sábado, 30 de maio de 2020

Política bonjardinense: Roberto Lemos quer mais mais um mandato



Roberto Lemos, já é cinquentão,  solteiro, concluinte do ensino médio, funcionário público da prefeitura de Bom Jardim, atualmente licenciado. Entrou na política influenciado pelo trabalho comunitário desenvolvido por sua mãe Dona Maria dos Anjos Barbosa de Lemos.  

Vereador experiente, eleito para exercer três mandatos na Casa Desembargador Dirceu Borges. Ex- Rufinista, faz oposição ao prefeito João Lira, votou em Juliana de Chaparral na última eleição de deputado, no plano local deverá  apoiar o ex-prefeito Miguel Barbosa.  O Blog Professor Edgar Bom Jardim, conversou com o Edil sobre política, vida administrativa e social bonjardinense. Vamos conhecer o perfil do vereador, como trabalha, sua ideologia e o que pensa na atual conjuntura. Confira:
1- Vereador Roberto Lemos, você pretende ser candidato nas eleições municipais deste ano? Se Deus quiser, vou sim.


2- Vai concorrer a prefeito, vice ou vereador? Vereador

3- Qual seu partido político? PP de Eduardo da Fonte.

4- Por que o povo deve votar em Roberto Lemos mais uma vez? Porque vou continuar servindo ao povo e ao município de Bom Jardim.

5- Você avalia que fez um bom trabalho legislativo neste mandato? Sim, fiz o possível. 

6- É melhor ser vereador na situação ou na oposição? O vereador da situação tem todo apoio. Vereador da oposição não tem nenhum apoio.

7- Você se considera um político de Direita, Esquerda, Centro ou Centrão? Eu me considero um político do povo, sem ter paixão por esquerda, nem direta e nem centrão. 

8 - Você é um vereador sem  ideologia? Sou um vereador que nunca perguntou a quem me procura  se  votou em Roberto Lemos. Nasci para servir à todos.

9- O que você fez de mais importante na sua vida política nos três mandatos de vereador? Vários projetos na saúde, educação, e no social. Quais? ... 

10- Não sabe quais? Dê um exemplo: Implantação de cisternas, poços artesianos e muitas cirurgias.

11- Qual foi sua maior alegria e a maior tristeza na política? A maior alegria foi o povo de Bom Jardim me eleger para lhe servir.  A maior tristeza  é ver meu Bom Jardim ser administrado por quem  só pensa em si e não no município.

12- Como você avalia a atual gestão do prefeito João Lira? Um prefeito que não respeita seu povo, que não cuida das pessoas, que não olha o social, não pode está fazendo uma gestão boa. Essa é minha opinião. 

13- Miguel X João Lira: Quem governou melhor Bom Jardim nos últimos 8 anos? Por que? Miguel Barbosa, porque cuidava das pessoas sem persegui e tinha um carinho especial por todos

14- Você se arrependeu de ter votado em Bolsonaro? Não. 

15- Continua acreditando que ele vai melhorar o Brasil ou vai ser impedido de governar? Sim, isto já estava acontecendo mas,  está pandemia surgiu e deixou o Brasil e o mundo em uma situação muito difícil.   E vai sim termina seu governo.

16- Você é favorável a uma ditadura no Brasil com Bolsonaro e Mourão governando com apoio dos militares? Jamais, tudo pela democracia.

17- Qual sua opinião sobre o governo Paulo Câmara? Precisa melhorar muito em todas as áreas.

18-  Qual a renumeração  de um vereador de Bom Jardim?  Sete mil e pouco. Desconta quase dois mil. Muitos vereador fez empréstimos.  É pouco, mas conseguimos resolver uns problemas.

19-  O que Bom Jardim representa para você? Eu amo Bom Jardim como amo a minha família. Tive  a honra de nascer no dia 19 de Julho. 

20- Quais pessoas de Bom Jardim você admira? Quais artistas? Qual político? Professora Elizabeth, Dr. Sebastião, Padre Mariano, Edgar Barros. Artistas:destaco Braúlio de Castro e Valda Sedycias. Político: Miguel Barbosa.

21- Quem será eleito prefeito de Bom Jardim? Miguel


Por Edgar S.Santos

Professor Edgar Bom Jardim - PE

A longa história de segregação e conflito racial em Minneapolis, onde George Floyd foi morto pela polícia

Protestos nos EUADireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionProtestos se espalharam pelos EUA depois que um homem negro morreu ao ser detido, algemado e imobilizado por um policial branco

A cidade americana de Minneapolis, que está no centro dos protestos contra a morte de George Floyd, tem uma longa história de segregação e conflitos raciais.

Floyd, um homem negro de 46 anos, morreu na última segunda-feira (25/05) ao ser detido, algemado e imobilizado por um policial branco.

Um vídeo gravado por uma jovem que passava pelo local mostra o policial Derek Chauvin pressionando o joelho contra o pescoço de Floyd que, desarmado e deitado no chão, repete: "Não consigo respirar".

Os três outros policiais presentes não intervieram. Após alguns minutos, Floyd perdeu os sentidos. Colocado em uma ambulância, ele foi declarado morto pouco depois.

O episódio desencadeou protestos em todo o país, alguns deles violentos, e remete a vários outros casos recentes de negros desarmados que foram mortos pela polícia em diferentes partes dos Estados Unidos.

Mas a morte de Floyd — e as manifestações que se seguiram — refletem não apenas o contexto de conflitos raciais no país, mas também características específicas de Minneapolis, que fica localizada no Estado de Minnesota, no norte do país.

"É importante situar a morte de George Floyd e outros eventos como esse no contexto histórico mais amplo", diz à BBC News Brasil o geógrafo Kevin Ehrman-Solberg, um dos fundadores do Mapping Prejudice (Mapeando o Preconceito, em tradução livre), projeto ligado à Universidade de Minnesota que identifica restrições raciais impostas a moradias da cidade no século passado.

"Isso não foi algo aleatório, que simplesmente aconteceu. É o resultado de décadas e décadas de desigualdade estrutural."

Restrições raciais

Protestos nos EUADireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCidade é considerada a quarta pior área metropolitana dos EUA para negros morarem

Minneapolis é hoje uma cidade com líderes progressistas e na qual autoridades admitem os problemas gerados pelo racismo estrutural e adotam medidas para tentar reduzir a segregação racial. Mas o impacto de medidas racistas adotadas no passado ainda são sentidos.

A cidade é considerada a quarta pior área metropolitana dos Estados Unidos para negros morarem e tem uma das maiores disparidades raciais do país em vários indicadores, como taxa de pobreza, desemprego e propriedade de imóveis.

Também é altamente segregada, algo que é fruto de políticas adotadas a partir do início do século 20 para impedir que moradores negros se mudassem para determinadas áreas.

Durante décadas, persistiu na cidade, assim como em outras partes do país, a prática de incluir nas escrituras de propriedades uma cláusula estabelecendo que pessoas que não fossem brancas não poderiam ser proprietárias ou, em muitos casos, nem mesmo ocupar o local.

O projeto da Universidade de Minnesota já encontrou quase 30 mil propriedades que tinham cláusulas de restrição racial entre 1910 e 1955.

Segundo Ehrman-Solberg, isso contradiz a narrativa comum de que a segregação racial ocorria apenas no sul dos Estados Unidos.

"É verdade que (na época) Minneapolis não tinha bebedouros ou ônibus segregados, mas havia esse sistema de segregação velado, que não era tão visível, mas era brutalmente eficaz", diz o fundador do Mapping Prejudice.

Ehrman-Solberg observa que, em 1910, moradores negros representavam apenas cerca de 1% da população local. Mas a imposição das restrições foi uma ação preventiva para garantir que a cidade permanecesse "branca" no futuro, limitando os moradores de outras raças a certas áreas.

Com essas restrições, quase todas as novas construções eram reservadas aos brancos, e a população negra acabou confinada em zonas da cidade com casas antigas e de menor valor.

Divisa

Homenagem a George FloydDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMinneapolis tem uma das maiores disparidades raciais do país em indicadores como pobreza e desemprego

Essas restrições raciais no setor de habitação foram proibidas em todo o país em 1968, mas seu impacto ainda está presente em Minneapolis e em outras cidades americanas, tanto na composição racial dos diferentes bairros quanto em termos financeiros.

Ehrman-Solberg afirma que, nos quarteirões onde as propriedades tinham as cláusulas no passado, cerca de 80% dos moradores atuais são brancos, percentual maior do que a média da cidade, que é de 60%. O valor de casas que no passado tinham essas restrições ainda hoje é cerca de 50% mais alto do que a média da cidade.

O impacto financeiro dessas disparidades, ressalta o pesquisador, resulta até hoje em níveis de renda mais baixos e taxas de pobreza mais alta entre os habitantes negros.

A área em que Floyd foi morto, e onde as manifestações se concentraram inicialmente, no cruzamento entre a rua 38 e a avenida Chicago, marca a divisa entre uma dessas zonas com população historicamente negra e outra área predominantemente branca, onde a maioria das propriedades tinha cláusulas de restrição racial.

No passado, quando essas medidas ainda estavam em vigor, a divisão entre áreas de população negra e de moradores brancos era rígida, e muitas vezes a fronteira entre as duas zonas era alvo de policiamento mais intenso e agressivo.

Ainda hoje, muitos moradores de áreas em que a maioria da população é negra costumam reclamar de excessos cometidos pelo policiamento em suas comunidades, diferente do que ocorre em bairros de maioria branca.

Relacionamento com a polícia

Protestos nos EUADireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEm Minneapolis, o relacionamento da polícia com minorias tem um histórico conturbado

Em Minneapolis, o relacionamento da polícia com comunidades negras e outras minorias tem um histórico conturbado, com acusações de racismo.

Ehrman-Solberg lembra que o movimento indígena americano foi fundado na cidade, em 1968, em parte como resposta à "brutalidade policial contínua".

Um ano antes, Minneapolis havia sido palco de protestos violentos da comunidade negra. Nos anos 1980, houve mobilização da comunidade gay da cidade contra as agressões da polícia.

O próprio chefe de polícia, Medaria Arradondo, primeiro negro a ocupar o cargo, processou o departamento no início de sua carreira por tolerar comportamento racista. Ele assumiu o comando da corporação em 2017, com o objetivo de melhorar as relações da polícia com a comunidade negra.

Os negros representam apenas 20% da população, mas são mais de 60% das vítimas em disparos com envolvimento da polícia.

A cidade já foi palco de vários protestos anteriores contra a morte de homens negros pela polícia, como de Jamar Clark em 2015 e de Thurman Blevins em 2018.

O departamento de polícia de Minneapolis é alvo de inúmeras reclamações de uso excessivo de força, inclusive contra Chauvin, o policial que imobilizou Floyd. Os policiais envolvidos nesses episódios raramente são disciplinados ou punidos.

Arradondo demitiu os quatro policiais envolvidos na morte de Floyd. Chauvin foi preso e indiciado pelo homicídio. Os outros três estão sendo investigados.

Para Ehrman-Solberg, são necessárias mudanças estruturais para impedir que esse tipo de violência continue ocorrendo.

"Episódios de violência policial como este são sintomas de uma geografia profundamente desigual. Não são um acidente. São incrivelmente tristes, mas não é surpreendente que ocorram."

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 29 de maio de 2020

É assim meu Bom Jardim em tempo da pandemia. Leia entrevista com o prefeito João Lira

           *Formação para funcionários do Hospital de Bom Jardim-PE.

A Covid-19 segue matando em todos os continentes. Oficialmente o Brasil registrou 27276 mortos por coronavírus nesta sexta-feira, 29 de maio de 2020. Pernambuco confirma 2699 óbitos Agora Pernambuco totaliza 32.255 casos já confirmados. A prefeitura de Bom Jardim  divulga  boletim registrando 9 mortes no município. Estima-se que no Brasil o número  de  subnotificações de casos é muito grande,  que na real o número de infectado pode chegar a dobrar ou triplicar.   Estamos diante de uma pandemia diferente  do que foi a peste negra na Europa e na Ásia,  diferente  da gripe espanhola ou do  surto da febre amarela, varíola. 

Hoje é mais fácil identificar uma grande epidemia ou pandemia.  A vida mudou. O avanço da ciência, da tecnologia aliada às comunicações possibilita  criar estratégias  de prevenção antecipadas por parte dos governos, embasadas em fatos passados e no conhecimento científico. No Brasil o conhecimento científico briga com os interesses econômicos e políticos.  O governo do presidente Jair Bolsonaro é tido pelos organismos internacionais e pela comunidade científica brasileira como o pior gestor da crise sanitária que afeta o o mundo.  Na prática, desde o início da pandemia no Brasil,  Bolsonaro se coloca contra o distanciamento social das pessoas, é contra  a recomendação da população ficar em casa. Todo esforço do presidente é para salvar o interesse econômico. Tem deixado de lado  vidas humanas. Neste embate entre ciência e interesse político, o país já trocou dois ministros da saúde. Há no imaginário a ameaça de um golpe político, discursos de ódio propagam a destruição da democracia e das instituições brasileiras, desrespeito à Constituição, guerras de informação, fake news e crise econômica. Duras  realidades que necessitamos  que sejam superadas.

Nosso país ainda não prestou o devido socorro financeiro às populações que necessitam do auxílio emergencial de R$ 600,00. As pequenas empresas, essenciais para economia nacional,  têm dificuldades para conseguir apoio financeiro,  créditos, financiamentos justos para não fecharem. Por outro lado, os maiores proprietários de negócios da alimentação, grandes produtores, distribuidores, grandes redes  de mercados, mercadinhos da região aumentam abusivamente o preço do feijão, do arroz, da carne, do ovo.  Aumentam tudo em cadeia, produz um efeito cascata. Há nisso a ambição, a covardia contra a economia popular. O POBRE SOFRE PARA TER UMA REFEIÇÃO.

Em Bom Jardim, o prefeito João Lira(PSD) tem realizado ações pontuais para enfrentar o coronavírus: reduziu uma feira semanal, instalou caixas d'água em 4 locaias para população que circula nas ruas  lavar às mãos, distribuiu máscara de TNT, fez divulgação das medidas de proteção e higienização em carro de som, produziu material gráfico e fez treinamentos com profissionais da saúde municipal.

             *Produção de máscaras. Fotos divulgadas em rede social do prefeito.
 
Estatísticas feitas diariamente com base no uso de celular da população, patrocinada pelo  Ministério Público de Pernambuco, revela que só 40% da população bonjardinense cumpre a recomendação de ficar em casa.  O Ministério Público local baixou portaria às fixou-as em casas comerciais, fez reunião com o gestor municipal sobre procedimentos e ações inclusive com ressalvas diante do ano eleitoral. A Câmara faz uns embates sobre projetos preteridos pelo prefeito. Vereadores da oposição questionam a forma como os recursos serão aplicados conforme as mensagens encaminhadas pelo chefe do Poder Executivo local. O prefeito coloca carro de som na rua  criticando os vereadores da oposição que não aprovam verbas para aplicar na saúde. Os vereadores da oposição colocam carro de som nas ruas criticando o prefeito, afirmam que o prefeito quer desviar recursos para outras finalidade. O povo fica dividido no meio dessa "guerra" sem entender as verdades e fatos.

Observamos que pessoas circulam,  passeiam  nas ruas  de Bom Jardim sem fazer o uso de máscaras. O comércio funciona pela metade, carros transportam pessoas em situação de aglomeração, filas enormes para receber o auxílio emergencial nas lotéricas, há gente que faz festinha  tipo churrasco e bebidas promovendo aglomerações no final de semana. Na feira livre melhorou-se um pouco os cuidados, mas ainda há muitas falhas como produtos vendidos no chão, bancas próximas uma das outras, vendedor pegando em dinheiro e manipulando os alimentos, mercado de carne e banheiro público com baixa higienização. Bancas, lonas, galeias sem higienização. Falta apoio, orientação para mudar essa realidade. Não se trata de proibir o trabalho, de ser autoritário com estes hábitos culturais. É preciso orientar, promover uma nova educação, patrocinar melhoras, beneficiar o trabalhador feirante para refletir na melhora da qualidade de vida da população consumidora,  adequar a situação para a nova normalidade, para o que é real, necessário se fazer no presente e futuro. O blog professor Edgar Bom Jardim percebe haver mais vendedores  e consumidores usando máscaras nas feiras livres aos sábados por força do decreto do governador Paulo Câmara. 
Farmácias, mercadinhos, padarias faturam bem neste tempo de crise. Gasolina sem muito consumo faz baixa o preço na bomba. O dólar sobe, a bolsa de valores cai, o real é a moeda mais desvalorizada neste momento, investidores pulam fora do Brasil.  Empreendedores necessitam fazer vendas pela internet, funcionários da educação trabalham remotamente. Muitos estudantes não conseguem acompanhar as atividades por falta de computador, celular ou internet. Estamos diante de uma nova crise de 1929, dizem alguns especialistas. Crianças pobres, sem estudo, sem saúde, sem moradia serão excluídas para o resto de suas vidas, alerta o UNICEF.  É preciso cuidar de nosso Bom Jardim. 

A Covid-19 é uma doença complexa, trabalhosa, tem sintomas variados e reações diversas. Ainda não sabemos quais sequelas terão para as futuras gerações no futuro próximo. Como retomar a vida, ao normal? Quantos de nós morreremos ou teremos pessoas de nossas famílias perdendo a batalha da vida para o vírus cruel. A saída é a vacinação em massa. Produzir uma vacina leva tempo. É preciso vacinar no mínimo  60% a 80% da população. Isso significa  que bilhões de pessoas terão que ser vacinadas em todo planeta.  O governo federal  se coloca contra as recomendações da Organização Mundial de Saúde, joga contra a ciência. O presidente vai pra rua, participa de atos em Brasília, promove aglomerações , estimula seus seguidores ativos nas redes sociais ao debate agressivo, a  reprodução de fake news, e  parte da imprensa faz o jogo do governo. 
Foi também pela imprensa local e nacional que vimos a tragédia  da morte de 3 pessoas da família de Cristóvão dos Correios  pelo  coronavírus. Foram os únicos mortos que comprovadamente se cumpriu corretamente o protocolo das normas sanitárias aqui na nossa cidade. 

Diante da corrupção de uns governantes e do descasos de outros o país já perdeu mais de 1500 profissionais da saúde. Estamos vivenciando uma ameça grave: a falta de médicos, técnicos e enfermeiros. O SUS tem sido o guardião da vida dos brasileiros com seus profissionais e sua política pública de saúde acertada e tão atacada pelos maus gestores, empresários do setor de saúde, por pessoas alienadas que querem o fim deste programa que é referência para o mundo. O fato triste é que diante dessa situação os  mais pobres, os negros, povos indígenas, idosos, diabéticos, pessoas que têm problemas de pulmão, transplantados, moradores de favelas, ribeirinhos, quilombolas, moradores de rua serão o grande referencial das estatísticas de mortos no Brasil.  É preciso organizar essa gente. É preciso testar as pessoas, apoiar a ciência, atender as recomendações da Organização Mundial de Saúde. Manter o distanciamento social, usar máscaras, usar sabão, álcool em gel. Este  é o remédio mais indicado no momento.  
ENTREVISTA:


João Lira: "tenho muito orgulho de ter sido eleito quatros vezes vereador, três vezes prefeito, tudo isso não foi sorte, foi Deus, foi também a generosidade e sabedoria da grande maioria do povo bonjardinense que acreditou e acredita nas palavras de um homem simples que não teve a oportunidade de concluir uma faculdade, mas que tem dignidade , honradez, caráter, personalidade e sobre tudo amor aos bonjardinenses para transformar nossa cidade, que em um futuro bem próximo será transformada em uma das cidades mais desenvolvida da região agreste".

Polêmico, amado por uns e odiado por outros o prefeito João Francisco de Lira governa Bom Jardim neste tempo de pandemia, um tempo diferente. Ainda neste ano terá pela frente uma nova eleição municipal como desafio. Ser gestor, fazer um trabalho de excelência nesta crise de saúde poderá ser positivo para sua pré-campanha em andamento. Caso erre grosseiramente pode ser alvo do julgamento negativo nas urnas. Acertar também poderá lhe conduzir ao quarto mandato de prefeito.   O Blog professor Edgar Bom Jardim entrevistou João Lira. Confira:

1- Prefeito João Lira, como o município vai se programar para os próximos 30 dias ( junho)? O município vai inaugurar o hospital de campanha para atender pacientes atingidos pelo coronavírus.

2- De quem o município de Bom Jardim recebeu ajuda para destinar esforços no enfrentamento na pandemia do COVID-19 ? Recebemos R$ 100 mil destinado pelo deputado federal Carlos Veras; Recebemos R$ 800 mil do deputado federal  Ricardo Teobaldo. O governo do estado mandou R$ 80 mil. Do governo federal até agora R$0000(zero). 

3-  Que medidas importantes e positivas sua gestão tomou diante dos desafios dessa pandemia ?Distribuição de cestas básicas;
Distribuição de mas de 50 mil máscaras;
Quatro pontos de caixa d’água para higienização;
Desinfecção no centro distritos e povoados;
Aquisição de testes Covid;
Bloqueios no centro da cidade com barreiras no sindicato, Marineide Braz e praça São Sebastião;
Distribuição kits de limpeza;
Hospital de campanha, inauguração ainda está semana;
Compras de EPI para todos que trabalham na saúde;
Assistência aos casos de suspeitos de CORONAVÍRUS;
Panfletagem de orientações e faixas e cartazes espalhado no município e distritos;
Capacitação de funcionários;
Contrato de 6 vigilante na organização das filas dos banco e casas lotéricas;
Organização da feira livre, evitar aglomerações;
Aquisição de mobiliário e equipamentos para o hospital de campanha;
Presença do prefeito diariamente na coordenação das ações;
Equipamentos apropriados para os coveiros.

                   *Higienização de prédios públicos.

4- O município vem desenvolvendo ações em todos setores ou tem algo que você parou geral? Tudo funcionando. Estamos trabalhando e promovendo ações solidárias nas comunidades

5- Quantos testes o município conseguiu comprarDe início 800 testes.

6- Qual público é prioridade para o uso destes teste? A prioridade é o pessoal da saúde, garis, coveiro e as pessoas que chegarem ao hospital municipal com alguns dos sintomas da doença.

7- O município contratou mais mais profissionais para trabalhar  na saúde? Vamos contratar médicos,  técnicos, enfermeiros.
 
8- Você está satisfeito com o comportamento da população em relação ao cumprimento das medidas de distanciamento social em Bom Jardim ? Sim, a maioria tem ficado em casa.

9-  Que recado você daria à população Continuar em casa, ficar em casa, pois as ações de prevenções que o município está adotando ajuda muito na prevenção, mas o melhor e único remédio é o distanciamento social.
  
Por Edgar S.Santos
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Escolas e instituições particulares de Limoeiro e Timbaúba recebem recomendações do Ministério Público


 O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que as instituições privadas de ensino infantil, fundamental e médio de Timbaúba e as instituições privadas de ensino infantil, fundamental, médio e superior de Limoeiro disponibilizem aos pais e responsáveis proposta de revisão contratual referente ao planejamento do ano de 2020.

As instituições de ensino deverão encaminhar relatório descritivo correspondente aos custos efetivamente realizados no período da suspensão das aulas presenciais em decorrência da pandemia do novo coronavírus, para que assim possam ser viabilizados os acordos e serem concedidos, a partir da mensalidade de maio, os descontos correspondentes à respectiva redução.

Também deverá ser apresentado aos pais e responsáveis o plano de contingência a ser implementado por cada estabelecimento, até o dia 30 de maio, em Timbaúba, e 1º de junho, em Limoeiro. O documento deverá conter as informações de carga horária, aulas presenciais e à distância.

Já as instituições de ensino infantil de Timbaúba, além de encaminhar a planilha de custos referente ao ano de 2020, deverão apresentar relatório descritivo correspondente aos custos efetivamente realizados no período de suspensão das aulas, numa forma de viabilizar uma transparência para esses acordos. A mesma medida vale para todas as instituições de Limoeiro que, por sua vez, deverão também especificar quais alternativas estão sendo adotadas para a organização do calendário escolar e preservação da qualidade de ensino.

Todos os demais estabelecimentos de ensino, tanto de Timbaúba quanto de Limoeiro, devem estar atentos que, não havendo prestação de serviços extracurriculares durante a paralisação temporária, os valores eventualmente cobrados nesses casos devem ser restituídos ou creditados. O MPPE recomendou ainda que não seja exigido comprovante de rendimentos para a concessão do valor das mensalidades e nem que a redução das mensalidades seja compensada com outros abatimentos já existentes nos contratos escolares. Para a tratativa de todas essas questões administrativas, financeiras e pedagógicas, deverão ser disponibilizados canais de atendimento.

O Procon/PE ficará responsável por fiscalizar o cumprimento de todas as medidas estabelecidas. As recomendações de nº 004/2020 (Timbaúba) e de nº 07/2020 (Limoeiro) foram publicadas no Diário Oficial Eletrônico do MPPE da última terça-feira (26/05).  Fonte: MPPE

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Futuro incerto:Pandemia pode levar 86 milhões de crianças à pobreza até o final do ano


O alerta é fruto de um estudo conjunto da ONG Save the Children e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus pode empurrar mais de 86 milhões de crianças para a pobreza até o fim de 2020. O alerta é fruto de um estudo conjunto da ONG Save the Children e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Se a previsão se cumprir, o mundo terá 672 milhões de crianças afetadas pela pobreza, 15% a mais que no ano anterior, informaram as duas organizações em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (27). Quase dois terços destes menores vivem na África subsaariana e no sul da Ásia.

O aumento do número de crianças afetadas pela pobreza ocorreria sobretudo na Europa e na Ásia Central, segundo o estudo. A análise se baseia em projeções do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional e dados demográficos de uma centena de países.

“A magnitude das dificuldades financeiras que as famílias enfrentam ameaça o progresso obtido durante anos para reduzir a pobreza infantil”, alerta Henrietta Fore, diretora do Unicef, citada no comunicado divulgado para a imprensa.

As crianças são “muito vulneráveis aos períodos de fome, embora sejam curtos, e à desnutrição, pois podem afetá-los por toda a sua vida”, advertiu Inger Ashing, diretora da Save the Children. Mas, segundo ela, com uma ação imediata e efetiva, “podemos conter a ameaça da pandemia que paira sobre os países mais pobres e algumas das crianças mais vulneráveis”.

As duas organizações pedem aos governos que ampliem a cobertura de segurança social e alimentação escolar para limitar os efeitos da pandemia.

Menores migrantes “abandonados”

ONGs de proteção das crianças também alertam para o impacto da pandemia na situação dos migrantes menores. Segundo a Médico Sem Fronteiras e a Médicos do Mundo, essa população teria sido “abandonada” pelas autoridades durante o período de confinamento, principalmente na França.

Os migrantes reconhecidos como menores ficam sob a responsabilidade do Estado. No entanto, muitas das instituições encarregadas do reconhecimento desse status de menor não funcionaram ou tiveram suas atividades reduzidas durante a quarentena no país.

“O acolhimento e o acesso à alimentação e saúde desses menores dependem mais do que nunca do engajamento de associações e grupos cidadãos, e nenhuma proteção adaptada foi proposta pelos serviços públicos”, alertam a Médico Sem Fronteiras e a Médicos do Mundo. Apenas em Paris, 107 menores migrantes, que deveriam ter sido acolhidos, passaram o período de confinamento nas ruas.

*Com informações da AFP/ Carta Capital. Foto AFP

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Quarentenas funcionam para combater o coronavírus? Veja o que dizem os estudos

pessoas distantes em um parqueDireito de imagemGETTY IMAGES

Dezenas de estudos científicos apontam que medidas de distanciamento social têm sido eficazes para reduzir o número de infectados e mortos ou diminuir a sobrecarga dos hospitais. Mas, em geral, elas não conseguem debelar a pandemia sozinhas, sem a ajuda de testagem em massa ou rastreamento de infectados, e dependem muito da adesão popular em cada país.

Mas se a eficácia do distanciamento é consenso entre especialistas, por que parte dos governantes e cidadãos pede seu fim? Principalmente por causa do custo socioeconômico desse fechamento, que gera desemprego e empresas quebradas.

No Brasil e nos Estados Unidos, os respectivos presidentes contestam também a eficácia da medida sob diversos argumentos, como o de que alguns países tiveram milhares de casos mesmo com quarentenas e outros triunfaram sem adotar esse distanciamento em massa. Para eles, a gravidade da doença não justifica o confinamento de todo mundo, mas só dos grupos de risco — ainda que isso seja inviável, segundo especialistas.

Ao todo, mais de 3 bilhões de pessoas no mundo chegaram a ser submetidas, ao mesmo tempo, a medidas como suspensão de aulas, fechamento de comércio não essencial e distanciamento físico. Em alguns lugares, o cumprimento das normas é obrigatório.

Segundo alguns dos principais grupos de pesquisas de epidemia do mundo, quanto menos gente circula nas ruas, mais devagar a doença se espalha. E quanto mais cedo isso acontece, menos gente ficará doente no fim. Logo, é consenso entre pesquisadores que o distanciamento físico entre as pessoas funciona, e o principal problema agora é como sair dele. Segundo dois pesquisadores americanos, para cada 1 ponto porcentual a mais de pessoas que fazem viagens diárias não essenciais, aumenta em 7 pontos porcentuais o número de novos casos.


Marcelo Gomes, pesquisador em saúde pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, que monitora os casos de covid-19 e outras síndromes respiratórias, cita como exemplo a relação entre a adesão popular ao distanciamento social e o número de internações por causa da doença.

Nas últimas duas semanas de março, havia menos gente nas ruas brasileiras. Em seguida, percebeu-se uma diminuição significativa nas internações e mortes. Semanas depois, o cenário se inverteu e o número de pessoas fora de casa cresceu. Duas semanas depois, a quantidade de gente internada aumentou consideravelmente.

Há impacto também no número de mortes que poderiam ser evitadas. Dois cientistas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) afirmaram que uma vida seria salva por minuto ao longo de duas semanas caso o Brasil mantivesse o patamar de distanciamento social.

ilustração

Em carta aberta, 39 pesquisadores brasileiros afirmaram que "todas as projeções que fizemos, assim como comparações com o que aconteceu em outros países, mostram que muitas vidas foram salvas devido à redução da taxa de contágio e preservação da capacidade de atendimento hospitalar".

A adoção de quarentenas, distanciamentos e isolamentos foi tema de dezenas de estudos científicos publicados ao redor do mundo. Mas até que ponto eles cravam a eficácia dessas medidas?

Em uma revisão crítica, 11 pesquisadores analisaram 29 estudos feitos em três epidemias de coronavírus, sendo 10 deles nesta de covid-19. Eles apontam que medidas de distanciamento diminuem "em 44% até 81% o número de pessoas com doença, e reduzem em 31% até 63% o número de mortes", segundo o trabalho publicado pelo Instituto Cochrane, sob encomenda da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outros estudos vão além da eficácia do distanciamento e analisam o depois, mais especificamente, o impacto econômico que a testagem em massa gera ao ser associada a um isolamento mais seletivo, apenas de doentes ou de quem teve contato com infectados. Um deles, assinado por dois pesquisadores dos EUA e um da Alemanha, afirma que essa estratégia salvaria vidas e permitiria uma retomada maior da economia porque as pessoas saudáveis se sentiriam mais seguras de circularem sem incertezas sobre quem está infectado nas ruas.

Para cientistas, o problema não é flexibilizar o isolamento, como defende parte dos governantes e dos cidadãos. Ninguém da área científica defende longas quarentenas, mas, sim, a reabertura com todos os cuidados necessários para evitar novas ondas de casos, como testes em massa, rastreamento de infectados e ter superado o pico de casos. Mas essa lição de casa o Brasil ainda não fez.

Séculos de confinamentos

Quarentenas são adotadas pelo menos desde o século 14 como forma de evitar o espalhamento de doenças infecciosas. Elas variam em grau e duração, mas, em geral, envolvem um período de isolamento de pessoas infectadas ou que tiveram contato com alguém doente.

"Quando medidas de quarentena são introduzidas, elas não são apenas baseadas em cálculos médicos sobre se serão ou não eficientes para parar ou reduzir o avanço de uma doença infecciosa", explicou Mark Harrison, professor de história da medicina na Universidade de Oxford, à BBC. "Você toma medidas como quarentena para atender a expectativas de outros governos, e também para tranquilizar sua própria população."

O distanciamento de populações inteiras é mais raro. No início do século 20, como o isolamento apenas de pessoas doentes não foi suficiente para conter o espalhamento da gripe espanhola (1918-20), muitas localidades passaram a adotaram esse bloqueio total, envolvendo pessoas saudáveis que nem tiveram contato com alguém infectado.

Estudos posteriores apontaram que as cidades à época que tiveram maior e mais longo distanciamento social registraram menos mortes.

impacto confinamento na pandemia no reino unido

Nos anos 2000, o controle feito por governos durante períodos de isolamento chegou a um novo patamar durante a epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, na sigla em inglês), ligada a um tipo de coronavírus. O governo chinês ameaçou executar ou prender qualquer um que fosse encontrado violando as regras da quarentena e espalhando o contágio.

"Durante o surto em 2003, quando começou a se espalhar para outros países, confinamentos de vários tipos foram usados extensivamente. Essas medidas de contenção foram ligadas ao sucesso de se ter conseguido evitar que a situação pandêmica fosse pior", disse Harrison, da Universidade de Oxford.

Evidências nos estudos

Na pandemia atual de covid-19, o distanciamento social amplo envolve uma combinação diferente de medidas em cada lugar — a exemplo do fechamento de escolas e de comércios não essenciais, da suspensão de transporte público e da proibição de circulação de pessoas nas ruas.

Sinal no chão para orientar distância entre as pessoasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMedidas de confinamento podem durar até 2024

Cada uma dessas medidas tem seu nível de eficácia, que varia conforme a faixa etária, por exemplo. Fechar o comércio tem mais impacto no combate ao contágio de idosos do que de jovens.

Um estudo de sete pesquisadores da Alemanha, publicado na revista Science, levantou o impacto de três níveis de distanciamento social adotados pelo governo alemão. Segundo eles, o espalhamento da doença cai justamente na esteira de cada uma dessas intervenções. Na primeira, são cancelados eventos públicos. Na segunda, são fechadas lojas não essenciais e escolas. Na última, surge o veto ao contato entre as pessoas.

O resultado, segundo esse estudo, é que a taxa de contágio desaba. Ou seja, antes das medidas, 100 infectados contaminavam outras 43 pessoas. Depois das três fases de distanciamento, esse número cai para 15.

Na atual pandemia, muitas dessas pesquisas giram em torno da taxa de contágio (R0). Ou seja, a medida adotada foi ou não capaz de reduzir o número de novos casos? O timing faz diferença?

Faz, segundo um estudo da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, que ainda não foi revisado por outros pesquisadores. O trio de pesquisadores indicou que se cidades e Estados americanos tivessem começado a adotar distanciamentos sociais uma semana antes, quase 36 mil vidas teriam sido salvas. Em cinco meses, ao menos 100 mil pessoas morreram nos EUA em decorrência da covid-19.

Cada lugar é um caso

Mas isso não significa que essas medidas vão funcionar sempre em todos os países. Há uma série de variáveis envolvidas, como o tamanho da população, a quantidade de pessoas que não tem condições financeiras de ficar em casa e o grau de adesão das pessoas às normas adotadas pelo governo.

"O distanciamento depende do que a população faz na vida real. Quando o governo alemão mandou parar de andar na rua, as pessoas pararam. No Peru, um país muito mais pobre, as pessoas saíam de casa mesmo quando o governo afirmou que estava tudo fechado, porque elas precisavam ganhar dinheiro", explica Marcio Bittencourt, professor do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e mestre em saúde pública pela Universidade Harvard.

Ele cita o exemplo da Noruega, que começou cedo com um distanciamento agressivo, ganhou tempo para montar sua estratégia pós-confinamento com testagem massiva e rastreamento e agora está reabrindo sua economia com mais segurança. A vizinha Suécia, que se baseia na adesão voluntária dos cidadãos ao distanciamento social, tem uma taxa de mortes por 100 mil habitantes dez vezes maior que a norueguesa. O recuo do PIB deve ser equivalente.

Pessoas em varandas de um prédioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO que acontecerá quando as medidas de distanciamento social forem suspensas?

"É sempre perigoso adotar a estratégia de qualquer outro país e implementá-la no seu, sem refletir sobre como ela funcionaria em seu território. É preciso ter cuidado ao adotar modelos de outros países sem levar em consideração a sua situação local específica, inclusive em termos históricos", ressalta o epidemiologista-chefe da Suécia, Anders Tegnell, à BBC News Brasil.

Outro ponto é que estudos apontam que, em geral, o distanciamento social por si só não é suficiente para dar fim à pandemia. Surge então um impasse. Se a doença não vai embora com as medidas adotadas, deve-se reabrir a sociedade e seguir em frente ou fechá-la ainda mais?

Segundo especialistas, uma das formas mais seguras de deixar para trás o distanciamento que afeta a população inteira e evitar novas ondas de contágio é adotar uma estratégia tripla que associe testes em massa, o rastreamento e o isolamento de todo mundo que teve sintomas ou contato com pessoas doentes.

Esse tipo de ação vai isolando os novos infectados à medida que eles vão surgindo, sem precisar fechar a sociedade inteira por causa de casos, a princípio, pontuais. O importante aqui é o isolamento seletivo e o monitoramento constante da pandemia para que ela não saia do controle.

Segundo um artigo assinado por sete pesquisadores italianos na revista especializada Nature Medicine, medidas de distanciamento social precisarão ser associadas à testagem em massa e ao rastreamento de pessoas que tiveram contato com infectados para encerrar a pandemia.

Essa estratégia também causaria uma ruptura menor no mercado de trabalho. Em um estudo recente, a Organização Internacional do Trabalho estima que as medidas de testagem e rastreamento podem reduzir pela metade as perdas em horas trabalhadas por causa da doença.

"Existe uma recomendação da Organização Mundial da Saúde com seis critérios para uma reabertura, como ter condições de monitorar e controlar pequenos surtos. Mas o mais importante é que cada cidadão tenha consciência do que é preciso fazer para combater a pandemia, mas isso é muito difícil de ser alcançado com tantas mensagens contraditórias entre autoridades e na mídia", afirma Claudia Lindgren, professora e pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O que se questiona nas medidas de distanciamento social?

Historicamente, há uma série de críticas feitas à adoção de medidas de distanciamento social, envolvendo tanto aspectos de saúde pública quanto a restrição a direitos individuais em nome do interesse coletivo e a relação entre os custos socioeconômicos e os benefícios sanitários da medida.

No século 19, o médico britânico Charles MacLean foi um dos principais contestadores das quarentenas e ajudou a transferir o debate da esfera médica para a pública.

Há um movimento parecido atualmente. As críticas ao distanciamento social passam mais pelo impacto socioeconômico que ele acarreta do que por sua eficácia para evitar mortes ou sobrecarregar hospitais, por exemplo.

Mas, ainda assim, céticos afirmam que as projeções de cientistas, que previram milhões de mortes se os governos não adotassem o distanciamento, não se concretizaram porque os cálculos estavam errados (e não porque as medidas surtiram efeito). Eles afirmam também que a trajetória da pandemia seria naturalmente igual sem as medidas de distanciamento social.

"Se isso fosse verdade, veríamos o mesmo gráfico de aumento e queda dos casos em todos os países. E o que vemos é a diferença que fazem as medidas adotadas", rebate Bittencourt, do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein.

Homem sentado em um banco com marcações de distância socialDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionHomem sentado em um banco com marcações de distanciamento social

Veja abaixo alguns dos principais argumentos utilizados por uma parte minoritária dos políticos e pesquisadores contra as quarentenas.

1. "Quando o espalhamento está avançado, as medidas de distanciamento social ampliam o contágio em casa."

De fato, depois que o confinamento obrigatório da população inteira foi adotado no primeiro epicentro da pandemia, a cidade chinesa de Wuhan, detectou-se que 80% dos contágios aconteciam em casa. Mas o número absoluto de novos casos ficou muito menor. Além disso, a China adotou uma estratégia de quarentena central. Ou seja, as pessoas foram separadas de suas famílias para evitar essa transmissão domiciliar e levadas a instalações do governo até deixarem de passar a doença.

2. "Há países que conseguiram conter a pandemia por ora sem confinamento em massa da população, a exemplo da Suécia e da Coreia do Sul."

Todos os países adotaram pelo menos alguma forma de distanciamento social, e apenas uma minoria não chegou a fechar escolas ou lojas não essenciais. Mas em geral, o que fez a diferença para governos com estratégias bem sucedidas, como na Coreia do Sul e na Nova Zelândia, foi ter implantado medidas duras de isolamento rapidamente enquanto montava uma estratégia de testes em massa e rastreamento de infectados e seus contatos. Isso permitiu que depois esses países pudessem flexibilizar o distanciamento mais cedo e de forma mais segura. Essas medidas bem-sucedidas fazem parte do que preconiza a OMS como pré-requisitos para uma reabertura.

A Suécia é tida como um exemplo diferente porque se baseou principalmente na adesão dos cidadãos ao distanciamento social, sem fechamento de escolas ou do comércio. Não houve colapso do sistema de saúde, como alguns cientistas previram, mas o país tem uma taxa de mortos bem maior que a de seus vizinhos e um recuo do PIB do mesmo patamar de quem adotou quarentenas.

3."O custo do distanciamento social é desproporcional à gravidade da doença."

A taxa de letalidade da covid-19 é um dos principais argumentos de quem critica a adoção de medidas de distanciamento social. Para eles, uma doença que mata em torno de duas a cada 100 pessoas infectadas não pode paralisar a sociedade inteira. Eles defendem a quarentena dos mais vulneráveis e a retomada da atividade econômica geral. Mas a maioria dos principais epidemiologistas do mundo apontou que isso levaria à morte de milhões de pessoas porque o sistema de saúde entraria em colapso e as vítimas nem sempre pertencem aos grupos de risco. Além disso, no início de maio, as mortes por covid-19 já estão entre as 3 maiores causas de óbito no Brasil.

4. "Isolada e sem contato com o vírus, a maioria da população continuará vulnerável à doença e não haverá imunidade de grupo."

O argumento aqui gira em torno do conceito de imunidade de grupo (ou imunidade de rebanho), mais aplicado à vacinação. Segundo ele, quanto mais pessoas adquirirem imunidade, menos o vírus vai circular na sociedade e ameaçar os vulneráveis. Para alguns pesquisadores, esse patamar seria atingido caso 70% das pessoas desenvolvessem anticorpos, mas isso seria alcançado a um custo social altíssimo, com milhões de mortes. Segundo Lindgren, da UFMG, um estudo apontou que para se atingir a imunidade de 70% da população de Minas Gerais, considerando uma taxa de letalidade de 1%, seriam perdidas 145 mil vidas nesse processo. "Isso não é justificável." Críticos do distanciamento social, por outro lado, afirmam que, se uma parte considerável da população não criar imunidade, não adianta reabrir a economia porque novas ondas de infecção virão. Isso não é necessariamente verdade, já que um sistema eficiente de testes e rastreamento evitaria novas explosões de casos.

5. "Vai morrer mais gente de fome com quarentenas do que por coronavírus."

Como já foi dito anteriormente, o impacto socioeconômico da pandemia depende de uma série de variáveis. Entre elas, a velocidade com que se contém o avanço da doença em cada país e as medidas de suporte que os governos adotam para os atingidos, como pagamento de auxílio financeiro, empréstimos a empresários e proteção de empregos. Segundo projeções da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), a retração econômica em consequência da pandemia empurrará quase 30 milhões para a pobreza na América Latina. Mas as experiências internacionais, segundo especialistas, mostram que isso está mais associado à falta de apoio financeiro dos governos do que à adoção de distanciamento social ou não.

Professor Edgar Bom Jardim - PE