdade, como o estudo não investigou a questão. Há conclusões que estão fora do escopo dos objetivos da investigação feita, o que nos leva a desconfiar da intencionalidade do trabalho. Outra questão é que a pesquisa não consegue produzir evidência de que o estudo de Filosofia e Sociologia tem algum tipo de impacto no aprendizado da Matemática, muito menos provar que ele piora o ensino como é sugerido.
Quando você encontra uma correlação matemática ou estatística entre variáveis, isso não significa relação de causalidade. Também é um problema muito grave da pesquisa a maneira como eles tratam os resultados.
CC: Diante disso, como avalia as intenções da pesquisa?AC: O que eu tenho visto nas pesquisas das áreas é muito mais uma tentativa de tentar entender como essas disciplinas vem sendo implantadas e quais são os resultados de aprendizagem. Você não vai encontrar coisas do tipo: o ensino de Biologia piora o ensino de Sociologia! Então, eu fico me perguntando se a busca por esse tipo de correlação não teria a ver com uma intencionalidade oculta de sugerir, nesse contexto que estamos vivendo de Reforma do Ensino Médio, que as disciplinas de Sociologia e Filosofia podem ser retiradas do currículo. Qual o interesse de tentar provar que a retirada das disciplinas não só não vai fazer falta como poderia melhorar o aprendizado em Matemática? É uma correlação espúria e uma maneira de tentar produzir evidências no mínimo duvidosas.

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CC: Vê interesses dos autores da pesquisa nas afirmações?
AC: O fato de um deles, o Adolfo Sachsida, ter uma relação direta com políticos como Bolsonaro e projetos bastante controversos como o Escola sem Partido é complicado. Claro que os pesquisadores são cidadãos, tem seus posicionamentos políticos, e não têm que ter suas pesquisas questionadas por serem de direita ou esquerda.
Temos que tomar cuidado com isso, porque se imagina que eles tenham capacidade de ter uma autocrítica ao produzirem suas pesquisas. Agora, nesse caso específico, a gente fica se perguntando se esse pesquisador não tem como objetivo produzir evidências que atestem as políticas polêmicas que ele apoia, caso da Reforma do Ensino Médio e do Escola sem Partido.
Nós sabemos que para muitos partidários desse movimento, a Sociologia e a Filosofia é uma pedra no sapato por serem disciplinas de vocação crítica, reflexiva e que trazem o tema da política para a sala de aula como uma demanda da formação cidadã contemporânea. Sabemos que o Sachsida é um partidário do movimento, então acho que no mínimo precisaríamos ouvir outras vozes.
CC: Na sua opinião, a pesquisa valida a reforma do Ensino Médio?
AC: A reforma do Ensino Médio foi apresentada no final de 2016, como Medida Provisória, no mesmo período em que foi apresentada a PEC do congelamento dos gastos públicos, hoje Emenda Constitucional 95. Nada disso foi ao acaso, essas medidas estão conectadas.
O Ensino Médio é de responsabilidade dos estados e nós sabemos que eles estão enfrentando uma crise econômica e fiscal. Ao mesmo tempo, a EC 95 coloca para os estados um limite com gastos em educação. O que quero dizer com isso é que a Reforma do Ensino Médio, na medida em que diminui a oferta de formação geral, flexibiliza a contratação de professores, e permite convênios com instituições privadas, sobretudo com o itinerário formativo da formação profissional, é também uma maneira de promover esse ajuste fiscal. A Reforma é uma ação vinculada a um modelo neoliberal, O Estado mínimo, que permitirá aos estados fazerem ajustes e estabelecerem um modelo de oferta educacional com redução de custos.
Vale lembrar que o Sachsida foi favorável à aprovação da emenda do teto de gastos. Então, juntando, por que tanto interesse em mostrar que a Sociologia e a Filosofia têm que sair do currículo? Por quê a tentativa de mostrar que o currículo do Ensino Médio precisa valorizar só Português e Matemática? Porque essa é uma visão professada pela reforma do Ensino Médio, o que me leva a crer que a pesquisa que tenta produzir evidências para legitimá-la.
Carta Capital
por Ana Luiza Basilio
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 22 de abril de 2018

Charge:19 Ilustrações brutalmente honestas que mostram o quão doente está a sociedade atual



A arte não é feita apenas para agradar os sentidos de seus fãs; também serve para transferir ideias e provocar pensamentos que nos convidam a refletir. E é exatamente isso que o artista austríaco Gerhard Haderer vem trabalhando. É uma série de ilustrações satíricas que ele vem elaborando há décadas e em que destaca por que a sociedade de hoje tem tantas falhas e está tão longe de ser perfeita.
No passado, Gerhard Haderer até mesmo enfrentou a justiça por causa de um de seus livros chamado "A Vida de Jesus", com o qual ele desencadeou uma onda de violência na Europa, e o escândalo foi notado especialmente na Igreja Católica. .
A história culminou em 2005, quando Haderer foi condenado na Grécia por insultar a comunidade religiosa e recebeu uma sentença de suspensão de seis meses. No entanto, alguns meses depois, este veredicto foi corrigido no processo de recurso e Gerhard Haderer foi absolvido da culpa.

Assim começou sua carreira de sucesso ...

O artista desenvolveu seu estilo realista quando trabalhou como ilustrador e designer gráfico em agências de publicidade no início de sua carreira.

Gerhard Haderer
Ele teve que passar por uma operação devido a um câncer que sofreu em 1985 e foi forçado a abandonar seus sonhos empreendedores e se tornou um cartunista independente e ilustrador satírico. Estes são alguns dos seus melhores trabalhos. 

1. Que tipo de ser humano é esse?


Gerhard Haderer

2. Quantos estão assim agora?

Mais do que um hábito, já se tornou um hobby.

Gerhard Haderer

3. Hoje há mais mortes por selfies do que por ataques de tubarão.


Gerhard Haderer

4. Os sonhos não nos farão escapar da realidade.


Gerhard Haderer

5. A educação tem mais poder que as armas.


Gerhard Haderer

6. Como a sociedade realmente está ...


Gerhard Haderer

7. Ninguém desfruta do que realmente vê.


Gerhard Haderer

8. Ironia da vida ...


Gerhard Haderer

9. Um mundo cheio de sorrisos falsos.


Gerhard Haderer

10. Gordos de dinheiro ...


Gerhard Haderer

11. O que aconteceu com o valor que devemos dar ao que temos?


Gerhard Haderer
Tomate europeu
Tomate de Gana.

12. Tempo em família 


Gerhard Haderer

13. Crianças sem infância 


Gerhard Haderer

14. Os encontros de hoje ...


Gerhard Haderer

15. Pelo menos alguém parece se dar bem ...


Gerhard Haderer

16. Os governos de hoje 


Gerhard Haderer

17. O que a sociedade fez com essas datas ...


Gerhard Haderer
23 de Dezembro
25 de Dezembro

18. Privacidade? O que é isso?


Gerhard Haderer

19. Não ficaria melhor com os professores?


Gerhard Haderer

boamente.co

Professor Edgar Bom Jardim - PE