quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Fique por dentro de tudo. Assista Jornal da Cultura | 31/08/2017 Aqui em LEIA MAIS



Professor Edgar Bom Jardim - PE

Maria Sebastiana animada com obra da Unidade Básica de Saúde do Roque em João Alfredo


"Em breve, vamos entregar a Unidade Básica de Saúde do Roque. Um prédio amplo e estruturado para receber as famílias. Além do novo prédio, a UBS do Roque receberá novos equipamentos e mobília. Mais uma parceria que firmamos com o Ministério da Saúde. São parcerias que melhoraram a vida das pessoas. Com foco e determinação vamos conseguindo cada vez mais", diz Maria Sebastiana.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

População brasileira passa de 207,7 milhões em 2017

Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que o Brasil tem 207,7 milhões de habitantes e uma taxa de crescimento populacional de 0,77% entre 2016 e 2017, um pouco menor do que a de 2015/2016 (0,80%). Os dados foram publicados, nesta quarta-feira (30), no Diário Oficial da União
No ranking dos estados, os três mais populosos estão na região Sudeste, enquanto os cinco menos populosos estão na região Norte. O líder é São Paulo, com 45,1 milhões de habitantes, concentrando 21,7% da população do País. Roraima é o estado menos populoso, com 522,6 mil habitantes (0,3% da população total).
Mais cinco estados têm população acima de 10 milhões de habitantes: Minas Gerais (21.119.536),  Rio de Janeiro (16.718.956), Bahia (15.344.447), Rio Grande do Sul (11.322.895) e Paraná (11.320.892).
O Distrito Federal que, no ano passado, tinha 2,98 milhões de habitantes, agora tem mais de 3,039 milhões de pessoas. Acre (829,6 mil), Amapá (797,7 mil) e Roraima (522,6 mil) são os estados que registram população inferior a 1 milhão de habitantes. 
A taxa de crescimento populacional (0,77%), entretanto, vem desacelerando nos últimos anos, em razão principalmente da queda na taxa de fecundidade. A projeção demográfica prevê que daqui a 26 anos (entre 2042 e 2043), a população vai atingir seu limite máximo (228,4 milhões), e passará a decrescer nos anos seguintes.
Cidades
As Estimativas de População dos municípios mostram que quase um quarto dos 5.570 municípios brasileiros (1.378 municípios) tiveram redução populacional. Além disso, em mais da metade deles (2.986), as taxas de crescimento populacional foram inferiores a 1%, e em apenas 258 municípios (4,6% do total) o aumento foi igual ou superior a 2%.
A redução populacional concentra-se, principalmente, no grupo de municípios com até 20 mil habitantes (32,5% ou 1.236 municípios). A diminuição acontece com mais frequência na região Sul, enquanto no Norte e no Centro-Oeste estão as maiores proporções de municípios com taxas de crescimento acima de 1%.
Segundo a gerente de Estimativas e Projeção de População do IBGE, Izabel Marri, os resultados do cálculo das estimativas mostram a reorganização da população no território. “Há uma tendência de deslocamento das pessoas que moram em pequenos municípios para cidades maiores em busca de melhores condições de vida e melhor acesso à educação e ao emprego”, explicou.
Fonte: Portal Brasil, com informações do IBGE e Agência Brasil


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Memórias da morte da princesa Diana

Reportagem cobra gesto da rainha da Inglaterra após a morte da princesaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA imprensa britânica criticou o silêncio da rainha Elizabetn 2ª após a morte de Diana
Além de comover o mundo há exatos 20 anos, a morte da princesa Diana também foi um ponto de inflexão para a monarquia britânica.
A aparente reação fria da rainha Elizabeth 2ª após o acidente que custou a vida de sua ex-nora em Paris em 31 de agosto de 1997 fez com que ela fosse duramente criticada.
A monarca acreditava que a acontecimento deveria ser tratado de forma privada e familiar, ainda mais levando em conta que a princesa não era um membro oficial da família real.
Mas o mal-estar gerado na sociedade britânica a fez romper pela primeira vez com o protocolo real - e demonstrar mais tato e empatia com os cidadãos consternados com morte da "princesa do povo".
DianaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionDiana, a princesa de Gales, foi uma das mulheres mais fotografadas no mundo
Confira, a seguir, alguns dos gestos inéditos da monarquia britânica após o acidente.

1. O pronunciamento de Elisabeth 2ª na TV

Rainha Elizabeth 2ª faz discurso na televisão
Image captionEm seu primeiro pronunciamento ao vivo na TV, a rainha disse que Diana era um 'ser humano excepcional'
Demorou cinco dias, mas Elizabeth 2ª decidiu finalmente fazer um discurso televisionado ao vivo após ser criticada por não ter feito demonstrações píublicas de luto após a morte de Diana.
A não ser pelas mensagens de Natal, a rainha só havia falado uma vez na TV, em 1991, por causa da guerra do Golfo. Mas ela nunca tinha feito isso ao vivo nos então 45 anos de reinado.
Trajando preto e em frente a uma janela aberta onde se via ao fundo a multidão concentrada na frente do Palácio de Buckingham, a monarca disse que Diana era um "ser humano excepcional".
"Eu a respeitava e a admirava por sua energia e comprometimento com os outros, especialmente por sua devoção aos filhos. Ninguém que conhecia Diana a esquecerá jamais", declarou.

2. A bandeira britânica a meio mastro

Bandeira britânica a meio mastro em 1997Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionFuneral da princesa gerou uma mudança no protocolo real quanto à bandeira que fica no Palácio de Buckingham
No palácio, a única bandeira que fica hasteada é o estandarte real - a bandeira pessoal da rainha -, mas só quando ela está nesta que é sua residência oficial em Londres.
Após a morte de Diana, muitos cidadãos pouco familiarizados com o protocolo interpretaram como falta de respeito com a princesa que o fato a bandeira britânica não estivesse a meio mastro sobre o palácio.
Sendo assim, quando a rainha deixou o local para ir ao funeral, o estandarte real foi substituído pela bandeira oficial do Reino Unido, que ficou a meio mastro pelo resto do dia.

3. O estandarte real sobre o caixão de Diana

Caixão de Diana em seu funeralDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO uso da bandeira real é exclusivo da família da monarquia britânica
O estandarte real é um símbolo usado só por membros oficiais da família da monarquia britânica. Diana não fazia parte dela quando morreu, pois havia se divorciado do príncipe Charles um ano antes.
Ainda assim, a bandeira foi colocada sobre seu caixão desde o início da repatriação de seu corpo de Paris.
O militar Charles Richie, que estava na embaixada britânica na França na época, disse ao canal Sky que ele assumiu a responsabilidade por essa decisão, mesmo sabendo que isso ia contra o protocolo.
"O embaixador recebeu depois um comunicado oficial pedindo que me agradecesse pela decisão pouco convencional que havia tomado", disse.

4. O cortejo fúnebre a pé de seus filhos e ex-marido

Duque de Edimburgo, príncipe William, conde Spencer, príncipe Harry e príncipe Charles no funeral de DianaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO príncipe William disse que caminhar atrás do caixão de sua mãe foi 'uma das coisas mais difíceis' que já fez
Os filhos de Diana, William e Harry, seu ex-marido, o príncipe Charles, seu irmão, o conde de Spencer, e o duque de Edimburgo, seu ex-sogro, seguiram a pé atrás do caixão da princesa no cortejo fúnebre que percorreu as ruas de Londres até chegar à abadia de Westminster.
Foi especialmente debatido na época se os jovens príncipes, com 15 e 12 anos na época, deveriam participar do ato. "Foi uma das coisas mais difíceis que já fiz", disse William sobre a ocasião à BBC.
"Não foi uma decisão simples e foi fruto de uma conversa em família. Era preciso manter o equilíbrio entre o dever e a família, e foi o que fizemos."
Seu irmão mais novo, Harry, disse à revista Newsweek que caminhar atrás do caixão de sua mãe era algo que "não se deveria pedir" a nenhuma criança. Ele afirmou não ter uma opinião se participar foi a decisão correta, mas que hoje fica feliz de tê-lo feito.

5. A reverência da rainha diante do caixão de Diana

Elizabeth 2ª e a rainha-mãe esperam a chegada do caixão de Diana na entrada da abadia de Westminster
Image captionAnalistas avaliam que pequeno gesto da rainha Elizabeth 2ª foi essencial para sua reconciliação com o público
Poucas vezes um gesto tão pequeno teve tanto peso. Quando o caixão de Diana passou em frente ao Palácio de Buckingham, a rainha Elizabeth 2ª inclinou levemente a cabeça como um gesto de reconhecimento.
A monarca não é obrigada a fazer gestos de cortesia a outras pessoas, como se espera que elas façam para saudá-la.
Segundo vários analistas, isso foi essencial para a reconciliação do público com a realeza após a reação inicial da rainha.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O fim dos lixões é um problema que deve ser resolvido imediatamente


O município de João Alfredo, no Agreste, foi multado em R$ 50 mil reais na tarde dessa quarta-feira (30). A decisão foi tomada após à fiscalização da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), que ocorreu na manhã do mesmo dia, constatar a presença de lixão a céu aberto, sem nenhum tratamento, e queima de lixo, que provoca poluição tóxica. Com esta, o município de João Alfredo coleciona três autuações do órgão ambiental. A decisão será encaminhada ao Ministério Público de Pernambuco, para conhecimento das sanções administrativas. 

A CPRH determinou ao município que o impacto provocado pela fumaça fosse sanado de imediato. Quanto ao encerramento do lixão, existe em andamento um estudo para criação um aterro sanitário contemplando 17 municípios da região, o que o município se comprometeu a avançar. Na aplicação do valor da nova multa, além do agravante da irregularidade, levou-se em consideração o porte do município, que tem menos de 50 mil habitantes. 
Fonte: Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Demarcação Já! Assista ao vídeo em LEIA MAIS




Confira a música "Demarcação Já!", uma homenagem de mais de 25 artistas aos povos indígenas do Brasil. Pelo direito à terra, pelo direito à vida! #DemarcaçãoJá

Mobilização Nacional Indígena
https://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com.br/2017/08/demarcacao-ja-assista-ao-video-em-leia.html
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Prefeitura faz reposição de lâmpadas em Tamboatá(Bom Jardim)

Atendendo ao apelo da comunidade de Tamboatá, a Secretaria de Infraestrutura de Bom Jardim fez reposição de lâmpadas na vila sede do distrito de Tamboatá. Os serviços foram providenciados quatro dias após a reclamação da moradora Lívia Morais pelo Facebook.  A moradora postou seu agradecimento:"Boa noite pessoal . No último dia 23 vim aqui pedir que o atual prefeito do nosso município tomasse uma providência no distrito de Tamboatá, em relação a iluminação pública da nossa comunidade. Hoje dia 29 estou aqui para agradecer.Espero de não​ precisarmos vir sempre em redes sociais para que o mesmo possa tomar alguma providência ".
Os serviços de reposição, reparação, manutenção da iluminação é uma atribuição recente das prefeituras. Uma empresas prestadores de  serviço ou funcionários do quadro podem executar os trabalhos.
Outro importante serviço quem vem sedo realizado pela infraestrutura é o piçarramento de algumas estradas vicinais.
Fotos: Prefeitura Municipal.
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Fora Temer!

Foto do Primo Break
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Juiz suspende decreto que extingue reserva na Amazônia


O juiz federal Rolando Spanholo, da 21ª Vara do Distrito Federal, suspendeu o decreto presidencial que extingue a Renca (Reserva Nacional do Cobre e Associados), na Amazônia.
Para o magistrado, a decisão não poderia ter sido tomada sem apreciação do Congresso, que deveria editar uma lei para alterar a área.

Assim, ele suspendeu eventuais atos administrativos com a finalidade de permitir a imediata exploração dos recursos minerais existentes na Reserva Nacional do Cobre e Associados. Localizada na divisa entre o Sul e Sudoeste do Amapá com o Noroeste do Pará, a Renca foi extinta pelo presidente Michel Temer (PMDB) na semana passada.

A reserva não era uma unidade de conservação ambiental.

Na segunda (28), Temer voltou atrás e decidiu publicar novo texto mais detalhado sobre o tema.

O novo decreto - que anula o anterior mas volta a extinguir a Renca - proíbe, "exceto se previsto no plano de manejo", a exploração mineral nas áreas da extinta reserva onde houver "sobreposição parcial com unidades de conservação da natureza ou com terras indígenas demarcadas".

Cabe recurso. A AGU (Advocacia-Geral da União) ainda não foi notificada da decisão.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Esquema criminoso no TRF-5 é alvo de operação da PF e MPF


Uma operação para desarticular um grupo criminoso que explorava a compra e venda de votos junto a uma turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região foi deflagrada, na manhã desta quarta-feira (30), no Recife e no Rio Grande do Norte. Na capital pernambucana, foi cumprido um mandado de condução coercitiva - quando a pessoa é obrigada a comparecer à PF para prestar esclarecimentos - em desfavor de um servidor público estadual, de 58 anos, residente em Boa Viagem, na Zona Sul. 

Os agentes cumpriram a ordem judicial por volta das 6h desta quarta-feira. Na sede da Superintendência da PF no Recife, o servidor prestou esclarecimentos sobre os fatos e, após ter sido ouvido, ele foi liberado. O servidor foi indiciado pelo crime de corrupção ativa e responderá ao inquérito em liberdade. 

A PF informou que ele foi enquadrado no artigo 317 do código penal. O crime previsto é receber ou solicitar, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem. 

Os principais clientes do esquema criminoso eram políticos. Advogados e um ex-desembargador também são suspeitos de participar, negociando votos em sentenças criminais para a libertação de presos ou liberação de bens apreendidos em ações penais. A organização atuava perante a Justiça em operações policiais, apelações criminais, ações rescisórias e revisão criminal. 

Em um dos casos, a pena de um ex-prefeito, que era de 28 anos de reclusão, foi reduzida para dois anos e oito meses. As ações do grupo indicariam também exploração de prestígio em vários processos em trâmite no Tribunal, inclusive processos relacionados à Operação Lava Jato.

A Operação Alcmeon é da Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal no estado do Rio Grande do Norte. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal no Recife, mais informações serão divulgadas em uma coletiva de imprensa em Natal, no Rio Grande do Norte. 

Cerca de 70 policiais federais cumprem 23 medidas judiciais, sendo dois mandados de prisão preventiva, oito de condução coercitiva e 13 de busca e apreensão no Recife e nas cidades de Natal e Mossoró, no Rio Grande do Norte. O nome da operação se inspira na mitologia grega e está relacionado à traição e quebra de confiança.

Delação
O esquema criminoso foi desvendado por meio de acordo de colaboração premiada. Um empresário relatou ter, em pelo menos duas situações, obtido benefícios do grupo depois de ter sua prisão decretada e seus bens apreendidos durante uma operação policial deflagrada no estado. O grupo cobraria em média 350 mil reais pelo serviço, sempre de forma antecipada. Em determinado momento, um dos advogados ligado à organização teria retido os documentos de veículos de um dos delatores como forma de garantir o pagamento futuro da propina.

O grupo está sendo investigado pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica de documentos particulares, uso de documentos particulares ideologicamente falsos e lavagem de dinheiro. Com Informação de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Após fim de reserva, grupo amplia lobby por mineração em áreas indígenas


Paisagem do Rio NegroDireito de imagemJOÃO FELLET/BBC BRASIL
Image captionRepresentante de federação de indígenas contesta fala de presidente da Funai, segundo a qual 99,9% dos índios do Alto Rio Negro seriam favoráveis à regulamentação da mineração

Encorajado por ações recentes do governo federal que reduziram áreas protegidas na Amazônia, um grupo de deputados estaduais da região intensificou o lobby em Brasília para permitir a mineração em terras indígenas.
O movimento - que tem como grande articulador um deputado do PT e é apoiado por um prefeito indígena do Amazonas - é criticado por organizações que representam povos da região e temem os impactos da atividade.
A BBC Brasil acompanhou uma reunião na quinta-feira na sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) entre o presidente do órgão, Franklimberg Ribeiro de Freitas, e uma delegação com 11 membros do Parlamento Amazônico, entidade que agrupa legisladores dos nove Estados da Amazônia Legal.
Marcado para tratar de questões ligadas a indígenas na Amazônia, o evento não contou com a presença de nenhum indígena e teve como principal tema a defesa da mineração nos territórios desses povos.
O encontro ocorreu um dia após o presidente Michel Temer extinguir por decreto a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), na divisa entre o Pará e o Amapá - decisão que abre o caminho para o avanço da mineração numa área de mata fechada e vizinha a duas terras indígenas.
Após reações negativas, Temer publicou na segunda-feira um novo decreto. O documento manteve a extinção da Renca, mas deixou mais clara a proibição da mineração nas terras indígenas e unidades de conservação que se sobrepõem à reserva, exceto se a atividade estiver prevista no plano de manejo da unidade.
Principal articulador do movimento pró-mineração em terras indígenas, o deputado estadual Sinésio Campos, do PT do Amazonas, disse à BBC Brasil que o novo decreto não altera os planos do grupo e que seguirá tentando convencer o Congresso a regulamentar o tema.
Campos afirma que Temer cometeu uma "trapalhada" ao extinguir a Renca sem explicar o gesto e ao apresentar um novo decreto após as reações negativas. Segundo ele, as críticas teriam sido menores se o governo tivesse dialogado antes de anunciar a decisão.
Também presente à reunião na Funai, o deputado estadual Naldo da Loteria, do PSB de Roraima, disse à BBC Brasil que a extinção da Renca animou o movimento pró-mineração, embora o encontro tenha sido agendado antes do decreto original. Para ele, a decisão sinaliza "que o governo está preocupado em destravar a burocracia que tanto atrapalha o desenvolvimento da Amazônia".
Segundo o deputado, outras ações do governo Temer - como a redução da Floresta Nacional do Jamanxim (PA) e a edição de uma Medida Provisória que facilita a regularização de terras (apelidada por ambientalistas de "MP da grilagem") - estimularam o agendamento do encontro com o presidente da Funai.
"Sentimos que o momento é favorável e viemos reforçar nossa posição. Já que o governo não tem popularidade, que entre na história por modernizar o país", ele diz.


Na reunião, Naldo disse que Roraima - onde áreas indígenas são 46,2% do território - foi "inviabilizada economicamente" por demarcações e que a regulamentação da mineração reduziria os conflitos causados por garimpos ilegais. "Hoje só não existe garimpo em terra indígena que não tem ouro", afirmou.

Mendigos ricos

Segundo a Constituição de 1988, a mineração em terras indígenas só poderá ocorrer se for regulamentada por lei específica, o que jamais ocorreu. Mesmo assim, vários desses territórios convivem há décadas com o garimpo ilegal - atividade associada a conflitos, à poluição dos rios e à disseminação de doenças.

Reserva no AmapáDireito de imagemWWF-BRASIL / LUIZ COLTRO
Image captionUm dos acessos à Reserva do Rio Iratapuru, no Amapá, parte da Renca

Hoje só é permitido em terras indígenas o garimpo artesanal, sem uso de máquinas nem produtos poluentes.
"Enquanto não puderem explorar as riquezas de suas terras, os índios serão mendigos ricos", afirmou na reunião Sinésio Campos, do PT.
Na presidência da Funai desde maio, o general Franklimberg Ribeiro de Freitas disse aos deputados que a regulamentação da atividade era do interesse de vários povos indígenas.
Ele afirmou que "99,9%" dos indígenas do Alto Rio Negro (AM) e dos povos Suruí e Cinta Larga das Terras Indígenas Sete de Setembro e Aripuanã (ambas na divisa entre Rondônia e Mato Grosso) "querem a regularização pelo Congresso Nacional da exploração dos recursos minerais".
Mas ele disse que o atendimento do pleito não dependia da Funai, e sim do Congresso, e que a mineração não seria uma alternativa para todas as comunidades indígenas do país. "É preciso considerar a vocação econômica de cada território", disse Franklimberg, destacando grupos que têm explorado atividades como o turismo, a criação de peixes e a coleta de castanha.
Única na reunião a destoar do coro pró-mineração, a deputada Cristina Almeida, do PSB do Amapá, se disse preocupada com o impacto da extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados nas terras indígenas Waiãpi e Rio Paru d'Este. Segundo ela, o decreto de Temer pode provocar uma "explosão no desmatamento e acarretar aumento de conflitos".
Franklimberg respondeu que não haveria exploração de minérios nas duas áreas indígenas, justamente porque a atividade ainda não está regulamentada.

Exemplo canadense

O deputado Sinésio Campos saiu satisfeito do encontro. Ele afirma que, em gestões anteriores, a Funai não aceitava nem discutir o tema, o que impedia o avanço das negociações. Agora, diz esperar que o órgão se empenhe no convencimento dos congressistas. "Hoje demos um grande passo."
Proposto pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) para regulamentar a mineração em terras indígenas, o Projeto de Lei 1.610 tramita no Congresso desde 1996. Em 2015, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criou uma comissão especial para discutir a matéria, cuja relatoria foi entregue ao deputado Édio Lopes (PMDB-RR), aliado de Jucá. Mas as discussões avançaram pouco.

Área de garimpo ilegalDireito de imagemDIVULGAÇÃO/ SESP/ MT
Image captionDeputado destaca que regulamentação poderia reduzir conflitos gerados pelo garimpo ilegal

Um assessor de Lopes disse à BBC Brasil que o deputado tenta convencer a Presidência da Câmara a recriar a comissão para que os trabalhos continuem, já que alguns membros do grupo deixaram a Casa e precisam ser substituídos.
Sinésio Campos diz que o momento é oportuno para retomar as tratativas. Em março, ele foi convidado pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Bezerra Filho (PSB), para acompanhá-lo em visita a uma das maiores convenções mundiais sobre mineração, no Canadá. Para Campos, a legislação canadense pode ser um modelo para o Brasil.
"Índios canadenses usam o dinheiro da mineração para financiar universidades e outras melhorias para eles mesmos. Não queremos uma mineração predatória, só queremos condições mais dignas para as comunidades", afirmou. O deputado diz que, se a mineração em terras indígenas for regulamentada no Brasil, comunidades que não queiram a atividade poderão vetá-la.

Prefeito indígena

Entre os apoiadores da regulamentação está um afilhado político de Campos em São Gabriel da Cachoeira, município do Amazonas com 30 mil habitantes e onde 76,6% da população é indígena. Um dos poucos prefeitos indígenas do país e membro do povo tariana, Clóvis Curubão (PT) se elegeu prometendo lutar pela causa. Em maio, ele disse à BBC Brasil que ONGs eram responsáveis por bloquear a regulamentação do tema.


"Elas [ONGs] só pensam em fazer conferência, mas nosso povo não vive só de palavra: queremos educação, saúde, transporte, uma vida melhor. O índio está no século 21: usa motor, usa tudo. Não dá para voltar ao passado."

Clóvis Curubão é o único prefeito indígena do paísDireito de imagemJOÃO FELLET/BBC BRASIL
Image captionClóvis Curubão é o único prefeito indígena do país e apoia a regulamentação

O prefeito diz que, ao mesmo tempo em que modernizariam as comunidades, os lucros da mineração ajudariam a preservar a cultura local, pois haveria mais recursos para o ensino de línguas indígenas e a organização de festas tradicionais.
Hoje comerciante, Curubão trabalhou como garimpeiro e foi um dos fundadores de uma cooperativa indígena pró-mineração. Ele diz ter decidido concorrer a prefeito após ter seu pleito pró-regulamentação rejeitado por organizações indígenas e políticos de São Gabriel da Cachoeira. "Todo mundo tinha medo de falar em mineração, então fomos a Manaus pedir ajuda aos políticos de lá."
Sinésio Campos abriu as portas do PT amazonense a Curubão e ajudou a coordenar sua candidatura vitoriosa.

'Equivocado e leviano'

Organizações indígenas brasileiras condenam a movimentação dos deputados pró-mineração.
Coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara diz à BBC Brasil que "o movimento indígena amazônico é absolutamente contra a mineração em territórios indígenas" e que os políticos que promovem a causa "só defendem interesses econômicos de poucos".
"Desafiamos os deputados a fazer uma consulta aos povos, conforme prevê a Convenção 169 da OIT [Organização Internacional do Trabalho]."
Em seu artigo sexto, a convenção da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais, incorporada à legislação brasileira em 2004, determina consultas aos povos indígenas "cada vez que sejam previstas medidas legislativas ou administrativas suscetíveis de afetá-los diretamente".

Marivelton Baré, presidente de federação dos indígenasDireito de imagemFOIRN
Image caption'Somos contra políticos e empresários que vendem a mineração como uma solução para as omissões do Estado', diz Marivelton Baré

Presidente da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), composta por 89 associações de 23 etnias amazônicas, Marivelton Baré critica a afirmação do presidente da Funai de que 99,9% dos índios do Alto Rio Negro são favoráveis à regulamentação da mineração.
"É uma fala leviana e equivocada", ele diz. Segundo Baré, grande parte das comunidades do Rio Negro quer discutir o tema, mas não necessariamente aprova a mineração em suas terras. Ele afirma, porém, que as discussões não podem se restringir aos centros urbanos, onde mais pessoas tendem a ser favoráveis à mineração, devendo incorporar também aldeias distantes.
"Não é que somos contra a mineração; somos contra políticos e empresários que vendem a mineração como uma solução para as omissões do Estado e falhas em políticas públicas", ele diz.
Membros dos dois povos citados pelo presidente da Funai como sendo amplamente favoráveis à mineração também contestaram sua declaração. Segundo Almir Suruí, líder na Terra Indígena Sete de Setembro, a comunidade está dividida "meio a meio" quanto à mineração. Suruí é contra a atividade e diz que sua regulamentação causaria danos ambientais ainda maiores que o garimpo ilegal.
Militante do movimento indígena em Rondônia, Diogo Cinta Larga estima que 20% de seu povo seja favorável à atividade.
"Só defende a regulamentação quem está ganhando algum dinheiro com garimpo hoje. A maioria da população nunca viu nenhum benefício e é contra", afirma.
Professor Edgar Bom Jardim - PE