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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Por que o WhatsApp bloqueou filho de Bolsonaro e mais 'centenas de milhares' de usuários às vésperas das eleições


Pessoa usando celularDireito de imagemLEOPATRIZI / GETTY IMAGES
Image captionAplicativo de mensagens está no centro do debate na campanha eleitoral deste ano no Brasil
A conta do senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL) - filho do candidato presidencial Jair Bolsonaro, do mesmo partido - no WhatsApp foi banida por "comportamento de spam", segundo um porta-voz do escritório da empresa em São Paulo ouvido pela BBC News Brasil nesta sexta-feira.
Na quinta-feira, um executivo da sede do WhatsApp na Califórnia informou à BBC News Brasil que "centenas de milhares de perfis foram banidos" durante o período eleitoral brasileiro.
Os bloqueios seriam fruto de um investimento da empresa de tecnologia em ferramentas de detecção de comportamento suspeito de usuários, como o volume de mensagens enviadas, a repetição de conteúdos, discursos de ódio ou ofensas, além de quantas vezes este usuário foi excluído ou bloqueado por interlocutores.
"São algoritmos inteligentes que vão percebendo padrões e melhoram com o tempo", diz o porta-voz.
Ainda segundo o WhatsApp, a exclusão do telefone do filho de Bolsonaro da plataforma não tem a ver com as denúncias que vieram à tona nesta quinta-feira.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, empresários teriam pago até R$ 12 milhões por disparos em massa no aplicativo de mensagens atacando o rival de Bolsonaro, Fernando Haddad (PT).

Flavio Bolsonaro e Dilma Rousseff

Pelo Twitter, na manhã desta sexta, Flavio insinuou que estaria sendo perseguido pela plataforma.
"A perseguição não tem limites! Meu WhatsApp, com milhares de grupos, foi banido DO NADA, sem nenhuma explicação!"
Tuíte de Flavio BolsonaroDireito de imagemTWITTER / REPRODUÇÃO
Image captionO senador eleito pelo Rio e filho de Bolsonaro é um dos principais responsáveis pela estratégia do pai nas redes sociais
Duas horas depois, o filho do presidenciável voltou à rede social para informar que sua conta havia sido reestabelecida.
"Meu telefone, cujo WhatsApp foi bloqueado, é pessoal e nada tem a ver com uso por empresas. O próprio WhatsApp informou que o bloqueio foi há dias, antes da Fake News da Foice de SP. (SIC) Agora já foi desbloqueado, mas ainda sem explicação clara sobre o porquê da censura."
Porta-vozes do WhatsApp confirmaram que a exclusão da conta de Flavio aconteceu antes da divulgação do suposto envolvimento ilegal de empresas com a campanha presidencial.
Além da conta de Flavio, segundo a BBC News Brasil apurou, um perfil criado pela campanha da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado por Minas Gerais também foi banida por comportamento de spam.
Após a divulgação, o PT acionou a Justiça Eleitoral para investigar suposto financiamento ilegal para Bolsonaro.
Na terça-feira, representantes do TSE e integrantes do conselho consultivo sobre internet e eleições do tribunal participaram de uma videoconferência com representantes do WhatsApp, nos Estados Unidos.
Nesta reunião, segundo a BBC News Brasil apurou, os representantes informaram que, dentre as contas de spam e automatização bloqueadas durante o primeiro turno, estava a de Flavio Bolsonaro.
Também disseram, mais de uma vez, que o número de contas bloqueadas era de 700 mil. Ao final, pediram que constasse na ata que "centenas de milhares" de contas, e não "700 mil", haviam sido bloqueadas.

O que é comportamento de spam?

A empresa explicou à BBC News Brasil quais são os critérios para a exclusão de perfis.
Um dos principais critérios é o "comportamento automático" - quando um usuário age como se fosse um robô replicando mensagens.
O envio de mensagens repetidas para muitos contatos ou grupos também é um dos comportamentos que despertam desconfiança.
Quando o usuário passa a usar outro número de telefone, porém, a ferramenta não é capaz de identificar a mudança - daí a dificuldade em controlar os "spammers"
Pessoas usando celularDireito de imagemPEOPLEIMAGES / GETTY
Image captionAs respostas dos usuários sobre spam são usadas para aprimorar os algoritmos do aplicativo, diz representante do WhatsApp
"Quando você recebe uma mensagem de um número que não está na sua agenda de contatos, você já tem as opções de bloquear ou denunciar como spam. Essas denúncias são levadas em conta pelo app."
Além dos milhares de usuários com comportamento considerado inapropriado, o WhatsApp informou à imprensa nesta sexta que acionou a Justiça para impedir que empresas como as identificadas pelo jornal Folha de S.Paulo façam envios em massa de conteúdos que possam influenciar as eleições presidenciais.
"Estamos tomando medidas legais para impedir que empresas façam envio maciço de mensagens no WhatsApp e já banimos as contas associadas a estas empresas", informou o WhatsApp, segundo o jornal.
A empresa americana também enviou notificação extrajudicial para as agências envolvidas na denúncia pedindo que deixem de enviar mensagens em massa para números de celulares obtidos pela internet, sem autorização dos proprietários.
A ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, (PSL) e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge convocaram a imprensa para entrevista coletiva sobre o caso na tarde desta sexta, mas o encontro foi adiado para o domingo.
*Colaborou Juliana Gragnani, da BBC News Brasil em Londres
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pernambuco:'Mulheres pela Democracia' e Blocos carnavalescos apóiam Haddad no final de semana


Ato "Mulheres Pela Democracia" será neste sábado, na Praça do Derby
Ato "Mulheres Pela Democracia" será neste sábado, na Praça do DerbyFoto: Ed Machado/Folha de Pernambuco
Atos contra Jair Bolsonaro (PSL) e em apoio à candidatura do presidenciável Fernando Haddad (PT) estão programados para este final de semana. Pela segunda vez nas Eleições 2018, as mulheres irão as ruas da capital pernambucana e de outros estados brasileiros. No próximo sábado (20, a manifestação está com concentração marcada para as 13h, na Praça do Derby. Às 15h, o ato seguirá pela Avenida Conde da Boa Vista com destino à Praça da Independência, no bairro de Santo Antônio. Já no domingo é a vez de um enconto com blocos carnavalescos pernambucanos em favor de Haddad.

"A força do #Elenão, ocorrido em 28 de setembro, continua contra a onda global da extrema-direita que chegou ao Brasil representada por Jair Bolsonaro (PSL). A diferença é que, no segundo turno, a união é pela vitória de Haddad, o candidato do campo democrático que está enfrentando o fascismo e a direita mais conservadora encarnada no outro candidato (Jair Bolsonaro)", explica Suely Oliveira, secretária de mulheres do PT e integrante do Comitê de Mulheres da FBP. Na organização do ato recifense, estarão os movimentos Frente Brasil Popular (FBP), Mulheres Unidas Contra Bolsonaro (#Elenão) e Fórum de Mulheres de Pernambuco. Dos partidos, estão participando fortemente PT e Psol.

Leia também:
[Podcast] Humberto Costa responde às acusações de "Kit Gay" ditas por Bolsonaro
Atos contra o PT e a favor de Bolsonaro movimentam o final de semana

Durante o ato, haverá oficina de cartazes e programação político-artísticas com Isaar França, Hilda Torres, Cida Pedrosa, Karynna Spinelli, Monique Morena, Mônica Feijó, Kátia Paz, Beth de Oxum, Slam das Minas, Mestra Del o Coco, Dj Du Lopes, Roger de Renor, Maracatu Ògún Onilê, Batucada do Fórum de Mulheres de PE, Batucada Nação Mulambu, Canibal, Batucada da UJS e Batucada da Marcha Mundial das Mulheres.

Blocos em Olinda - Os blocos carnavalescos de Pernambuco anunciaram promoverão um ato batizado "Amor em Bloco", neste domingo, dia 21 de outubro, em Olinda. "Vamos botar o bloco do amor na rua! Vamos fazer a maior festa democrática que Recife e Olinda já viram e nela nos abraçar para dizer: o futuro é de TODOS", diz a publicação do Eu Acho É Pouco. A concentração será a partir das 15h, no Largo do Amparo.

As agremiações propõem a união de blocos carnavalescos pela democracia e pretendem se espalhar pelas ladeiras da Cidade Alta. Também participam do evento os blocos A Ema, Amantes de Glória, A Troça, Bloco do Nada, Boi da Macuca, Coroas de Aço Inox, Empatando Tua Vista, Enquanto isso na Sala da Justiça, Eu Acho é Pouco, Eu Me Vingo de Tu no Carnaval, Menino da Tarde, Segunda tem Palhaço, Seguranças de Lala K, Vaca Profana e Vassourinhas. 
blocos
De Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

LavaZap:Campanha de Bolsonaro movida a fake news é estelionato eleitoral bem mais grave que o de 2014


O professor David Emanuel de Souza Coelho, colaborador do blog Náufrago da Utopia, produziu o que me parece ser o artigo mais completo e didático dentre todos os que têm saído nos últimos dias sobre as novas formas de induzirem-se coletividades a votos desastrosos, movidas pela bílis e passando batido pelos imensos prejuízos que sofrerão como consequência de suas opções intempestivas: "Manipulação psicológica dos eleitores atinge novo patamar de eficácia e isso se constata na campanha de Bolsonaro" (clique aqui para acessar).
Trata-se de leitura obrigatória, até por já serem dois os reveses em boa parte decorrentes dessas práticas que desfiguram ainda mais a democracia burguesa, o Brexit e a eleição de Donald Trump. Um terceiro só deixará de ocorrer se o povo brasileiro acordar rapidamente de seu desvario autoritário: a condução ao Palácio do Planalto do político mais despreparado para presidir o Brasil em todos os tempos, Jair Bolsonaro.
Para não alongar a discussão, aponto o principal motivo de ele ser o homem errado no momento errado: passou três décadas de vida política surfando nas ondas do ódio, sempre açulando a truculência de uma parte da sociedade contra a outra.
Ocorre que estamos há quatro anos com o país dividido em duas metades que não param de se digladiarem, gerando desunião política suficiente para inviabilizar todas e quaisquer possibilidades de sairmos da recessão que impiedosamente fustiga o nosso povo.
O Brasil neste momento precisa desesperadamente de uma trégua, de um mínimo de diálogo e entendimento para que sejam reduzidas as tensões antes de todas as nossas cidades virarem campos de batalha.
Apesar de possuir limitações evidentes, Fernando Haddad ao menos não depende da manutenção e incremento do ódio para sua sobrevivência política. Tem gabarito intelectual para perceber que rumamos para um abismo que nos tragará a todos e já acenou com a perspectiva de fazer um governo com menos exclusivismo arrogante e mais bom senso que os últimos do PT.
É pouco? É. Mas, a alternativa é menos do que nada: um candidato que, para não perder o controle sobre a horda selvagem de seguidores agrupados no núcleo duro de sua campanha, terá de cumprir pelo menos uma parte de suas propostas extremamente radicais (algumas até ilegais, como a promessa de extradição de Cesare Battisti, que nenhum presidente terá o direito de ordenar sem a anuência do STF).
Ou seja, com Haddad talvez superemos o clima político corrosivo que perdura desde a reeleição de Dilma Rousseff, já maculada por flagrantes mentiras e estelionato eleitoral. Os adversários não aceitaram perder de tal maneira e o resultado foram quatro anos de crise política e estagnação econômica.
Agora se desenha uma vitória ainda mais contestável, porque a inacreditável quantidade de fake news disseminadas nas redes sociais pela campanha de Bolsonaro simplesmente maximizou o estelionato eleitoral de 2014. Como poderá ser docilmente aceita?
Com isso, mais a profusão de medidas impopulares que estão sendo antecipadas por Bolsonaro e sua trupe, evidentemente haverá reações, cuja contundência vai aumentar à medida que os cidadãos comuns forem se dando conta do logro sofrido.
Resultado: uma escalada de violência política que provavelmente ultrapassará tudo que vimos até hoje no Brasil, conduzindo a um autogolpe ou a um golpe militar. E, claro, mais anos e anos de recessão, embora nosso povo já esteja no limite de suas forças.
A contagem regressiva está em curso. Temos cerca de uma semana para tomarmos decisões rápidas e eficazes. Caso contrário, tornar-se-á impossível evitarmos a abertura das portas do inferno.

Do mesmo autor:

Com informações de de Congresso em Foco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

PDT quer anular eleição:Segundo matéria da Folha de S.Paulo, empresas teriam comprado pacotes de mensagens contra o PT no WhatsApp


O presidente nacional do PDTCarlos Lupi, informou que ingressará com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral)questionando o resultado do primeiro turno da eleição presidencial pelo que chamou de suspeita de "fraude eleitoral".
Segundo ele, o departamento jurídico do partido ainda avalia a que instrumento jurídico recorrerá, entre eles pedidos de nulidade ou cancelamento do pleito deste ano.
Para Lupi, é de uma "gravidade imensurável" denúncia publicada nesta quinta-feira (18) pela Folha de S.Paulo de que empresas compraram pacotes de disparos de mensagens contra o PT no WhatsApp.
A prática é ilegal, já que se trata de doação empresarial a campanha eleitoral, o que é vedado pela legislação eleitoral.
"Eles estão praticando uma ilegalidade grave que pode ter influenciado no processo eleitoral", disse Lupi.
O candidato do partido, Ciro Gomes, ficou em terceiro lugar na disputa eleitoral deste ano, atrás de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
Com Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

LavaZap:PT entra com pedido de investigação no TSE e pede inelegibilidade de Bolsonaro

Foto: Lula Marques/Agência PT
Foto: Lula Marques/Agência PT
O PT entrou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma ação de investigação contra o candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e empresas apontadas como responsáveis por bancar a disseminação de mensagens contra a campanha do PT pelas redes sociais. O partido do presidenciável Fernando Haddad (PT) pede à Corte eleitoral que declare a inelegibilidade de Bolsonaro para os próximos oito anos após a eleição atual.
Na ação, o partido cita que há indícios de que foram comprados pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT pelo aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp, conforme noticiado pelo jornal Folha de S.Paulo.

O PT pede à Justiça Eleitoral que seja decretada busca e apreensão de documentos na sede da Havan e na residência de Luciano Hang, dono da empresa, apontado pelo jornal como um dos responsáveis pelo pagamento do conteúdo. Além disso, a legenda de Haddad quer que o aplicativo WhatsApp seja determinado a apresentar em 24 horas um plano de contingência para suspender o disparo em massa de mensagens ofensivas ao presidenciável petista. 

No pedido, o TSE é cobrado para requerer a Luciano Hang documentação sobre eventual contribuição feita em apoio a Jair Bolsonaro. Em caso de negativa, a ação pede que seja expedido mandado de prisão contra o empresário. O partido pede também a oitiva e a quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático dos citados na ação, que também engloba outras empresas apontadas como responsáveis pela onda de mensagens na rede social.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Corrupção, lavagem e organização criminosa: Temer é indiciado pela PF no inquérito dos portos


O presidente Michel Temer (MDB) foi indiciado pela Polícia Federal, nesta terça-feira (16), por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro no inquérito sobre o chamado "Decreto dos Portos". Temer é acusado de integrar esquema de pagamento de propina para favorecer a empresa Rodrimar S/A, concessionário do Porto de Santos, ao editar o Decreto 9.048/2017 em maio do ano passado. Ele e mais dez pessoas constam do relatório final que a PF entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a investigação (veja a lista abaixo). A assessoria do Palácio do Planalto ainda não comentou o indiciamento alegando ainda não ter tido acesso ao relatório final.
A filha do presidente, Maristela Temer, está entre os indiciados. Mas, no caso dela, o indiciamento a enquadra exclusivamente como suspeita de lavagem de dinheiro. Além dos indiciamentos, a PF pede a prisão preventiva de João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima, amigo e braço-direito de Temer em assuntos particulares, além de outros três investigados. Eles estão proibidos de deixar o país (confira na lista abaixo).
O assunto atormenta Temer, parentes e aliados há meses, e pode fechar o cerco ao presidente a partir de 1º de janeiro de 2019, quando ele deixa o mandato e perde a blindagem do foro privilegiado. O relatório já foi encaminhado pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator do caso, para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que tem prazo de até 15 dias para se manifestar sobre as conclusões da PF.
Iniciada em 2017 a partir de delação premiada de executivos do Grupo J&F (dono da JBS), a investigação se debruçou sobre a suspeita de que o decreto de Temer – atrelado à edição da medida provisória editada em 2013, quando Temer era vice-presidente – serviu como contrapartida ao recebimento de propina paga pela Rodrimar.
A negociata da chamada “MP dos Portos”, segundo as investigações, foi intermediada pelo ex-assessor especial da Presidência da República Rodrigo Rocha Loures (PMDB), suplente de deputado pelo Paraná que passou a ser chamado de “deputado da mala”. Além de Temer e Rocha Loures, executivos da Rodrimar também são investigados.
Em 29 de abril, Loures foi filmado pela PF fugindo por uma rua de São Paulo com uma mala com R$ 500 mil em espécie e virou réu devido ao episódio. Blindado por deputados da base em duas votações de plenário, Temer, a quem foi atribuído o dinheiro, foi beneficiado pela legislação vigente e só pode ser investigado por ato cometido no exercício do mandato, e mesmo assim com autorização da Câmara. Com as negativas da Câmara, a continuidade do processo contra o presidente só terá curso quando ele deixar o mandato.
Rocha Loures foi o principal articulador do decreto. Ex-homem de confiança de Temer, o ex-deputado atuou como intermediário entre o presidente e empresas do setor portuário. Segundo a PF, os emedebistas integram o núcleo político do esquema de corrupção e devem responder pelos três crimes (corrupção, lavagem e organização).
Amigo de Temer há mais de 30 anos, Coronel Lima foi assessor militar do presidente quando o emedebista foi Secretário de Segurança Pública de São Paulo, na década de 1980, além de sócio na empresa de arquitetura e engenharia Argeplan. Segundo a PF, a firma foi utilizada como forma de disfarce para o recebimento de propina em esquema que envolveu outro sócio, Carlos Alberto Costa, em nome de Temer. Carlos também foi indiciado pelos três crimes.
Além deles, o filho de Carlos, o diretor da Argeplan Carlos Alberto Costa Filho, foi indiciado por lavagem de dinheiro, bem como o contador da empresa, Almir Martins Ferreira. Já Antônio Celso Grecco, sócio do Grupo Rodrimar, integrou o esquema e por isso deve responder por organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Outro diretor do Grupo Rodrimar, Rodrigo Mesquita, foi indiciado por lavagem de dinheiro. O núcleo empresarial do esquema, de acordo com as investigações, é Gonçalo Borges Torrealba, sócio do Grupo Libra. Ele foi indiciado por organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Reforma
O indiciamento de Maristela teve como principal elemento incriminatório uma reforma promovida em sua casa em São Paulo, entre 2013 e 2015. Com o avançar das investigações, a PF conseguiu dos empresários do grupo J&F a confissão sobre o repasse de R$ 1 milhão ao Coronel Lima em 2014.
O dinheiro, diz o relatório, era entregue na sede da Argeplan, de propriedade do coronel. A arquiteta responsável pela obra foi Maria Rita Fratezi, esposa do Coronel Lima – e, como o marido, também indiciada por lavagem de dinheiro, mas isenta dos outros dois crimes.
Diante do conjunto probatório, o relatório da PF aponta a prática dos crimes de corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal), corrupção ativa (artigo 333 do CP), lavagem de dinheiro (artigo 1º da Lei nº 9.613/1998) e organização criminosa (artigo 1º da Lei nº 12.850/2013). O esquema criminoso, segundo as investigações, foi dividido em quatro núcleos (político, administrativo, empresarial/econômico e operacional/financeiro).
Veja a lista de indiciados:
1. Michel Miguel Elias Temer Lulia
2. Rodrigo Santos da Rocha Loures
3. Antônio Celso Grecco
4. Ricardo Conrado Mesquita
5. Gonçalo Borges Torrealba
6. João Baptista Lima Filho
7. Maria Rita Fratezi
8. Carlos Alberto Costa
9. Carlos Alberto Costa Filho
10. Almir Martins Ferreira
11. Maristela de Toledo Temer Lulia
Pedidos de prisão:
1. João Baptista Lima Filho
2. Carlos Alberto Costa
3. Almir Martins Ferreira
4. Maria Rita Fratezi

congressoemfoco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Dia do Professor: Quais são as propostas de Bolsonaro e Haddad para o magistério e para a Educação


Jair Bolsonaro e Fernando HaddadDireito de imagemREUTERS
Image captionVeja as propostas dos dois candidatos para o ensino básico, médio e superior
O Brasil está entre os países com pior desempenho em Educação no mundo. Na mais recente edição do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), em 2015, ficou nas últimas posições em Ciências (63º), Matemática (65º) e em Leitura (59ª) entre os 70 países analisados.
No Dia do Professor, a BBC News Brasil apresenta as propostas dos dois candidatos à Presidência que chegaram ao segundo turno, Fernando Haddad(PT) e Jair Bolsonaro (PSL) para essa área.
O levantamento foi feito com base nos planos de governo apresentados ao TSE, entrevistas e publicações feitas pelas candidaturas na internet.
Para ver as propostas de ambos em todas as áreas, clique aqui.

O que propõem aos professores?

Ex-ministro da Educação, Fernando Haddad diz em seu programa de governo que quer investir na formação dos educadores e na gestão pedagógica da educação básica.
"Atenção especial será dada à valorização e à formação dos professores e professoras alfabetizadoras", afirma o texto.
O petista fala em fortalecer o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), que permite aos alunos de cursos presenciais com interesse no magistério que se dediquem ao estágio em escolas públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício da profissão na rede pública.
O programa do PT diz que aproximadamente 25% dos professores que atuam na educação básica não têm licenciatura específica para as disciplinas que lecionam. O plano fala que retomará a Rede Universidade do Professor, programa criado para oferecer vagas de nível superior para a formação inicial e continuada de professores da rede pública, para que possam se graduar nas disciplinas que lecionam.
Haddad diz que vai implementar a chamada Prova Nacional para Ingresso na Carreira Docente para candidatos à carreira de professor das redes públicas de educação básica.
Fala ainda em instituir diretrizes que permitam uma maior permanência dos profissionais nas unidades educacionais.
O programa diz que pretende reforçar a Universidade Aberta do Brasil (UAB), programa que visa ampliar e interiorizar - ou seja, expandir para fora das capitais - a oferta de cursos e programas de educação superior por meio da educação a distância.
Professor e alunosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs dois candidatos falam em melhorar a formação dos professores das escolas públicas no Brasil
Em seu programa de governo, Jair Bolsonaro fala em aumentar a qualificação de professores, sem posterior detalhamento entre as propostas.
O candidato defende um modelo de educação "sem doutrinação e sexualização precoce" e baseado nas propostas do Escola Sem Partido.
Diz que falta disciplina no ambiente educacional e que, por isso, "hoje, não raro, professores são agredidos, física ou moralmente, por alunos ou pais dentro das escolas".

Outras propostas para a Educação

Haddad diz que o ensino médio será prioridade do seu governo.
Uma das principais propostas é criar o programa Ensino Médio Federal, que aumentará a atuação do governo federal no ensino médio, que constitucionalmente é de responsabilidade dos Estados.
A ideia é que haja maior integração, aumento de vagas nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e que o governo federal se responsabilize por escolas situadas em regiões de alta vulnerabilidade.
O plano diz querer expandir a educação integral e criar uma bolsa de permanência nas escolas, especialmente para jovens em situação de pobreza. "O governo Haddad ampliará a participação da União no ensino médio, de modo a transformar essas escolas em espaços de investigação e criação cultural e em polos de conhecimento, esporte e lazer, garantindo educação integral", diz o texto do programa de governo.
O ex-ministro da Educação de Lula diz em seu programa de governo que pretende revogar a reforma do ensino médio. Haddad pretende mexer na Base Nacional Comum Curricular "para retirar imposições obscurantistas".
O plano de governo do petista fala em criar um novo padrão de financiamento para que a Educação receba o equivalente a 10% do PIB. Segundo estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) publicado em 2017, os gastos com educação totalizam 4,9% do PIB brasileiro.
Professor e alunosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionFernando Haddad diz que concentrará esforços em avanços no ensino médio, incluindo escola em tempo integral em lugares mais pobres
O candidato afirma ter intenção de normatizar o uso público dos recursos do Sistema S na oferta de ensino médio.
O objetivo é direcionar 70% dos recursos à ampliação da oferta de ensino médio. Fazem parte do Sistema S o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac).
O programa promete a institucionalização Sistema Nacional de Educação, pendente há quatro anos. O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014, o colocou como um caminho para a articulação do sistema de ensino nos níveis federal, estadual e municipal, com o objetivo de atingir as metas estipuladas pelo governo.
No que diz respeito a minorias, o plano diz que um eventual governo Haddad "fortalecerá uma perspectiva inclusiva, não-sexista, não-racista e sem discriminação e violência contra LGBTI+ na educação". Diz também que retomará os investimentos na educação do campo, indígena e quilombola. Como contraponto ao Escola Sem Partido, o programa propõe a Escola com Ciência e Cultura.
Diz que quer focar o programa Educação para Jovens e Adultos em alfabetização. Fala, ainda, em introduzir trabalho com linguagens digitais desde o primeiro ano do ensino fundamental. Para combater violência em escolas, será criado o Programa Paz e Defesa da Vida nas Escolas.
O programa do PT diz que o foco será o ensino médio, mas também fala em expandir universidades e institutos federais.
Jair Bolsonaro, por sua vez, afirma que dará ênfase à educação infantil, básica e técnica.
O programa de governo fala em mudar a Base Nacional Comum Curricular, "impedindo a aprovação automática e a própria questão de disciplina dentro das escolas".
O programa fala que o conteúdo e método de ensino precisam ser mudados. "Mais matemática, ciências e português", diz o texto.
Bolsonaro pretende incluir no currículo escolar as matérias educação moral e cívica (EMC) e organização social e política brasileira (OSPB), disciplinas herdadas da ditadura militar.
O candidato tem ainda intenção de ampliar o número de escolas militares, fechando parcerias com as redes municipal e estadual. A meta é que haja, em dois anos, um colégio militar em cada capital. Tem também o plano de construir o maior colégio militar do país em São Paulo, no Campo de Marte.
Crianças em posição militar
Image captionJair Bolsonaro defende aumentar o número de escolas militares no país; a meta é que, até 2020, haja uma em cada capital
Fala, ainda, em integração entre governos federal, estadual e municipal.
O programa do capitão reformado dá ênfase à educação a distância nos níveis básico, médio e superior. "Deve ser considerada como alternativa para as áreas rurais onde as grandes distâncias dificultam ou impedem aulas presenciais", diz o texto.
Ainda segundo o documento, o Brasil gasta mais com ensino superior do que com o ensino básico. Bolsonaro defende que isso seja invertido.
Para o ensino superior, o programa fala em parcerias de universidades com a iniciativa privada para desenvolvimento de novos produtos visando aumentar a produtividade no país.
Diz, ainda, que universidades devem estimular e ensinar o empreendedorismo.
Bolsonaro é contra cotas raciais, mas a favor das sociais.
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE