sábado, 27 de agosto de 2011

Livre,agricultora quer dar novo rumo à vida


Ela afirmou que foi preparada para qualquer decisão do Júri
Renata Coutinho

SEVERINA, agora, quer ter “paz, saúde e sossego”
SEVERINA, agora, quer ter “paz, saúde e sossego”
De volta para casa, no distrito de Itaúna, em Caruaru, a agricultora Severina Maria da Silva, de 44 anos, ainda nem tinha conseguido desfazer as malas ontem. A mulher acusada de mandar matar o pai, que a abusava por 30 anos, foi preparada para tudo quando teve de enfrentar o júri popular, no Recife, na última quinta-feira. Como não descartava a condenação, chegou a se despedir dos filhos e arrumar várias mudas de roupas caso fosse direto para o presídio. Absolvida, a franzina mulher, ré confessa, agora tenta dar um rumo diferente à vida que ficou suspensa durante os cinco anos em que ficou aguardando a decisão da Justiça.

“Eu esperava a liberdade e esperava a cadeia também, mas eu fui com aquela fé. Depois de ter sido adiado três vezes, eu estava com muita vontade de ser julgada. O que viesse eu aceitava. Primeiro, a vontade de Deus, do meu Padre Cícero e, depois, a dos homens da terra”, comentou Severina. Agora, ela tem planos de refazer a vida sem o medo de ser presa a qualquer momento e com “paz, saúde e sossego”, segundo ela.

Foi por esse medo de ficar encarcerada que ela andava desde 2006 com seu alvará de soltura provisória. “Levava o documento para todo canto, até para a roça, porque tinha medo que a polícia me encontrasse na rua e me levasse de volta para aquele inferno. Vou guardar o documento de recordação”, comentou.

Severina mandou matar o pai, Severino Pedro de Andrade, 63, em 2005, depois de ter sido molestada desde os 9 anos e de ter tido 12 filhos com ele. Hoje, apenas cinco das crianças estão vivas e duas delas têm problemas mentais. Todos os anos de abusos foram acobertados pela mãe dela. Perguntada qual o sentimento dela em relação à genitora, a agricultura disse tê-la perdoado.

“Raiva da minha mãe não tenho, mas ela ajudou ele a me deflorar. Fui engolida por eles com 9 anos. Ela teve uma matéria fraca, mas que Deus abençoe minha mãe”, desabafou. Os relatos de Severina eram acompanhados por uma das filhas, que não quis falar com a reportagem. “Ela tem vergonha e fica revoltada com a cachorrada do pai, eu já não tenho mais”, justificou a agricultora.
Severina acredita que, apesar de sofrida, a sua história serve de alerta para a população. “Que sirva de exemplo que os pais e as mães não façam desgraça com as filhas. As mães não devem ‘acoitar’ safadeza dos maridos. Tive uma atitude desesperada, mas Deus viu tanto que eu sofri que me deu minha liberdade”.  Fonte: Folhape.com     Por Blog Professor Edgar Bom Jardim- PE

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