quarta-feira, 29 de novembro de 2017

82 mil vagas abertas no ensino médio com diploma de formação técnica


Mais que propor uma maior participação do ensino técnico na vida dos estudantes do ensino médio, o Ministério da Educação (MEC) criou os caminhos para isso, por meio de um programa indutor das primeiras mudanças que estão sendo implantadas. Trata-se do MedioTec, que, em agosto passado, teve suas primeiras turmas iniciadas em vários estados. Foram liberados R$ 700 milhões para viabilizar a criação de 82 mil vagas em todo o País. Uma vantagem é que, diferentemente das ações anteriores do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que eram direcionadas ao público em geral, o MedioTec é voltado somente a jovens da rede pública que estejam cursando o ensino médio, o que busca assegurar o cumprimento dos objetivos do projeto.

O MedioTec funciona na modalidade concomitante, ou seja, os alunos cursam o ensino médio regular em sua escola de origem e, em outro turno, podem assistir às aulas das disciplinas técnicas em outra escola ou instituição parceira. Por ter esse foco, o programa não contempla as modalidades integrado - para quem cursa o médio e o técnico numa mesma instituição, em período integral - e subsequente - para pessoas que já concluíram o ensino médio e querem fazer o técnico -, uma vez que ambos os casos já contam com políticas públicas específicas. O MedioTec foi pensado para atender a quem nunca teve oportunidade de entrar em contato com o ensino técnico.

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“Nossa ideia é que o aluno que está hoje na rede pública cursando o primeiro, segundo ano do ensino médio possa fazer a opção por um curso técnico e, no fim do próximo ano, sair com as duas formações, médio e técnico, já tendo uma opção para ingresso no mercado de trabalho”, explica a secretária de Ensino Técnico do MEC, Eline Nascimento.

Depois que o novo ensino médio for implantado, o MedioTec passará a compor o currículo, deixando de ser apenas um programa para transformar-se em uma política pública de educação. Na prática, ele vai ampliar uma oferta que, hoje, ainda é muito restrita às escolas técnicas estaduais ou aos institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs).

O estudante Pedro Lucas, 16 anos, é um dos que já estão sendo beneficiados. Ele é aluno do 2º ano da Escola Estadual Dom Vital, no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife. O jovem diz que não teve a oportunidade de ingressar numa das 35 unidades da rede de Escolas Técnicas Estaduais (ETE) mantidas pelo Governo de Pernambuco e também não fez o vestibular do IFPE. Agora, pelo MedioTec, cursa comunicação visual.
“Eu sempre tive interesse [num curso técnico], mas, um tempo atrás, eu não pude focar nisso. Agora, surgiu esse curso do MedioTec à noite e estou correndo atrás. 
Basicamente, é um plano de vida que surge. A pessoa acaba o curso e é certo que vai sair daqui com um diploma e ser mais interessante para o mercado. É mais fácil conseguir um emprego do que seria se eu só tivesse um currículo básico”, reflete o jovem, que tem aulas das disciplinas técnicas três vezes por semana, das 19h às 21h, na ETE Miguel Batista, no bairro de Apipucos, também na Zona Norte.

Eline Nascimento, do MEC, lembra que a aposta nos cursos técnicos se espelha em boas experiências vistas mundo afora e que isso não anula outros planos dos jovens para o futuro, como o de entrar numa universidade. “É uma opção de ingressar no mercado de trabalho com mais celeridade, porque esse jovem já sai do ensino médio com algum nível de qualificação profissional. Mesmo que ele queira, depois, cursar o ensino superior, o fato de ter o ensino técnico no currículo dá muitas vantagens a ele no campo profissional”, finaliza.
Com informação de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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