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sábado, 21 de julho de 2018

A política é trem de carga com peso extra?


Resultado de imagem para cinismo

Nunca vi tanta facilidade para mudar de lado. Será que o pragmatismo é o pai de todos os males? Não tenho resposta pronta. Sei que a sociedade capitalista é o reino das compras e das armadilhas. Os políticos gostam dessa manobras. Querem privilégio. Há rara exceções. Temer conversa com Cunha. Renan diz apoiar Lula. O PSDB vive dias de agonias. Gilmar solta e dá risadas. Moro não perde a petulância. Por detrás, muitos conchavos. É claro que a desconfiança não resiste. Temos que ficar cheios de nós. O  caos é o forma de ser de uma sociedade colonizada.
O assunto causa sensações na mídia. Há fanatismo entre os jornalistas. A Globo possui um lugar de destaque. Brinca de construir opiniões. Conta sobre interesses, provocar e derrubar quem ameaçar a situação. O jogo não para. As regras se definem de acordo com os atritos. Não é proibido mentir, vale fantasias. Tudo para manter o mercado vivo. A gasolina aumenta, os preços desafiam, o governo se sente com salvador da crise. Os cinismo é marca de remédio ou existe desde as origens do mundo?
Paulo Cãmara busca saídas. O PT de Pernambuco é mestre em fazer cenários. Eduardo se tornou um exemplo, porém há quem suspeite de tanta generosidade. Vejo a ética fugindo. O poder atrai e deixa muita gente perplexa. Será que Marina é mesmo a grande saída? E Ciro tem coragem para enfrentar suas raízes populistas? Como se dará o desfecho da prisão de Lula? Não faltam incertezas e mundo grita confundindo sua aflição com raivas momentâneas. Nada como observar a melancolia de quem perdeu o trem. Ele trilhou a quarta via. Existe?
A política sofre quebras constantes. Isso é um caminho que segue. Quando terminará, ninguém pode prever. Quem é amigo de quem? O jogo é internacional, porque os interesses econômicos pedem passagem. A sociedade despreza o coletivo, busca sanear suas vaidades, acusa o PT de haver criado ilusões. A velho política assume roupas novas. O sentimento de culpa faz parceria com os que se julgam abandonados. Talvez, na farmácia da esquina , existe algum psicotrópico milagroso. Não se agarre ao apocalipse. a Copa do Mundo acabou e a história continua. Acredite
Por Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Marina Silva é a primeira presidenciável a usar blockchain em financiamento coletivo de campanha



A pré-candidata à Presidência da República pela REDE Sustentabilidade, Marina Silva, é a primeira presidenciável a utilizar blockchain em sua plataforma de financiamento coletivo para assegurar a transparência das doações.
Blockchain é uma tecnologia que permite a confiabilidade de dados virtuais. Considerada a mais segura do mundo atualmente, foi desenvolvida a princípio para permitir a segurança nas transações utilizando criptomoedas, como o Bitcoin, por exemplo.
A iniciativa de Marina Silva e de sua plataforma de financiamento coletivo, Voto Legal, dão um recado claro aos eleitores e demais candidatos: que as suas doações são completamente transparentes e rastreáveis. Comprovando, na prática, seu discurso de combate à corrupção eleitoral.
Contribua com Marina Silva no site: doemarina.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A fotografia do Agreste pernambucano nas eleições de 2018



Três pontos se destacam na fotografia eleitoral do Agreste pernambucano neste momento, faltando menos de um mês para o início da campanha. Na região onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula nasceu, os candidatos ao governo do estado pisam em areia movediça (os apoios que eles recebem dos prefeitos podem mudar a qualquer momento), os eleitores ainda estão desanimados com a política e será mais difícil levá-los às urnas. A avaliação foi feita por grande parte das lideranças ouvidas pela reportagem na segunda maior região eleitoral de Pernambuco. O diferencial pode ser o próprio Lula, caso ele seja realmente candidato. O Agreste tem 71 municípios, 1.692.811 eleitores, o que corresponde a 25,30% dos votantes do estado.    

Treze prefeitos da região (18,30% do total) ajudaram o Diario de Pernambuco a construir o retrato da localidade nesse primeiro momento. Todos são lideranças ligadas ao PSB, ao PT e ao PTB, que pretendem lançar postulantes ao Palácio das Princesas: o governador Paulo Câmara, a vereadora Marília Arraes (PT) e o senador Armando Monteiro Neto (PTB). Os gestores municipais que falaram sobre o cenário eleitoral do Agreste foram os de Garanhuns e Caetés, Águas Belas, Cachoeirinha, Cupira, Jataúba, Jupi, Lagoa dos Gatos, Pesqueira, Saloá, Tacaimbó, Toritama e Limoeiro.

Pelas observações que fizeram, 55 prefeitos podem apoiar Paulo Câmara, 13 estão com Armando Monteiro, um com Marília Arraes, e dois aguardam uma definição mais clara do cenário político. Dos dez municípios mais populosos da região, os prefeitos dos cinco primeiros citados a seguir estão com Armando: Caruaru, Garanhuns, Santa Cruz do Capibaribe, Gravatá e Belo Jardim. Os outros cinco estão com o PSB: Pesqueira, Surubim, Bezerros, São Bento do Una, Buíque. (Veja no quadro acima, município por município, ou nos quadros abaixo) 

Um observador, inclusive, fez a ponderação que a situação ainda é frágil, porque, em agosto, haverá muitas mudanças favoráveis à oposição, com dissidências e mudanças de lado. Marília Arraes ainda não foi confirmada como candidata pelo PT, ela é vista como “muito forte no Agreste” por lideranças ligadas a Paulo Câmara e a Armando.  

Prefeitos do estado comentam peso de Lula nas eleições do Agreste pernambucano

Por outro lado, mais da metade dos prefeitos avaliou que, na região onde Lula nasceu, o eleitor está decepcionado com a política diante de tantas denúncias que misturam o joio e o trigo. Eles acreditam que o índice de abstenção será alto na eleição, porque sentem que a população está mais crítica, insatisfeita e intolerante. É um cenário, por incrível que pareça, mais áspero do que se percebe no Sertão estadual, onde a autoestima está mais alta e a política vem sendo discutida 24 horas. “Infelizmente as lideranças do Sertão são mais presentes e mais fortes”, desabafou um prefeito, pedindo reserva no nome. 

Segundo a prefeita de Pesqueira, Maria José (PRP), devido à crise política e econômica do país, “a “população está revoltada”. “Muita gente está descrente, porque vê tanta coisa acontecendo. Temos políticos sérios, prefeitos sérios, mas a situação ficou difícil. Mas eu vou trabalhar na eleição e cumprir o meu papel, mostrar o benefício da política, porque se ficarmos pacatos e parados, como vamos ajudar a administrar nosso país? Todos os prefeitos têm que cumprir o seu papel”, declarou a prefeita, lembrando que a água está chegando na região, um motivo de comemoração.  

O prefeito de Garanhuns, Izaías Régis, acredita que, em 2014, houve uma comoção muito grande com a morte do ex-governador Eduardo Campos (PSB) que encobriu os debates políticos no estado. “Esse ano, isso não acontecerá. Vamos mostrar que eles prometeram e não cumpriram os projetos. As oposições têm tudo para ganhar as eleições no Agreste. Ele (Paulo Câmara) fala o tempo todo em crise. A crise mostra se homem público tem ou não competência, se sabe ou não administrar. Teve uma época, não me lembro bem a data, instalavam poste na zona rural dizendo que ia ter iluminação. Depois da eleição, vieram e levaram os postes. O governo de Paulo Câmara fez isso”, declarou Izaías.
Agreste Central Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste Central Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste meridional Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste meridional Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste setentrional Fonte: Diario de Pernambuco
Agreste setentrional Fonte: Diario de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

'Tinha que marcar audiência para ver meu avô, porque ele era muito ocupado', diz neta de Mandela


Zamaswazi Dlamini-Mandela em missa em homenagem a Mandela no Reino Unido
Image captionA neta de Mandela vivenciou o sofrimento gerado nas mulheres de sua família pelo apartheid
Quando a empresária Zamaswazi Dlamini-Mandela nasceu, em 1979, fazia 17 anos que seu avô estava preso, cumprindo pena perpétua na prisão de Robben Island, na África do Sul.
Desde criança ela notava, em especial, o sofrimento que a ausência de Nelson Mandela, um dos mais famosos líderes políticos do mundo, provocava na vida doméstica de sua família.
Sua mãe, Zenani Mandela, tinha apenas 2 anos de idade quando o pai saiu de casa pela primeira vez e nunca mais voltou a morar com a filha.
Foi ainda pior nos períodos em que, por diversas vezes, a avó de Zamaswazi, Winnie Mandela, também esteve na prisão durante o regime do apartheid, que segregava os negros na sociedade e vigorou plenamente até 1994, quando Mandela foi eleito presidente da África do Sul.
"Eu sempre digo que as pessoas que sofreram mais foram minha vó, minha mãe e minha tia, que estavam sem pais, sem dinheiro, sem apoio da comunidade. Quando minha vó estava presa, minha mãe e minha tia ficavam órfãs, sem ninguém para cuidar delas. E elas eram apenas crianças", diz a neta de Mandela em entrevista à BBC News Brasil.
Em maio de 1969, Winnie foi presa em sua casa em Soweto na frente das duas filhas e passou 14 meses em prisão solitária, o que ela definiu como uma "tortuosa agonia mental".
Nessa época, nem Mandela nem Winnie sabiam quem estava cuidando das crianças, ou em que situação elas estavam vivendo.
"Mais uma vez nossa amada mamãe foi presa e agora ela e o papai estão na cadeia. [...]", contava Mandela, em carta às filhas escrita em 3 de junho de 1969, quando cumpria sua pena perpétua em uma pequena cela na prisão de Robben Island, então aos 51 anos de idade.
Nelson Mandela em 2008Direito de imagemREUTERS
Image captionO líder sul-africano Nelson Mandela passou 27 anos preso, período em que escreveu cartas sobre sua vida e ideias
"Por muito tempo talvez vocês vivam como órfãs, sem seu lar e sem seus pais, sem o amor natural, o afeto e a proteção que a mamãe costumava lhes dar. Agora, vocês não vão ter festas de aniversário, nem de Natal, nem presentes, nem vestidos novos, nem sapatos, nem brinquedos."
Winnie e Nelson Mandela se conheceram em 1957, se casaram em 1958 e se separaram em 1992, dois anos após a saída de Madiba (apelido de Mandela) da prisão, após 27 anos de cárcere.
Mandela se casou com Graça Machel em 1998, em seu aniversário de 80 anos, e morreu em 2013, aos 95 anos. Winnie faleceu em abril deste ano, aos 81.
"Foi particularmente difícil para minha mãe e para minha tia, porque, em muitos momentos, elas não tinham nenhum dos pais por perto, e eram criadas por quem tivesse tempo para ajudar", diz Zamaswazi.
"Na época, ninguém queria ser associado aos Mandela, porque também seriam vítimas constantes de assédio e brutalidade."

As cartas escritas por Mandela na prisão

A visão do próprio Mandela sobre sua dura rotina ao longo de 27 anos na prisão estão no livro Cartas da prisão de Nelson Mandela, da jornalista sul-africana Sahm Venter, lançado este mês no Brasil pela editora Todavia.
O livro que reúne mais de duzentas cartas do líder político e ex-presidente da África do Sul, cujo centenário foi celebrado esta semana, em 18 de julho. A neta de Mandela assina o prefácio do livro.
"Foi uma experiência muito emocional, porque são cartas dos meus avós, dos meus pais, dos meus tios", diz Zamaswazi, que também se dedica a promover o legado dos avós.
Zamaswazi Dlamini-Mandela ao lado do príncipe Harry e Meghan MarkleDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionZamaswazi Dlamini-Mandela (dir.) hoje se dedica a preservar e promover o legado dos avós
Pai de cinco crianças quando foi condenado à prisão perpétua, as cartas eram para Mandela a única maneira de influenciar de alguma maneira a criação de seus filhos, cujas visitas a ele eram proibidas até que eles completassem 16 anos.
O livro traz também cartas a políticos e autoridades prisionais, mas são nas mensagens familiares, na opinião da neta, que se revelam aspectos menos conhecidos da dura experiência do líder na prisão.
Tudo o que Mandela escrevia passava pelo crivo dos censores da prisão, e ele costumava copiar suas cartas em cadernos de capa dura para ajudá-lo a reescrevê-las quando os censores exigiam isso.
Havia outras regras: era proibido aos prisioneiros mencionar outros presos em suas cartas ou escrever sobre condições da prisão. Também era banida qualquer coisa que as autoridades pudessem interpretar como "política".
Em muitos trechos do livro, Mandela se queixa de mensagens que nunca chegaram aos destinatários. Nem mesmo Sahm, jornalista que cobriu o apartheid por mais de 20 anos e levou quase uma década para reunir as cartas de arquivos públicos e pessoais para a coleção, sabe dizer quais cartas chegaram aos seus destinos.

Tristeza pela convivência perdida com o avô

Embora tenha sentido desde sempre a influência e o peso do sobrenome Mandela em sua vida, Zamaswazi diz que uma de suas maiores tristezas é nunca ter conseguido construir uma relação próxima com o avô.
"Meu avô saiu da prisão e virou presidente muito pouco tempo depois. Nos primeiros dez anos em que ele foi solto minha interação com ele era muito pequena", lembra.
Por mais que todos se esforçassem para reunirem-se em encontros com a família, era difícil recuperar as quase três décadas de afastamento forçado.
Nelson Mandela, então vice-presidente do CNA, com Chris HaniDireito de imagemREUTERS
Image captionA atuação política de Mandela não permitia que ele tivesse 'tempo ou habilidade de se doar à família', afirma a neta
"Ele não tinha tempo ou sequer a habilidade de se doar a nós como família", lamenta. Só tornou-se mais próxima do avô depois que ele se aposentou da vida pública, em 2004.
"Eu literalmente não tive meu avô, eu nunca tive uma relação profunda e significativa com ele, porque eu nunca o tive, ele não estava lá", afirma, citando que alguns de seus primos chegaram a morar com o avô e se tornaram mais próximos do Madiba.
"Eu não morei com ele para ter isso. Eu tinha que marcar audiências como meu avô, porque ele era tão ocupado!"
Ela diz que a compilação dos relatos respondeu muitas perguntas que costumavam a incomodar na infância. "Como meu avô sobreviveu a 27 anos na cadeia? O que o fez seguir em frente?".
Para Zamaswazi, as cartas lhe deram a oportunidade de entender melhor o avô. "Eu via a situação pelos olhos da minha mãe e da minha vó. Agora, o livro foi a chance de entender a perspectiva do meu avô, de como era para ele. O mais incrível é que quando você lê as cartas tem um insight maior sobre tudo o que ele teve que perdoar quando saiu da prisão. Eu não tinha entendido a profundidade do que ele passou", diz.

O papel de Winnie Mandela na história

Para a neta do casal de líderes políticos, um dos maiores méritos do livro é fazer justiça ao papel de Winnie Mandela na história da África do Sul.
"Esse livro coloca minha avó no lugar correto da história. Muitos tentaram remover minha avó da história desse país. Mas o fato é que ela manteve o nome do meu avô vivo, e que ela foi torturada, brutalizada", diz.
Embora a ex-esposa de Mandela tenha mantido até o fim de sua vida uma larga base de apoio popular, ela foi criticada por apoiar táticas violentas para acabar com o apartheid, mesmo em momentos em que seu marido defendia a reconciliação.
Muitas das cartas de Mandela estão repletas de declarações de amor à então esposa, a quem se dirige por diversos apelidos carinhosos diferentes.
Mandela com a mulher Winnie após ser libertadoDireito de imagemAFP
Image captionLivro faz justiça ao papel de Winnie Mandela (dir.) na história da África do Sul, diz sua neta
Suas cartas a respeito da prisão dela, em 1969, demonstram sua frustração e angústia por não ter condições de ajudá-la, nem a seus filhos.
Em uma delas, ele recomenda que ela fortaleça o espírito lendo o best-seller de 1952 do psicólogo Norman Vincent Peale, O poder do pensamento positivo, que, nas palavras do ex-presidente, "defende a ideia básica de que o que importa não é tanto a atribulação que a pessoa sofre, mas sua atitude diante dela.
"O homem que diz vou vencer esta enfermidade e viver uma vida feliz já percorreu metade do caminho até a vitória".
Há também muitos trechos elogiosos à esposa, como em uma carta escrita para as filhas, quando Winnie estava presa.
"Logo que fui preso, nossos amigos aqui e no exterior ofereceram a ela (Winnie) bolsas de estudos e sugeriram que ela deixasse o país para estudar no exterior. Acolhi de bom grado essas sugestões, pois sentia que os estudos poderiam afastar a mente dela dos problemas. Discuti o assunto com ela quando veio me visitar na Prisão de Pretória em outubro de 1962. Ela me disse que, embora muito provavelmente viesse a ser detida e encarcerada, como todo político em luta pela liberdade devia esperar, ela mesmo assim ficaria no país e sofreria junto com seu povo. Estão vendo agora como é corajosa a mamãe que nós temos?"
Em outro trecho, Mandela explica às filhas que a esposa abriu mão de muitas coisas para lutar contra a segregação racial.
"A mamãe (Winnie) vem de uma família rica e respeitada. É uma assistente social qualificada e, na época do nosso casamento, em junho de 1958, tinha um emprego bom e confortável no Baragwanath Hospital. Ela estava trabalhando ali quando foi detida pela primeira vez, e no fim de 1958 perdeu o emprego. [...] Desde então a mamãe tem vivido uma vida árdua e precisou tentar manter uma casa sem um salário garantido. No entanto, ela de algum modo conseguiu comprar comida e roupas para vocês, pagar suas mensalidades escolares e o aluguel da casa, e ainda me mandar dinheiro regularmente", afirma Mandela, em relato registrado no livro.

Memórias da infância e descobertas

Zamaswazi descreve a experiência de ler as cartas do avô como um "turbilhão emocional", já que muitos dos episódios relatados se misturam com memórias de sua própria infância e descobertas a respeito de sua mãe.
"O que me tocou em particular, especialmente por eu ser mãe, foi atestar pelas cartas de meu avô o que minha mãe e minha tia Zindzi sofreram quando crianças", diz.
Um exemplo é o depoimento do avô em carta que ele escreveu mãe de Zamaswazi, Zenani Mandela, em 1º de março de 1971, data em que ela completava 12 anos.
Nelson Mandela com Fidel Castro em 1991Direito de imagemOMAR TORRES/AFP/GETTYIMAGES
Image captionZamaswazi diz que as as cartas do avô permitiram entender melhor suas visões
"Seu nascimento foi um grande alívio para nós. Apenas três meses antes a mamãe tinha passado quinze dias na cadeia sob circunstâncias que eram perigosas para uma pessoa na condição dela. Não sabíamos quais danos isso poderia ter causado a você e à saúde dela, e ficamos felizes de verdade ao sermos abençoados com uma filha saudável e encantadora", escreve Mandela.
"Você se dá conta de que quase nasceu na prisão? Não são muitas as pessoas que tiveram essa experiência de ter estado na cadeia antes mesmo de nascer. Você tinha só 25 meses de vida quando saí de casa e, embora eu a tenha visto frequentemente desde então até janeiro de 1962, quando deixei o país por um curto período, nunca mais voltamos a morar juntos".

Estudos à noite após horas arrebentando pedras

Outro aspecto interessante revelado no livro é a preocupação de Mandela em persistir em seus estudos no Direito, mesmo encarcerado. Ele já tinha uma autorização para praticar a advocacia, mas desejava muito tornar-se bacharel desde a época em que, livre, frequentava a Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo.
Enquanto estava na Prisão Local de Pretória, em 1962, ele se inscreveu na Universidade de Londres em um curso por correspondência e mantinha o hábito de estudar à noite mesmo após as quase oito horas de trabalho diário em que passava arrebentando pedras com marretas.
"Era um trabalho extenuante, e o fulgor do sol refletido na rocha calcária queimava seus olhos", relata o livro.
Durante três anos, repetidos pedidos de óculos escuros às autoridades prisionais foram recusados; quando a permissão finalmente foi dada, "a visão de muitos dos prisioneiros, incluindo Mandela, tinha sido irreparavelmente danificada".
Nelson Mandela com Margareth Thatcher em 1990Direito de imagemGERRY PENNY/AFP/GETTY IMAGES
Image captionMandela só se aposentou da vida pública em 2004
Em Robben Island, os detentos só tiveram permissão para deixar de fazer trabalho árduo 14 anos depois, em 1978.
"Até então, sua existência na ilha era rigorosa e cruel, aliviada apenas por sua própria atitude, bem como pelas visitas e cartas de familiares", diz o livro sobre as cartas de Mandela.
Muitas de suas cartas às autoridades prisionais revelam a preocupação do Madiba em receber o material correto de estudos nos prazos necessários para se preparar para testes e provas.
Mandela se tornou bacharel em 1989, meses antes de ser libertado da prisão.

O 'golpe cruel' pela morte da mãe e do filho

Os relatos de Mandela apontam dois momentos particularmente difíceis vividos na prisão. Em 1968, morreu a mãe de Mandela, Nosekeni, mas o prisioneiro não pôde participar do funeral.
No ano seguinte, outra tragédia familiar: morreu aos 24 anos em um acidente de carro Madiba Thembekile, o Thembi, seu filho com a primeira esposa, Evelyn Mandela.
"Se não bastasse o fato de que eu não pude vê-lo por pelo menos sessenta meses, não tive a oportunidade nem de lhe propiciar uma cerimônia de casamento nem de enterrá-lo quando chegou a hora fatal", lamenta, em carta a Evelyn.
"Sei mais do que nenhuma outra pessoa viva como esse golpe cruel deve estar sendo devastador para você, pois Thembi era seu primogênito e o segundo filho que você perdeu".
Em texto endereçado à madrasta de Winnie Mandela, ele lamenta a perda da mãe. "Nunca na vida pensei que não teria a possibilidade de enterrar minha mãe. Ao contrário, eu alimentara a esperança de que teria o privilégio de cuidar dela em sua velhice", diz.
A neta de Mandela diz que, hoje, o maior legado que seus avós lhe deixaram foi a liberdade.
"Sou muito grata a eles, pelo que eles sacrificaram. Valorizo muito a minha liberdade e porque posso ser uma mulher nos negócios, ou qualquer coisa que eu escolher. Há tantas pessoas que perderam famílias, e outras que se entregaram. Meus avós foram o rosto da batalha, mas há outros tantos", diz.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Muita gente compareceu aos shows de Cavaleiros do Forró e Solange Almeida




Fotos de Nordeste Notícias
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Muita presença política nos festejos dos 147 anos de Bom Jardim









Fotos de Chico Pezão
Professor Edgar Bom Jardim - PE