terça-feira, 18 de junho de 2019

Herpes: ‘O beijo da morte que quase custou a vida do meu bebê’


Bebê recém nascido em berço de maternidadeDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionBebês infectados com o vírus da herpes tipo 1 podem enfrentar problemas neurológicos e até a morte
Noah, o bebê da britânica Ashleigh White, ficou seriamente doente após contrair o vírus herpes tipo 1 (HSV1), altamente contagioso.
É o mesmo que causa a herpes labial em adultos - manifestando-se através de bolhas que causam ardor e coceira e que desaparecem após cerca de uma semana.
Mas em bebês, ele pode levar a um dano neurológico permanente ou mesmo à morte - embora seja algo raro e evitável.
Se a pessoa portadora do vírus tiver uma ferida exposta na boca e beijar uma criança, esta pode ficar muito doente, porque seu sistema imunológico não se desenvolveu o suficiente para combatê-lo.
Essa forma de transmissão, também conhecida como o "beijo da morte", foi identificada pela mãe de Noah em seu primeiro mês de vida.
Ela contou à BBC Radio 5 como o vírus "quase matou" seu filho.
Ashleigh sorri para foto com Noah no coloDireito de imagemASHLEIGH WHITE
Image captionAshleigh White percebeu sintomas da herpes neonatal no primeiro mês de vida de Noah

'Muito doente'

"Seus olhos começaram a inchar e a formar uma pequena crosta. Alguns dias depois, surgiram bolhas (sobre a pálpebra), então fomos ao pediatra - que nos levou diretamente para o hospital", lembra White.
No início, os médicos não diagnosticaram Noah com herpes neonatal, mas a mãe leu um post no Facebook sobre o vírus HSV1 e apontou para a semelhança deste quadro à equipe.
"Ele ficou muito doente", diz. "Conseguimos detectar a tempo, antes de se tornar uma doença sistêmica e começar a afetar todos os seus órgãos vitais".
"Quando (a infecção) estava em volta de seus olhos, já havia temores de que ele ficaria cego".
A herpes neonatal é uma doença rara e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ocorre em aproximadamente 10 de cada 100 mil nascimentos em todo o mundo.

Latente

Liz Bragg, pediatra e membro do Conselho de Saúde da Universidade de Cardiff e Vale, na Inglaterra, explica que "uma vez que alguém contrai (o vírus), o tem para sempre".
"Entre 50% e 90% das pessoas no mundo têm e mesmo que não tenham sintomas, o vírus está em seu corpo", acrescentou.
Representação de vírusDireito de imagemAFP
Image captionVírus fica dormente em muitas das pessoas que o carregam, mas pode se transmitido quando há uma ferida aberta, por exemplo
Ou seja, este vírus infecta a maioria das pessoas na infância e depois fica dormente no sistema nervoso periférico (aquele que não inclui o cérebro e a medula espinhal).
Ocasionalmente, se uma pessoa está estressada, por exemplo, o vírus é ativado e, em alguns casos, surge a herpes labial.
A médica lembra que a doença não é contagiosa, "a menos que você sofra um surto".
Ela também deu conselhos para evitar a infecção em recém-nascidos.
"No primeiro mês de vida, é melhor não ir a lugares cheios de pessoas, ou passar o bebê de mãos em mãos dadas, porque o sistema imunológico não pode combater a infecção".

Dois meses no hospital

Imagem de boca mostra ponto vermelho onde está representada infecçãoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO vírus da herpes tipo 1 é mais conhecido por causar a herpes labial
Uma vez diagnosticado, Noah foi enviado para o Hospital Infantil de Sheffield, no norte da Inglaterra, e recebeu medicamentos antivirais por duas semanas.
Ele também teve que tomá-los preventivamente por mais seis meses.
"No total, o tempo total que ele passou no hospital foi de cerca de dois meses e meio", lembra Ashleigh.
A mulher publicou a história de Noah no Facebook e a postagem já foi compartilhada por mais de 10 mil usuários.
"Recebi muitas mensagens de outros pais que me agradeceram por tentar aumentar a conscientização sobre o quão perigoso esse vírus realmente é".
BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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